Foto de Osmar Fernandes

No pó da bagaceira

A menina mãe-solteira,
é catadora de bitucas...
Vive no pó da bagaceira
com mil grilos na cuca.

Os boateiros dizem que é chocadeira.
Nos seus devaneios viaja sem roupa...
Sua paixão é o caçula da benzedeira.
Fogosa, gostosa, dá água na boca!

É fera, é loba, é gata!
Tem fama de deitadeira.
Apaga seu fogo no rio do prata...
É puro sangue de mulher brasileira.

Sua jornada é de muita luta.
Sua história é de mulher guerreira...
Nunca foi prostituta!
Mas, vive no pó da bagaceira.

Obs.: Catador de bituca - trabalhador de canavial que cata "Cana" que cai das julietas, caminhões, etc.

Foto de Sonia Delsin

UMA RAZÃO PRA VIVER

UMA RAZÃO PRA VIVER

Ainda que as noites
me sejam açoites.
Ainda que me firam os dias.
Ainda...
Ainda acho a vida linda.
Ainda que eu galgue montanhas buscando a flor azul eu sigo.
Persigo.
Persigo o sonho que me afasta do pó.
Ainda que eu ande sempre só.

Foto de Claudia Nunes Ribeiro

RAPTO

Minha alma tranquei no espelho
Percorro o dia
Automatizando meus passos
Sendo um espectro do que já fui.

Meus bens já não me pertencem
Meus quadros, da parede arrancados,
A mobília revirada,
Tudo coberto pelo pó do tédio
Que se tornou minha vida sem você.

Espio a vida pela fresta da janela.
A luz não deixo entrar
Natal, Carnaval, Páscoa,
Nada disso me interessa

Não sou mais companheira da aventura,
O ar da alegria não penetra mais
Em meus pulmões.

Sinto-me só,
Desamparada e triste
Seqüestrando minha própria vida
E trancando na gaveta
Junto a teu retrato.

Foto de du coral

eterno é o amor

Os anos passam de uma forma estranha:
o nascimento, a vida, a morte e o pó;
depois as teias e os sons de aranhas,
e a alma, no inferno, quase sempre só.

Depois o choro de um recém-nascido,
no ano três mil, no meio de uma guerra,
que quando cresce fica bem sabido
em distrações que a um pobre homem ferra.

Vasos de vidro com milhões de flores,
mulher dos sonhos, você é linda assim?,
que surge nua na manhã com cores.

E os anos passam novamente estranhos,
o nascimento, a vida, a morte e o pó;
é lindo o amor, eterno amor tamanho!

Foto de Francisco Goty

Espelho do ego.

Hoje

enterro o meu corpo dorido junto ás cinzas de um poema.

.

E despeço-me!

Esventro-me num golpe feito solidário por uma cumplicidade divina.

.

Tragédia antiga do suspiro humano.

.

Cântico poetizado pelos malditos.

.

Embriaguez dos sentidos.

Ou simplesmente...

processo doutrinário falsificado pela vida.

.

Hoje sou esta causa de mim próprio.

Gemendo a saudade da partida.

.

Retiro todas as máscaras criadoras do ego.

.

E...

já os demónios rasgaram a carne gelada do pecado e da vaidade.

E...

adormeceram-me num sono doido de pó e nevoeiro.

Foto de Sonia Delsin

CORPOS ILUMINADOS

CORPOS ILUMINADOS

Olha-se a casca.
Tem valor?
E o que está lá no interior?
Nem todos conseguem imaginar.
Outros corpos a brilhar.
Teu corpo é luz.
Uma luz tão intensa.
Faz diferença?
Faz toda a diferença.
Este ser iluminado tantas vezes é maltratado, judiado, pisoteado.
Tantas vezes é um sofrimento causado pelo próprio morador.
A matéria vira pó.
Mas é só?
É só isso que somos?
Quantos mistérios ignoramos!
Somos corpos iluminados.
Pelo “criador” tão amados.

Foto de tadeu paulo

FALANDO DE SONHOS

FALANDO DE SONHOS . . .

bebi com os olhos
toda sua farta
e linda essência...
que engoli inteiro,
em meu díspar
e difuso pensamento...
e nada mais resta
da fútil e falsa
noção de decência...
sou o féretro
em que se guardam
esquecimentos,
dissabores e ausências;
sou a mão assinalante
do afogado,
a procura d’algum
braço, que a abrigue;
de uma sombra,
que a torture;
de penumbra,
que a castigue...
pois, sou poeira,
pó estradeiro,
escapante e rasteiro,
assustador de sonhos...
mero e puro pesadelo!

(Tadeu Paulo -- 2007-09-28)

Foto de HELDER-DUARTE

Sonhei

Ia caminhando p´ela cidade,
Até, que me senti cansado, apesar da minha mocidade.
Cansaço, físico e espiritual...
Não parecendo, este estado, pertencer à lógica racional.
Com verdade, eu era um humano ser, cheio de infelicidade.
Como quem, não tem liberdade.
O estado de ser feliz, não viera a encontro meu.
Sabe Deus, porque isso me aconteceu!
À frente estava um jardim.
Então pensei:
Sentar-me-ei,
Naquele banco, perto do jasmim.
Havia um ribeiro, que som não entoava,
Ao descer um monte, onde as águas não o magoavam.
E um rouxinol, nele bebia;
Pois morrer, não queria,
Como o das «...longes terras...»
Que no ribeiro do século dezasseis,
No mesmo, caia e morria.
Naquela terra, de sofrimento, mil vezes!
Este jardim, tinha vida.
Como o tinham «A Cidade e as Serras»
Do Eça de Queirós, romancista.
Lembrava ainda, «O vale de Azambuja» de «Viagens na Minha Terra»
Do poeta, que a mulher, exaltava
E anjo lhe chamava.
Então, no banco me sentei.
Adormeci...
E sonhei... sonhei...
Que feliz era...
Com a felicidade, que este pó, jamais tivera!!!...

HELDER DUARTE

Foto de Cecília Santos

IMORTAL

IMORTAL
#
#
#
Hoje mais que ontem.
Sei que a vida é eterna.
Nosso corpo vira partículas de pó.
Mas a nossa alma que e imortal,
Ganha a pura liberdade e voa.
Voa procurando novos rumos,
novas moradas.
Vai à procura de outro plano,
de outra dimensão.
Não é ilusão, nem minha imaginação.
Sei que sua vida agora,
tem outras diretrizes.
Seu tempo, seu mundo,
não é o mesmo que o meu.
Sua vida prossegue, com novos amigos.
Novos ensinamentos, novas verdades
Falo com você através dos anjos nos meus
sonhos, atavés da lua das estrelas.
Te encontro em cada estação do ano.
Você está presente na gota de orvalho
de cada amanhecer.
Sinto sua presença na brisa suave.
No sol escaldante, na noite tranqüila.
Sua presença é tão forte e constante.
Que sei que você não me esqueceu,
assim como eu não te esqueci.
Sei que sente minha falta,
assim como eu sinto a sua.
O amor entrelaçou nossos corações.
Jamais seremos dois seres separados.
Meu coração continua a te amar.
Meu sorriso é pra te alegrar.
Meu canto pra te embalar.
Meus braços são ninhos pra te proteger.

Direitos reservados*
Cecília-SP/09/2007*

Foto de Carolina Salcides

Pó de Fada

PÓ DE FADA

Pó de fada
Sopro de mago
Conselho de bruxo
Cavalo alado
Leva-me pra longe
Pra lá do horizonte
E que ele me encontre
Nos seus mais belos sonhos
Que o seu sopro me ache
Num paraíso
Ou em Marte
E me traga de volta
Sempre que eu me perder
Sou tua Deusa
Tua fada
Tua Mulher
Tua Amada
E não irei esquecer
Que nos meus sóis
E em minhas sombras
Sem nem ter havido lençóis
Lá sempre te encontras.

Carolina Salcides em 21.08.05

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