Veias

Foto de Mentiroso Compulsivo

Insustentável Segredo

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Sentei-me ao lado do meu insustentável segredo,
Aprisionado nas raízes profundas da minha mente.
Ébrio demente que se esconde num vazio degredo.
Interrogando-me da razão porque estou inconsciente.

São tantas as noites como esta que discuto com a morte,
Do excesso de querer viver num silêncio sufocado pela dor,
Trazida por ventos insalubres, emergentes do ontem sem sorte.
Singrando sobre o mar de sangue do meu corpo sem amor.

A alegria frágil dos meus sonhos traz de novo a noite imperfeita,
Herdando revoltas do além, do supérstite veneno que resiste.
Procuro, revolto-me, grito… trago os nervos como suspeita,
Do vidro que existe a fazer barreira entre o alegre e o triste.

Esta ainda não é a noite magistral para sucumbir à vida.
Discurso espavento com o sono tentando lograr a paz,
Abrem-se-me as minhas veias desta existência vazia,
Assassinadas pelo incêndio dos sentidos, do corpo que jaz.

Jorge Oliveira 10.MAR.08

Foto de Henrique Fernandes

Ó TU FEMININA!!!

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Acendem-se as candeias no pátio da vida
Onde te rasgo um sorriso que me faz ferver
O sangue nas veias que transbordam de emoções
Honrando o momento com sorrisos de ar fresco
Em remoinhos de vento quente que me beija a pele
Percorrendo-me ardente e intenso o peito marcado
Pelo desejo de mergulhar em ti e ver-te arder
Em loucura nas brasas do meu toque explosivo
Que sem uso de magia ou truques se entranha em ti
Prolongando provocar ao longo do teu olhar
Um brilho que me dá asas com cores de alegria
Para voar pelo céu infinito segurando tuas mãos
Sob o trilho galáctico de uma paixão inédita
Derretendo o gelo que sem voz desaparece
Em lágrimas jorradas por felicidade
Que aquecem a verdade então fria
E chegas até mim com um longo olhar
Ao longo dos instantes que me desejas
Enquanto mulher que sabes tão bem ser
Ó tu feminina

Foto de Raiblue

Juramento

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Como se o mar
Invadisse a noite
Marulha o silêncio
Em meu ouvido
Sussurra lembranças
Penetra poros
Dilata veias
Por onde você
Corre, em ondas
Que me engolem ...
No espelho
São seus olhos
O meu reflexo
Vestida de você
Desapareço
Dissolvida,abduzida
Por alguma força mística
Poção mágica
Grudada nas retinas
Castanhos delírios
Sinestesias...
Alquimia de corpos etéreos
Explosão de átomos
Mistura volátil
Encontro marcado
Numa noite lúdica
Fluida
Quase música...
A guardar em suas notas
A respiração ofegante
Do beijo imaginado...
Adormeço sobre a seda
Do seu corpo astral...
Sobre as sobras dos sonhos
Amanheço...
Procuro o espelho
Preciso do ópio
Dos seus olhos
Só por mais uma noite
A última
Eu juro...
Depois...depois...
Quebro o espelho...

(Raiblue)

Foto de Henrique Fernandes

OLHAR DE POETA

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Paro o meu olhar pensativo e sério
Sobre uma árvore sozinha na paisagem
Despenteada pelos ventos de Outono
Assim como eu desfolho as minhas folhas
Numa escrivaninha que sabe os meus sonhos
Tal como aquela árvore estou em mudança
Ela pelo vento e eu pelo fogo da vontade
Reduzindo a cinzas os males de ontem
Sobrevivi a tristes acontecimentos
Libertado do sofrer por família e amigos
Preenchendo a minha paisagem de todas as cores
Desenhando traços sorridentes na minha tela
Pendurada ao nível das minhas mãos
Agradecidas pelo talento da minha vocação
Renascendo para a vida com minhas vivências
Acompanhado por uma qualquer fantasia de tantas
Mas acima de tudo como aquela árvore
As minhas raízes enterram-se profundas
Alimentando-se nas veias da confiança
Nessa terra que reclamará sem benevolência
A si a podridão da nossa carne mortal
Mas a razão bela da primavera sugará
Nossa alma inocentemente imortalizada
Na eternidade que o tempo expõe infinito
Comigo, aquela árvore ali despenteada
Deixaremos ambos de ser, seres solitários
Diante dela escrevo verbos de encorajar
Sobre o conforto da minha fiel escrivaninha
Escrevendo o meu faz de conta tão real
Como as folhas que regressarão aquela árvore

Foto de Mentiroso Compulsivo

O que estou sentindo!

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Em cada momento da minha vida
Pintei tempestades do olhar que respiro
A chuva que cai agora já não faz sentido
Reclamo as gotas de água feitas de fogo
Que queimaram e molharam o meu telhado de papel
Trespassando as paredes densas do meu coração
Inundando as veias do meu corpo difundo no céu
Só o vento é capaz de ter a consistência plena
Para me proteger da alma que me quer espavorecer.

18.FEV.08. Jorge

Foto de Sirlei Passolongo

Insano jeito de te querer

Esse desejo insano
de ter você
desvendar
a volúpia do teu corpo,
olhar em teus olhos
e me perder...

Degustar
cada pedacinho teu
Sentir
o calor das tuas veias
E o teu suor
misturado ao meu

Explorar
o céu da tua boca
e a tua língua
entrelaçada a minha...
Me embriagar do teu cheiro
e do teu gosto...
Como faz a abelha
com o néctar da flor

Depois, me aconchegar
em teus braços
sem pensar
como será amanhã...
ouvir o pulsar
do teu coração,
e adormecer...
segurando em suas mãos.

(Sirlei L. Passolongo)

(Direitos Reservados a Autora)

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Foto de Ana Botelho

TORRENTE

TORRENTE

Sem olhar,
Você veio do nada
Sem me tocar,
Parou de pronto.
Meu coração
Bateu mais forte
Quase gelado,
Minhas veias
Cresceram
Dilataram-se
Pelo fluxo
Que o meu sangue
Veloz
Desenhava

Como fora
Um rio
Caudaloso
Que em tempo
De cheias,
Empapuça-se
De águas
Embolam-se
Buscando
Espaços,
Em estreitos
Ou rochas
Em descidas
Sinuosas

Perdida, sem noção
Do tempo
Eu fiquei
Assim, parada
Sentindo
Meus batimentos
Dispararem
De tanta
Emoção
Contida
No peito
Explodindo
Em ondas
Contínuas

Só consegui
Me acalmar
Ao perceber
Que você
Não estava
Mais comigo
Mas veja
O que descobri:
Eu preciso
Perpetuar esta emoção
Que há pouco
Tomou conta
Do meu ser
Por inteiro

Para então
Calibrar
Minhas artérias
Alquebradas
Ressequidas
De amores
Estéreis
Que não rendem
Nada mais
Que dois anos
Ou meses
Ou o tempo
Que dure
Todo o seu engano.

Foto de Dirceu Marcelino

RESPINGOS DE PAIXÃO XI - ÚLTIMO TANGO

Ó linda bailarina
Vejo-te em sonhos dançando.
Antes aparecias como uma menina
Em um palco iluminado
Por luzes amarelas
Do “ballet”
Clássico.
E
Vias terminar
O espetáculo num rodopio
Fenomenal,
“Sem igual”.

Na juventude
Via-a radiante e cantando,
Num palco maior,
Um teatro
Como uma
Soprano.

Na minha idade varonil
Te vias esplendorosa como uma rosa
Formosa num grande salão
Dançando com saias
Esvoaçantes
Ora
Sambando
Ou nos encantando
Sob acordes de Músicas
Nacionais brasileiras.
“ Xaxado, merengue, forró,”
“Salsa” e até “lambada”.
Em todas
Apresentava-nos uma característica
Particular.
Própria de tua pessoa
E do sangue latino,
Que lhe ferve nas veias,
Então, requebravas,
“Com um quê de brasilidade”,
“Com muito tempero e gingado”
Com muita sensualidade.
Mas sempre, eras uma
Mulher bela e charmosa
Como uma rosa
Amarela.

Noutras horas,
Sempre esplendorosa,
Eras símbolo da paixão
Vestida num longo vermelho
E tendo nos cabelos
Uma flor
De igual
Cor.

Mesma flor
Lindíssima rosa
Amarela, cor do amor
E marcada com o vermelho da paixão
Extasiante que sentias e
Com a qual marcaste
Num beijo sensual
O carmim
Da tua
Boca.

Ao dançares
Não sabíamos ao que olhar se na flor
Sobre o piano ou ao teu corpo
Escultural.
Se nos teus passos,
Ou em tuas Pernas
Tão
...
Ou nas pétalas que caiam
No passar dos dias
Uma
A
Uma
Em sentida melodia...

Até que um dia
Vimos a última pétala
Desprender-se do verde graveto
Esvoaçar pelo salão
E, agora te revemos
Flutuando por este salão
Encantado de poemas-de-amor.net
“Elevando-se às alturas”
“Rodopiando ao som de Strauss”
“Saltitando os bosques de Viena”
E ressurgindo
No “Lago dos Cisnes”.

Com o graveto entre os dentes
Como uma gata,
Uma pantera guerreira,
Como a mulher
Brasileira.

Agora a
Meia idade
Entras para arrebentar
Corações.

Num longo
Vestido de cetim
Com as costas desnudas
Com um racho
Lateral
E sempre
Paras com o branco do marfim
De tuas coxas em meus olhos
Na frente da minha mesa
E se oferecendo
Com os olhos
Para mim.

Levanto,
Estendo meus
Braços,
Arrebato-lhe num abraço,
Do teu par.
Entrelaço e te guio,
No som de um tango,
Pelo salão e tu danças
Como nunca.

Eu danço.

Sinto o
Ao final,
Teu suspirar,
O tremor de teu corpo
Colado ao meu e até o palpitar
Do teu coração.
O cheiro suado de teu perfume
Extasiante e inebriante
E sussurro em teu ouvido

“Yo ti quiero”

E responde-me:

“Abrazzami assi".

E,
Saímos do
S a l ã o...
Ao som do

Último tango:

“La cumparsita”...

Foto de Raiblue

Arte é quando a razão se cala...

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Como censurar a poesia
Que corre nas veias
Que brota de uma emoção
Verdadeira ?
Que grita...
Que liberta...
Que revela...
No olho de quem julga
Há um só ponto de vista
Na mira do poeta
Há uma multidão representada
Em palavras que revolucionam a vida!
Arte não é para ser julgada
Arte é para ser divulgada
Propagada, partilhada
Criada e recriada
Com a função social
De expressar sentimentos
De rever conceitos
De romper preconceitos
De libertar os pensamentos
Arte não rima com julgamento
E ,sim, com liberdade
Precisa apenas da sensibilidade da alma
Para ser interpretada, e mais nada...
Arte é quando a razão se cala
E o entendimento acontece
Como um milagre
Uma metáfora...

(Raiblue)

Caros poetas:

Logo que retornei de viagem, neste período de carnaval,tive a desagradável notícia de que minha conta no You Tube fora desativada ,devido a sinalização do vídeo 'Cinemat(orgia) ' como de conteúdo imprório.Estou indignada com tal atitude arbitrária de alguém que simplesmente se dirigiu ao site e com um simples click em 'sinalizar' destruiu todo um trabalho artístico elaborado durante um ano inteiro.Perdi quase 100 vídeos, todos poéticos e de qualidade,principlamente se formos comparar com outros tantos vídeos que encontramos no You Tube, que são pornográficos,de fato, chegando a ser,até mesmo,vulgares.
Redigi uma carta e enviei ao You Tube demonstrando minha indignação com tal atitude,estou aguardando resposta.
Estou profundamente triste com toda essa situação.Em pleno século XXI,a hipocrisia ainda reina,uma falsa moral continua a aprisionar a liberdade de expressão. Mais triste ainda é pensar que alguém que está na minha lista de amigos virtuais possa ter agido assim por pura inveja ou ciúme,diria que isto seria doentio,patológico.
Comunico a todos que, infelizmente, não poderei mais editar meus vídeos.

Um abraço a todos
Rai

Foto de Carmen Vervloet

CAMINHO DO SÓ

Caminho do só...

Fadas do tempo...
Acendam as estrelas em luz...
Levem, este meu sentimento
Às rotas do vento...
Libertem-me desta cruz...
A noite fez-se em breu
E perdi o rastro de Jesus.
Tropeço em sombras...
Esbarro em ondas
Que me levam sem dó...
Neste caminho do só...
A dor machuca... Fere...
Faz sangrar meu coração...
Mas não transfere
Esta minha solidão...
Na vastidão deste tempo
Conduzo meu pensamento
Que retorna a branca areia...
A dor corre entre veias
Da fria madrugada...
No tempo do nada...
No breu da estrada...
Levaram meus sonhos,
Meus lábios risonhos...
E agora sou apenas
Uma triste cena
De uma noite sem luz...
Arrastando a minha cruz...
Socorram-me fadas
Ou acabo em nada...

Carmen Vervloet

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