Minha alma dançarina, feito dama de espadas,
Saiu a quebrar preconceitos, pôs-se a bater as asas.
Com a espada em punho repassou a vida, em fases,
Quebrou altares firmados, fez, com o corpo, as pazes.
Com movimentos sutis acordou a minha criança
E, nas danças, roda a roda, revivi muitas lembranças,
Dos tempos que ouvia a Alma sem o “outro” por fantasma,
A ditar regras instáveis, passíveis de enormes falhas.
As rodas e rodas dançantes acolhem o corpo, tal qual é,
Pequeno, grande cansado, com pouca ou nenhuma fé.
Do olhar do “outro vigilante”, entrego-me à alegria dos versos,
Dos tons e dos passos bailantes, que são o meu universo.
Ao desfazer-se da roda, todo e qualquer dançarino,
Sem idade, raça ou cor, vai pra casa feito menino.
Parte com a alma florida, a dançar com beija-flores
E, antes de deitar, à noite, estrelas são as lembranças
Da eternidade do agora, de infindos e eternos amores.
Marilene Anacleto
Publicado em: http://rotadaalma.spaces.live.com/
Publicado no site http://www.itajaionline.com.br/colunas/marilene/marilene.htm, em 31/08/05