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[SONETO ALEXANDRINO (dodecassílabo)]
À tarde avermelhada, olhava as romãzeiras.
Cansado de tentar pegar os beija-flores.
Passava assim o tempo e a vida como amores,
P'ra sempre ficarão, as horas tão fagueiras.
É-me, agora, o piar do beija-flor, torpente.
Leve o vento o meu canto e essa dor me arrefece.
E, agora, como sonho, utopia, esvaece
A esperança acabada e a brisa inexistente.
Continuo ainda assim, foi do tempo oriundo,
Inerte em sentimento e sem um momento
Que, mesmo tão singelo, há um peso mui profundo.
Pode-se conquistar dinheiro e até o mundo.
Mas, p'ra felicidade, há um preço mui pequeno,
Se'o simples um tesouro em nada verecundo.
Marcos Henrique