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Passeio por minhas vidas,
Num ir e vir feito ondas
Procuro razões para não ser
Aquilo que me incomoda.
Em regressão consciente,
Frente à cena, próxima à dor,
As vidas logo se achegam
Com o Mestre do Amor.
O amor que ressurge
E, em vidas resiste,
Traz também suas dores
De forma imprevista.
Consciente de tudo
Nas águas, nas matas,
Em mesas de bares,
Em sexos frágeis,
Nas danças, nas facas.
A mãe, outrora irmã,
Em outra vida rival
Trago à luz esta cena
Para torná-la amor.
Depois me vem o sobrinho
Tão sozinho, tão carente,
Em outra vida bebezinho
Chorava a mãe ausente.
E aquele meu irmão,
Em outra vida, o amor,
Voltou para me encontrar
E dar-me o que não doou.
E assim vou passeando
Por algumas vidas por vez,
O Mestre de Amor, comigo,
Aceito a lição a aprender.
Tantas e tantas vidas,
Distâncias infindas,
Já não estão mais aqui,
E influenciavam a vida.
De uma vez, a conturbação acalmou,
De outra, a pasmaceira se agitou.
O trabalho com dinheiro melhorou
Volta o amor, que para trás ficou.
Minha alma compreende:
Que viver o hoje é progredir.
O que passou não se muda,
O que se viveu não se pode repetir.
Basta ver o que aconteceu
Reconhecer que foi feito uma escolha,
Como Deus nos ensinou, a melhor de todas,
Vida nova... aprender, ensinar e ser feliz,
Sem medo, sem raiva, sem culpa!
Terapeuta e amiga, de amor e renúncia,
De vidas infindas, irmã de outrora,
Não sei em quantas vidas, esperança ressuscita,
Ajuda-me a passear por muitas vidas.
Marilene Anacleto