Soneto

Foto de MarcosHenrique

Lembranças de um Arrependimento


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[SONETO ALEXANDRINO (dodecassílabo)]

À tarde avermelhada, olhava as romãzeiras.
Cansado de tentar pegar os beija-flores.
Passava assim o tempo e a vida como amores,
P'ra sempre ficarão, as horas tão fagueiras.

É-me, agora, o piar do beija-flor, torpente.
Leve o vento o meu canto e essa dor me arrefece.
E, agora, como sonho, utopia, esvaece
A esperança acabada e a brisa inexistente.

Continuo ainda assim, foi do tempo oriundo,
Inerte em sentimento e sem um momento
Que, mesmo tão singelo, há um peso mui profundo.

Pode-se conquistar dinheiro e até o mundo.
Mas, p'ra felicidade, há um preço mui pequeno,
Se'o simples um tesouro em nada verecundo.

Marcos Henrique

Foto de carlosmustang

RESTIUIÇÃO

Delirando num simples Soneto
A minha quinta serie,é só um lamento
Bater palmas pro rei, um desalento
Entende,o desencanto do gueto?

Sentimento do mundo, desassossego
Chora fia e dor, e abre a porta
Derramamento de sonhos e lagrimas
O que importa?

Bate o bem, camufla o mal, e se consola
O macaco proclama, o rei da montanha!
(E como diz, ninguém é aprendiz)Todo Santo!

Fujo como o diabo da luz
A minha cria, foi burlada por outro
Emprenhou, reproduz...

Foto de MarcosHenrique

A Flor Exaurida


(Soneto decassílabo)

Gracioso, tão lindo, meu baluarte.
Amor tão sublime, desejo obter.
Trouxera a maré do mar do viver.
No agora e no eterno, desejo amar-te.

No campo, tu és flor, na cascata, espuma.
Olhei ao redor, meu sol apagou,
Foi só perceber, tua luz me deixou.
Razão p'ra dizer, efêmera bruma.

A flor que antes um perfume exalou,
Murchou, caída em terra, esvaiu-se a vida.
E agora, seu cheiro acre é-me um ardor.

Teu amor é essa flor homicida,
Matou a si, em sua dor, me levou.
Um dia viver, essa é minha lida.

Marcos Henrique

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Só os belos podem amar

“Pouco importa, formosa Daliana,
Que fugindo de ouvir me, o fuso tomes;
Se quanto mais me afliges, e consomes,
Tanto te adoro mais, bela serrana.

Ou já fujas do abrigo da cabana,
Ou sobre os altos montes mais te assomes,
Faremos imortais os nossos nomes,
Eu por ser firme, tu por ser tirana.

Um obséquio, que foi de amor rendido,
Bem pode ser, pastora, desprezado;
Mas nunca se verá desvanecido:

Sim, que para lisonja do cuidado,
Testemunhas serão de meu gemido
Este monte, este vale, aquele prado.”

- Soneto IX (Cláudio Manuel da Costa)

Eu tento e invento de não amar
De ignorar o preço, em vida e verso
De transformar o bem em algo perverso
E assim me modificar

Persisto a cada dia em ludibriar
Esse mentir que melancólico desconverso
Esse lugar da qual a paz sempre disperso
Para não ter que aventurar

Se só os belos podem, logo eclodem
Ruídos de insatisfação
Dos âmagos que se recolhem

Em abafar a força e a feição
Em apagar as manchas, se recordem
Que amor de fato vem sem permissão

Foto de Allan Sobral

Soneto Perfeito

Quis escrever um soneto perfeito,
Rimadinho e sem defeito,
Apanhei dicionários, livros, frases de efeito,
Calculei cada palavra, encaixei cada sujeito.

Mas depois de um dia inteiro,
Trabalhei feito pedreiro,
O que escrevi? Nem frase de caminhoneiro,

Já havia desistido dessa tar de perfeição,
Já tava aperreado, eu e o violão,
Quando senti um Tum-tum-tum no coração,
Ah... Lá me vinha essa tar inspiração.

Lembrei que poesia tem qui tê amor.
Tem qui tê carinho, saudade até sentir o calor,
Pois da perfeição nóis só há di sentir o sabor.

Allan Sobral.

Foto de EdsonSantos

DESIMAGINAR

São bombas caindo, gente chorando

Crianças incapazes de brincar

Os rios, poluídos, estão morrendo

E eu ingênuo só pensando em rimar.

Árvores sumindo, fontes secando

Desaparecem num mundo sem ar

Desempregados, tão tristes vagando

E eu tão perdido pensando em rimar.

Castelos ruídos que eu não via

Sonhos que lentamente alguém roubou

Tantas verdades que não conhecia.

Minha alegria desmoronou

Destruiu aos poucos a poesia

E todas as minhas rimas levou.

Soneto do Livro Harmonia de Edson Santos.

Foto de sandra santos

o amor é brega

viola uivando pra lua
vela pro santo
nome na macumba

beijo doce
de moça de quermesse
andar de cio
brincando um flerte

beliscão safado
no trem lotado
desejo invadindo
a próxima estação

rima pobre rica de malícia
verso infiltrado na lição

o amor é isso

uma canção do Roberto
um soneto do Vinícius

Foto de Melquizedeque

Quimera

Um soneto retumbante encontra-se escrito no instante do meu olhar com o teu
Pois alegorias e falanges que percorrem a tua pele ao tocar-me traz o arrepio
Não sei se sinto o que me parece ser, ou apenas estou iludido. Talvez seja!
Face a face contigo me sinto perdido, já não sei mais se sou íntegro ou profano
Torna-se deusa da vontade e meu ímpio desejo jorra-se amiúde

Há um magnetismo em ti inerente. Tu és a bela e a fera, e eu as vírgulas do conto
Ao me achar em tuas andanças, eu era uma frágil criança em um berço de ébano
Não sabia se no frio chorava ou se demonstrava incontrolável alegria
Frágil e intocável fui carregado nos dorsos de dolosas fantasias
Por motivos não clarificados me vi entrelaçado na sinfonia dos seus beijos

Hoje cresci e ceio na mesa de meus inimigos. A cascata de medos já não me submerge
Minha vontade é explícita, fraudulenta e incontrolável. Tu fazes a chama reascender!
Quando estamos juntos, de tudo falamos, porém, nada é dito
Tua beleza é a própria transcendência. Estou definhando pela peçonha de seus lábios
Teu corpo seduz minha inocência. Diante de ti percorro do romance à tragédia
És tu um Belerofonte encantado e, também, uma malevolente Quimera.

(Melquizedeque de M. Alemão, 11 de junho de 2011)

Foto de betimartins

Soneto ao nosso amor

Soneto ao nosso amor

Na penumbra do meu quarto, eu deixo-te sonhar
Entre momentos, sentimentos sublimes, encantos
Vejo-te a olhar-me, tentando ir ao mais profundo
Da minha alma, do meu querer e da minha paixão...

Eu fico ali, estagnada, inerte, quieta ao teu querer
Com o amor a jorrar e as promessas a cumprir
Que jamais caminharei sem ti, com a tua mão
Na minha mão e juntos, unidos e na nossa caminhada...

Juntos, nós vamos plantar um belo jardim, colorido
Onde as rosas são cultivadas com amor, perfumadas
Onde jamais as deixaremos de regar e cuidar delas...

Juntos os dois, vamos escrever com paixão, os sonhos
Em cada poema, cada crônica, cada conto e os momentos
Que neste nosso maravilhoso amor vivenciamos juntos...

Betimartins www.betimartins.prosaeverso.net

Foto de Carmen Lúcia

Queria, nesse momento...

Queria nesse momento...
cores.

Não as cores costumeiras,
desgastadas, rameiras,
que os olhos já se cansaram de ver.
Mas aquelas impactantes,
surpreendentes, arrogantes,
mais do que cores...Perfeição!
Tonalidades únicas...Aparição!

Queria nesse momento...
flores.

As mais singelas, campestres;
florir as suas vestes
de cores transcendentais...
Fazê-las sorrir, anormais,
sentindo-se entre todas,
as mais belas...
E de sua essência, o primor,
matéria-prima para nosso amor.

Queria nesse momento...
o poder.

Não aquele que domina,
que aliena, obstina,
roubando do homem a estima,
seu desígnio de ser...
Mas o poder que eleve,
levando-me juntinho a você...
Onde só o amor se atreve
a ser dono do poder...

Não aquele que se acaba,
*...infinito enquanto dure...
Mas aquele que perdure,
entre cores e flores...No apogeu!
Único e verdadeiro...O Seu!

*Soneto da Fidelidade (Vinicius de Moraes)

_Carmen Lúcia_

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