Idade

Foto de pttuii

Interior IV (e último)

João parece estar disposto a voltar à repartição depois do próximo nascer-do-sol, mas o careca não o deixa sair. A saída do pequeno cubículo está estrategicamente tapada por um homem que não suporta a ira dos desvarios da vida. O vulto cónico que esconde num dos bolsos do casaco ganha nova dimensão, e parece já não haver dúvidas. O alvo é João.Ao primeiro passo, o plano de agressão é declarado. O segundo, deixa de parte qualquer hipótese de tréguas.

O terceiro passo injecta desespero na pacata personalidade de João. O menino em idade de pré-primária assiste ao confronto, e alerta a mãe para um cenário de eminente desfile bélico. Pelos olhos de um ser humano de cinco anos, a caminho dos seis, estão prestes a digladiar-se dois guerreiros do espaço, armados com sabres de luz e escudos de neutrões.A senhora idosa já desmaiou. O calor sufocante de um dia húmido de Janeiro fez efeito na pressão alta de uma mulher que já foi saudável.
É preciso levá-la com urgência ao centro de saúde mais próximo, porque o coma pode estar eminente.- O jovem é bom que saia da minha frente, porque eu não gosto de servir aço às pessoas.A breve, e agressiva declaração foi a única produzida na repartição pública durante os últimos 30 minutos. João desviou-se, e o careca saiu para a rua. A caminhar, sem olhar para trás, parecia não incomodar-se com o peso da bátega de água que se abatia sobre os ombros.O autor enganou-se. Não houve nenhum homicídio.
Morreu uma barata, produziu-se um coma, acentuou-se uma depressão, e ter-se-á originado mais uma. Quem lida com a ficção, não tem dotes de médium-vidente. A realidade muda consoante as curvas dos polegares que agridem o teclado.
Fim

Foto de von buchman

Meu Anjo do amar e do pecar...Respostas Cumplicidade & Eliane Rocha & Joaninhavoa & Keila Patricia...

MEU ANJO DO PECAR, MEU MAIS OUSADO DESEJAR...

Tu és um anjo que apareceu em minha vida,
Trazendo-me luz, paz
e muito amor...
Chegaste de mansinho.
Como quem nada queria...
Meiga, simples,
uma pétala de rosa, mui delicada
e deveras perfumada...
Aos poucos foste tomando
posse de meu coração...

Tuas palavras de amor,
enfeitiçaram-me..
Teus doces carinhos seduziram-me....
Teu cheiro de primavera embriagou-me...
E levaste-me a te desejar ...
Amando-te loucamente...

Minha deusa...
Minha rainha...
Meu mais gostoso inspirar...

Com tuas poesias, ensinaste-me a te amar...
Com tuas doces palavras moldaste-me para teu coração...
Teu belo sorriso fez-me entrar em teu jogo..
E em tuas dedicatórias,
Levaste-me a perdição..

És meu anjo do pecar...
Menina mulher,
Cheia de veneno
Uma louca e gostosa paixão...

Sonho contigo todas as noites...
E tens esquentado meu coração..
Nas noites de solidão,
Na frieza de minha cama,
Tens trazido alento ao meu coração..

Em um horizonte não mui longe
Enxergo-te e renovo minhas forças,
Para lutar por nosso louco amor...
Na tentativa árdua
de superar a desilusão...

Teu doce veneno,
tomou conta do meu corpo...
Pois só a ti vejo..
Respiro profundo
e sinto teu doce perfume
mesmo estando longe de ti,
consegues me fascinar...
Fecho meu olhos
e posso sentir tua presença ao meu lado...
Tua voz ecoa na minha mente,
Como um cantar de pássaros
ao amanhecer...

Os lençóis de minha cama
ainda estão impregnados
com o néctar do nosso amar...
Tua foto é o papel de parede
do meu monitor do computador...
ali estás sempre sorrindo para mim
e inspirando-me no compor...

.

És o meu puro Anjo do Amar,
da ternura e do meu apaixonar,
do amor e do carinho,
ou quem sabe, do pecar...
minha sapeca...

Tua ausência causa saudades,
não nego, as vezes,
rolam lágrimas em minha face
por causa da tua falta ...
És , foste e serás meu real viver...
Minha eterna paixão,
o meu mais perigoso
e ousado realizar...

Sinto tua falta,
cada minuto é uma eternidade...
Sem a tua presença, vegeto,
Me resumo ao nada...
Quem dera ter-te aqui ao meu lado...
Para ti amar, realizando os nossos sonhos e fetiches...

Porque és eterna na minha vida
e senhora do meu coração...

Nada melhor e angelical do que você
Na minha vida...
Te sou mui grato,
Por um dia,
teres entrado nela...
Dando-me um objetivo :

Viver para te amar
e ser mui feliz...

Amo-te loucamente
minha eterna paixão...
O meu mais ousado desejar...
Von Buchman...
.........................................
resposta da minha cumplici.....
Meu amor indivisível
És notável
Admirável
És Maquiavel
Escrevendo como somos e não
Estado e governo
Nessa nosso amar
Amor doido
Louquimho mesmo
Como sobrevive?
Isso não sei
Mas, é forte, grande e nobre
Sentimentos assim se alimentam
De verdades, por isso sobrevivem
Esperam quietos e calados
Mesmo doendo o peito
Mesmo sabendo que o outro não lhe quer,
Que está com outra mulher
Mas se sente que algo há e
A ele pertence,
Revive como Fênix,
Das cinzas,
Mesmo pó ou quase nada,
Um escrito o leva, ele releva e
Faz alvorada
Renasce mais radiante que nunca
Com fôlego de elefante
E se junta aos outros
Uma manada de sentimentos
Com um segredo
O de Te Amar mais a cada dia
Mesmo longe
Mesmo se ferida
Mal entendida
Ele nasce a cada
Só pra você
Meu verdadeiro amor
És o chão que eu piso
O céu no nascer do dia
E quando se põem também
És a terra bela e linda
És seu centro, quente a ferver
És meu centro do viver
Que voz é essa, rouca assim
Divide ela comigo
Só um pouquinho
Que braços são esses
Que os neus dizem se
Recomhecer
Que jeito é esse de se vestir,
Me deixa louca
Exatamente assim
Até tua roupa me diz que você é pra mim
Não quero que me ame
Só por ter te apresentado
Ao meu amor por você
Ele sabe se comportar
Se é só isso
Gostou do que eu disse e escrevi
Não vamos achar intento
Busco o meu moço aquele
Senhor/mendigo,
Aquele Mestre/matuto
Aquele alegre/triste
O meu Aquiles
Não quero te conquistar, e pronto
Se quiser faço isso facinho com qualquer um,
Quero ser tua única conquista
O teu porto pra onde você volte
Sempre quando quiser o amor encontrar
A cumplicidade abraçar e a intensidade chegar
Ao teu, usado, coração, e ousado também
Quero um encontro
Daqueles dois que você também lembra
Com aquela idade e olhares e sorrisos
Com aquela intensidade
Cúmplices sem nunca se terem visto
Um, antes mesmo de se olharem
Que sentimento possante
Um avalanche
Um tsunami
Um furacão
Vendaval
Aurora boreal
E ainda é pouco
Pra você me dou em escrita
Pra você que me agita
Pra você homem lindo
O meu querer,
Sem fim.

Von, ando meio sem palavras, ando na fase do falar. Mas te lendo transpiro prazer e escrevo sem pensar, meu cérebro entra em ressonância com seu texto, ativa meu corpo e põem no automático e saiu esse quase poema, mas de verdade esse texto é apenas o meu declarar, que não chega nem perto do eu sinto pelo meu amado, mas você consegue expressar seus sentimentos, é sempre um mestre, e pra você meu mestre meu carinho, não o meu amor adolescente mesmo, inteirinho! Von, não liga hoje tô num estado em ebulição. Espero que goste. Meu carinho e beijos.

Cumplicidade
.................................

resposta Eliane

Meu lindo, sei q sou como um sonho para ti,
sei q pensa muito em mim.
sei q meu bjo é algo q deseja,
minha pele branca te fascina,meu olhar te
deixa em disispero louco p me amar!
se preocupa guando eu sumo!
quer saber o q está acontecendo!
se estou bem ou se estou sofrendo.
vc é alguém especial é galanteador
é sensível, amante do meu amor.
sei q pensa em mim guando está
a amar, e guando toca outra
é a mim q queres tocar,
sonha em me conhecer,
eu te digo será um prazer
sentar ao seu lado e ouvir de ti palavras
lindas q só vc sabe dizer,
amo seus poemas sua forma de amor
mas esse a todos se superou.
Amei d++ cada palavra
um bjo gostoso
meu poeta preferido!!!
Eliane Rocha...
....................................

resposta Joaninhavoa

HÁ DIAS!

Vivo a voar de alvorada
em alvorada
E o dia em horas minutos
e segundos
ficam a cores num arco-íris
matiz
Entro resplandecente na câmara
ardente
Do jardim! E pé ante pé vou-te
avistar no altar
Desarmado mas de sentidos
aguçados
Sorris pr`a mim! Ai de mim
nos sufocos
Vibro assim! Rumo ao ar
Bato asas de remar
Nos de repentes mergulhadores
Furo patamares
Que mais pode acontecer
A não ser ficar rouca
Por tanto te chamar
Com a força do pensamento
Lunar
Quando cai a madrugada!

Joaninhavoa,

...............................................
resposta keila

Meu Grande amor...

Tu és meu viver, meu amado,
Meu caminho, minha estrada,
O meu ser que me ensinou a viver.
Não foi eu quem chegou de mansinho, foi você
Que me conquistou com seu carinho
Delicadamente me tomou para si
Não sendo hoje eu mais, dona de mim
O perfume que exalo é o do seu amor
O seu coração foi quem me fisgou

As palavras que lhe digo são normais a
única diferença quem o faz é o amor
diz que te seduz, mas quem o faz é tu
na primavera te conheci
seu cheiro de jasmim
impregnado em mim estar

Amado meu......
Meu bem querer
Inspiração do meu viver

Suas poesias me faz sonhar
Como um diamante bruto me esculpiu
E com seu lindo sorriso a mim sorriu
Com cada palavra que da sua boca saiu
Fizeste minha alma derramar

Querido do meu amar
Só você é meu desejar
Venha comigo ficar
Faça meus sonhos se realizar

Anjo meu, doce mel
Me leve ao céu...
Aqui estou buscando seu amor
Venha ate mim, meu grande amor...

Von meu amigo, essa é minha resposta a seu lindo poema :
Meu Anjo do amar e do pecar, meu mais ousado desejar...
O que li e me deliciei...

Keila Patricia...
...........................................
Agradeço as poetisas por tão belas palavras...
vocês fazem a diferença na vida de qualquer poeta ..
Meu mais puro carinho,
e o meu eterno admirar....
Vocês são ANJOS ...
Bjsssssss e mimos de paixãoooooo

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

A MORTE

A MORTE

De que importa se morri...
Envenenado ou de saudades

Debaixo deste sol tão quente
Estou morrendo de sede
Da vontade que me consome
Estou morrendo de fome...

De que importa os verbos e predicados
O gato tem sete vidas!
Hó quantas miseráveis vidas ainda tenho?

Enquanto um menino morre de vontade
Morro de saudades
Ás vezes morro pela idade
Avançada, como no sinal vermelho...

Às vezes morro de vergonha
Morro de ciúme
Morro da rocinha, do Rio...
De janeiro, de dezembro...
Morro por uma bala perdida
Como um jovem suicida
Ou entorpecente
Como idoso sem os dentes...

O que me espera após a morte
Ao termino desta poesia
De que importam os erros de ortografia
Pois a morte não tem hora
E nem avisa.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Fevereiro de 2006 no dia 24
Itaquaquecetuba (SP)

Foto de pttuii

Interior III

Parece já ser tarde. O olhar que insiste em traçar a bissectriz a uma calvície nascida pelo rigor da meia-idade, despoletou uma reacção impossível de ser travada. A única funcionária responsável pelo atendimento na repartição da segurança social encerra o serviço cinco minutos antes da hora prevista.A jovem que tilinta um piercing no nariz está a ter uma crise de choro, gritando a plenos pulmões que irá ser censurada pela mãe se não entregar a declaração de imposto, e quiçá impedida de ir à festa da espuma prevista para o fim de semana que bate à porta.O paciente do único psiquiatra da freguesia tenta encontrar uma explicação para o momentâneo desenrolar de eventos, mas ao que parece não está a conseguir.

A ruborescência tomou conta de uma face assustada, e que luta por escapar de uma realidade asfixiante.Uma idosa, vagarosamente amparada por um par de muletas ferrujentas, pede ajuda para se sentar porque está a ser assoberbada por uma crise de artrite reumatóide. Cai antes de o conseguir, parece ter fracturado a anca, e é necessária a presença urgente de técnicos de emergência médica.

Uma mãe jovem tenta, sem sucesso, fazer parar uma avalanche de lamentos de um menino em idade de pré-primária, que insiste querer lanchar um pastel de nata com um sumo de laranja.João está encostado à parede. Percebeu que está num daqueles momentos cinematográficos. Cresceu consolado por uma realidade alternativa, que ainda hoje define os momentos épicos da sua vida. De repente, e vindo do nada, apareceu ali naquele cubículo o Tuco Ramirez, de ‘O Bom, o Mau, e o Vilão’.
João está com as mãos amarradas atrás das costas, empoleirado num crucifixo de madeira carunchosa, e com o nó de força enrolado no pescoço. O careca será um Clint ‘Blondie’ Eastwood de circunstância, moldado por uma raiva que João parece não entender. O careca mexe no bolso do casaco nervosamente, e deixa transparecer um vulto com uma forma cónica.Já chove, e entram os técnicos de emergência médica.
A barata que, lutava amargamente por escapar aos passos do bulício, conseguiu chegar sã e salva a uma cadeira, contígua ao assento onde o careca desfia a sua raiva. Lentamente rasteja um caminho que parece a via sacra, e está já a poucos centímetros da mão direita do careca. Um gesto brusco fá-la tombar, e cair no frio dos mosaicos azuis. É esmagada, inadvertidamente, pelo pé esquerdo de um dos técnicos de emergência médica que socorrem a senhora das muletas. A fractura confirma-se, assim como o desfiar de rosários de uma alma que afirma esperar a visita de uma ‘senhora de negro’, com quem afirma já ter tomado chá por diversas vezes. (continua)

Foto de pttuii

Interior II

Alguns lugares mais atrás, um outro adulto jovem fita o azul claro dos mosaicos da repartição pública. Parece estar perdido, e quem souber analisar a profundidade da linguagem gestual humana, com certeza que descobrirá um pedido de socorro. As mãos fincadas nos bolsos de uns jeans rasgados. Um cachecol multicolor a afundar uma cabeça que tremelica ocasionalmente. O pé direito a 'embicar' com uma saliência no chão impecavelmente limpo da repartição estatal. Assim ao longe, o jovem parece estar apenas a fitar uma simples barata doméstica que corre pela vida no meio de passos 'gargulescos'.
Na realidade, ele procura a chave para a dissolução de uma personalidade que só lhe tem dado tristezas.Transporta consigo um currículo de relacionamentos amorosos falhados. O último levou-o mesmo ao Hospital, já que terminou com uma tentativa de suicídio. O jovem fechou-se na garagem da moradia recém-construída dos pais. Com botijas de gás armazenadas no porta-bagagens do 6 cilindros da família, montou um esquema de transporte de gases que o matariam em pouco tempo. Não fosse a intervenção casual da irmã, e teria sido encontrado inerte, no lugar do condutor da viatura. Ao fim de uma semana de internamento nas urgências de um hospital, começou a ser acompanhado por um psiquiatra de renome. Ainda está na fase do reconhecimento da enfermidade devendo, a breve prazo, ser-lhe receitada a devida medicação.
Noutro contexto, dois homens de meia idade repartem uma fila de cadeiras de plástico, como únicos passageiros de uma calma astronómica. A calvície de um, claramente incomoda o outro. Um fitar quase assassino disseca os pequenos pelos de uma meia-lua que parece aumentar a uma velocidade constante, e envergonhadora. É este o universo onde, previsivelmente, poderá ocorrer o crime. O autor repete. Ainda é cedo para estar a afirmá-lo taxativamente. Mas o cidadão calvo parece estar a ceder a uma pressão que poderá ser explicada pelas contingências da vida.
Foi despedido nesse mesmo dia. O outsourcing, a ditadura dos cortes económicos da empresa de fabricação de motorizadas, levou-o nessa manhã ao gabinete do senhor administrador. A um condescendente 'desculpe, mas já não contamos mais com os seus serviços', respondeu com um silêncio preocupante. Já tem na sua posse um cheque com uma indemnização correspondente aos melhores 15 anos de uma carreira contributiva de 30, e aguarda agora pelo seu lugar na atribulada agenda da técnica de comparticipações por desemprego da segurança local.
Quem o observa não faz por mal. João, um João talhado para as pequenas coisas da vida de uma localidade de interior, tem um quotidiano marcado pela missão que Deus lhe deu. Cuidar de uma avó idosa. Tão velha, que já se esqueceu de quando nasceu, nem do local onde deu o primeiro beijo. João está confinado, tantas horas quantas necessárias por dia, às quatro divisões de uma moradia do seculo XIX. É uma casa grande, de paredes grossas, e que já lhe está prometida quando o inevitável acontecer. João não trabalha, já que se comprometeu a servir a avó. Por isso, não terá culpa de a sua mente estar formatada para uma realidade tão doméstica, quanto triste. (continua)

Foto de pttuii

Interior I

Um crime poderá estar prestes a acontecer. Em princípio, não será uma coisa mediática. As coisas acontecerão porque, simplesmente, o epílogo terá de ser esse. O autor não deve ainda fazer prognósticos sobre o modus operandi do alegado homicídio, porque na prática ainda não estão reunidas as condições para descrever uma situação que constitui sempre o último recurso da demonstração da animalidade humana.

A sala onde se adivinha semelhante desfecho é esparsa. Pintada de um branco reflector, com uma génese criadora de epilepsia, não terá mais que 10 metros quadrados. Trata-se de uma repartição de atendimento público, situada numa localidade do interior do país.

São três e 15 da tarde, e lá fora venta como se esperava de um dia de início de ano. Chuva adivinha-se, mas por enquanto está contida por entre o negrume das nuvens agrupadas em posição ofensiva.
Uma senhora, dos seus 40 e poucos anos, impõe a si própria um regime de calma auto-inflingida. Poderá ter a ver com a fila de cidadãos que se acotovelam no parco e sufocante espaço.

Mas não é de descartar que a senhora esteja a braços com uma situação de violência psicológica de índole doméstica, já que segundo as pesquisas prévias a esta dissertação, a localidade em causa ocupa um lugar de destaque nas queixas policiais apresentadas por mulheres de meia idade.
Faltam menos de 48 horas para terminar o prazo burocrático de entrega dos impressos de cobrança do imposto sobre o rendimento do trabalho, e a ansiedade colectiva forma uma nuvem espessa, difícil de contentar, e ainda mais complicada de controlar. A uma supremacia de idosos, respondem dois jovens, aparentando uma vida com duas dezenas de anos.
O ar taciturno e irritado que demonstram, revela que estarão ali para fazer o 'português' recado a uma pessoa de família. Uma jovem contenta-se a tilintar o piercing que pende de duas narinas aquilinas, e com uns laivos judaicos. Uma gabardine preta, tão densamente negra que contrasta com o politicamente correcto ambiente, oculta um corpo que se auto-esconde de olhares reprovadores. A jovem mulher terá tentado fazer uma demonstração recente de independência perante os progenitores, uma vez que tem o cabelo quase rapado. Os olhares de reprovação que a cercam num ataque quase 'Juliocesariano', aparentemente não a incomodam. (continua)

Foto de killas

REFLEXÕES SOBRE O TEMPO

Idade tu que não perdoas,
e a todos fazes envelhecer,
bem tu sabes que magoas,
Quem só quer é viver.

Ver a sombra a chegar,
Com calma e sofrimento,
Ela tem mesmo de acabar,
Ninguém escolhe o momento.

Não conseguir controlar,
Ele sempre vai passando,
Não nos deixa aproveitar,
A vida que vamos tendo.

Um relógio de areia a cair,
Levemente o tempo vai marcar,
E nada o consegue impedir,
De ao seu fim o ver chegar.

Pobre do meu grande coração,
Que não mais para de bater,
Isto de se ter uma paixão,
É a vida aos poucos perder.

Eu sei que sou um sonhdor,
Mas nunca fez mal sonhar,
Se é isto que afasta a dor,
de ver a vida a acabar.

Eu quero ser imortal,
E para sempre ser jovem,
Eu sei que não é natural,
Mas quero ser rapaz-homem.

Lá vou ter de me resignar,
Para a vida conseguir viver,
Nas aondas da vida navegar,
Até um dia lá me perder.

Foto de pttuii

I can draw ghosts

Os que apanham o dia assim, parecem ser pessoas assaz diferentes das que por aqui passaram ontem. Seria por esta hora quando me deixei nesta envolvência, e a sombra que normalmente pisa esta gasta calçada viu-os enliados no minuto que procuravam capturar. Gostei deles. Até os desenhei com um pedaço tosco de carvão que consegui mimetizar. Cabelos energicamente compridos, e alvos como a madrugada que se desenhava no céu. No dorso a chapa gasta da morte, que lhes embalava a marcha com uma enérgica sensação de desleixo. Seria uma criança, pelo que vi da forma desajeitada como procurava descobrir o mundo. Pela mão trazia um ser sem idade. A mulher da felicidade contratada, pareceu-me, julgando pela forma como deixava em corações deformados restos de pétalas da flor do amor. Um pouco mais à frente, com a chuva a ampliar indecisões já por esta altura, reencontrei-me. No espelho que eu sempre pressenti naquele recanto do meu universo, vi-me a fazer o balanço de uma vida que desdenhava.

Foto de betatattoo

Te olhar

Poderia ficar por horas só a te olhar
Como és belo
Nessas horas o tempo poderia até parar
E eu continuaria simplesmente a te olhar
Pergunto-me onde nessas diferenças me apaixonei
Diferenças de mundos, de idade... me rendi a você!
Passei por cima de meus próprios preconceitos
E eu que achava que nem os tinha
No fundo acho que todos carregamos algum
Mas hoje ao te ver aqui deitado
Percebi que me rendi completamente
Me rendi a seus lindos olhos,
Ao seu sorriso lindo,
A sua boca que me causa arrepios,
O seu jeito de menino que me faz sempre bem
É hoje percebi que estou literalmente
Apaixonada...completamente apaixonada.
E poderia continuar só a te olhar.

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

" TRAIÇÃO"





Dor que não tem fim;
Sufoca arde ataca um grande estopim.
Uma serpente nada inocente.
Que machuca o ego da gente.
Uma sensação de fragilidade.
Maltrata sem piedade.
Veneno que mata aos poucos.
Tira-nos esperança coisa de louco.
Sentimento que procuramos esquecer.
Mas ela sempre faz questão de aparecer.
Sentimento de inferioridade.
Ataca homens e mulheres de qualquer idade.
Egoísta e calculista tira qualquer um da pista.
Traição, sinônimo de covardia.
Atinge os fracos exibindo hipocrisia
E massacrando corações que um dia viveu em alegria.
Traição é uma palavra venenosa.
Que pode nos levar a situações perigosas.
Traição sentimento que nos leva a decepção.
Mas que também nos força tomar uma decisão.
Mesmo que superada sempre será lembrada.
Traição é como erva daninha, seca até a morte.
O traidor trai a si mesmo ele próprio se engana.
Pois perde a pessoa que o ama.

*-* A FLOR DE LIS.

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