Estou tão seco de vida
Quanto um indigente ateu e solitário
Seco de palavras e rimas
Procuro o amor em cada lágrima caída
E minha inspiração em um dicionário
Com meu coração aprisionado em masmorras longínquas
Que espécie de poeta sou?
Perco horas procurando palavras
Que levantem o lábaro da alegria
Mas viro noites com Edgar Allan Poe
Lendo frases criadas
Para atiçar-me a agonia
E o que dizer de Byron?
A morte era o que lhe dava o prazer de viver
Não desejo esse mal a ninguém
Uns chamam de insanidade, outros de dom
Na verdade é a busca pelo sofrer
Por não ser hipócrita, admito: Já busquei por isso também.
Estas são as lamúrias de um pobre perdido
Como nos disse Álvares de Azevedo
“São as páginas de um livro não lido”
É a vida justificando a morte
O destino atirando suas facas
Sem medo de nos deixar cortes
Comentários
Flor para Evandro Machado
Olá! Interessante sua poesia.
Vista como uma desabafo.
Você desenhou com profundidade todos so sentidos de cada palavra.
Abraços Anna A FLOR DE LIS