Viagens

Foto de Marilene Anacleto

Constelação

Vento pulsante, noite de verão,
Descobre mar de estrelas:
Sai do casulo, a constelação.

Clara, límpida, cinco estrelas,
Sem rios, nem festas ou fogos,
Desvenda-se ao que quer ver.

Um desenho entre nuvens
Feito cristal laminado,
Por mãos de fadas traçado,

Reflete a Alma latente,
Sempre ausente e escondida
Por medo de se mostrar.

Então... espraia viagens no ar,
De outros tempos, tão alegres,
Que eu permiti passar.

Colares de amores formados
Constelações de beijos estalados
Abraços que aquecem o ar

Almas em noites suspensas
Esperam a estrela cadente
Para, de amor, suspirar.

E dançam, até a aurora,
E caminham céu afora,
Em graça e tapeçarias.

Do sereno que goteja,
Ao voar de borboletas
O amor amanhece o dia.

Foto de Fernanda Queiroz

Vídeo Poema

Bons tarde amigos poetas.

Tarde de domingo ensolarado em muitos Países e Estados deste continente.

No Brasil, mês das férias escolares, passeios em família, colônia de férias, viagens ou apenas tempo de descansar e renovar tuas forças.

Aqui em nossa casa de poetas, sempre é tempo de compor, de deixar jorras no papel o sentimento que nos invade a alma.

Como todos já sabem, poema de amor hoje é divulgado no maior portal internacional do mundo, isto para nós é uma grande conquista, é levar nossos poetas além das nossas portas, é vê-los em vôos rasantes sem deixar de ser o complemento de nossas páginas.

Há muito tempo tivemos cadastrado em nossa estatística a galopante visualização que os vídeos postados em nossas páginas adquiriam a partir de nosso navegador.

Isto porque nossos tags hospedam os maiores números de palavras que contém os poemas, fazendo-nos constatar que os vídeos são um divulgador ágil e eficaz do poeta-poesia, na imensidão de conteúdos que disputam o ranketing na internet.

Fazer um vídeo é um trabalho para talentosas pessoas que além de escrever, conjuga esta especialidade a imagens e sons que unidas fazem toda a diferença em um poema.

Já faz um tempo que fiz uma proposta a uma de nossas poetisas que decora com louvor nossas páginas. “Enise Lilases”

Anunciando aqui, a tua prestação de serviços a todos os poetas que desejarem ter um poema teu dimensionado em vídeos.

É preciso dizer também que a taxa que a mesma colocará em teu trabalho é somente da montagem para divulgação na mídia on line, visto que é adornada por som, musicas as quais já existem patentes registrados onde não se permite comercialização.

É mais uma bandeira que se levanta em nosso site, nosso interesse é que vocês poetas alcance sempre o maior patamar levado pelo nosso site.

Grande abraço a todos

Fernanda Queiroz

Foto de Diario de uma bruxa

Sozinho

No centro de tudo
Como se o tudo fosse único
Nada mais poderia acontecer
Viagens, festas e risos
Tudo acabou

No centro sozinho
No frio o vazio
Sem ninguém sem carinho
Sem compreensão

Quem compreenderia
Uma historia como a minha
Ninguém
Só eu tenho razão
Só eu estou certa

Então sozinho estou
Sem amigos sem família
Ai esta minha falta de noção.

Poema as Bruxas

Foto de Marilene Anacleto

Boas Viagens

Já fiz umas boas viagens
Fui acolhida por pessoas calorosas
Beijaram-me muitas nuvens cor-de-rosa

Pó de mil estrelas me banharam
Neves de sulcos distantes me aqueceram
Águas mornas conhecer-me favoreceram
Doces caminhos que a mim mesma levaram

Mas a maior aventura, a mais colorida
É aquela em que empenho a vida
Para cobrir e descobrir feridas
E recobri-las renovando a vida.

Com alegres e suaves arranjos
Cada célula recebe toque de anjos.

E que caminhos estranhos
Onde imagens se mesclam
O que pareciam orações
Logo tornam-se flechas
Em opostas direções.

De repente um abismo
Parece escuro e sem fim
Não. Não perco o otimismo
O Anjo espera por mim.

Imagens se iluminam
O poço desaparece
Cada cena se encandece

Torna-se tudo canção
Já não há o ir nem o vir
Para as setas doloridas
Cravadas no coração

Amargo-doce do crescer
Escuro-colorido, contínua melodia
Enlaçados na tênue alegria
Da descoberta quente-fria
Do ter vontade de Ser.

Ajudam-me nesta caminhada
A luz intensa da poesia
Encontrada em cada passo do dia,
Em cada anoitecer, e em cada amanhecer.

Marilene Anacleto
Publicado em: http://rotadaalma.spaces.live.com/
Publicado no site http://www.itajaionline.com.br, em 29/03/00
Publicado no livro Gira: dançando as raças, os costumes, as flores e os astros, vivências com danças circulares sagradas / Marilene Anacleto. – Itajaí (SC): 2004. 95 p. : il.

Foto de Marilene Anacleto

O Poeta

O POETA

O poeta se escancara ao mundo,
Sem vergonha de mostrar os sentimentos
Não tem medo de contar suas viagens
Para alguns, um grande atrevimento,

Para outros, apenas algumas miragens
Para aqueles, porém, muita loucura.
Para tantos, algodão doce e suave
Que alegra e dá alívio à vida dura.

O poeta vê a vida de outros ângulos.
É bobagem? Loucura? Não sei.
É preciso sair desses “retângulos”,
Que é vida a que se impôs o mendigo e o rei.

Na situação completamente adversa,
Impossível encontrar uma saída.
O poeta sai por uma janela aberta,

Passeia, respira, vaga e dorme.
Tranqüilamente tem a resposta certa
Para tornar, novamente, a vida bela.

Marilene Anacleto - 11/04/98
PUBLICAÇÃO JORNAL DO POVO - ITAJAÍ - SC – ANO I – N.º 01 – 13-02-99 – PAG. 03

Foto de Melquizedeque

Gueixa

Doce voz de um anjo misterioso;
Gorjeios melosos de ti eu escuto
Uma gueixa silenciada com olhos falantes
Lábios brilhantes em excelsa doçura

Pele branca reluzente, manhosa e ardente
Seduz com sua beleza: será condessa ou medusa?
É admirada e cobiçada... A erudita do flertar
Com ornamentos colossais do pecar é imperatriz

Diga-me seu nome. Quero uivos escutar
Das viagens que eu tive, moças belas encontrei
Mas nenhuma delas tinha um lindo rosto como o teu

Por ti farei loucuras ao exaurir minhas idéias
Exaltarei seu nome e na babilônia viverei
Largo tudo se vieres e a paixão se entregar
Quero ter o teu prazer, talvez ser mais um amante
Com voz pura e dissonante diga sim para me amar.

(Melquizedeque de M. Alemão, 27 de janeiro de 2011)

Foto de Runa

7º Concurso Literário - No silêncio do teu corpo adormecido

É quando dormes,
no silêncio arrefecido das tuas noites profundas,
que desperta em mim
o esplendor amadurecido do teu rosto.
Envolto no musgo inocente dessa juventude gasta
bebo os resíduos palpitantes da tua respiração,
atravessando as colinas do teu corpo retalhado,
onde revejo as encruzilhadas que cruzámos,
de mão dada,
contornando o vazio dos abismos
e fugindo às armadilhas traiçoeiras do deserto,
de oásis em oásis,
onde nos deitávamos à sombra do veneno dos dias.

Tão perto e tão longe te acho agora,
mergulhada nas margens de um rio cansado,
fechada numa concha obscura
no mais fundo que há em ti,
onde em silêncio digeres
lágrimas antigas que não derramaste.

Dormes.
Olhos pousados no espanto do infinito,
vagando na glória indefinida de um sonho,
construindo mundos atrás de uma porta entreaberta
onde buscas o equilíbrio
perdido no pesadelo escarlate das horas.
Moves-te, sem gestos,
num arfar sereno e perfumado,
pequenos gemidos que crescem no sono,
numa litania que te embala o corpo
e sobressalta a inocência da tua nudez
debruçada sobre as asas da madrugada.

Quase nada sei de ti.
Dos segredos que ocultas nos labirintos do peito,
e que são só teus,
apenas vislumbro rumores desvanecidos
ecoando nos espelhos da ventania
que agitam, ao de leve, a tua sombra suspensa.
Embora tenha penetrado vezes sem conta
os abismos profundos do teu corpo,
em lentas e repetidas viagens
saciando o fogo de estranhos desejos,
e plantado, na luz suave do teu ventre,
as sementes que nos hão-de perpetuar,
quase nada sei de ti.

No silêncio do quarto povoado de velhas imagens,
permaneço, acordado a teu lado,
a soletrar as batidas do teu nome,
num sussurro que invade a noite demorada
tecendo um rosário de eternas lembranças,
à espera que o sol se levante no horizonte
para vir saudar as núpcias do teu despertar.

Foto de Dirceu Marcelino

POESIA: ADOLESCENTE COM POUCA BAGAGEM

POESIA:
ADOLESCENTE COM POUCA BAGAGEM

Eu na estação revejo minha vida!
No início levava nas minhas malas,
Apenas o necessário para a lida
D’um menino e não precisava carregá-las

Pois, isso era feito por minha mãe querida.
Era ela que queria sempre transportá-las.
Agora, da adolescência tenho revivida
Lembranças que não consigo interpretá-las.

Eram apenas passeios, sem bagagem,
Cheia de embarques e desembarques
E sequer considero-as como viagens,

Eram passeios de vagão em vagão,
Lembranças felizes das imagens
De quem subia em cada estação.

http://dirceumarcelino.blogspot.com/2010/11/viagem-de-trem-de-sao-paulo-bauru.html

Foto de Dirceu Marcelino

SONHOS DE MENINO II - RETORNO DA LOCOMOTIVA Nº 58 DE PORTO FELIZ PARA SOROCABA

POESIA
MARIA DO CARMO

Eu me lembro bem de você assim!
Pelos trilhos da Estação Sorocabana
Rodavas em movimentos sem fim

Vinhas da oficina sempre assim...
Toda engraxada e ilustrada...
E apitava sempre assim...

Eras como uma jovem fogosa
Entravas como estivesse num salão
Dançavas de forma estrepitosa

Com o jovem em idade nupcial
Rodavas em movimentos sem fim
Como dançasses na estação principal...

Tiravas os vagões
Como se fosse para dançar
De grandes composições

Levava-os até a oficina
E depois os repunha no mesmo lugar...
Essa era a tua sina.

Lembro-me que te chamavam “manobreira”...
Posteriormente, conheci outras que faziam assim
Em vários ramais das ferrovias brasileiras.

Agora ao te ver nessa estação secundária
Eu te pergunto:
O que fazes aí toda sedentária?

Ah! Eu entendo e respondo por ti.
Tu me vias com olhar de menino
Com o coração cheio de amor...

E na realidade as coisas não são bem assim...
_Rodei muito! Não era dança o que vias
Era trabalho árduo e sem fim...

Trabalhei nos trilhos de Ipanema
Puxando lâminas de ferro
Até o tronco principal...

Viajei por outras paragens
Até o rio Tietê em Porto Feliz
Transportei cana de suas margens

Levei para o engenho central
E prá levar a sacaria fiz muitas viagens
Até o tronco principal...
Até o tronco principal...
Até o tronco principal...

Também transportei muita gente
Em inúmeras viagens
E por isso sou feliz

Sempre rodei pelo tronco principal
Mas estive estacionada
No parque do “Quinzinho”

Lá comecei a me deteriorar...
Embora fosse só um tempinho
Mas encontrei gente prá me olhar...

Então me levaram para Anhumas
E por nobres homens operários
Minhas peças uma a uma

Pela ABPF foram restauradas
E foi lá que tu me viste.

Sei que tens saudade!
Agora estou de volta,
Prá esta bela cidade.

Cheia de fôlego e pronta pra rodar...

Mas não sei por que fico estacionada
É só me darem água e lenha,
Botarem fogo na fornalha

Que eu começo a rodar assim...assim...sssim...sss
Como antes por este ramal...
Já andei por aqui sim...sim......

Muito antes de nasceres
E irei até o fim...assim...assim...
Se de mim tu cuidares...

Rodarei assim, assim...assssim...
Neste ramal de Votorantim

Sorocaba, 16de outubro de 2010-10-16
Dirceu Marcelino

Foto de Dirceu Marcelino

TREM DA MINHA VIDA - NOVOS PASSAGEIROS DO TREM ENCANTADO - ROTA DO INTERIOR (Homenagem a minha esposa, filhos e netos)

POEMA:

PASSAGEIROS

Dos passageiros do meu trem
muito poucos desembarcaram,
Mas, naturalmente,
No instante designado
Por Deus.

Como meus pais.
Mesmo assim a saudade dói
E aperta meu peito,
E me faz pensar:
O que devo fazer?

Bem...
Eu faço uma contínua viagem
Mesmo que ela seja imaginária
Eu viajo por muitas plagas...

Mas as que eu gosto
São aquelas das lembranças
De minha infância.

Algumas se transformaram em miragens
Outras vejo nas imagens
Das belas paisagens...

Posso vê-las nessas viagens
Da janela do meu carro
Ou então na memória remota de meu inconsciente
Eis que neste sinto-me que estou perto de toda gente
Que amo e amarei.

Desse modo só desembarco
Na estação certa...
Como meus pais...

Sou feliz
Pois, embarcaram os meus filhos...
Os meus netos...
Os meus amigos
E amigas...

Sim, essas pessoas queridas
Que viajam comigo...
Ao mesmo tempo,
Na longa estrada da vida...

"Embora não estejam todas ao meu lado,
Exatamente,
Nada nos impede de com alguma dificuldade,
Atravessarmos para o vagão da frente
E olhá-los nos olhos e conscientes
Cumprimentá-los com o olhar,
Com sorrisos,
Trocarmos algumas palavras,
Mesmo que não viajemos no mesmo carro que eles,
Viajamos ao mesmo tempo
Ou no carro da frente"
Ou no de trás,
Não importa...

Fazemos todos...
A viagem da vida
Ao mesmo tempo...

Então o que faço:
Viajo no trem da saudade
O mesmo trem que guio desde menino...
É o meu trem...
Solta muita fumaça
Fumaça branca da saudade
Às vezes sai um pouco de fumaça negra
Mas ela se desvanece com a brancura
Da fumaça do meu trem
Que é pura...
Como meus pensamentos

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