Dia

Foto de Graciele Gessner

Erros e Escolhas. (Graciele_Gessner)

Os erros me fizeram ser o que sou hoje. Os erros me fizeram fazer escolhas amargas e sem volta.

A vida não é feita só de acertos, mas de erros que nos custam a sobrevivência, o nosso caráter. Os meus erros fizeram a minha essência, a minha história.

Sabe, só me arrependo de uma escolha que fiz nesta vida. O erro de ter cometido a minha maior loucura, uma aventura. Custou-me a perda de quem mais amei nesta vida.

Contudo, a vida é muito engraçada! Ganhei uma segunda chance de recomeçar. Sobrou-me apenas o aprendizado, sem mágoas e sem rancores de quem um dia feri.

Sei que tropecei nesta vida, mas sei que depois de tudo que aconteceu ter recebido o seu perdão ainda me ficou um vazio na alma. E agora, recomeçar é preciso.

Veja como um erro influencia a vida, o destino, o caráter. Sei que andam-me julgando pelo erro que não compete a quem não tem nada a ver com a situação. Mas desde já, afirmo que o nosso amor é mais forte que os julgamentos dos que ficam jogando as pedras sobre mim.

Os erros e acertos farão os meus alicerces de sabedoria e conhecimento da vida.

Isto é tudo que tenho para declarar no momento.

13.07.2008

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de pttuii

Aristóteles de Sousa Escrivão

Num futuro assustadoramente próximo, a fúria de um homem servirá para abrir todos os telejornais do mundo. Cansado de assumir os despistes da condição humana, Aristóteles (chamemos-lhe assim) vai pegar em armas e virar-se contra o poder dos mitos. Sem precisar de andar muito irá, um dia, sair de casa e encarar, olhos nos olhos, a diva da ópera. Luísa Todi, imortalizada num busto de virginal mámore branco no centro de Setúbal, será sequestrada. Tudo se vai passar tão rápido, que quando as pessoas se aperceberem já será tarde de mais. Num dia de Verão, mais um a prenunciar a careca de ozono de que o planeta já padece, Aristóteles colocará em prática anos a fio de saber livresco. À hora a que estas linhas estão a ser produzidas, o criminoso do futuro estuda afincadamente a metodologia dos protagonistas dos mais famosos quinze minutos de fama do mundo. Manuel Subtil, Al Pacino em 'A dog´s day', Vladimir, o ucraniano que sequestrou o dono da pastelaria 'Sequeira' na Avenida da República, em Lisboa. Será rápido na abordagem, terá de conseguir prever todos os possíveis erros e, acima de tudo, ter óptimos pulmões para que todo o mundo o consiga ouvir. Num futuro assustadoramente próximo, Aristóteles vai rodear o busto de Luísa Todi com suficiente C4 para rebentar com a Casa Branca. Com o detonador numa mão, e uma AK 47 na outra, vai esperar que todas as unidades especiais da Polícia cheguem. Depois, logo a seguir, virão dezenas e dezenas de jornalistas. Para finalizar o cortejo da decrépita condição humana, marcarão presença milhares de aves necrófagas. Altos, baixos, velhos, novos, brancos, pretos, amarelos. A capa é humana, mas o interior será com certeza animalesco. Aí, e só aí, quando estiverem reunidas todas as condições necessárias para que o mundo saiba quem é Aristóteles, é que quem estiver a ler este texto perceberá, por esta altura, que esteve a ser enganado. Eu, o autor, identifico-me como Aristóteles Sousa Escrivão, bêbado profissional neste mundo há 53 anos. Acabei de apedrejar o busto de Luísa Todi e, neste momento, estou preso num calabouço policial a tentar imaginar que sou uma pessoa importante. Ai de quem se atreva a quebrar uma ilusão que, além de não pagar impostos, prova a teoria evolucionista de Charles Darwin. Deus nunca teve nada a ver com os macacos fodilhões. A má sorte de mais tristonho dos Austrolopitecus, é que está na origem da minha estadia nesta cela.

Foto de DeusaII

Deixo-te ir...

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*
*
*
Meu coração já rasgado de dor
Percorre em câmara lenta,
Todos os momentos que vivemos.
Nossos sentimentos,
Nossos desejos,
Nossos planos,
Perderam-se pelo caminho...
Perderam-se na mágoa, na ignorância,
Perderam-se na ilusão do que nunca foi.
Por isso meu amor,
Deixo-te ir...
Apesar da tristeza que abala minha alma,
Apesar do sofrimento que destrói minha vida,
Apesar do desespero que vai me matar.
Deixo-te ir...
Segue teu destino, que não vai de encontro ao meu,
Tenta levar contigo a felicidade,
Dos dias que nunca tivemos.
Deixo-te ir....
Porque teu amor era apenas uma máscara
Para esconder tudo o que não sentias,
Teu olhar, foi a minha traição,
Que enganou-me, por engano.
Deixo-te te ir....
Nas asas de um anjo,
Para que percorras outros mundos,
Outras vidas, sem mim.
Minha face já transfigurada pela dor,
Começa a perder a sua tonalidade,
Meus membros, perderam a sua vitalidade,
E meu sorriso, morreu junto contigo.
Mas deixo-te ir....
Apesar da atrocidade deste encontro,
Apesar da minha morte interior,
E da magia que se criou e se perdeu.
Apesar disso tudo, meu amor....
Deixo-te ir....
Voa em liberdade,
Mas ensina-me primeiro a viver sem ti,
Ensina-me o que é a vida, depois de ti,
Ensina-me como recuperar de novo minha alma.
Vai, meu amor....
Que o vento seja o teu guia,
E a lua tua companheira.
Que as estrelas brilhem sempre na tua direcção.
Vai, meu amor....
E deixa-me aqui desfalecer sozinha.
Vai, meu amor
Antes que a noite chegue,
E que os meus fantasmas me persigam,
Antes que o dia morra,
E o sol deixe de brilhar.
Vai agora,
Mas não voltes mais!

Foto de fernando gromiko

Meu anjo, Meu inferno

Não sei mais o que falar
Não sei mais como agir
Eu não posso te amar
Deixei o inferno me iludir

Minha alma não agüenta
Por mil demônios possuída
A força deles me despenca
E te elevam, estás mais linda

Seu sangue frio me desespera
Tenho esperança, acredite!
Nesse inferno me enterra
Mas és bela como Afrodite

Suas formas são de anjo
Meu coração nunca resiste
Mais bela que um arcanjo
Mas de um mal que não existe

Queria estar ao seu lado
No perfeito paraíso
Não ficar despedaçado
Em chamas num abismo

Sabe que um dia eu te amei
Saberás do que irei falar
Dessa ilusão acordei
Vá para o inferno descansar

Vá, tente alcançar
Novas almas para iludir
Vá impedi-las de brilhar
Vá impedi-las de sorrir

Aqui se faz, também se paga
É sua hora de cair
Onde seu brilho se apaga
Pro teu inferno a consumir
(autor: Enzo Bicalho, Cosmissismo)

Foto de Salome

Novo Amanhecer

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Hoje… não tenho necessidade do meu espelho
Para conferir o que ainda sou ou deixei de ser,
Para vislumbrar a verdade do Eu e do meu viver
Ou a simples curiosidade de querer me conhecer

Quanto tempo já se passou desde aquele dia!...
Onde eu, ainda perdida e sentida da vida me
deparei com aquele que soube acontecer e fazer
com que acordasse desta minha ilusão de viver

Nunca tive noção, de que tudo tinha sido em vão,
Esse tempo todo, perdido numa simples actuação
Até você se decidir a entrar na minha existência,
Impondo sua presença a este corpo desordenado

Naquele nosso primeiro olhar… inigualável emoção,
Que sem o saber resgatou meu coração condenado,
Me obrigando a contemplar o que havia desleixado,
Me intimando a ser e a olhar para o alem do querer

Aos poucos... você gravou seus rastros no destino
Me fazendo ver rostos fracos que nunca quis ver,
A fraqueza e insensatez que nunca quis entender,
O que pensei ser amor quando não passou de ardor

Você me fez caminhar entre enigmas desconhecidas,
Denodar trilhas sem nome, escuras e desaparecidas,
Você me deixou vislumbrar tua presença assombrada
Que por vir nas madrugadas, nunca deixou de existir

Hoje, ao olhar para o mundo, não há mais o passado,
Nem um segredo, nem um medo para me atormentar,
Somente esta liberdade de querer, de te amar e viver
Enquanto o mundo vaga na escuridade tentando ser

Aquela... que um dia quisestes desvendar e lapidar,
Hoje renasceu com um sorriso e novo brilho no olhar;
Não foi necessário a ciência, nem o encanto ou feitiço
Mas somente o absinto da tua poderosa presença.
.
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****

Salomé
Copyrighted to KM 2008
(Todos os direitos reservados ao Autor)

Foto de Vanize Maia

A Vida é...

A vida é o máximo
A cada dia que passa amo mais estar viva
Apaixono-me por tudo o que a vida me dá, me oferece
Por tudo o que ela me impinge e me obriga a amar e encarar
A vida é um encanto, é uma realidade iludida
A vida é um show de ilusionismo: tem todo um sistema por trás, todo um trabalho de bastidores que fazem com que o show seja um verdadeiro espectáculo inesquecível
Esse sistema são as pessoas que nos rodeiam, nos amam, os sentimentos que nos enredam e a natureza que vai influenciando devagar, ao som do batimento cardíaco e nos vai dando sinais.
Viver é belo
Viver é intenso
Viver é um encanto
A vida é doce, alegre e iluminada!
A vida é a natureza e a natureza é a vida
Sou uma eterna apaixonada por ela
Desde muito cedo que mantenho relações intimas com a vida
Dessa relação muito nasceu, o mais importante que brotou foi a minha insanidade.
Amo o amor, a paixão e a verdade nas pessoas
Na minha insanidade, amo profundamente a mim, a terra e o mar, o sol e a chuva, o riso e o suor meu... Adoro aquele beijo, o teu toque, o cheiro e o olhar...
A vida é uma fatia daquele cheesecake, uma taça de vinho do tinto, um luar, uma dança e uma conversa fiada...
Eu e a Vida, mantemos uma relação de amantes, amigos, namorados, parentes, companheiros, cúmplices... e até mesmo de inimigos. Competimos para ver qual de nós se apodera do outro, procuramos novas maneiras, de nos derrubar-mos na nossa paixão, na nossa insana sana maneira de nos amarmos
A vida é fud!d@
Ela fod3-me e eu a ela
A vida é uma guerra de sexos, de ideias e de prazeres.
É uma luta por si só, sem objectivo e sem causa.
É simplesmente o prazer de se debater, de se melhorar, de se evoluir
Foi no meio dessa guerra que descobri que o meu maior prazer é viver, estar viva.
É no meio dessa relação louca e quase sexual, mas profundamente sensual
Que me vou descobrindo, me vou fortalecendo e me vou firmando como pessoa
Como mulher, africana, “honesta”, inteligente e bonita
E a cada transa, a cada nova posição, mais amor transborda
A cada troca de fluidos e sentimentos, mais paixão sai pelos nossos poros.
É lixado, ter uma relação tão agressiva. É invejável...
Mas é fantástico! É mágico!

Foto de NiKKo

Magia e sedução.

Meu coração andou entristecido pelo céu noturno
procurando em meio à solidão um novo alento.
Vaguei em meio ao som dos mares bravios das incertezas
para tirar de mim lembranças que me martirizavam o pensamento.

Confesso que não sei por quanto tempo assim eu voei
e nos cumes traiçoeiros e sombrios muitas vezes me abriguei.
Pois a solidão margeava minha alma com tamanha intensidade
que ela era a minha amante, muitas vezes eu imaginei.

Com ela bebi a taça dos desejos roubados e esquecidos
e entoei as canções como faunos para com as Dríades dançar.
Compus poemas e rimas falando somente da dor que sentia
que minhas lágrimas mais se pareciam com as águas do mar.

E de repente no horizonte surgiu uma luz tão clara
tal qual a aurora de um novo dia que esta para nascer.
E envolveu minha vida uma suavidade há tanto tempo perdida
que ao me tocar com seu carinho me fez renascer.

O brilho que vi naquele momento tão especial e fugaz
aproximou-se e então, surpresa eu pude notar
a luz era dos olhos de um Ser tão delicado e sensível
que quebrando a minha solidão, me convidou a de novo voar.

Abri minhas asas e deixei que o vento me ajudasse a subir
pois desejava ir ao mais alto dos céus para me proteger,
pois eu tinha encontrado a metade que me faltava
que junto dela para sempre eu queria viver.

E voando assim nos braços de Morfeu eu me deixei levar
nem percebi que Cronos queria roubá-la de mim.
Que fez com que Netuno a defendesse com seu tridente
criando ondas gigantes no oceano sem fim.

Mas para que o nosso sentimento ficasse registrado
venus apiedou-se a resolveu na lua tatuar.
Fez com que nossos nomes ficassem gravados no universo
juntando a estrela com as penas da Fênix a voar.

E la na imensidão surgiu uma nova entidade luminosa
que nenhum homem consegue descrever.
São as lagrimas dos olhos da Fênix que encantada,
chora por amor e com isso consegue as almas rejuvenescer.

Pois contem em sua gota a magia do encantamento
que sara os corações entristecidos e magoados.
Fazendo com que as cinzas da solidão sejam levadas pelo vento
e se transformem em alegrias nos corações dos apaixonados.

Foto de Sonia Delsin

POEMA DO ENCONTRO

POEMA DO ENCONTRO

Fui ao teu encontro morrendo de desejo.
Louca por teu beijo.
Fui...
Meu corpo te pede.
Minha alma anseia por tua presença.
Contigo o mundo tem outra aparência.
Uma transparência.
Tive tanta paciência.
Te esperei por anos e anos.
Nem fazia muitos planos.
Mas te aguardava.
Aguardava tuas mãos macias.
Tua boca bonita.
Teu jeito que me fascina.
Contigo sou de novo uma menina.
Que pede o céu com estrelas no olhar.
Contigo gosto de conversar.
De silenciar.
Gosto de te beijar.
Te abraçar.
Como podemos imaginar que um dia vamos perdidamente nos apaixonar?

Foto de pttuii

Mena

Nunca se desdisse a frontalidade com que Mena pousava a alma em cima do mesmo bloco de granito, durante todos os dias que corriam em carreira. Chovia palha, quando a chuva não era mais que o que ela queria que fossem os sentimentos e as desditas. Ventava de menos.
Sim, a alma em cima de um bloco de granito, à beira de uma paragem desactivada de transportes públicos, eram coisas exangues.
E percebia-se que Mena nem sequer existia, porque o vento só reconhece quem tem coração que transpira estatismo eléctrico.
Apostou-se bem, quando ela um dia não apareceu, e o bloco de granito passou o dia nu. Sem a alma de Mena em cima. No dia seguinte voltou, e trovejava. Foram dois vencidos da vida, dois sublinhados pelo lápis invisível da morte, que lhe bateram nas costas para a felicitar. Esse foi o momento que Mena escolheu para se desfazer. Arrancou o único cabelo dourado da cabeça de rodilhas, e o ar foi subtilmente diluindo-se em volta dela.
Acabou por o mundo ver que Mena são dois dias que nunca se encontraram em si próprios, e fizeram denúncias simultâneas de incumprimentos metafísicos. Nasceu a discórdia nesse dia, e o ar concordou quando a matou.

Foto de carlosmustang

PONTO FINAL...

Olhe para mim, com todo desejo
Sem nenhum pouco de medo
Pois é puro esse sentimento
Mesmo não sendo o ideal!

Mesmo não sendo normal
Um amor excecional
Que nos deixa caído
Com palavras. Indeciso

O que vale é a solidão
De um coração
Preenchida por paixão

Um amor paranormal
Se encontrara algum dia
De um outro modo banal.

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