Ondas

Foto de Drica Chaves

Noite de lua

Enluarada a noite vagueia
Procurando cores
Risos de um palhaço estonteante
Até que enfim encontra um amante.
Sai a divagar no horizonte
Serena,orvalhando as flores.
Para aonde vais?
Certamente ao encontro do mar
O lugar mais belo e profundo
Onde acha o seu abrigo.
Difícil conter-se diante do agito
Das ondas espumantes
Delírios repletos de esplendor.
E o amante?
Sorri junto a ela,
Envoltos numa atmosfera de sonhos
Românticos
Clareados por um raio fascinante
Por ser multiplicador
De quê?
Amor,amor,amor...

Drica Chaves

Direitos autorais reservados

Foto de sergiomorsan

UM SOM

UM SOM

Sinta o som
Sinto o som Sinta o som
E a batida Frenética
Que sai do violão na mão

Do microfone
Ecoa o som
Das cordas
Vocais, musicais

Que ressoam
Estridentes
Nos alto-falantes
Caixas acústicas

Amplificadas
Na potência máxima
Dos interruptores
Quebrando

Todas as barreiras
Existentes entre
O silêncio
E o nosso som

Sinta o som
Sinto o som, sinta o som
E a batida Frenética
Que sai do violão na mão

Na freqüência
Das ondas
Etéreas
Constantes

Expressas
Radiações
Sensoriais
Equalizadas

Sai do movimento
Inédito
De nossas
Inspirações

Causadas
Pelo efeito
Sonoro
Ilimitado do som

Foto de Mentiroso Compulsivo

ESPÍRITO DO MAR

.
.
.

Até longe vaguei a minha alma
Com o espírito pesado de mágoa,
O meu barco fustigado pela água
Fez dolorosa a vigília sobre a proa
Quando à noite ouvia rochedos falar
Meu corpo encrespado de frio gelado
A fome impiedosa, a comida se havia esgotado,
Sentia o sabor quente do mar glaciar
Defrontado e gasto pelas tempestades
Esmagando o meu coração com o peso da dor
Amargo destino condenado a esperar
Um amor de mulher ausente lá na cidade
Onde amantes podem viver seu amor
Consolo de amigos a festejar a agradável noite
Na mesa o vinho e o pão em risadas de alegria
Gozo e barulho na balbúrdia da cidade
Luzes na ribalta da noite em rebeldia
Não oiço nenhum som, apenas o rugido do mar
Não! Oiço um eco, um gritante gemido
Parecia vindo de um leito em voz de mulher
Mas que me trouxe de volta a realidade do mar
É o choro agudo da tempestade que se aproxima
O grito de uma criatura que é ave inocente
Tão pequena e ténue, de nítida voz de água transparente
Por entre o lamento do vento cruel e insensível
Trazido na noite branca escurecida de neve
Pelas sombras de granizo que caía no mastro
Ondas violentas a querer o seu grande ego
Da sua maior monstruosa grandiosidade
A caírem como turbilhões de lágrimas salgadas
Que o meu bartedouro não consegue vazar
E no meu barco sozinho andava perdido
Não havia gaivotas que me pudessem guiar
Ansiava só pela voz que me pudesse ouvir
Aprisionado naquele mar imenso, sem fim
Desejei lançar-me ao caminho do mar
Naquele instante vi portos distantes
Perto dos meus parentes aquém, para lá do além
Um romper de uma nova aurora de luz
Trazendo o rumor de uma nova terra
E vagueei com os amigos a caminho de casa
Esperando minha amada, ansiosa porque tardava
Livre do medo eu fiquei da longa viagem
Senti a voz que me dava a esperança terrena
E o meu coração ficou apaixonado pelo espírito do mar
Arvores verdes floresceram nas águas
A cidade bela que tanto ansiava, ergue-se no mar
Campos de flores, planícies verdejantes de amarelo
O meu espírito pairou sobre a extensão dos oceanos
Ansioso e desejoso de mergulhar em suas águas profundas.

© Jorge Oliveira

Foto de Carmen Vervloet

UM POUCO DA HISTÓRIA DO ES - Convento da Penha - 450 anos

Convento da Penha – 450 anos

Nos idos do mês de maio de 1535 fundeava na enseada da futura Vila Velha, até então terra dos índios goitacazes, a Caravela Glória trazendo o luso donatário Vasco Fernandes Coutinho que vinha tomar posse da Capitania, à qual deu o nome de Espírito Santo.
Encontrou aqui, beleza natural estonteante que deixou a todos sem fôlego! Muitos eram os pontos fortes desta então Capitania, mas dou destaque àqueles que sempre extasiam meus olhos e enchem de luz e paz o meu coração capixaba: A verde Mata Atlântica, com sua rica flora e fauna, palco de orquestra composta pelas mais variadas espécies de pássaros; Suas montanhas esculturais criadas pela mão da grande artista natureza, pedras que fecundam o próprio chão; E o seu mar pincelado com o verde liquefeito de suas matas e o azul liquefeito de seu céu que juntos lhe dão a cor verde-azul que se expande numa extensão infinita onde meus olhos pousam cheios de amor e admiração!
A esperança que dominava o nosso donatário ao desembarcar nas praias deste Novo Mundo foi aos poucos se apagando em razão das lutas entre os colonos e os índios.Vasco Fernandes Coutinho mandou vir de Portugal alguns padres missionários para que pacificassem os nativos.
No ano de 1558 chegou aqui o Missionário Espanhol Frei Pedro Palácios que trouxe na sua bagagem um belíssimo painel de Nossa Senhora da Penha, o mesmo que ainda se encontra no Convento da Penha. Procurou abrigo numa caverna no pé da montanha para onde levou seus pertences e também o painel de Nossa Senhora. Quando no dia seguinte acordado pelo gorjeio dos pássaros e o marulhar das ondas do mar que no seu vai e vem levavam e traziam de volta os seus sonhos de missionário depositando-os sob a forma de branca espuma sobre a areia morena, percebeu que o Painel de Nossa Senhora havia desaparecido. Preocupado saiu à procura do mesmo, no que foi ajudado por outros colonos e depois de longa e dolorosa busca, exauridos, arranhados, machucados, encontraram-no a 154 metros de altitude, bem no cume da montanha entre duas frondosas e verdes palmeiras. Levaram-no de volta para a caverna e no dia seguinte, segundo a lenda, lá estava Ela outra vez de volta ao cume da montanha, entre as mesmas duas verdes e frondosas palmeiras. Este fato aconteceu por três vezes, até que Frei Pedro Palácios percebendo que Nossa Senhora queria ter uma melhor visão sobre seus filhos para que pudesse protegê-los de todas as vicissitudes e perigos, atendendo a vontade da Santa, construiu a sua capela no lugar escolhido por Ela. Ele próprio, velho e alquebrado, mas homem de muita fé carregou lá para o píncaro os primeiros materiais para a construção da ermida. Realizado seu grande sonho, a poder de muito trabalho e esforço a capela foi inaugurada com toda a pompa merecida no dia primeiro de maio de 1970. Nesta mesma data, levado por Anjos, aos sons dos sinos da sua pequena capela partiu feliz o velho e santo missionário para sua morada eterna.
Hoje o Santuário da Penha abrange uma área de 632.226m2. No seu interior abriga séculos e séculos de história, de fé e esperança, de devoção e coragem e é sem dúvida considerado o maior atrativo turístico e religioso do Estado do Espírito Santo. Fica localizado no Município de Vila Velha, integrante da região da grande Vitória, Capital do Estado. A faixa de Mata Atlântica existente no Santuário da Penha é o mais importante pulmão verde da cidade de Vila Velha e abriga uma variada flora e fauna. A festa da Penha é considerada hoje a terceira maior festa religiosa do País.
Nas noites de lua cheia, guardo ainda a imagem que tatuei na minha alma de criança. O manto de Nossa Senhora entrelaçado junto ao manto do luar estendido sobre a nossa cidade protegendo-a de todas as ameaças e perigos envolvendo-nos nos seus braços de Mãe do Céu.

Carmen Vervloet

Foto de Drica Chaves

Toda Tarde

Ao entardecer:
folhas que caem cobrindo o chão,
cigarras a cantar,sintonia ao luar
rios de águas mornas passando
pedacinhos de sonhos em cada rosto,
suaves ondas a nos inspirar.
Não cessam,batem e voltam
vêm e se vão
arrebentam e se esvaem,
contudo,incansáveis são elas.
Persistem.
A cada entardecer uma leve ilusão...
Um ciclo de emoção:
Um retorno ou um recomeço?

Drica Chaves

Direitos autorais reservados.

Foto de Drica Chaves

Noite de lua

Enluarada a noite vagueia
Procurando cores
Risos de um palhaço estonteante
Até que enfim encontra um amante.
Sai a divagar no horizonte
Serena,orvalhando as flores.
Para onde vais?
Certamente ao encontro do mar
O lugar mais belo e profundo
Onde acha o seu abrigo.
Difícil conter-se diante do agito
Das ondas espumantes
delírios repletos de esplendor.
E o amante?
Sorri junto a ela,
Envolto numa atmosfera de sonhos
Românticos
Clareados por um raio fascinante
Por ser multiplicador
De quê?
amor,amor,amor...

Drica Chaves.

Direitos autorais reservados.

Foto de Drica Chaves

Noite de lua

Enluarada a noite vagueia
Procurando cores
Risos de um palhaço estonteante
Até que enfim encontra um amante.
Sai a divagar no horizonte
Serena,orvalhando as flores.
Para onde vais?
Certamente ao encontro do mar
O lugar mais belo e profundo
Onde acha o seu abrigo.
Difícil conter-se diante do agito
Das ondas espumantes
delírios repletos de esplendor.
E o amante?
Sorri junto a ela,
Envolto numa atmosfera de sonhos
Românticos
Clareados por um raio fascinante
Por ser multiplicador
De quê?
amor,amor,amor... ( Drica Chaves) Direitos autorais reservados.

Foto de Carmen Lúcia

Pássaro mutante

De quantos vôos necessitas
Pra extravasar teus trinados?
De quantas cores te camuflas
Pra desmascarar camuflados?
Às vezes, suave passarinho,
Na construção de seu ninho,
Esposa, filhos, lar...

Por outras, és sabiá,
Entoas tristes gorjeios
Trazendo saudades de lá...
Ou então, um beija-flor...
Planando... Não sais do lugar,
Vôo rasante, apaixonante,
Rodeias a flor pra lhe falar de amor!

Transmutas-te numa gaivota
Quando queres reverenciar o mar...
Entre nuvens desapareces,
Em altas ondas ressurges,
Vôos coreográficos
Em azuis celestiais.

E quando ronda o furacão
És o condor que reaparece
E das grandes montanhas desce
Camuflando-se de negro tufão
Em defesa dos oprimidos,
No combate à corrupção.

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Vervloet

De Mulher Para Mulher (Minha homenagem a todas as mulheres)

DE MULHER PARA MULHER

Tu és amiga... Companheira...
No mar bravio da vida, marinheira
destemida a navegar
sobre as ondas oscilantes deste mar...

Comandas seu frágil barquinho...
Vais vencendo de mansinho
as turbulentas águas da lida,
onde fostes inserida pela vida...

Corpo delicado... Mão forte...
Indicas o rumo... Mudas a sorte...
Nesta tua tripla jornada
de provedora, mãe, mulher
que tão bem sabe o que quer!...

Acordas quando a lua adormece...
Dormes quando o tempo acontece...
Sem hora... Sem previsão...
Quando deixam de solicitar tua atenção!...

Nem sempre compreendida, valorizada,
carregas dentro de ti guardada
a tua inquestionável intuição...
Seta que te dá a direção!...

Da vida, em torno de ti girando, tudo esperas...
Como uma dourada esfera
envolves o mundo
com teu amor profundo!...

Semeias a paz... Sábia e audaz...
Com teu jeito eficaz
deixas brotar a emoção
que sai do teu terno coração!...

Mulher... tu és o amor-perfeito...
Sem medos ou pré-conceitos
deste multicolorido jardim
de amor sem fim!...

E merece de mim
esta homenagem, sim!...
De mulher para mulheres...
Por entender tão bem
O que queres!...

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados ao autor.

Foto de sergiomorsan

UM SOM

UM SOM

Sinta o som
Sinto o som Sinta o som
E a batida Frenética
Que sai do violão na mão

Do microfone
Ecoa o som
Das cordas
Vocais, musicais

Que ressoam
Estridentes
Nos alto-falantes
Caixas acústicas

Amplificadas
Na potência máxima
Dos interruptores
Quebrando

Todas as barreiras
Existentes entre
O silêncio
E o nosso som

Sinta o som
Sinto o som, sinta o som
E a batida Frenética
Que sai do violão na mão

Na freqüência
Das ondas
Etéreas
Constantes

Expressas
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Sai do movimento
Inédito
De nossas
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Causadas
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Sonoro
Ilimitado do som

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