FALANDO DE SONHOS . . .
bebi com os olhos
toda sua farta
e linda essência...
que engoli inteiro,
em meu díspar
e difuso pensamento...
e nada mais resta
da fútil e falsa
noção de decência...
sou o féretro
em que se guardam
esquecimentos,
dissabores e ausências;
sou a mão assinalante
do afogado,
a procura d’algum
braço, que a abrigue;
de uma sombra,
que a torture;
de penumbra,
que a castigue...
pois, sou poeira,
pó estradeiro,
escapante e rasteiro,
assustador de sonhos...
mero e puro pesadelo!
(Tadeu Paulo -- 2007-09-28)