Desgosto

Foto de Te_shi

OUVES-ME?

Quando já não temos nada na alma?
Quando se esvanece o sentimento?
Não vês o mesmo sorrir?!!!
Só damos valor quando o que amamos não temos.
Só a morte nos dá valor...
Já não sei mostrar afecto!!!
Perco-te para a idade, afasto-me da tua juventude...Porque?
Tenho desgosto de não saber mostrar os...Sentir...
Meu coração querer falar...de à alma amada explicar o...
Eu não te vejo o amor abraçar e me abafar de desejo sentido.
Queria tanto para ti...não tenho riqueza maior...tu...2 anjos...
Não foi amor?!!!
Preferes palavras já feitas, de outrem...escritas já ditas...
Mas isso não é...gostava que todo o meu amor fala-se sem voz...
Não parasse dia e noite...que cada estrela te sussurasse...
E ouvisses no silêncio...
Que te amo

Foto de Stacarca

Amor funéreo

Amor funéreo

"A chaga que 'inda na
Mocidade há de me matar"

A noute era bela como a face pálida da virgem minha. O luar ia ao cume em recôndita dentre a neblina escura que corria os escuros delírios. Eu, pobre desgraçado levava meus pés a mais uma orgia a fim de esquecer a minha vida de boêmio imaculado. - Ah! E minha donzela morta que lhe beijava a face linda? Hoje, Não esqueci de ti, minha virgem bela de cabelos dourados que com as tranças enxugava meus prantos em dias de febre qu'eu quase morria, nem de seus lábios, os doces lábios que nunca beijei em vida, os mesmos que emudeciam os rogados de cobiças fervorosas? Sim, ó donzela de pele pálida que sempre almejei encostar as mãos minhas. Hoje, êxito de sua bela morte, sete dias sem ti, minha romanesca linda dama que as floridas formas diligenciavam os mais escuros defuntos. Os mesmos que indagam da lájea fria?
As lamparinas pouco a pouco feneciam na comprida noute que seguia, a calçada de rebo acoitava outros vagabundos que a embriaguez tomara, o plenilúnio se destacava no céu escuro, como um olho branco em galardão, magnífico. Ah como era bela a área pálida, e como era de uma beleza exímia, tão mimosa como a amante de meus sonhos, como a donzela que ainda não cessei d'amar.
- Posterga a defunta! Diziam as amantes!
- Calem-te, vossos talantes nada significam meretrizes de amores não amadas, perdoai-me, o coração do poeta nada mais diz, pois de tão infame, 'inda que vive, exalta aquela que não mais poderás oscular!?
O ar frio incessante plasmava em minha fronte doente, rígida, sequiosa pela douda vontade d'um beiço beijar, As estrelas fúnebres cintilavam, não eram brilhos obtusos, eram infladas e que formavam uma tiara de cores que perscrutava a consternação do ébrio andante, solene co'uma divinal taciturnidade. A'mbrósia falaz diria um estarrecido boêmio. Aquele mesmo que sem luz entreve o defunto podre que nunca irá de ressuscitar?!
A rua tênebra na qual partia, musgos fétidos aos compridos corredores deserdados p'la iluminação tênue dos lampiões avelhentado co'o tempo, lírios, flores que formavam a mistura perfeita d'um velório no menos pouco bramante, as casas iam passando, as portas vedadas trazia-me uma satisfação soturna, as fachadas eram adiposas e de cores sombrias, ah que era tudo escuro e sem vida. Como eram belos os corredores azeviches, aqueles mesmos que as damas trazia para gozar de suas volúpias cândidas que me corria o coração no atrelar aureolo.
A disforme vida tornara tão medíocre e banal qu'eu jazia a expectação feliz. – Pra que da vida gozar? Se na morte vive a luz de minha aurora!
- Hoje, sete dias rematados sem minha virginal, ó tu, que fede na terra agregada e pútrida comida p'los vermes, tu que penetraste em meu coração como o gusano te definha, tu que com a palidez bela pragueja as aziagas crenças banais que funde em minha febre, tu que mesmo desmaiada em prantos a beleza infinda, tu que amei na vida e amarei na morte. Ó tu...
No boreal ouviam-se fragores d'um canto sanhoso, era uma voz bela e que tinha o tom lânguido de um silêncio sepulcral, bonançosa era a noute, alta, os ébrios junto as Messalinas de um gozo beneplácito, escura, os escárnios da mocidade eram como o fulcro de uma medra irrisória, e o asco purpurava uma modorra audaz;
A voz formidolosa masturbava minha mente em turbadas figuras nada venustas.
Assassinatos horríveis eram belos como um capro divinal que nunca existira, o funambulesco era perspicaz que aos meus olhos era uma comédia em dantesca, os ébrios junto às prostitutas que em báquicos meio a noute fria gritavam, zombavam na calmaria morta, as frontes belas eram defeituosas que fosforesciam no fanal quimérico. Cadáveres riam nas valas frias do cemitério donde foras esquecidos, os leprosos eram saudáveis, os bons saudáveis eram leprosos fedidos que suas partes caíam no chão imundo, as lágrimas inundavam as pálpebras de revéis em desgosto, a febre desmaiava os macilentos, pobres macilentos que desbotavam aos dias.
Era tão feio assim.
- Quem és? De que matéria tu és feito? Perguntei e os ecos repetiam.
O silêncio completava os suspiros de meu medo, a infâmia percorria a ossatura lassa que o porvir eriçava. Tão feio tão feio... – Quem és? Porque me tomas?
Riu-se na noute. Riu-se de uma risada túrbida que nas entranhas me cosia. – Não vês que o medo é o lascivo companheiro da morte? Não sentis que a tremura d'amplidão oscila o degredo da volúpia? Não ouves o troado que ulula por entre os caminhos perdidos da vida? Não crês que a derrocada és a fronte pálida do crente que escarra?
Quem és tu? Quem és? Repetia a estardalhaço.
Um momo representava como um truão, júbilo em tábido que vomitava uma suspeição incólume, do mesmo modo como espantadiço em vezes. O medonho ar que cobria as saliências da rua era fugaz, não era do algo aturdo que permanecia em risos na escuridão das sombras de escassa claridade da noute, parecia vim de longe, cheirava ruim a purulenta, como um cadáver tomado pela podridão do tempo.
A voz: – Sentes o olor que funde do leito da morte? Ei-lo, a fragrância de sua amada como és hoje, podre como a fé de um assassino salivante, oh que não é o cheiro de flores de um jardim pomposo, nem da inocência dos ramos de sua amada que não conseguiste purpurar em seu cortinado!? A voz espraiava uma fé feia, pavorosa como o cheiro lânguido em esquivo.
– Insânia! Insânia! Insânia! Gritava como um doudo ínvio.
A tom lamentoso da voz era horrível, mas... Era uma voz análoga e invariável. Nada poderia mudar o estranho desejo, ouvir a voz blasfemar palavras lindas dolentes.
- Ora, porque tu te pasmas? Quem és a figura a muladar o nome de minha donzela?
O vento cortava o esferal cerco da quelha, os dous faziam silêncio ouvindo a noute bela gemer lamúrias de quinhão. Era tão calmo, tão renhido...
- Moço, não vede os traços que figuram de minha fronte? Não vede que as palavras são como a tuberculose que nos extenua arrancando os gládios do peito? Não vede o amor que flameja e persevera perpetuando aos dias como a cólera. - Agora ouvi-me, senhor! Maldito dos malditos quem és? O que queres? – Sois o Diabo?
O gargalhar descortinava as concepções desconhecidas, era como o sulco dos velhos tomado p'la angústia das horas, do tempo, dos anos. Não era o Diabo, tampouco um ébrio perdido na escuridão da madrugada, nem menos um vagabundo escarnecido e molestado p'la vida das ruas.
A voz: - Quereria saber meu nome? Que importa? Já-vos o sabes quem sou, Pois? Não, não sou o Diabo, nem menos a nirvana que molemente viceja entre as doutrinas pregadas por idiotas vergastas. Não sou o bem nem o mal, nem 'alimária que finge ser um Arcangélico nos lasso dos dias. Não sou o beiço que almeja a messalina tocar-lhe os lábios adoçados de vinho. Oh que não sou ninguém somado por tudo que és. – Sabei–lo, pois?
- Agradeço-te. Disse-o!
Dir-te-ia as lamúrias seguintes, os ecos rompendo os suspiros meus, a lua sumira, o vento cessara, a voz que apalpadelava aos ouvidos descrido. Oh! tudo findou! Não sei se a noute seguiu bela e alta, lembro-me apenas de estar num lugar escuro, ermo, as paredes eram ebúrneas, a claridade não abundava o espaço tomado. O ar era desalento, um cheiro ruim subia-me as narinas;
- M'escureça os olhos, oh! Era um caixão ali.
Abri-o: Ah que era minha virgem bela, mas era uma defunta! Na pele amarelenta abria-se buracos que corria uma escuma nojenta, verde como o escarro de um enfermo; Os lábios que sonhei abotoar aos beijos meus era azul agora, os cabelos monocromáticos grudavam pelo líquido que corria pelo pescoço, as roupas lembravam um albornoz, branca como a tez inocente da juventude. Os olhos cerrados e túrbidos, tão sereno, a bicharia roendo-lhe a carne, fedia. As mimosas mãos entrelaçadas nos seios, feridas em exausto.
... Meus lábios em magreza os encontrou, frio como o inverno, gelado como a defunta açucena, a pele enrubescia aos meus toques, a escuma verde era viscosa e o prazer como o falerno, a cada beijo que pregava-lhe nos lábios, a cada toque na tez amarela, era tudo o amor, o belo amor pedido. A noute foi comprida, adormeci sobre o cadáver de minha amada, ao dia os corpos quentes abraçados, a adormeci em seu leito, dei-lhe o beijo, saí:
Coveiro: - És por acaso um tunante de defuntos? Perguntou-me.
- Não vês que o peito arde de amor como o fogo do inferno? E a esp'rança estertora como tu'alegria? Disse-o.
- Segues meu senhor!

Foto de Remisson Aniceto

Nostalgia

Helena? Helena? Onde estás agora?
Apesar do pouco tempo da partida,
a lembrança me castiga, faz ferida
e a tristeza solidária me namora.

Onda calma de sono me invade
quando oscilo sobre a rede no quintal...
Teus beijos, teus abraços, teu rosto divinal...
Que saudade, Helena! Que saudade!

Tremor vago o meu corpo já domina,
ao sentir que a bela fantasia
s`esvaece logo que o sonho termina.

E quem entende a minha dor, o meu desgosto
e a escassez que há em mim de alegria,
é o zéfiro que banha o meu rosto.

Foto de Kinha_lind

"Nunca Me Amou"

Amar-te não sei se quero mais...
Não sei se consigo mais
Continuar amando você
seria deixar de amar a mim...
Seria esquecer de mim mesmo...
Seria gostar de sofrer...
Não sei se consigo mais...
Seria machucar muito meu coração que esta quase anesteziado de tanto sofrer!!!
Seria pedir para morrer,
morrer de desgosto de desilusão
Seria morrer por você e sem você
Seria morrer sem sentir o gosto de amar e ser amada...
Seria morrer sem viver...
Porque hoje não vivo...
só sonho em ter você de novo...
Mas não devo, não posso...
Seria querer sofrer mas uma vez...
porque faz isso?
me ajuda a entender!
não consigo achar as respostas...
ou talvez tenho medo de saber que nunca me amou...
é verdade... nunca...
nunca me amou.

Érika Vieira Lino.

Foto de Homem Martinho

CARREIROS DE LÁGRIMAS

As rugas do meu rosto
CARREIROS DE LÁGRIMAS SÃO.
causados por desgosto
e neles não temos mão.

Gosto de olhar tua sensualidade,
sei que, para mim, és ilusão,
as minhas réstias de felicidade,
CARREIROS DE LÁGRIMAS SÃO.

Preenches todo meu pensamento,
te recordo a todo o momento,
és a dona do meu coração.

Tua sensualidade me estonteia,
mas os fios desta minha teia,
CARREIROS DE LÁGRIMAS SÃO.

Francisco Ferreira D'Homem Martinho
2007/03/26

Foto de Homem Martinho

AVÓ

Porque hoje se cumprem vinte anos que a minha avó me deixou,fisicamente, eu gostaria de prestar a minha homenagem a todas as avós do mundo.

Avó, não me sais da mente,
recordo-te, avó querida,
relembro-te constantemente,
revejo os traços de vida sofrida.

Recordo tuas mãos, de doçura,
tua imagem, lenço na cabeça,
corpo trajando roupa escura,
era o desgosto a marcar presença.

Recordo teu rosto magoado,
sentada na cama, a meu lado,
dando-me um grande sorriso.

Esperavas até eu adormecer.
Avó, tenho de to dizer,
És das pessoas que mais preciso

Francisco Ferreira D'Homem Martinho
2007/03/23

Foto de PoetaProfeta

Demasiado Tarde!!!

Amo-te... Amo-te desde que te vi pela primeira vez...Não te deves lembrar talvez...E como não te poderia amar? Reparei logo no teu sorriso, desde então só tu me fazias sonhar...

Um sorriso que iluminava não só o teu rosto mas também toda a minha alma, o meu coração... para sempre...tudo marcou como toda a gente uma vez sonhou...

Foi contigo que aprendi a sorrir, e o meu sorriso de agora que passou a encantar outras mulheres é, de facto, o teu... Este sorriso é a única forma de te manter perto de mim, dentro de mim...

Amo-te... Só me dei conta disto quando já era impossível ver-te...E com a revolta de não poder trazer-te...

Só agora, longe de ti, cheio de saudades, sei o que é amar... E que te amava quando estava contigo, mas pensava estar a exagerar... E como podia saber? Nunca tinha sentido algo tão forte antes de te ver, nunca, antes de te conhecer, quis partilhar os mistérios da minha alma para quem não merecer...

Amo-te... Antes de te conhecer achava que o amor devia ser a resposta que os seres humanos encontraram para se defenderem contra a solidão. E que resposta é esta ?!?! Estava sempre a dizer... Alguns momentos de alegria e de prazer, seguidos por outros momentos de lágrimas, de desgosto, onde todo o tempo dedicado foi em vão... Eu, apaixonado ? Nem pensar ! Para quê ? Para sofrer ainda mais ? Só que, depois de te ver, pensar assim, jamais....

Amo-te... Lembro-me perfeitamente dos teus beijos e dos teus abraços...O quanto é bom lembrar os nossos amaços... A sensação que tinha quando me deitava e sabia que tu eras a primeira coisa que veria no dia a seguir... Estes foram os únicos momentos da minha vida em que me senti feliz e não estou a mentir... Quando sabia que ia acordar ao pé de ti...Foi uma sensação única que senti...Assim como ao abrir os olhos, na madrugada, ainda sentia os teus beijos na minha pele esfriada..

Amo-te... Depois de nos termos separado, nunca consegui ver o meu rosto nos olhos de um outra mulher assim como o via nos teus... Porque me iluminavas com o teu amor.. E eu te amava, também, mas tinha medo de to dizer, de to mostrar... Até agora os teus olhos têm sido o único espelho da minha alma... Comecei a ter ainda mais medo quando já não conseguia dormir sem ti, quando as noites sem ti na cama se tornaram um pesadelo sem fim porque não sentia o calor do teu corpo a aquecer meu coração...

Amo-te... Amo-te porque só na tua voz me apercebi da poesia do meu nome...E ainda mais podia me esforçar para tentar explicar o quanto ainda te posso amar...um sentimento demasiado forte para eu estar a digitar, mas sei que posso e quero demonstrar...

Amo-te, apesar de ser demasiado tarde para to dizer...Mas o que não consigo é te esquecer!!!

PoetaProfeta

Foto de pedacinhos de mim poemas

Desilusão

A desilusão é um cálice de fel
que transborda queimando a ilusão
escorre e faz poça no coração
afogando a nossa satisfação.

No ápice do desgosto, remôo
Rumino e trago o seu gosto amargo
Rejeitando, ponho-me em choro
Sinto-me mártir perante os algozes.

Em farrapos contemplo-me
Vejo-me com olhos invertidos
De uma alma pelo avesso
Sem chão, sem ar, sem brio.

Sinto-me frágil como criatura
Decadente, descontente...
Quem dera poder trocar minha pele
Como fazem as serpentes.

Célia Torres

Foto de Tancredo A. P. Filho

AMOR

Ela olhou pra mim,
Limpou com o dedo um dos olhos,
Pacientemente, após alguns instantes
Se aproximou parecia muito triste,
Parecia uma rosa, flor de muitos abrolhos,
Sem sorrir, sem falar, muito séria...
Ela sabe o que pode e vai acontecer,
Dentro de instante...
Chega bem perto de mim...
Lentamente tirou a calcinha...
Deitou-se... começou articular palavras de desânimo:
- Faço tudo pra você me amar...
Entretanto não consigo...
Tudo que sinto nesse momento e que já senti
Você não capaz de imaginar...
Meu coração está cheio de espinhos...
Espinhos da sua indiferença,
Pois parece, que deseja apenas me usar
Em suas noite de sexo!

Ela parou de falar se aninhando ao meu corpo,
Abracei-a com abraço carinhoso
Com lentidão e dosando bem as minhas palavras
Comecei a falar:
- Isso que está falando, é falso,
É uma inverdade, eu gosto muito de fazer sexo,
Entretanto o que realmente faço
Não é apenas sexo, é amor...
É o mais puro amor que sinto
E assim faço porque eu a amo...
De hoje em diante pode ficar consciente,
Não há razão pra ter desgosto comigo...

Depositei um beijo de amor no rosto dela!
Ela se ajeitou na quentura do meu corpo
E deu-me um beijo no meu peito...
Foi o início do nosso relacionamento amoroso,
Pois existia amor de ambas as partes...
Aquela noite foi memorável,
Foi uma noite em que dois seres que se amavam
Puderam fazer amor durante a madrugada inteira.

Foto de Stacarca

Poeta Maldito

Vida! Vida, que a ti tanto repugno
Morte! Oh morte que a vos tanto ansiava
Enfermiças palavras eu regurgito
Em versos dolentes da era medonha passada?
Pobres ricos com fatuidade que tanto estraga.
A tristeza que impera, Dum momento? Ah eu minto...
A alegria dissipada, há esperança? Ah eu acredito...
Opacos sentimentos à amostra, é amor que exala!

Na vespertina eu escrevo a ingratidão
No cair da noite choro por um Mundo sepulcro
Quão grande é meu amor senhora. Ó podridão!
Púrpura de sangue do indulgente. Ó imundo!
Amo-te cada vez mais, minha amada musa
Não importa a elegia, nem mesmo o pasmar
Escrevo com a alma, com a realidade dura
Escrevo com o coração, por te amar.

O pavoroso sempre volta, não importa o dia
A realidade é sempre a mesma, vida esmaecida
Sua face nunca esqueço, ó traços perfeitos
Seu sorriso áureo, ó lindo, sempre "momentos"
Porque te odeio tanto? Meu Mundo horrendo
Porque te amo ainda mais? Minha divindade clara
Veja, mais um que sucumbiu na existência, Num morrendo?
Deturpa uma noite que o óbvio já dizia, brada!

Ó leitor ignaro, não leia o desgosto
Viva de amor, não do sobreposto
Um poema composto por palavras desgraçadas
Escrito por um poeta triste, que almeja o nada
Acreditas em mim, por favor... Quando digo a verdade
Eu te amo! Mesmo com essa podre gentil realidade
Versos medonhos que machuca a olhos nus
Dum poeta que sangra a cada dia, e exala o próprio pus

O poeta escreve a esperança
O poeta compõe sentimento
O poeta grita o ódio
O poeta maldito te ama!

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