Pobre poeta louco
Yuri Rodrigues
Cálice maldito da minha alma
Que se enche com o vinho da morte
Embriaga-me e me faz louco
Um pobre poeta apaixonado
Que se deixa levar pelas coisas do coração.
Sentado em um canto de trevas
Escrevo meus versos malditos
Coloco no papel toda a minha insanidade.
Até mesmo a linda donzela
Que se perdeu no escuro do meu coração
Já se foi por medo da demência
Medo de um poeta apaixonado
Medo de um poeta amaldiçoado.
O cálice está vazio,
Aquele vinho que me embriaga
Torna-me um pouco mais sensato
Deixo então os prazeres da poesia
E me envolvo nos prazeres da bebida.
O mesmo amor que me consumiu
E me tornou este poeta louco
Enterra-me em um buraco à luz da lua.
Ainda sou poeta, mas poeta defunto,
Apodrecendo pelo amor que não tive
Enterrado sozinho com a minha loucura.
Ao lado do túmulo, um lírio
Que se deixa encher de orvalho
Enquanto minha boca se enche de vermes.
Um pobre poeta louco,
Que morreu na esperança de ser amado.