Idade

Foto de Carolvazzz

O peso do peso

Sou apenas um fruto da minha falha,
Ando meio sem ter para onde ir.
Mas ainda tenho coração e vai que calha!
Queria voltar a sentir.

É tão horrível ter um detrimento,
Sem paz, sem amor.
Nesse tormento
Onde todas as placas indicam dor.

O tempo vem me fazendo
Acabar com toda a minha esperança.
Enquanto a idade vem me trazendo
Toda a maldade que não há nos olhos de uma criança.

Foto de Marilene Anacleto

Para Quê?

Para que trabalharmos tanto,
Se as crianças estão morrendo
De aids, fome e abandono?

Quem irá dar continuidade
Se os jovens estão-se indo,
Sem emprego e identidade?

Quem vai usufruir o construído.
Se tudo, em tempo se esvai?
Liberdade e Amor estão sumidos
Entre os que deveriam governar.

Sem um ponto de equilíbrio,
Amor para os pequeninos,
Respeito aos jovens meninos,
Viver seria um desatino,

Não fosse a intensidade
Do amor distribuído
Por gente de toda idade,
De todo jeito oferecido.

Nas tantas mudanças da terra,
Nas infames armadilhas da guerra
Por maior poder e mais dinheiro,
Brilha , do coração, a Luz
Que nos veio trazer Jesus.

Para quê? Para arrefecer
O caminho de nossos filhos,
O viver dos nossos netos,
E a vida do que ainda não nasceu.

Marilene Anacleto

Foto de Jessik Vlinder

Juventude

(Para um amigo)

Tu deves saber que por horas falas como se tivesse sessenta anos. Essa coisa toda de armadura, de maturidade... A verdade é que sempre seremos sedentos por novas emoções. O inusitado, o diferente, o novo sempre nos atrairá perturbadoramente. Aí é onde entra a tal maturidade que nos faz pensar duas vezes e não permite que nos arrisquemos tanto. Mas a vida fica tão gostosa quando corremos esses riscos. E eu sei sim que é coisa de jovem (Sendo assim existem mesmo quantos jovens na terceira idade?). Acho que uma característica forte da juventude é essa "inconsequência" que nos leva a descobrir o desconhecido, que nos faz aprender e a ter momentos únicos. Inconsequência que também nos fere, nos castiga e maltrata de vez enquando, mas que geralmente faz valer a pena. Eu sei que é inevitável não cuidar cada vez mais das nossas defesas à medida que vamos vivendo. Como se cada nova experiência dolorosa se transformasse num pequeno trauma, e de traumas em traumas deixamos nossa armadura pesada, inflexível e bem resistente, infelizmente resistente a coisas boas também. De traumas em traumas vamos envelhecendo porque perdemos a ânsia de viver coisas fantásticas por causa do medo. Por compararmos inevitavelmente com o que já passou, com o que já doeu e acabou. O problema é que às vezes esquecemos de que mesmo em situações, lugares e circunstâncias iguais, as pessoas mudam e principalmente nós mudamos. Talvez pensar assim me faça ser tão impulsiva. Me faça ser precipitada. Me faça cometer certas loucuras vez por outra...
Olha, eu não tô descartando nada que falastes. Afinal, precisamos do equilíbrio! É preciso sabedoria, sensatez e bom senso até para fazer loucuras não é mesmo? Deve ser por isso que tantos dizem "Como eu queria ter meus 20 com a cabeça de hoje...". Só não acho que precisemos ser tão relutantes, receosos e pessimistas, principalmente quando estamos ficando mais velhos. Porque se estamos amadurecendo juntamente com a idade é muito mais fácil de "guiar" nossos sentimentos. Nem sempre temos o controle destes e das emoções, sentimos muitas vezes mesmo sem querer. Mas diferente dos adolescentes imaturos, podemos domar nossas feras não nos tornando reféns daquilo que não deveríamos sentir. A diferença é que conseguimos gritar com nosso coração e fazê-lo nos obedecer quando ele estiver teimando demais. Podemos ter o controle e com menos dor e mais tranquilidade mudar nossos caminhos.

Foto de bongarten

A pureza no sitio da Infância

Bem cedo, não de dia;
Mas sim de idade;
Tomava banho esquentado na simplicidade;
Com água quente banhava-me na bacia;

Ainda tenho as lembranças de pureza;
O vasto verde nos cercava no sitio;
No chão cheio de folhas a cair;
O sorriso abria, mamãe vem com leveza;

Chamar-me à olhar sempre com beleza;
Filho vem ajudar-me no quintal;
Meus olhos brilhavam, opa, vou trabalhar;
Agarrava com coragem a vassoura velha;

Viajava na emoção de ganhar doce eu pensava;
Eu era feliz na sombra daquelas arvores;
Pra ganhar miseras dez guloseimas ralas;
Mas na época era pureza trabalhar por humildes balas;

Foto de raziasantos

Brincadeira de Criança.

Dona Esmeralda passava o dia lavando fraldas.
Seu filho de sete anos era o mais velho.
Menino inteligente, faceiro, e robusto.
Sempre que chegava da escola brincava com a filha da vizinha da mesma idade.
Não era comum eles brigarem, se davam muito bem.
Certo dia chegou da escola almoçou, e foi brincar com sua amiguinha, no fundo do quintal.
Der repente!__ Dona Esmeralda ouve uma gritaria danada, e corre para ver o que esta acontecendo.

Pedrinho corre á trás de sua amiguinha e grita-me da sua perereca! Me da sua perereca!
A menina revoltada responde não dou não! Não dou não!
Como Pedrinho não desiste a menina se esconde num canto do quintal e cruza as pernas e diz repetidas vezes nunca vou te dar minha perereca, você é mal e não te dou minha perereca você vai machucá-la.
Dona Esmeralda assustada corre e segura o filho que correr atrás da coleguinha segurando o pelo braço ela o sacoleja, e diz meu filho não pode pegar perereca de sua amiguinha...
Onde já se viu uma coisa desta! Já imaginou se os pais dela ouvem esse absurdo:
Então a menina se sentindo segura ao lado da mãe de seu amiguinho sai do canto do quintal e diz, __mas foi minha mãe quem mandou dar a perereca pra ele...
Dona Esmeralda coitada! Cada vez, mais confusa fica estonteada sem entender nada.
Para tentar resolver o problema esbraveja com o filho, e manda-o ele ficar de castigo no quarto até a segunda ordem.
O menino coitadinho tenta se explicar, mas a mãe furiosa com essa encrenca de perereca não lhe da nem uma chance de se explicar.
O menino obedece e vai para o quarto.
Agora dona Esmeralda olha firme para a menina e fala__ mocinha temos que ter uma conversinha!
A menina inocentemente tira do bolso da jaqueta um bicho meio amarelado e gelado estende a mão para Dona Esmeralda e diz, não vou dar minha perereca pra ele, porque ele quer dessecá-la.

Foto de Marilene Anacleto

Danças - 1 - Minha Alma Dançarina

Minha alma dançarina, feito dama de espadas,
Saiu a quebrar preconceitos, pôs-se a bater as asas.

Com a espada em punho repassou a vida, em fases,
Quebrou altares firmados, fez, com o corpo, as pazes.

Com movimentos sutis acordou a minha criança
E, nas danças, roda a roda, revivi muitas lembranças,

Dos tempos que ouvia a Alma sem o “outro” por fantasma,
A ditar regras instáveis, passíveis de enormes falhas.

As rodas e rodas dançantes acolhem o corpo, tal qual é,
Pequeno, grande cansado, com pouca ou nenhuma fé.

Do olhar do “outro vigilante”, entrego-me à alegria dos versos,
Dos tons e dos passos bailantes, que são o meu universo.

Ao desfazer-se da roda, todo e qualquer dançarino,
Sem idade, raça ou cor, vai pra casa feito menino.

Parte com a alma florida, a dançar com beija-flores
E, antes de deitar, à noite, estrelas são as lembranças
Da eternidade do agora, de infindos e eternos amores.

Marilene Anacleto

Publicado em: http://rotadaalma.spaces.live.com/
Publicado no site http://www.itajaionline.com.br/colunas/marilene/marilene.htm, em 31/08/05

Foto de Eddy Firmino

PINCEL DO TEMPO

Bela criança no espelho
Pele de seda
Olhando a si mesma
Sentada no piso vermelho

Agora tão moça e carente
Meiga, vaidosa
Pele tão bela, oleosa
Olhos azuis, reluzente

Agora a inocência se foi
E tudo o que mais se requer
Não é mais criança nem moça
É simplesmente mulher

Enfim o pincel do tempo passou
Pintou teus cabelos, aumentou tua idade
Enrugou o teu rosto
E agora o espelho reflete...reflete saudade

Foto de raziasantos

Amor eterno.

Entre lagrimas te escrevo banhada pela dor da saudade que você deixou.

Quisera que neste instante estivesse comigo.
Se eu pudesse saber dos teus planos;

Na espiritualidade.
Se pudesse te confessar que sempre foste meu amor.
Dei asas ao tempo...
Hoje choro de saudade.
Foste colhido de meu jardim na flor da idade.
Sem saber que era meu chão, minha paixão.
A força de sua juventude não impediu que voasse nas asas de Deus.
Hoje lamento sua ausência e me encurvo diante de minha covardia.
Tantas vezes teus olhos me pediam e eu fingia não entender.
Vaidosa e orgulhosa.
Jamais pensei em te perder.
Confesso tardiamente; meu amor sem você como posso viver!
Hoje meu brilho se apagou e sem você nem sei pra onde vou.

Viva banhada em lagrimas da saudade que você me deixou.
Meus dias são infinitos, minhas tardes sem cor.
Meu jardim sem você em terra seca se tornou.
Hoje eu confesso você sempre foi meu grande amor.
Descanse em paz amor eterno.

Foto de airamasor

Presente!

Existe somente uma idade para a gente ser feliz...
Somente uma época na vida de cada pessoa,
em que é possível sonhar e fazer planos...
E ter energia bastante para realizá-los
a despeito de todas as dificuldade e obstáculos...
Uma só idade para a gente se
encantar com a vida e viver apaixonadamente...
E desfrutar tudo com toda intensidade...
...Sem medo nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida à nossa própria
imagem e semelhança...
...e vestir-se com todas as cores...
...e experimentar todos os sabores...
...e entregar-se a todos os amores...
...sem preconceito nem pudor...
Tempo de entusiasmo e coragem...
Em que todo desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição!!!...
...de tentar algo novo...
... de novo...
...e...
...de novo...
...e quantas vezes for preciso!...
Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se...
PRESENTE!!!
e tem a duração do...
...INSTANTE QUE PASSA...
(Aira, 07 de fevereiro de 2011)

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo - Capítulo 4

O amor, substantivo abstrato.
Pior que o amor impossível é o amor impossibilitado. O amor da salas de espera do hospital, a espera do milagre, o tubo de ar que oxigena os pensamentos, a falta da memória, a indiferença, a despedida de dentro do ônibus que arranca, o surto soro-positivo, os velórios pelas madrugadas, as visitas nos dias de folga, as exumações, os ossuários, as placas dizendo pare, das pistas escorregadias, os infartos imediatos, sem chance de resistência, os nãos da pessoas bonitas, diante do medo do imerecimento, as flores murchas, o pó caindo do forro sacudido por um caminhão transeunte, a estações de tratamento, as represas, os monóxidos dos aterros à céu aberto e luto fechado, a fuga das prisões, as tomadas de assaltos filmadas pela vítimas, o carro dos bombeiros, os estupro consentido de crianças maiores de idade, o caldo de cana que desce queimando a mata virgem da garganta brasileira, o voto de discórdia, o recusar da aceitação...
E ainda assim o amor persevera, assusta pela veracidade, faz amendrontar aqueles que duvidam do seu potencial.
Amor só pode ser loucura mesmo.

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