Grito

Foto de Maria Goreti

Poetar I

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A arte
de poetar
é mostrar
o que alma
encerra.

O grito
do poeta
pode mais
que muitas
guerras.

A arma
do poeta
é a palavra...
Se bem dita,
bendita é!

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES - 13/03/08

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FELIZ DIA DA POESIA!

Foto de diana sad

nova versão

Eu não sou o que teus olhos pensam
Eu não sei agir como a tua consciência espera
Eu só posso ser como sou... Não é tão difícil de entender.
Você fala que eu nasci pra você
Que nossos destinos planejam caminhos parecidos
É certo que eu caio estrategicamente no teu riso só
Para te oferecer um momento de prazer.

O que tem nessa música tem em quase todas as outras...
Não tenho pretensão de te cantar em inédita versão
Problemas de casal são tudo igual e eu e você sabemos o que fazer... Correr contra mim e correr de você.

Não te julgo como também não te perdoou como também não te culpo.
Não te olho como deveria olhar e ás vezes eu te beijo sem você notar.
E sigo no tempo achando no grito meu espírito vazio e as rimas são essas amplamente discretas pra você sempre imaginar que ninguém no mundo teria capacidade de citar...

É isso então meu bem
Entenda as entrelinhas do meu desleixo contigo
Talvez eu possa ser seu melhor homem sendo seu melhor amigo
E você minha melhor amante mesmo que não durma mais comigo
O fim também é bonito
Você só precisa achar o melhor ângulo e com clichês ardentes na boca encontre na mesma alma uma nova pessoa.

Espero que no próximo verão os dias amanheçam mais acessos e que tuas mãos batam palmas junto com as minhas na mesma harmonia...

Foto de Mentiroso Compulsivo

ESPÍRITO DO MAR

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Até longe vaguei a minha alma
Com o espírito pesado de mágoa,
O meu barco fustigado pela água
Fez dolorosa a vigília sobre a proa
Quando à noite ouvia rochedos falar
Meu corpo encrespado de frio gelado
A fome impiedosa, a comida se havia esgotado,
Sentia o sabor quente do mar glaciar
Defrontado e gasto pelas tempestades
Esmagando o meu coração com o peso da dor
Amargo destino condenado a esperar
Um amor de mulher ausente lá na cidade
Onde amantes podem viver seu amor
Consolo de amigos a festejar a agradável noite
Na mesa o vinho e o pão em risadas de alegria
Gozo e barulho na balbúrdia da cidade
Luzes na ribalta da noite em rebeldia
Não oiço nenhum som, apenas o rugido do mar
Não! Oiço um eco, um gritante gemido
Parecia vindo de um leito em voz de mulher
Mas que me trouxe de volta a realidade do mar
É o choro agudo da tempestade que se aproxima
O grito de uma criatura que é ave inocente
Tão pequena e ténue, de nítida voz de água transparente
Por entre o lamento do vento cruel e insensível
Trazido na noite branca escurecida de neve
Pelas sombras de granizo que caía no mastro
Ondas violentas a querer o seu grande ego
Da sua maior monstruosa grandiosidade
A caírem como turbilhões de lágrimas salgadas
Que o meu bartedouro não consegue vazar
E no meu barco sozinho andava perdido
Não havia gaivotas que me pudessem guiar
Ansiava só pela voz que me pudesse ouvir
Aprisionado naquele mar imenso, sem fim
Desejei lançar-me ao caminho do mar
Naquele instante vi portos distantes
Perto dos meus parentes aquém, para lá do além
Um romper de uma nova aurora de luz
Trazendo o rumor de uma nova terra
E vagueei com os amigos a caminho de casa
Esperando minha amada, ansiosa porque tardava
Livre do medo eu fiquei da longa viagem
Senti a voz que me dava a esperança terrena
E o meu coração ficou apaixonado pelo espírito do mar
Arvores verdes floresceram nas águas
A cidade bela que tanto ansiava, ergue-se no mar
Campos de flores, planícies verdejantes de amarelo
O meu espírito pairou sobre a extensão dos oceanos
Ansioso e desejoso de mergulhar em suas águas profundas.

© Jorge Oliveira

Foto de Henrique Fernandes

QUERO MORRER MAS NÃO DE MORTE

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O vento quase que tudo levou
E me pergunto porque não eu
Serei restos que para trás deixou
O castigo que a sorte me deu

Choro lágrimas de medo
Lavadas pelo sol doente
Quero morrer no meu cedo
Que sem amor não sou gente

E porque vejo o mundo acabar
Enquanto ergo as minhas ruínas
Num grito que me faz matar
Pelos cortes das minhas sinas

O destino tem sido cão raivoso
Rosnando ao pisar dos meus passos
Nas rugas de um tempo manhoso
Com peso de dor nos meus braços

Foto de Mentiroso Compulsivo

Insustentável Segredo

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Sentei-me ao lado do meu insustentável segredo,
Aprisionado nas raízes profundas da minha mente.
Ébrio demente que se esconde num vazio degredo.
Interrogando-me da razão porque estou inconsciente.

São tantas as noites como esta que discuto com a morte,
Do excesso de querer viver num silêncio sufocado pela dor,
Trazida por ventos insalubres, emergentes do ontem sem sorte.
Singrando sobre o mar de sangue do meu corpo sem amor.

A alegria frágil dos meus sonhos traz de novo a noite imperfeita,
Herdando revoltas do além, do supérstite veneno que resiste.
Procuro, revolto-me, grito… trago os nervos como suspeita,
Do vidro que existe a fazer barreira entre o alegre e o triste.

Esta ainda não é a noite magistral para sucumbir à vida.
Discurso espavento com o sono tentando lograr a paz,
Abrem-se-me as minhas veias desta existência vazia,
Assassinadas pelo incêndio dos sentidos, do corpo que jaz.

Jorge Oliveira 10.MAR.08

Foto de Henrique Fernandes

CONTENTE A SOFRER COM A VERDADE

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Felicidade é uma luz que vagueia
Iluminando o escuro da mente
É fogo que sempre se incendeia
Numa luta pelo que se sente

Felicidade é um acordar estonteante
É voar alto e ser livre de dor
E absorver um prazer deslumbrante
Na beleza de criar o amor

Não existe felicidade absoluta
Há sempre um grito no silêncio por ouvir
No esquecer por momentos a dor da luta
Pelos caminhos sinuosos do existir

Não sou prisioneiro dos meus pensamentos
Que alimentam a minha vontade
Iludida por bons e maus momentos
E viver contente a sofrer com a verdade

Foto de Drica Chaves

Luta vã

Pergunto-me o que faço - das palavras:
ora rimo,ora canto,ora bailo;
embaraço-me - nas palavras:
ora grito,ora emudeço,ora falo;
desprendo-me - das palavras:
ora balbucio,ora resmungo,ora denuncio;
encontro-me - nas palavras:
ora rio,ora choro,ora silencio;
distancio-me - das palavras:
ora corro,ora pulo,ora driblo;
iludo-me - nas palavras:
ora aplaudo,ora bato,ora acredito;
despeço-me - das palavras.
_ Por Hora _
brinquei,pouco ajustei e como lutei
- com tantas vãs palavras.

Drica Chaves

Direitos autorais reservados.

Foto de Raiblue

Feminessências...

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Entre as cores de Frida
Eu me calo
Minhas dores
Meus amores
Meus delírios
Diários
Pintados...
Clariceanos caminhos
Desejos alados
Nos corações selvagens
Desperto Eros e Afrodite
Sou Yin nos verões
Sou Yang nos temporais
Que inundam a gente!
Sou Florbela e sou Amélia
A que mergulha nas profundezas
A que serve o café na mesa
Bovary e Salomé
Sou o que você quiser
Sou Helena de Tróia
E sou a mulher de Atenas
Sou a saga, sou a senha
A antiga e eterna epopéia
A ficção nada científica
Sou filosófica mente mística!
Sou romântica e pós-moderna
Sou a voz rouca que se liberta
E ecoa nesse poema
Como um grito de resistência
Energia cósmica, pétalas de rosa
Essência feminina
Sou a explosão da placenta
Sou (á)vida , ainda que severina
Ser(tão) delicado
De cactos e mandacaru
Sou o fim e o começo
Sou aquela na qual não me reconheço
De tantas outras que sou...

(Raiblue)

Feliz dia internacional da mulher!!

bjkitas carinhosamenteblue!
Rai

Foto de JGMOREIRA

AINDA LEMBRAS? II

AINDA LEMBRAS? ll
RRR

Minhas desesperanças são vagos lumes
Na mata fechada sem alumiar nada
Além dos passos que dou, morta de cansada
Alpinismos milimétricos
Verminais gostos inodoros da tua saliva
Visual insípido aos teus olhos cépticos

Não sou nem o riso ou a dor
Comumente transparente em seu dorso
De suor no ato da falta de amor
O lirismo acabou?
Não incubou em teias de aranha na alma
Satanás ainda batendo palmas
Cristo se envergonha e chora
Vês? Todas as lágrimas transbordam

Não te espero mais na calçada
Não ando descalça nem sou sem graça
Policiais policiam meus fatos típicos
Feriados singulares, coincidentes
Sem reincidência, coerência, decência

Onde andamos nós que ficamos tão sós?
Velhos jovens loucos sãos e de antemão, contraceptivos
Canto mas nada entoa
Falo mas nada em ti ecoa
Grito sem orgasmo
Só doloroso espasmo de músculo contraído

Onde fugimos de nós?
O hoje se masturbou no ontem
Lançou sêmen morto no amanhã
Que nasceu à noite
Abortou a tarde
Enterrou uma manhã pálida
Do dia ofuscante já morto

Não consigo estremecer perante o medo
Nem tenho medo perante o ladrão
Não há roubo. Só roubados
Não consigo aspirar e expirar
Os hélios ou helênicos que respiras
A mim não concedo o pão do Senhor
Não prossigo que a escada encaracolou
Submergiu no teu rodamoinho

Essa vida toda contida na cabeça de alfinete
Esse teu congelo e degelo, setenta quilos
De pedra e sub sal.
Meus afagos desafogam energias nucleares
Em homens que encontro nos bares
Acordando em camas alugadas
Faço amor sem amar, dando sem entregar
Essa imaginaria guerra real se prolonga
Ao som de tambores e caças
Submarinos submergem à minha aparição
Sou o front, o desalinho da tropa dispersada
Na tua farda mal amada, branca de medo

Somos as engrenagens enferrujadas das máquinas
Gosto ácido de azia que corrói o estômago
Espinho na pata do leão; Paleótipo vazio
Puro som de grito abafado na fronha usada
A caldeira do diabo a que me atiraste
Harpa de archanjo que jamais ouvirei
Depois que meu Deus passou para o terno e gravata
Cabelo cortado, ar compenetrado, empresário de almas

Correria se tivesse pés
Falava se houvesse voz
Amaria se meu coração não estivesse partido
Fragmentado em dor atroz
Amaro amargo, Cinzano
Corte de fazenda barata
Peso perdido na balança desregulada

Acima de tudo, quero amar
Projetar-te em outro corpo
Que seja meu, meu de tudo
Para amar essa parte tua
Como nunca pude te amar
Que não deixarias
Sem mágoas nem angústia
Nem caos nem paz

Ainda te perpetuo
Teimo contigo no meu peito indeciso
Incoerente
Ainda te sinto apesar do tempo cretino
Que só sabe medir distância
Sou o nãoseioquê na tua vida
Talvez, teu olho cego, um sonho teu
Despertado
Armário de respostas que não abres
O porto seguro no qual atracas após
A deriva diária
Um vício, mania de criança
Algo em alguém destemido
A força fraca de ser valente
Encarar e debochar da vida
Chamar homens de meninos
Rir dele e fazê-lo crescer
Estacionar o trem do tempo
No garimpo do sentimento
Carregando a bateia para te achar
Ou achar uma pedra preciosa
Não mais a rosa fria, cadáver de flor
No que esse amor me tornou

Talvez, seja só meu esse amor...

Outro dia/1979

Foto de Joonks

Em meu quarto

Ontem eu estava em meu quarto pensando em nós, como o mundo seria feliz se nós estivéssimos juntos. Que perfeito ia ser, se você me amasse, mas infelizmente não te conheci realmente e tudo não passou de um sonho.
Socorro, socorro eu grito
Socorro, socorro eu peço
Socorro, socorro eu chamo seu coração
Mas você não me ouve, esta surdo pelo ego, e eu estou morrendo, tudo não passou de um sonho, então não sonharei jamais, pois você me fez ter medo de durmir, não quero mais acordar.
Socorro, socorro eu grito
Socorro, socorro eu peço
Socorro, socorro eu chamo seu coração
Por quê? Eu me pergunto
Por que você apareceu?
Por que você me conheceu?
Por que você e por que eu?
Não deveria ser assim, era para sermos felizes, mas você não quis,te dei uma chance e você já fez sua escolha, talves seja tarde demais, assim como foi pra mim....
Juliana C. Brandão - 16 anos

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