Imaginação

Foto de Sonia Delsin

VOCÊ É...

VOCÊ É...

Você é capaz de...
Com um simples olhar me agitar.
Com um simples aperto de mão balançar todas as fibras do meu coração.
Com um aceno me fazer delirar.
Com um beijo me fazer voar, voar...
Você tem alguma coisa que me deixa fascinada.
Sua risada.
Seu jeito.
Você me traz paz, alegria.
Me deixa em cantoria.
E mexe também com minha imaginação.
Com meu tesão.

Foto de Izaura N. Soares

O meu sol é você

O meu sol é você
Izaura N. Soares

Quando me sinto só, minha vida fica a ermo.
Sinto uma melancolia que toma conta de tudo que me cerca.
Só consigo imaginar você tão longe, e nada mais acontece.
A noite anoitece...
O dia amanhece...
Durmo abraçada ao relento suspiro o desalento do vento
Que busca você em meus braços,
E só encontro a solidão apertando meu coração.
Tento esperar pelo tempo, agarro sua imagem, vejo-me,
Refletida no amor que vivemos.
Hoje o Sol amanheceu triste e melancólico,
Pensei que ele não existisse que fosse apenas os raios da.
Minha fértil imaginação, que diante da chuva derramada pelas.
Lágrimas estivessem ofuscando o meu olhar.
O Sol vai sumindo pouco a pouco e a saudade vai tomando
O seu lugar onde lentamente adormeço nos braços dessa
Saudade que só me faz desejar-te.
Mas quando aqui cheguei encontrei você, e percebi que o lindo.
Sol existe, e este Sol; é você!

Foto de o amor me pegou de jeito A.D te amoooooooooooooo...

encantamento.

Encantei-me ao olhar
Teus cabelos,
Repousarem suaves, sobre os ombros,
Madeixas debruçadas ao teu colo,
Cobriam parte, em teus seios.
O colorido acastanhado contrastava,
À tua pele alva.
Deixava a beleza do teu rosto, ressaltar,
Entreabertos lábios carnudos,
Mostrava tua ânsia sensual.
A meiguice dos teus olhos provocava o desejo,
Fitavam os meus. Impedindo desviar-me.
Alucinando minha mente, em delírios.
Sem perceber, estava dominado.
Impedido à reação,
Deixei então que a imaginação
Envolvesse meus sentidos
Viajando inconsciente,
Percorri todas as curvas sinuosas, do teu corpo nu.
Deliciado na conjetura da fantasia, regozijei,
Extasiosa sedução de fazer amor.
te amooooooo minha florzinha Andréia Débora dos Santos Morillas.

Foto de sidcleyjr

Sonhos

Calma numa existência da real descoberta dos arrepios
Liberdade ao respirar longe da fumaça constitucional
E a pronuncia do doce amor à alma
Fugindo a praça
Balançando-se olhando ao horizonte
Sorrindo às cores das borboletas azuis
Refletida na autoconsciência do coração
Vermelho cuspido em seres lúcidos
Recebendo o mérito ao pigmento
Sem por em risco o barquinho
Que navega no mar da neutralidade.
Abismo tem piso da carne sentida
Ao elo da compreensão e esperança,
Sonhos o tesouro das sensações constantes
Imaginação livre sobre as ruas da criatividade
Nuvens casas no terreno dos céus
A maquina dos humanos não as reconhece
O segredo está apenas no piscar fértil do garoto
Arvores levam seus frutos às fruteiras da vovó
Que mima seus netinhos deliciando-se no lar doce lar.

Macro

Foto de pttuii

Manifesto anti-'anti-escrita'

Escrever? E porque sim. Já que o mundo se esqueceu de somar as desvantagens que arriscou ao assinar o projecto de construção da nossa massa encefálica,...que arrisque quem foi arriscado.
Desague-se um rio de ideias ‘abarrajadas’. O encéfalo, esponja amorfa que dorme de dia, e ressaca à noite, merece o desdém de gastar a ponta dos dedos em teclados de computadores que grunhem por reciclagem. Perder unhas de podres a pentear o nosso ‘Clark Gable’ de taberna.
Dormir meia hora, depois de uma noite a ajeitar um machão de pêlos nas costas, em cima de uma trintona que fode para resvalar no abismo da razão microcéfala.
Marronizar a ferida que racha o crânio do padre pedófilo, justiçado por uma aldeia de saqueadores justiceiros, e profetas do armagedão em dias de Sol.
E quem diz o contrário,...quem vendeu a imaginação à oferta menos sublime,...meta a viola de cordas partidas no saco, e imigre para Saturno.
Estou farto dos castradores de pensamento. De quem censura os ‘não-comprometidos’ com os comprometimentos. Lavar a roupa suja da polivalência criativa, dá orgulho, faz crescer, e ao menos sempre faz ignorar rotações diárias de um planeta que se ‘auto-frita’. Li barbaridades de cuspidores de argumentos bacocos. Gentalha que faz da luta de classes suprema, um apóstrofo no livro de cheques do capitalista. Intelectuais de cangalhas de massa, que mascam ‘ses’ cansativos.
O mundo salta à corda lá fora, e tu, intelectual que veste roupa interior kantiana e zoroastra, fechado no quarto.
Viva a escrita. Mil ‘eferreas’ ao desvario de dedilhar. De pensar. De conjecturar. De viver.

Foto de Manu Hawk

É Real?

Onde está aquele que me fez
rondar,
cheirar,
caçar,
sentir o roçar de nossas peles,
agarrar os cabelos,
beijar com vontade,
sentir o gosto,
retesar,
pulsar de vontade,
morder de leve,
ficar tonta,
não querer a luz do dia,
não querer que pare,
que acabe o prazer,
de te ter,
lamber,
tremer,
arrepiar,
gozar,
amar cada minuto sonhado?

Desisti de entender...
Acho que tinha razão,
criei você na minha imaginação.

(por Manu Hawk - 13/08/2004)

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Respeitem os Direitos Autorais. Incentivemos a divulgação com autoria. É um direito do criador que se dedicou a compor, e um dever do leitor que apreciou a obra. [MH]
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Foto de Izaura N. Soares

Néctar da paixão

Néctar da paixão
Izaura N. Soares

Hoje, ao acordar, senti um imenso vazio.
Guardei-me na concha do meu silêncio,
Que muitas vezes aperta o meu peito.
Transportei-me na minha insana imaginação
Buscando o meu elo perdido que não tem
Lugar e nem espaço no seu coração.
Não me deixe morrer nessa solidão...
Porque o meu coração só é preenchido quando
Fecho os meus olhos em busca do seu amor, que
Um dia sonhei que era meu!
Sopra-me levemente, deixe-me sentir o seu corpo
Quente, mergulhar no seu doce mel...
Amar-te loucamente, olhar para o céu, retirar o véu
E sentir o calor do seu corpo me envolver, me aquecer.
Sentir o brilho do seu olhar que brilha como as estrelas
No finalzinho do anoitecer.
Vem! Eu sou a gota de orvalho no sereno do amanhecer.
Quero banhar-te com o suco do meu desejo, lambuzar-te
Na orgia do prazer entre os meus sonhos que deliram e
Faz como a chuva que molha um solo seco, porém, fértil
A espera de suas mãos a percorrer as curvas dessa estrada.
Não vejo a hora da chegada porque tenho certeza que você
É somente meu. Enquanto você não vem, eu deliro de tesão
E só penso em arrastar-te para o mundo da paixão.
Vem! O meu paraíso está deserto...
Preciso do seu néctar para umedecer a minha flor que sente
Sua falta e precisa muito do seu amor!

Foto de Sonia Delsin

A CASA MISTERIOSA

A CASA MISTERIOSA

Aquela casa a assustava. Diziam que era assombrada.
Ela dormia no quarto do meio e ele era imenso àquela hora e tão frio. A casa estava gelada.
Tantas lembranças ela guardara daquela casa e agora estava lá. Quem diria que um dia voltaria?
Na parede os quadros ainda eram os mesmos de sua meninice. Os vasos agora vazios estiveram cheios outrora sobre móveis escuros e tristes. Pesadas cortinas também foram conservadas.
O tempo parara ali?
Precisava levantar-se um pouco.
Em dois tempos ganhava o corredor. O longo corredor onde corria com seu irmãozinho Marcos e Paulina, a prima que vivia com eles.
Lentamente Clarice descia as escadas. Degrau a degrau e respirava fundo.
A sala guardaria aquele aconchego? Poderia ainda acender a lareira?
Tropeçou num degrau e respirou ainda mais profundamente.
Um barulho no andar superior fez seu coração disparar.
Sabia que estava só. Seria o vento? Mas a noite parecia tão quieta lá fora.
Lentamente colocou o pé noutro degrau e a tabua rangeu.
Nada demais. O cunhado sempre dizia que casas antigas são cheias de sons.
Ela perdera Bruno numa noite tão chuvosa. Treze longos anos tinham se passado. Exatamente treze anos.
Parecia ter o seu lindo sorriso ali à sua frente. Bruno fora um esposo maravilhoso. O homem que toda mulher deseja encontrar. E ela o encontrara num daqueles bailes de fazenda que se promoviam por ali. Será que ainda existiam aqueles bailes?
Não tiveram filhos. Pena. Se tivessem tido poderia ter o sorriso do pai.
Quando colocou o pé no penúltimo degrau viu uma sombra na parede. Seria uma ilusão de óptica?
Poderia estar impressionada por estar sozinha naquela casa onde vivera toda sua infância e parte da mocidade.
Estalou outra madeira.
Não devia se impressionar já que pretendia passar uns dez dias naquela casa.
O irmão desejava vender a propriedade e ela era contra. Oferecera-se para comprar sua parte e se instalara na casa.
Uma mulher cuidaria da limpeza e das refeições. Florinda não podia passar a noite ali e ela a dispensara disso.
-- Não vejo necessidade. Desta vez vou ficar só uns dias aqui. Ainda vou pensar se vou me instalar de vez neste lugar. Então sim pensarei no assunto.
-- Se a senhora desejar posso encontrar alguém da vila para lhe fazer companhia. Penso que não lhe fará bem ficar aqui sozinha.
-- Não se preocupe. Ficarei bem. Obrigada.
A sala guardava ainda o ar de aconchego, mas estava tão gelada. A lareira apagada e completamente abandonada. Não era usada há anos.
Ela poderia pedir que alguém a reativasse no dia seguinte.
Sentiu uns arrepios quando se aproximou da poltrona azul. Era ali que o pai se sentava.
Olhou na parede o quadro do avô. O avô com seus bigodes retorcidos e os olhos que recordavam Paulina.
Punha-se a pensar em Paulina. Paulina menina.
Correndo pela casa e aprontando das suas.
Paulina no caixão. Tão linda e pálida na imobilidade absoluta dos mortos. A inquieta Paulina só assim pararia e não completara ainda dezesseis anos. Fora velada naquela mesma sala.
Marco chorava tanto e ela se escabelara. A mãe dizia que a prima querida fora encontrar os pais. Por que tinham todos que partir? Os pais de Paulina a queriam?
Ela não entendia ainda a morte. Ia completar quatorze anos.
Marco dizia que a casa ficaria sempre triste sem a linda prima e ficara mesmo.
Ela fora estudar na cidade e morar com uma tia. Acontece que nas férias, num dos passeios à casa dos pais conhecera Bruno. Casaram-se, mudaram-se para o Rio de Janeiro e viajavam muito para o exterior. Ela pouco visitara a casa naqueles anos todos já que os pais morreram alguns anos após seu casamento e Marco se mudara para o Paraná com a esposa. A casa ficara aos cuidados de uma senhora que agora estava velha demais para cuidar dela e o irmão lhe ligara dizendo que seria melhor que vendessem. Ela era contra a venda e por esta razão é que estava ali.
Os arrepios se intensificavam. Parecia ouvir o riso de Paulina, do pai. As zangas da mãe e os gritos de Marco. Marco estava vivo e por isso concluía que estava se deixando levar pela imaginação. Não havia nada ali.
Uma porta bateu forte no andar de cima e ela estremeceu. Um gato desceu correndo as escadas.
Esfregando uma mão na outra ela foi abrir a porta para o bichano.
Estivera fantasiando coisas.
Foi até a cozinha e saboreou lentamente um copo de água. Era deliciosa sempre a água daquele lugar.
Arrastando as chinelas foi subindo a escadaria.
Que tola! Era só um gato. Quando subia a escadaria o barulho recomeçava no andar de cima e isto a assustava. Arrependia-se de ter dito a dona Florinda que ficaria bem sozinha.
Com o coração aos pulos chegou ao quarto e descobriu que as janelas estavam abertas e ela estava certa que as fechara muito bem. Foi fechá-las e pensou que era melhor esquecer aquela estória de comprar a parte do irmão. No dia seguinte partiria para o Rio e colocariam a casa à venda.

Foto de Carmen Vervloet

Nas Asas do Amanhecer

Nas Asas do Amanhecer

A noite dorme mansa!
Uma onda de frio ronda
Pressinto que para nós avança
Nossos corpos se misturam em tranças!

Meu sonho pousa na janela
Quer partir, falta determinação
Sinto seu cheiro de canela
Entranhado na minha imaginação!

Sou bruxa, fada, vidente,
Antevejo o acontecer...
Sou fêmea, mulher persistente...
Pouso nas asas do amanhecer!

A noite se despede calmamente.
Parte no rastro da estrela Dalva...
Brilha no horizonte o sol ardente,
Taças de luz conduzidas em salva!

Gotas de luz querem lhe acordar...
Cobrem-lhe com doçura e calor!
Sinto ciúmes do sol a lhe dourar
Nem com o sol divido seu amor!

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados à autora.

Foto de Joaninhavoa

O POEMA RESPOSTA...

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O POEMA RESPOSTA...
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É um outro poema!...
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Cada poesia tem o seu lugar, seu valor
A sua dimensão, o seu público alvo, apreciador
O poema-resposta é um novo poema, renasce
Sem repetir o dito vem com garra num envelope

É como uma resposta a um toque que agradou
E alastrou durante mais algum tempo e numa teia
De lágrimas ou num ninho d´felicidade vingou
O timbre mágico na imaginação no pensar e na veia

Liberta-se! Discernindo o trigo do joio
Inflama-se o coração fervorso num prazer
Delicioso! Flutuo no ar em torrente suavemente

Sem afundar procuro a cada instante renascer
E revigorar-me através da inspiração que é sentimento
Deleitar-me revelando meus suspiros em cascatas

De sedução...

Joaninhavoa,
(helenafarias)
22 de Setembro de 2008

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