Manhã

Foto de Cretchu

WALDICK SORIANO


Hoje, nesta manhã ensolarada na zona da mata mineira, ficamos chocados com a notícia da morte de Waldick Soriano. O gênio da música, o grande baiano de Caetité, faleceu aos 75 anos, em conseqüência do câncer de próstata contra o qual vinha lutando há dois anos.
Por falar em câncer de próstata, fica aqui um aviso para os machões deste mundo cão: façam o exame preventivo. Não precisam ser exagerados como um amigo que tenho, que faz o exame preventivo do câncer de próstata quatro vezes por semana e cinco vezes ao dia. É que este meu amigo é muito desconviado, digo, desconfiado, e adora ter uma segunda opinião em tudo o que faz.
Waldick Soriano foi um gênio da música universal, um homem de grande conduta, tendo exercido várias funções humildes antes de se tornar o grande ícone da arte. Suas canções de amor não tinham frescura. Era da estirpe de um Paulo César Pereio (que aliás apresentou o talk show Sem Frescura e, num dos programas, enquanto o entrevistado respondia a uma de suas perguntas, Pereio pegou no sono).
São inesquecíveis os sucessos de Waldick Soriano: Quem és tu?, Paixão de um Homem, Perfume de Gardênia e Eu não sou cachorro não, dentre tantos outros sucessos que embalam o romance de um homem e uma mulher e/ou por aí vai.
Agora, neste momento, Waldick Soriano está entretendo os anjos que suspenderam seus cantos gregorianos para ouvir música de qualidade. Ou então reencarnou em um outro futuro gênio da música. Ou reencarnou até mesmo em um anjo. Seja lá o que tenha acontecido com Waldick Soriano, ele sempre foi imortal.

Foto de Sonia Delsin

CHÁ DE ROSAS...

CHÁ DE ROSAS...

Maria Lúcia tentava deixar a mesa bem bonita. A amiga Leonor era tão reparadeira.
Ela nunca fora muito de arrumações. Na verdade odiava estes detalhes de mesas bem arranjadas.
Etiqueta não era com ela.
Gostaria que a amiga se sentasse na cozinha mesmo e as duas se pusessem a conversar como nos velhos tempos.
Que tempos aqueles!
─ Puxa! Como seus peitinhos cresceram, Malu!
─ Leonor, cria modos, menina!
As duas cheias de segredinhos. Mauro era lindo e as duas o desejavam.
Desejavam sim, por que dizer o contrário?
Os milhões de hormônios. Quinze anos. Malu tão triste sempre. A falta da mãe e Leonor a lhe fazer companhia todas as tardes.
─ Ela melhorou, Malu?
─ Que nada. Nunca mais sai daquela clínica...
─ Como pode? Uma mulher tão bonita ir parar num lugar daqueles. Tenho pena de você. Sabe que sou sua amiga até embaixo d’água. Pode contar comigo sempre.
O abraço da mocinha a confortá-la.
─ Ele passou pela calçada hoje e só faltou torcer o pescoço de tanto olhar para trás.
─ De quem está falando?
─ Do tonto do Jonas.
─ Ainda vai se casar com ele.
─ Isto é que não. Malu, eu quero o Mauro.
─ Ele gosta da Vânia.
─ Que sortuda ela é! Os olhos daquele cara são de matar...
Enquanto arruma a mesa Maria Lúcia se recorda dos tempos da juventude.
Leonor se casou mesmo com Jonas e como se deu bem na vida. Não poderia encontrar melhor marido. Mauro não se casou com a Vânia. Acabou mudando e casando-se em outra cidade. Voltou umas duas vezes à cidade e todos comentavam que ele se casou com uma mulher muito bonita.
Ela se casou com Normando e foram felizes naqueles dez anos que passaram juntos, mas a morte o levou cedo demais. Marina ainda não tinha sete anos quando ele se foi.
Irmãos ela não tivera, e a amiga de tantos anos não era a mesma de antes.
Malu não era de fazer amizades com facilidade e vivia muito só. A filha já estava com nove anos e estudava à tarde. Leonor havia ligado que viria para um chá.
A amiga ficara cheia das frescuras e ela continuava a ser a mesma de sempre.
Vestia um longo vestido indiano, que era como gostava de se vestir. Nos pés trazia umas sandálias leves. Os cabelos ainda continuavam muito negros e ela os trazia pelo meio das costas.
Era uma bela mulher. O sofrimento não lhe marcou o semblante.
Acabou a arrumação da mesa, ligou o som num volume bem baixinho e ficou a aguardar que a amiga chegasse. Ainda tinha vinte dias de férias pela frente.
Pensara em viajar, mas a filha estava em aula. Não conseguira desta vez conciliar as férias da filha com as suas.
A campainha a fez sobressaltar-se. Já estava a divagar. Havia se esquecido que aguardava a amiga.
Foi atender e a aguardava uma enorme surpresa.
Mauro! Não mudara tanto naqueles anos.
Ele estendeu a mão.
─ Como vai, Malu?
─ Bem, e você? Que surpresa!
─ Soube que ficou viúva. Sinto muito por você. Só fiquei sabendo há uns três meses. Meu primo esteve me visitando e contou.
─ Fico grata que tenha se lembrado de vir até aqui...
─ Eu tenho muitas coisas a lhe contar...
─ Estou aguardando uma visita.
─ Quem?
─ Espero a Leonor.
Mauro franziu a testa, demonstrando desagrado.
─ Volto outra hora.
─ Estou de férias. Volte amanhã para conversarmos.
Com um abraço ele se despediu.
Depois de dez minutos a amiga chegou e Malu notou que Leonor estava excessivamente maquiada, vestia uma roupa de péssimo gosto, trazia os cabelos numa cor exageradamente avermelhada.
Beijou-a e a fez entrar na casa, tentando uma conversa amigável.
Não gostou quando Leonor fez alguns comentários desagradáveis, mas tentou ignorar.
Diante da mesa ela comentou que havia ficado a desejar com a arrumação da mesa.
Malu havia aprendido com o marido que os calados sempre vencem e ela o recordava ainda mais neste instante.
Normando nunca gostara de Leonor.
─ Que chá preparou para nós?
─ Um chá de rosas...
─ Que horror! Eu não tomo uma coisa destas...
Malu a olhou demoradamente nos olhos e descobriu que a amiga de tantos anos se tornara uma estranha. Uma estranha!
─ Estou brincando. Preparei o seu chá preferido. Chá preto.
─ Quem lhe falou que gosto de chá preto, querida? Eu gosto de chá mate natural. Natural...
─ Eu preparo num instante...
A mulher seguiu em direção à cozinha. Não diria à amiga que Mauro estivera lá. A intuição lhe dizia que nada deveria contar.
Preparou o chá rapidamente, por sorte tinha uma caixinha de saches de chá mate.
Agüentou pelo resto da tarde as conversas banais da amiga e esta por fim comentou sobre Mauro.
─ Se recorda como éramos loucas por ele, Malu?
Maria Lucia nada disse. Ficou esperando que ela falasse.
─ Ele está separado. O casamento não deu certo. Dizem que tem um filho e vivia um inferno com a mulher.
Ela ficou a ouvir sem nada comentar.
Logo que a amiga saiu, ela foi até o colégio buscar a filha, que naquele dia tivera aula de reforço. Marina tinha muitas dificuldades em matemática.
As duas voltaram abraçadas. Marina era muito alta, quase a alcançava aos nove anos. Havia puxado ao pai.
Ela contou à filha que a amiga Leonor passara parte da tarde com ela e ocultou que um velho amigo também a visitara. Achou que seria melhor nada comentar.
As duas jantaram e ficaram vendo TV.
─ Gostaria tanto que estudasse de manhã, minha filha.
─ Mamãe, sabe que tenho preguiça de me levantar cedo...
Ela acariciou a testa larga da filha e ficou recordando o marido. Ele fazia falta, como fazia!
Beijou a filha e as duas foram dormir.
Mauro voltou a visitá-la no dia seguinte.
Ela vestia um velho jeans e uma sapatilha de tecido. Os cabelos estavam presos com uma pequena presilha no alto da cabeça.
Estava muito bonita e se divertia com um jogo de quebra-cabeça da filha quando a campainha tocou.
Mauro também vestia uma calça jeans e uma camisa azul clara. Quase na tonalidade de seus olhos.
Ela o convidou a entrar e ele se encaminhou até o quebra-cabeça quase montado, encaixando rapidamente as peças que faltavam.
Malu ficou a olhá-lo quietamente.
─ Não me convida a sentar?
─ Claro. Sente-se. Fique à vontade, Mauro.
Ele se sentou numa poltrona e ela puxou outra bem à sua frente.
─ Também estou só ─ disse ele.
─ Não entendo porque me procurou...
─ Sempre fui apaixonado por você. A Leonor vivia a me dizer que você não podia nem me ver. Passei quase toda a minha vida sonhando com você. Por fim acabei indo embora daqui quando a vi casar-se com o Normando.
Ela o olhou demoradamente.
─ Apaixonado por mim?
─ A Leonor nunca contou?
─ Não. Ela me dizia que você era apaixonado pela Vânia.
─ Tantas vezes eu a procurei e pedi que lhe falasse que eu a amava.
─ Não posso crer.
─ Estou dizendo a verdade.
─ Não posso crer que minha amiga tenha feito isto comigo. Ela sabia que eu também...
─ Você o quê?
─ Eu também o queria tanto...
Mauro levantou-se da poltrona e pegou a pequena mão de Maria Lucia entre as suas.
─ Sonhei tanto com você. Tanto que nem pode imaginar. Quando aqui cheguei pensei em procurar a Leonor para pedir que viesse lhe falar de mim, mas a vi um dia ao lado do marido e ela me olhou de uma forma que me fez desistir. Em seu olhar havia algo que não gostei nada.
Os olhos de Malu o fitavam e Mauro aproximou-se dela ainda mais. Sua boca a procurou e quando deram por si estavam se abraçando e beijando apaixonadamente.
─ Eu nunca a esqueci. Casei-me com a Dora para tentar esquecê-la, mas cometi um grande erro. Um casamento destes nunca dá certo.
─ Eu fui feliz com meu marido. Ele era uma pessoa maravilhosa.
─ Fico feliz por você. Eu vivi num inferno. Por sorte me libertei. Sinto pena do pequeno Franco que sofre sem ter culpa de nada.
─ Quantos anos tem seu filho?
─ Seis anos. É um menino de ouro. Eu pensei em continuar casado com a mãe dele, mas quando soube que você estava só fiquei maluco. Tivemos uma discussão e a deixei.
─ O que pretende fazer?
Gostaria de me acertar com você.
─ Não é tão fácil, Mauro. Temos filhos. Tenho meu trabalho aqui e você mora em outra cidade. Minha filha precisa de mim, seu filho também...
Abraçando-a ele não deixou que ela continuasse e falou:
─ Você me quer, sua boba... isto é o que importa... vamos morar em outro lugar... começar uma vida nova. Eu cuido de sua filha como se fosse a minha.
─ E o seu filho?
Ele baixou os olhos tristemente.
─ Eu o perdi a partir do momento que deixei a mãe dele. Dora nunca me perdoará... ela é uma mulher vingativa. Vai fazer tudo para que meu filho me odeie.
─ Ele não o odiará.
─ Você não conhece aquela mulher.
Malu estreitou-se nos braços que a enlaçavam e deixou que a paixão comandasse sua vida. Na verdade nunca estivera apaixonada pelo marido. Tinha-lhe carinho, respeito, mas não o amara. O sentimento que guardara no peito desde os tempos da juventude lhe explodia no peito. Mauro sempre estivera em seus sonhos. Acalentara por tantos anos o sonho de ver-se olhada por aqueles olhos azuis.
Estava na sua hora de ser feliz. Tudo o mais não importava tanto. Importava mesmo é que se sentia a mais feliz das mulheres.
Começariam sim uma vida nova.
Lamentava por Leonor que lhe dera abraços de Judas. Fora traída por ela e não lhe tinha ódio, mas se afastaria dela de uma vez por todas. Nunca mais lhe prepararia chá algum...
Recordou o olhar azedo quando comentara banalmente que havia preparado um chá de rosas...
Ela perguntou-se como alguém conseguia agir daquela forma e com tanta naturalidade. Não sabia se doía mais perder a única amiga que tinha ou constatar que ela na verdade nunca fora sua amiga.

Foto de DeusaII

Do Von para Deusinha

Como é bom te ler pela manhã..
És o meu bem querer...
Realizo-me em cada texto teu...
E vivo um sonhar...

Ter-te nos meus versos e duetos,
dá-me confiança no compor...
Sem medo de errar, mesmo errando,
Pois lá está um pedaço do meu coração...
Quando componho é com amor e paixão
e me entrego de corpo por inteiro em cada verso do meu amar...

É como catar rosas no canteiro,
são lindas mas arranham a minha pele,
e furam os meus dedos...
após juntar um buquê para dar a quem amamos..

É poder te ler a cada poema, e me inspirar no meu poetizar...

É olhar no meu coração e ver, nele pulsa minha vida,
Em cada verso o meu amar...
Em cada poema o meu apaixonar...
Em cada dueto o meu realizar...
Obrigado por Existir na minha vida
És mui importante no inspirar de muitos poetas...

Deusa...
Catarina...
Anjo....
Mulher....
Foste feita num dia de inspiração da natureza...
És a minha eterna Deusa do amar...
Bjs e mimos de paixão
Do Von

Foto de Sandra Ferreira

A Chuva...

A chuva...

Uma da manhã,
Bate a chuva na janela,
Parece que está acompanhar
O meu soluçar,
As gotas da chuva
Um tilintar
Pingos e mais pingos
Acompanhar as lágrimas
Que vagueiam no meu rosto
Sem saberem onde vão parar,
Só estou eu e a chuva
Neste soluçar, lamentar,
É minha amiga
Sinto no tilintar
Que veio conversar
Para acalmar a minha solidão,
Está a dizer me,
Esse sentimento vai passar!
Pergunto lhe, dia, hora?
Para a espera não ser tão penosa,
Por fim, grito
Nem sequer queria esperar,
Apenas arrancar tudo de mim,
Meu coração chora de saudades
Não sei o que fazer, nem o que pensar,
Apenas me resta ficar
A conversar com a chuva...

Foto de Rozeli Mesquita - Sensualle

Porque te amo ?

Nosso amor não tem tempo
Anos ou meses não importam
Está acontecendo. É o nosso momento
Sinto teu amor na minha vida.
Sou tua amada
Deixo o amor no peito invadir
Deixo nossas almas se confundirem
Deixo os sonhos fluírem
Deixo, porque te quero!
Não sei como te amo.
Amo-te com o coração
Com os olhos que enxergam o teu brilho
As mãos que sentem teu carinho
A boca que tem seus beijos molhados
Com meu corpo que te recebe
Amo-te pela manhã e também a noite inteira
Não sei por que te amo.
Talvez pelos seus defeitos que eu nem noto
Pelos seus braços a me acolher
Pela delicia de me amar e pela certeza de te pertencer
Amo-te pelo silencio do teu olhar
Amo-te pelo teu cheiro a me embriagar
Amo-te de dentro pra fora
Amo-te em qualquer tempo, qualquer época
Quero te amar.
Amo-te por um segundo
Amo-te eternamente

Foto de belebiju

Você faz falta!

Você faz falta

Você estava no meu pensamento
quando eu acordei hoje de manhã...

E pensei em você o dia inteiro,
lembrando seu sorriso, sua voz,
o som do seu riso...

De todas as coisas que partilhamos,
e me perguntando ,
quanto tempo mais ,
até que possamos estar
juntos outra vez...

Eu não consigo pensar em nada hoje,
nada nem ninguém,
a não ser em você...

Acho que isso significa,
que hoje estou sentindo
muito mais saudades
do que ontem.

(Um dos meus poemas).

Foto de Rosinéri

UM MENOR ABANDONADO

- Hei!... Olhe para mim, toque em minha mão,sinta o calor do meu corpo, estou aqui,eu existo, ainda resta um brilho em meu olhar.
Não sinta nojo de mim, nem sei de onde vim,só sei do frio nos bancos de praça, vendo os pés das pessoas passando sem me olhar.
Às vezes penso que sou um lixo posto fora, como um papel amassado e jogado na calçada.
Outro dia vi minha imagem na vitrine de uma loja...
Eu sou tão pequeno, não tenha medo;- Sabe tio! Eu tenho tanta vontade de sentar em algum colo, destes que estão aí na praça, vazios e encostar minha cabeça em seu peito, ouvir seu coração batendo, beijar seu rosto,sentir suas mãos em meus cabelos,mas ninguém parece se importar com isso.
Esta manhã um vovô alimentava os pombos, corri até ele com os braços abertos,mas fui mandado embora, pois não queria que espantasse os bichinhos.
Nestas horas eu queria ser uma pombinha,talvez assim alguém gostasse de mim e eu não choraria todos os dias, pois é muito triste não ter o amor das pessoas. E nem comida pra comer
Mas hoje não senti frio!... O dia estava lindo, não chorei, pois apareceu um homem de roupa branca, barba, com a bondade no olhar ,pegou minha mão e disse-me: - Vim te buscar filho!...Você é muito importante para todos.
Fiquei muito feliz ao ver que estava flutuando e subindo junto com ele, sem fome, sem frio e certo de ser amado.
E lá embaixo ficou aquele menino que ninguém queria, inerte, caído ,mas com um sorriso nos lábios certo de nunca mais sentir frio, nem fome e de ter todo o amor do mundo para sempre.

Foto de patricia-17

Noite e dia

Numa manhã imensa de sol
Oito e meia da manhã no relógio de parede
Inevitáveis pequenos almoços de um novo dia
Três leves toques na porta
E sim, era ele!

Ela de imediato lhe sorria.

Depois um pequeno sussuro a acordava
Inconformada encarava a realidade
Aquilo era um sonho, não era de verdade.

Foto de Dirceu Marcelino

MINHA DAMA

*
*
*

É a mulher com que sonhei quando’inda menina
E sabia que seria uma moça cheia de amor
E que mais do que humana seria a felina,
Voluptuosa que me encheria de tanto ardor.

A dama que um dia eu sabia seria minha sina
E que eu procuraria com imenso destemor,
Desde manhã quando a leste se descortina
Primeiro raio de sol e eu como trovador,

Durante todo o dia acionaria tua endomorfina
Ao tocar-te sensualmente e lhe daria calor
Ao abraçar-te com carinho enquanto bolina

Atrevido em todo teu corpo meu indicador
Preparando-te para a noite que te alucina
Em que ouvirás os últimos sussurros d’amor.

Foto de Sirlei Passolongo

No Jardim Celeste

.
Num jardim iluminado
Uma menina colhe flores
Ela vem toda manhã
Chega junto da aurora
Canta uma linda canção
Mas por dentro ainda chora

Um dia ia à escola
Como quem ia pra festa
Parou diante de um canteiro
Colher uma rosa pra sua mestra
E adormeceu de repente
Sem entender o que houvera.

A rosa estava em suas mãos
Num jardim de cores diversas
Acreditava estar sonhando
Parecia ouvir conversas
Eram anjos curando teu corpo
E no fundo havia uma orquestra
Era mais um anjo no jardim celeste...

Não compreende
Porque tão cedo foi embora
Por um motorista embriagado
Ela não vai mais à escola.

(Sirlei L. Passolongo)

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