Blog de MarcosHenrique

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Sustento de um sorrir

Se o sol já não fulgurasse no firmamento
E as estrelas já não me dispenssassem o seu brilhar
Somente um lampejo, em luz ao pensamento,
De uma só coroa de mais bela arcada dentária
Me seria suficiente para suportar tão densas trevas

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Veemente Almejar

Soneto Decassílabo
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Para-se o tempo, brilha seu olhar...
Em seu sorriso a mais bela paisagem.
Me envolve, me afaga, oh Ser onírico!
E, em delírio, me arrebata a viajar...

Sussurra em meus ouvidos teu cantar.
Com teu toque atenua esse martírio
Da distância, da ausência, do anelar.
Que essa espera não atue em vazio...

Seus encantos são mais que um torpor.
Evade-me o pensar e unicamente,
Qual onda, me remete a tua imagem.

Que seja o tempo a estrada a trilhar.
Em ardor, em calor, nessa viagem,
Veemente, quero dar-te o meu amor!

Marcos Henrique

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Canto

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"O nome da mais bela flor
cantado pelo rouxinol choroso
não soa em meus ouvidos
a mais bela melodia,
mesmo como um frêmito,
das notas harmônicas
que, do teu nome doce e grácil,
a mim se pronuncia..."

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O Ódio de Amar

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E essa evocação do ódio?!
Não, não me corrompe.
O amor que há em mim
Resplandece o bom ardor da alma.

O coração de angústia não tem razão
Mas uma alma guarnecida de bons
Momentos e lembranças faz arder
No corpo um bom anseio pelo bem.

Gosto quando há dúvida.
Faz-me pensar no que há ao meu redor
E o que me pode evocar o amor!

Uma dor que supõe sobre o sentimento
De alma resplandecente, não resplandece
Em mim esse amor odioso.

Marcos Henrique

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Da Vida, Roteiro

Luz
Jus
Ação
Conclusão

Tanta luta,
Renúncias, pesar.
Fico a pensar
Em tantas alicantinas
Da vida a me atingir.
Próximos meus a me ferir.
Paro, em razão, penso,
Que sem eles não há como seguir.
Tudo incide como um roteiro.
A parte chata do atuar.
Mesmo poucos a me amar,
Voltarei a prosseguir.
Tomar as rédeas,
Me sentir.

Marcos Henrique

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Desabafos!

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Montes de olhos que me olham e não me enxergam.
Outrora não era apenas os olhos que a mim se inclinavam,
Seus corpos inteiros passavam-me calor.
Agora imerso no frio dessa indiferença.
Sustentando-me apenas com uma ínfima irradiação
Dos poucos que me pertencem.
Agora devo perguntar o porquê.
Por que se arrefeceram nessa distância?
Necessitamos uns dos outros.
Meu calor tem que ser de todos, e de tais ser o meu!
Energias já me faltam para reverter esse quadro.
Meu consolo é apenas a brevidade de uma nova esperança.

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Feedback

(soneto em redondilha maior =)
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No coração, a pulsar
Incrível satisfação
À razão, muita emoção
Em minha vida a voltar.

Uma atriz! Vida vã, não mais.
Ensinou-me os tantos ais.
Tão feliz, retornarei
A sina desse jaez:

Ao rumorejar, o vento
Estampa-se-me um sorriso
Remonta-me ingênuo siso.

E vindo a escura noite,
Ter alguém p’ra a acalentar,
Deitar no colo e sonhar.

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Brilho Ébrio

(soneto decassílabo)
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Ao enganar-me , em fim, um sorriso.
Ilusão sutil por sumir teu brilho.
Envolto em razões de tantas lembranças,
Cheguei a achar atos de criança.

Como que de outro mundo remoto,
Refulgem-me de novo estando mortos:
Reflexos do teu olhar meio turvo,
Que, das muitas dúvidas, é o fruto.

Restando aceitar tal triste emoção,
Que me aprisiona e desfalece-me,
Esperarei perder minha visão.

Antes olhos cegos ou negras órbitas,
Que permanecer a inebriar-me
Em tua luz, deitando-se à fria cova.

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Seguir no Vazio

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(Pequeno tríade de quadras em redondilha menor)

No lábio crispado.
Um sorriso amargo.
Sem vida, sem algo
Que faça valer.

Seu triste viver.
No infindo mover
Da vida, crescer
No mundo, sem alma.

É a falta da amada.
Mostrou-lhe que nada,
Amor, nem espada,
Seu rir vai trazer.

Marcos Henrique

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Lembranças de um Arrependimento


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[SONETO ALEXANDRINO (dodecassílabo)]

À tarde avermelhada, olhava as romãzeiras.
Cansado de tentar pegar os beija-flores.
Passava assim o tempo e a vida como amores,
P'ra sempre ficarão, as horas tão fagueiras.

É-me, agora, o piar do beija-flor, torpente.
Leve o vento o meu canto e essa dor me arrefece.
E, agora, como sonho, utopia, esvaece
A esperança acabada e a brisa inexistente.

Continuo ainda assim, foi do tempo oriundo,
Inerte em sentimento e sem um momento
Que, mesmo tão singelo, há um peso mui profundo.

Pode-se conquistar dinheiro e até o mundo.
Mas, p'ra felicidade, há um preço mui pequeno,
Se'o simples um tesouro em nada verecundo.

Marcos Henrique

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