Vinho

Foto de Magno Aquino Miramontes

Tocando no assunto

Tocando no assunto
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________________ Magno Aquino Miramontes
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Gastei meu dia, todo ele
À cata dum verso novo
Que te fizesse tremer dentro desse vestido
Gastei o verso, todo ele
À espera de um olhar enviesado, zonzo
Que me fizesse crer que era gozo.
E me chega, impunemente,
Com cara de greve
De quem viu Polyanna
Aos trancos
Com o pequeno príncipe.
Cê precisa é de colo, urgentemente
Cê precisa de ombro e de carinho e paparicos
E de bombons e de flores e de vinho
E de um perfume bom, sem igual
E de um arranjo de tulipas pro cabelo
E de um tapete, vermelho-óbvio
E de batom novo, óbvio, e um vestido esvoaçante.
Cê precisa mesmo é esperar
Que eu aprenda seresta em Minas
Pra desafinar em santos..
Te amar é que vai mudar o seu dia,
Certamente.
_________

Foto de Carmen Vervloet

Vídeo Poema: Alma Desnuda

PRESENTE DA QUERIDA AMIGA ENISE

Alma Desnuda

Eu me permito...
Ser lambida pela brisa
Ser lavada pela chuva
Acariciar sua pele lisa
Saborear seu beijo com gosto de uva!

Eu me permito...
Ser banhada pelo mar
Ser aquecida pelo sol
Envolver-me em seus braços e te amar
Na hora do arrebol!

Eu me permito...
Voar nas asas do vento
Flutuar junto à lua
Desvendar seus pensamentos
Deixar minha alma nua!

Eu me permito...
Ouvir a sua metade que é grito
E o silêncio da outra metade
No silêncio eu acredito
No grito, percebo debilidade!

Eu me permito...
Entregar-me a sua humana ternura
Navegar na sua inspirada poesia
Lambuzar-me na sua doçura
Nos devaneios da fantasia!

Eu me permito...
Ser envolvida pela sua sedução
Dar-te o direito de invadir meu coração
Sentir seu encanto versejado
Deste meu vício desejado!

E só permito...
Porque você também me permitiu...
Mostrou-me o seu avesso...
Seu amor que eu mereço...
O seu vinho embriagante...
Numa noite alucinante...
Entre gemidos ofegantes!...

E nesta recíproca permissão
Corpos plenos...
Almas desnudas...
Cumplicidade...
Paz!

Carmen Vervloet

Foto de Arnault L. D.

Fogueira

Vamos arrumar a lenha
cuidado para não machucar
tudo bem organizado
um vinho e música irá ajudar

Após desnudar o entorno
preparar uma estrutura
introduza algo inflamável
pois assim mais tempo dura

Aos poucos acenda a chama
mas, com calma, não se apresse
com jeito e no tempo exato
é natural, tudo se aquece

E quando o fogo pegar
e for aumentando o calor
assopre, alimente a queima
para atiçar-lhe o ardor

Tudo então se encendeia
luz, vapor, magia a crepitar
brinque com as labaredas
sem medo, não vai queimar

Deixe o clarão arder, lamber
envolver e se apoderar
mas, sem perder o controle
ou tudo pode apagar

E o fogo a tudo possuir
num crescente de fome e loucura
e ao todo tornar um, ápice.
lenha e fogo, fúria e candura

E quando tudo se consumir
cada brasa ainda rubra, esfriando esmaecer
ao corpo cansado, recostar abandonado
ainda quente, se deixar adormecer

Foto de MAR DA IBÉRIA

AGUARELA DO SILÊNCIO

QUANDO O SILÊNCIO FALA, FALA À GENTE
COMO A PRESENÇA DE UMA MÃO QUERIDA,
COMO UM SORRISO NUMA DESPEDIDA,
COMO A SAUDADE DE UM AMIGO AUSENTE...

QUANDO O SILÊNCIO FALA, A PEDRA SENTE
E EM ABRAÇOS TERNOS, TODA A VIDA
SE EXPANDE, DOCEMENTE COLORIDA,
DESDE O AMANHECER AO SOL POENTE...

ENTÃO, EM TONS DE VERDE EU DEITO A ALMA
E BEIJO O MEU AZUL ARDENTEMENTE...
BEBO O VINHO VERMELHO DO POENTE

E ESPRAIO-ME NA NOITE E NESSA CALMA,
ABARCO TUDO E TODOS NO PRESENTE...
QUANDO O SILÊNCIO FALA E A PEDRA SENTE...

Foto de almostpure

JACK ESCAPISM

acima de mim só o espelho embaçado.
eu digo que vou subir no próximo vagão de trem que surgir, rasgando o monótono céu azul-prateado.
ele me diz umas frases sem sentido, que talvez mais tarde, lá pela quinta cidade, eu entenderia.
eu queria ter ficado, jantado naquele dia insípido, o frango xadrez com a boa coca-cola - é claro que o fato de eu ter desejado o prato do dia seguinte tinha a ver com você, com sua sagacidade, com sua subversão aos meus dogmas e princípios infundáveis. por que eu adorava o jeito como você me cortava. como você conduzia minhas nóias de outubro á dezembro. de como você me deixava relaxada na poltrona azul-limão da mamãe. eu acendia todo-e quaisquer cigarro, só por que você gostava de me ver acender. só por que me dava uma graça divina. um poder sobrenatural. naquele momento eu era o quadro. eu era a criatura e você o criador. assim como nas nossas horas 'vagas' - doce ilusão do poder - que eu simplismente consentia á você. e você sabia. só por que era tão desejável quanto eu.
na sexta cidade meu peito doía, eu estava com fome, e os escapismos já não me faziam mais efeito...
eu queria ter dito: me pede pra ficar, me pede pra ficar...
eu acho meu orgulho mexe diretamente com meu estômago.
eu vejo pontos de você, picotados em cada cidade que eu passo.
você já teve barba, dread, cabelos avermelhados e mais musculoso.
nenhum tinha sua ira maternal.
ninguém era tão casual quanto você.
eu esperava te ver em cada taça de vinho barato, eu até te via.
imagine você...
você devia ter me impedido, devia ter me boicotado...
mas, talvez nós acabassemos ali.
você me impedindo, eu vazando ódio...
...foi melhor.
guardo você.
seu cigarro é sempre o último, é sempre o mais demorado.
me peça pra voltar, que eu volto.
me peça pra partir daqui, que eu parto...
'Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais'

Foto de LU SANCHES

Regadas ao Vinho

Segure minha mão
venha viver o sonho
Amor e Paixão...
Juntos iremos viajar

Belas coisas do mundo
Quero lhe mostrar
Dar-te-ei meu amor
Beijos ao acordar

Em nossa estrada
Não haverá espinhos!

Brindaremos a felicidade
Com chuva de flores
Regadas ao vinho

Contemplaremos o por do sol
Na imensidão do infinito
Ouvindo a homenagem dos pássaros
Há nosso amor tão bonito

Foto de MarioC

O percurso para o teu coração

Tentei códigos, procurei chaves
Para encontrar maneira de subir
Dei pontapés, retirei entraves
E, ainda assim, não consegui ir
A essa escada que esconde um portão
São as portas do teu coração!

Esforcei-me mais e lutei arduamente
Enfrentei o seu guardião
Corri para a escada, finalmente,
Mas escorreguei p’ro meio do chão…
Foi o guardião que me puxou!
Disse “Só alguém especial entra aqui
Mas este coração pode pertencer-te a ti”
“Como?”, pensei eu dorido
E cansado de tentar.

Com um salto, percebi:
Que só precisava de outro caminho.
“Mas e o guardião?”, temi,
“Embriago-o com algum vinho!”

E assim, avancei destemido
Procurando o coração,
Ignorei o forte gemido
Do embriagado guardião!
Subi as escadas, lentamente
E descobri que era verdade
Aqueles eram, realmente,
Os degraus da amizade!

Cheguei ao topo; porta fechada
Pensei: “Terão as chaves sido roubadas?”
Mas vi que não havia fechadura…
Teu coração era uma armadura!
Imaginei, e descobri sozinho
Que nas portas do teu coração
Só com amor e carinho
Vou ganhar tua paixão.

Porque entre o guardião e o interior
Cria-se uma tal amizade
Que, se algum dia surgir amor,
Nos trará a felicidade!

Foto de Raphael Miranda

O branco e o azul

Tudo na vida passa

até uva passa

só não passa se virar vinho

no coração

ficar somentes espinhos

no olhar

a tristeza de um menino

na sua frente

o desespero eminente

de não ser mais contente

sem fada dos dentes

de viver na solidão

sem amor em suas mãos

se lembrar do coração

que te tirou da escuridão

e ao se tocar

vai olhar e não achar

aquele que te deu um lar

na morada do conto de fadas

e vai notar

que o cavalo branco corre só

que a realidade faz o conto virar pó

sem castelo e sem rei

o tesouro se perdeu

o principe envelheceu

o amor enfim derreteu

o vermelho do peito de ferro

que nunca se fere

ao menor dos atos

como o de amar ou gostar

no sonho de cavalgar

com o branco e o azul

entre as nuvens do céu claro

o sol brilhará forte

como quem vem do norte

se chuva acontecer

o jardim vai florecer

no peito de quem um dia

irá adormecer

nos braços de quem

sempre existiria

nos contos de Gonçalves Dias.

Macaé, 14 de Setembro de 2009, "O branco e o azul" de Raphael Miranda.

Foto de Raphael Miranda

O branco e o azul

Tudo na vida passa

até uva passa

só não passa se virar vinho

no coração

ficar somentes espinhos

no olhar

a tristeza de um menino

na sua frente

o desespero eminente

de não ser mais contente

sem fada dos dentes

de viver na solidão

sem amor em suas mãos

se lembrar do coração

que te tirou da escuridão

e ao se tocar

vai olhar e não achar

aquele que te deu um lar

na morada do conto de fadas

e vai notar

que o cavalo branco corre só

que a realidade faz o conto virar pó

sem castelo e sem rei

o tesouro se perdeu

o principe envelheceu

o amor enfim derreteu

o vermelho do peito de ferro

que nunca se fere

ao menor dos atos

como o de amar ou gostar

no sonho de cavalgar

com o branco e o azul

entre as nuvens do céu claro

o sol brilhará forte

como quem vem do norte

se chuva acontecer

o jardim vai florecer

no peito de quem um dia

irá adormecer

nos braços de quem

sempre existiria

nos contos de Gonçalves Dias.

Macaé, 14 de Setembro de 2009, "O branco e o azul" de Raphael Miranda.

Foto de Raphael Miranda

O branco e o azul

Tudo na vida passa

até uva passa

só não passa se virar vinho

no coração

ficar somentes espinhos

no olhar

a tristeza de um menino

na sua frente

o desespero eminente

de não ser mais contente

sem fada dos dentes

de viver na solidão

sem amor em suas mãos

se lembrar do coração

que te tirou da escuridão

e ao se tocar

vai olhar e não achar

aquele que te deu uma lar

na morada do conto de fadas

e vai notar

que o cavalo branco correr só

que a realidade faz o conto virar pó

sem castelo e sem rei

o tesouro se perdeu

o principe envelheceu

o amor enfim derreteu

o vermelho do peito de ferro

que nunca se fere

ao menor dos atos

como o de amar ou gostar

no sonho de cavalgar

com o branco e o azul

entre as nuvens do céu claro

o sol brilhará forte

como quem vem do norte

se chuva acontecer

o jardim vai florecer

no peito de quem um dia

irá adormecer

nos braços de quem

sempre existiria

nos contos de Gonçalves Dias.

Macaé, 14 de Setembro de 2009, "O branco e o azul" de Raphael Miranda.

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