Facas

Foto de Arnault L. D.

De amor e primavera (Louco de amor)

Por amar, eu fiz loucuras,
fiz torturas em mim mesmo.
Afaguei facas e leões,
tropecei noites escuras
e vaguei, feliz e a esmo.
Feito a dançar canções...

Por amar, pintei miragens
do que vi, um quadro lindo.
Por amar e apenas pelo amor,
dei passos para além das margens
e voei um pouco, ao céu caindo
em derramar-se em pétalas de flor.

E fiz, todas as loucuras
que a verdade desconhece.
Pois, se esquece das ternuras
de amar além da prece...
Reza a alma a ti e cessa em juras,
a fiar que o tempo cesse.

E ando assim... O louco.
Que não sabe pouco, apenas muito...
E trago em rédia solta
o dizer sandices, mas, não minto.
Pois, são reais a mim; avulto...
O que é; por causo do que sinto.

Sei, sou e sabes-me, enlouquecido.
A fazer o que se espera
de alguém que é perseguido
pelo anjo, sonho e a quimera
que chamo apenas de sentido,
de amor... De amor e primavera.

Foto de Alexandre Montalvan

Anjo Bom

Eu conheço a mal
Que manifesta nas almas das feras
Como feras são elas o próprio mal
São visgos negros e venenosos que deixam seqüelas

Dilaceram a carne vermelha
E o sangue precioso
Que jorra e já é como água suja da chuva
E seus cúmplices são as negras nuvens

Que como quem não quer nada
Propaga-se em uma prolongada
Heresia da dor

Não há face oculta, apenas facas afiadas
Que decepam sonhos e ruborizam as cores
Das flores

É a terra negra que assola estagnada o chão
Com as lindas unhas pintadas com esmalte marrom
Eu penso como Foucault

E a chamo de meu anjo bom

Alexandre

Foto de P.H.Rodrigues

Cortinas

Corra jovem. Corra até a costela apertar.
Grite. Fique vermelho de tanto gritar.
Não pare! Até que o suor escorra pelo rosto

Vire, não deixe as chamas acertarem o seu rosto.
Se agarre, para que as pontas não acertem os seus olhos
Vença, para sentir quão doce é o gosto

Do que se lutou para conseguir,
daquilo que se perseguiu sem parar e exitar
Não descanse, o mundo não para pra você pensar
ou ter tempo de respirar

Não espere que a água quebre a pedra
soque as facas até que suas pontas se entortem
e não mais possam te cortar
e o mais importante ...

Sorria sempre, pois mesmo quando o sorriso não for de alegria
Alguém ira retribui-lo de verdade
e um verdadeiro será estampado em teu rosto
lhe deixando um segundo de saudade.

Foto de cnicolau

Tenho tanto a dizer

Tenho tanto a dizer, tanto a escrever,
mas ao mesmo tempo, tanto a calar...

Tudo o que passei nessa vida, tem sido no mínimo interessante.

Hoje vejo coisas que não via há muito tempo, ou que não queria ver,
pois meus olhos estavam tapados, cerrados, fechados a tudo isso,
a tudo o que de bom a vida tem a me oferecer.

Sinto-me ofegante ao olhar pra traz e ver as coisas que deixei de fazer,
as coisas que deixei de falar,
as pessoas que deixei de conhecer,
as coisas que deixei de sentir...

Sabe,

às vezes eu gostaria de ter uma máquina do tempo,
para poder voltar e consertar algumas coisas que fiz de errado...
Ajustar, apagar, acrescentar, etc...
Mas sei não ser possível.

Sinto-me por tantas vezes de mãos atadas, podado, sem ter muito que fazer...

Uma angústia, uma dor no peito, um “sei lá o que” interno,
que esta me corroendo as entranhas,
como se você tivesse sido abalroado por um trem...
Deixando-me um sentimento de vazio, um sentimento de desapego, algo estranho...

Logo pela manhã, todo dia,
levanto e oro a Deus para que meu dia seja iluminado...
Peço que me faça acordar desse sonho, desse coma “interno” em que me encontro...

Os sentimentos florescem em mim,
mas ao mesmo tempo em que me dão asas,
às cortam com facas afiadas,
sem nem dar-me o luxo de alçar o primeiro vôo...

Que um dia eu consiga aquietar minha Alma e meu Coração,
dilacerados pelas vicissitudes da vida, pelas intempéries
de meu antigo orgulho e egoísmo...

Que um dia, eu consiga olhar pra mim mesmo...
Que um dia, eu consiga conviver comigo mesmo...
Que um dia, eu consiga...
Olhar pra mim mesmo...

E CONSIGA

VER...

Foto de Sandro Sansão

O que somos?

De um simples acontecimento
De um olhar de contentamento
De um sorriso sincero
De um abraço prolongado
Nasce a esperança
Envolve-nos em sentimentos
Tornam - se próximos
Tão próximos como fossem um só
Entregam-se por inteiro
Doam-se o coração
Acreditam fielmente
Machucam-se às vezes
Riem, choram, brigam, festejam
Fazem tudo que deve e não deve ser
Feito
Ai a vida mostra
Sua face
Às vezes com flores
Outras vezes pontas de facas
Cortam a pele
Sentem na epiderme
O contado verdadeiro
E isso que mais assusta
E isso que nos move
A querer ser sempre mais
O que na verdade
Todos nós somos
Às vezes esquecemos
De sermos
Seres humanos

Foto de Marilene Anacleto

Passeio por Minhas Vidas

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Passeio por minhas vidas,
Num ir e vir feito ondas
Procuro razões para não ser
Aquilo que me incomoda.

Em regressão consciente,
Frente à cena, próxima à dor,
As vidas logo se achegam
Com o Mestre do Amor.

O amor que ressurge
E, em vidas resiste,
Traz também suas dores
De forma imprevista.

Consciente de tudo
Nas águas, nas matas,
Em mesas de bares,
Em sexos frágeis,
Nas danças, nas facas.

A mãe, outrora irmã,
Em outra vida rival
Trago à luz esta cena
Para torná-la amor.

Depois me vem o sobrinho
Tão sozinho, tão carente,
Em outra vida bebezinho
Chorava a mãe ausente.

E aquele meu irmão,
Em outra vida, o amor,
Voltou para me encontrar
E dar-me o que não doou.

E assim vou passeando
Por algumas vidas por vez,
O Mestre de Amor, comigo,
Aceito a lição a aprender.

Tantas e tantas vidas,
Distâncias infindas,
Já não estão mais aqui,
E influenciavam a vida.

De uma vez, a conturbação acalmou,
De outra, a pasmaceira se agitou.
O trabalho com dinheiro melhorou
Volta o amor, que para trás ficou.

Minha alma compreende:
Que viver o hoje é progredir.
O que passou não se muda,
O que se viveu não se pode repetir.

Basta ver o que aconteceu
Reconhecer que foi feito uma escolha,
Como Deus nos ensinou, a melhor de todas,
Vida nova... aprender, ensinar e ser feliz,
Sem medo, sem raiva, sem culpa!

Terapeuta e amiga, de amor e renúncia,
De vidas infindas, irmã de outrora,
Não sei em quantas vidas, esperança ressuscita,
Ajuda-me a passear por muitas vidas.

Marilene Anacleto

Foto de BRUCE ALEX

Cavalheiro Amador

Quando perceberes que terminou
Pode ser tarde, as vezes é noite!
Talvez nem sinta falta daquele amor
Que acabou!

Fui jogado de um abismo, a luz apagou
Mas, subi ate o topo. Percebi sua mão pedindo perdão
Não podia confiar, foi suicídio....
Suas mãos se abrindo eu caindo
Sabia que não podia voar
Foi ali, que assassinou quem tanto te amava.

Não peça perdão
Como perdoar quem joga, larga e abandona!
Já não me restam mais moedas, como posso a valorizar?
Ou será que aceitas, como eu, trocar ouro em pedra!

Onde estou ?
Naquele abismo já não vai mais me encontrar.
Não desça, lá sentirá a solidão de quem quis muito e hoje não tem nada!

Sei como sou
Não a deixarei naquele escuro
Estarei lá sempre como uma luz no fim do túnel
Grite meu nome, nem precisa
Sem mesmo me querer será sempre minha querida

Por você ressuscito, tenho várias vidas
Crio assas e voou
Faço fogo com gravetos, me aqueço
Enxergo luz quando há tanto breu
Alimento-me de sonhos, recordações
Trasformo pedra em ouro
Até vivo ilusões.

Posso estar errado, dando murros em pontas de facas
Ou estar simplesmente amando.
Sendo um guerreiro que mesmo perdendo várias batalhas
Luta incrivelmente para vencer a guerra
Com várias espadadas de amor
Podendo ter ferido o coração da mais bela donzela.

Foi atos inocentes
De um cavalheiro amador
Um pequeno guerreiro
Lutando por um grande amor!

Foto de Arnault L. D.

Das coisas que são suas

Tenho medo das minhas facas
tenho medo das minhas palavras
tenho medo do meu instinto
tenho medo da minha fome
tenho medo da minha escolha
tenho medo do meu desejo
tenho medo do meu rancor
tenho medo do meu ódio

Tenho medo do escuro

E todos eles são meus
todos formam um outro

Quando a luz abaixa
quando o sórdido corrói
quando perco o receio
das coisas que são minhas

Não me queira cheio de coragem
não me queira cheio de mim
não me queira dono de tudo

Queira-me confuso
queira-me com medo
queira-me em parte

Ou vai conhecer mais do que busca
ou vai conhecer menos do que espera
ou vai conhecer além do que pode

Se me considera seu, tenha cuidado
Destas coisas que são suas

Foto de Evandro Machado Luciano

Poetas da dor. Hipócritas do amor.

Estou tão seco de vida
Quanto um indigente ateu e solitário
Seco de palavras e rimas
Procuro o amor em cada lágrima caída
E minha inspiração em um dicionário
Com meu coração aprisionado em masmorras longínquas

Que espécie de poeta sou?
Perco horas procurando palavras
Que levantem o lábaro da alegria
Mas viro noites com Edgar Allan Poe
Lendo frases criadas
Para atiçar-me a agonia

E o que dizer de Byron?
A morte era o que lhe dava o prazer de viver
Não desejo esse mal a ninguém
Uns chamam de insanidade, outros de dom
Na verdade é a busca pelo sofrer
Por não ser hipócrita, admito: Já busquei por isso também.

Estas são as lamúrias de um pobre perdido
Como nos disse Álvares de Azevedo
“São as páginas de um livro não lido”

É a vida justificando a morte
O destino atirando suas facas
Sem medo de nos deixar cortes

Foto de Diandra xD

A Você

Beije-me
Como se não houvesse ontem
Como se não houvesse amanhã
Beije-me como se não houvesse ninguém
Depois disso, esqueça
Depois disso, se vá
Volte, como se não houvesse beijo
e Beije-me como se não houvesse
.
.
.
Beije-me
Como se houvesse uma faca cravada em suas costas
Como se estivesse sangrando
Beije-me esperando o seu fim
Depois disso, sangre
Depois disso, sofra
Volte, como se não houvesse sofrido
e Beije-me friamente como se não houvesse
.
.
.
Beije-me
Como se tua culpa não existisse
Como se minha boca fosse o paraíso
Beije-me como nunca beijou
Depois disso, apaixone-se
Depois disso, me ame
Volte, como se não houvesse raiva
e Beije-me com toda tua alma como se não houvesse
.
.
.
Beije-me
Como tuas mãos me acariciam
Como teu coração reage a mim
Depois disso, apenas sinta
Depois disso, apenas viva
Volte, como se não tivesse ido
e Beije-me, beije-me com tanta vontade que não queira mais largar
.
.
.
Me beije, me ame, me sinta...
Mesmo que tenha cravado facas em minhas costas
Mesmo que tenha arrancado meu coração
Depois disso, sinta o que eu sinto
Depois disso, sinta o amor
e Beije-me, apenas se desculpando como se não houvesse

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