Vamos arrumar a lenha
cuidado para não machucar
tudo bem organizado
um vinho e música irá ajudar
Após desnudar o entorno
preparar uma estrutura
introduza algo inflamável
pois assim mais tempo dura
Aos poucos acenda a chama
mas, com calma, não se apresse
com jeito e no tempo exato
é natural, tudo se aquece
E quando o fogo pegar
e for aumentando o calor
assopre, alimente a queima
para atiçar-lhe o ardor
Tudo então se encendeia
luz, vapor, magia a crepitar
brinque com as labaredas
sem medo, não vai queimar
Deixe o clarão arder, lamber
envolver e se apoderar
mas, sem perder o controle
ou tudo pode apagar
E o fogo a tudo possuir
num crescente de fome e loucura
e ao todo tornar um, ápice.
lenha e fogo, fúria e candura
E quando tudo se consumir
cada brasa ainda rubra, esfriando esmaecer
ao corpo cansado, recostar abandonado
ainda quente, se deixar adormecer