Silêncio

Foto de Edson Cumbane

MALUQUICE DA LUCIDEZ

Eis-me aqui pós-novamente
Caido, prostrado perante minha loucura
Será que não pequei ainda suficientemente?
Quantas bofetadas terá que me dar esta vida dura?

Vivo no limite que separa a lucidez da loucura
Vivo num limte que denomino: maluquice da lucidez.
Conto: um, dois, três... quando paro... continuo o mesmo!
Quantos segundos da eternidade são proporcionais
Ao tamanho da minha estúpida: maluquice da lucidez?

Ah! Falhas acontecem mas...
Valha-me qualquer gota de lucidez verdadeira.
Calo-me durante minutos perante o barulho
Do silêncio dos meus pensamentos.
Às vezes chego a confundir pensamentos com sentimentos
Que me cobrem... sei lá... a alma? Ah!

Meu erro é pensar, sentir, enfim...
Para quê me valem tais prerrogativas?
Do que me valem? Oiço respostas inefáveis...
Não as compreendo!
Se calhar me tiressem tais prerrogativas
Porque não estou a usá-las correctamente.
Eis-me aqui na maluquice da minha lucidez!

Foto de Fernando Poeta

Quando Ela Chegar

A chama um dia apagará,
E não mais haverá sofrimento,
Os erros, as perdas, os defeitos,
Serão esquecidos, apagados,
Mesmo não sendo perdoados.

A chama um dia apagará,
A infância ficará para trás,
A mocidade esquecida,
A maturidade sem importância,
A velhice apenas um sonho.

A chama um dia apagará,
E as palavras cessarão,
Os sentimentos acabarão,
Os gestos terão seu fim,
Será apenas o vazio e escuridão.

Pois ela virá ao meu encontro,
Sem aviso, sem encanto,
Envolverá-me em seus braços,
Acalentando-me com um beijo,
Sem sabor, em silêncio.

Atravessará meus sentidos,
Deixando pouco tempo,
Para lembrar ou rever,
Aqueles a quem amei,
E deixarei...

E não haverá retorno,
Não haverá dolo,
Será apenas instante,
Ao caminhar para o infinito,
Quando a chama apagar

Foto de Fernanda Queiroz

Parte de mim

Sexta, 30/06/2006 - 21:24 — Fernanda Queiroz

Que a distância que se formou entre nós
Não seja morte premedidata
De todos os sonhos que vivemos
Dormindo ou acordados
Porque uma parte de mim é sonho
E a outra parte realidade
Que a tua voz vibrante e melodiosa
Seja mais forte que este silêncio
E que meus lábios possa dizer Te Amo
Mesmo em minha constante ausência
Porque uma parte de mim é meu grito
E a outra parte é silêncio
Que minha face mostrada em video
Nunca gere esquecimento
Que possa ser vista e lembrada
Muito mais que um momento
Porque uma parte de mim foi filmada
E a outra parte a ti está reservada
Que a tua vontade de me encontrar
Não se deixe vencer por minhas palavras de adeus
E por mais que elas tenham sido convincentes
Não deixe que prevaleça em tua mente
Porque uma parte de mim foi partida
Onde outra parte aguarda tua chegada
Que o medo da desilusão não o afaste
Que a esperança perpetue em tua face
Que possa lembrar de mim com um sorriso
Muito mais que eu possa dá-lo
Que possa sentir meu carinho
Mesmo sem que possa tocá-lo
Para que uma parte de mim seja presente
Que viveu em teu passado.
Mas que este passado vire abrigo
Onde habita a saudade
Para que um dia possamos ser
Muito mais que casualidade
E que em meu habitat de sonho
Você possa viver de verdade
E neste teu mundo diferente
Eu consiga viver derepente
Que o som da natureza te aplauda mais alto
Que todos os sons que já ouviste do palco
Porque se uma parte de você é canção
E a outra parte sou eu
Uma parte de mim é você
E a outra parte é você também.
Porque uma parte de mim é amor
E a outra parte também

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Poema inspirado na canção
Metade (Oswaldo Montenegro)

Foto de Fernanda Queiroz

Saudades

Sábado, 28/05/2005 - 23:04 — Fernanda Queiroz

Saudades!
Palavra composta de quatro vogais e quatro consoantes, que quer dizer tudo e não diz nada.

Na saudade está o silêncio... será que se escreve saudades com S de silêncio?

Quem inventou está palavra?
Será que sabia quantos sentimentos existia neste conjunto de letras?

Por que não vontade louca de saber de ter de ver?
Por que não medo, insegurança, incerteza?
Por que não desejo de voltar....?

Será que o A de saudades é o A de Até breve?

Será que saudade é para rimar com felicidade?
Não!!!, Saudade rima com dor..., se rimar com felicidade seria a de reencontrar, mas aí já não é saudade, aí vira realidade...

E o U da saudade?
Será de ultimamente?
Será de unicamente?
Ou será um U de um urro de dor?

Saudades!!!!!!!
Palavra pequena para transmitir tantos sentimentos.
Não descreve nosso amanhecer sem você.
Não descreve as horas das refeições, nem daquele gostoso papo de fim de noite.
Não descreve tua cama vazia, nem meus sonhos em conflitos.

E o D da saudade?
Será de quanto em quanto tempo?
Será que por isto ele se repete?
Ou será o D do Dedo de Deus?

Mas que palavra é essa, que não descreve nada!!!!!
Não fala em afago, em carinho, em você
Não reflete teu rosto, nem teu sorriso bonito, com tuas covinhas na face que o fazia mais doce, mais perfeito.

E o E da saudades?
Será de estar junto?
Será de esperança?
Ou será de eu te amo?

Saudades, palavra tão pequena... mas poderia ter um acróstico, que cada vogal ou consoante teriam infinitas explicações, descreveria infinitos sentimentos, que molhariam lenços e fronhas....

Saudades!
Será de novo o S do silêncio?
Ou o S de sofrer?
Ou o S de Será?

Será que a palavra saudades, esta relacionada com sonhar?
Será que significa voltar?
Ou saudades é um eterno esperar...

Fernanda Queiroz
(Direitos Reservados)

Foto de JORMAR

O Toque

Um miraculoso ponto de pele que sucumbe leve noutra pele desprotegida, levando os dias de espera que nela se escondem despidos, e foge logo em seguida. Um segundo de aconchego quente que destrona a eternidade e reina na palma da mão. Um vento que brota e morre no mesmo instante na raiz da própria morte. Um país que invade os sonhos e os deixa perdidos no ar. Um suspirar fumegante de um silêncio sussurrado pelo balanço do chão, onde os passos cantam e a calçada teima em desfazer-se com o luar. Água que queima a sede. Terra que se evapora em calma tremida. Calor que transpira o olhar onde a alma tépida transparece vencida pela paixão.
O toque. Lágrima que escorre pela pele vazia, sacudindo célula a célula, a imensidão e a melancolia. Noite que se esquece de escurecer. Noite que se casa com o dia e detêm o entardecer. Tempo suspenso no amanhã que se esquece de pisar e confunde o pensamento. Palavras indecisas trocadas pela pele e tocadas pela vontade de amar. Silêncios amachucados pelo respirar dos dedos que se soltam descuidados, sem momento ou direcção.
Sobre este toque, o sabor a infinito, o perfume da ilusão, o gosto pelo desconhecido, e a pele da emoção.
O toque, impossivel viver sem ele,
(Marisa Cruz)

Foto de JORMAR

O silencio

No silêncio do meu quarto fico

Vivo a esperar e premedito...

Que voltes para matar a minha saudade

Só assim, outra vez terei felicidade

Minha cama está vazia

Sinto-me nu, inteiramente nu...

Faz-me falta o calor da tua pele..

E o abraço que o meu corpo te aquecia.

Marisa Cruz

Assim, na ternura dos nossos abraços

Entre sussurros e afagos eu adormeci

Foto de Fernanda Queiroz

Canção do silêncio

Queria cantar uma canção
Onde habitasse emoção
Entoação e ritmo
Exaltando sentimentos
Sem gerar conflito
Ser um doce envolvimento
E as notas bailando...

Queria cantar uma canção
Que falasse de amor
Que espelhasse minha face
Que mostrasse meu sorriso
Em que meus olhos brilhassem
Iluminando-te se preciso
E a melodia embalando...

E as notas bailando
A melodia embalando

Queria cantar uma canção
Que perpetuasse na eternidade
Empregada de romantismo.
Que ao ouvir a primeira nota
Fosse invadido pelo altruísmo
Se sentisse como uma gaivota
E a sinfonia acalentando...

E as notas bailando
A melodia embalando
E a sinfonia acalentando

E nesta canção que baila
Que embala
Que acalenta
meus sentimentos derramam
minha alma que clama
Em meu coração em chama
E a canção acontece...

E as notas bailando
A melodia embalando
E a sinfonia acalentando
A canção acontece
Letras em forma de prece
Canção que você conhece
Onde tudo converteu
Fazendo nascer o adeus
Como entoada pelos ventos
Nasceu a canção do silêncio

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de ivaneti

Amar...

Quero amar te junto ao mar
Acordar o ar que tu respira
Ser navegante despida!!!
Ouvir o sussurro das ondas

Paírar!!! e vibrar sem machucar
Te tocar no silêncio! sem abafar
Nos envolvermos o meu e o teu
Ficar contemplando sem afundar
Sentir o cavalheiro faceiro sem ar

Se navego nesse aconchego cego
Quero me entregar, e te amar!
Acarinhar no barulho do mar
Açoitar gemidos levados a ecoar

Nada sou sem teu amor a me abraçar
Parece que vejo o mundo se acabar
Quero esse amor junto ao luar
Me amparar, tocar te, voar!

Brinda comigo nesta brisa do amor
Nessa noite, deixa apenas eu te
Tocar!!!

Ivaneti Nogueira

Foto de Carmen Vervloet

Rostos que Falam

Em silêncio vivo, fala o corpo...
Uma mão agitada, um sorriso morto
fala o que a boca não diz...
Medo, dor, angústia ou saborosa felicidade
nas esquinas, vielas, mansões ou bares da cidade!
O âmago expressado no rosto
deixa o sentimento exposto!
A índole revela-se humilde, alegre, bondosa
com perfume de rosa
ou arrogante, torturadora, mafiosa
carqueja amargosa, planta espinhosa...
Rostos que tocam
como o do Papa João Paulo Segundo
um rosto humilde, sorriso amoroso,
um olhar doce e profundo...
Mas os que me tocam mais no fundo
são rostos de crianças, enjeitadas, nas ruas
com seus gritos mudos, expressões tão suas...
E o eco destes gritos que se perde
aos ouvidos surdos...
O inquiridor olhar à crueldade do mundo!
Outros rostos assustam pela indiferença
rostos duros, frios, estigma do caráter hediondo
ferozes marimbondos
cegos para a dor dos que estão à sua frente
de egoísmo, doentes... lentes sem grau!
Foco... apenas o próximo degrau...
Insensíveis às mazelas e procelas,
sentimentos embotados,
interesses próprios escancarados...

Os rostos são esculturas vivas!
As mais reais e precisas
talhadas pelas almas que os animam
avaliadas pelos corações que os examinam...
Os rostos falam... E como falam...
Basta olhar para o rosto dos enamorados!

Carmen Vervloet

Foto de Metrílica

Não vivo

Teu silêncio me entristece...
Tua ausência me corroe a alma...

O tempo não passa...
Me torturas assim...

Não desperto...
Não respiro...
Não sinto...
Não vivo...

Quando não sei de ti...
Quando desapareces...
Quando te calas...

Seja por quanto tempo for...
Um dia...
Uma hora, ou mais...
Seja por um minuto ou segundo...

Te necessito como o respirar...

De Metrílica... em razão da ausência de Anibal Minotaur

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