Clamor

Foto de Civana

Marcas

Pétalas de luz
Lágrimas de chuva
Brilho na noite
Caminho profano que seduz

Purpurina dolorida
Lantejoula suada
Plumas insones
Batom marcado na ferida

Música delirante
Corpos inquietantes
Juntos, apenas mais um instante

Carrasco, voraz, senhor
Euro, fama, clamor
Amigo, amado, amor!

(Civana)

Foto de HELDER-DUARTE

Se palavras houvera

Ah! se neste ser houvera...
Palavras para junto de ti levar,
O que ainda não levara,
No meu já tanto orar...

O que em mim vai de sofrer,
Neste minha vida momento.
Então haveria em ti Deus querer,
Para de mim tirar tão grande sofrimento.

Deus! Deus! Deus!...
Já é tempo de ouvires,
Este clamor meu...

Dá-me então, a este meu coração...
Um expor permitires,
Em palavras altas minha tribulação!!!

HELDER DUARTE

Foto de xandaox

O poema é um clamor e um clamor é um poema

O poema é um clamor e um clamor é um poema!
Meu pai amado eu clamo a ti
Ti peço socorro ó meu senhor
Por favor, me ajude.
Meu senhor
Traga de volta o meu amor
De-me uma chance de reparar meu erro e reconquista o meu amor
Meu pai amado eu clamo a ti
Ti peço perdão pelos meus erros
Ó meu senhor
Por favor, me ajude.
Traga-me de volta o meu amor.
É a única coisa que eu te peço
Por favor, me escute.
Ouvi o meu clamor
Ouve a minha oração.
E traga de volta o meu amor

Foto de Agamenon Troyan

"ESTOU VOLTANDO..."

“ESTOU VOLTANDO...”
(Um conto africano)

De: Agamenon Troyan

Um jovem angolano caminhava solitário pela praia. Parou por alguns instantes para agradecer aos deuses por aquele momento milagroso: o deslumbramento de sua terra natal. O silêncio o fez adormecer em seu âmago, despertando inesperadamente com o bater das ondas sobre as pedras. De repente, surgiram das matas homens estranhos e pálidos que o agarraram e o acorrentaram. Sua coragem e o medo travaram naquele momento uma longa batalha... Ele chamou pelos seus pais e clamou pelo seu Deus. Mas ninguém o ouviu. Subitamente mais e mais rostos estranhos e pálidos se uniram para rirem de sua humilhação. Vendo que não havia saída, o jovem angolano atacou um deles, mas foi impedido por um golpe. Tudo se transformou em trevas...
Um balanço interminável o fez despertar dentro do estômago de uma criatura. Ainda zonzo, ele notou a presença de guerreiros de outras tribos. Todos se demonstraram incrédulos no que estava acontecendo. Seus olhos cheios de medo se indagavam. Passos e risos de seus algozes foram ouvidos acima. Durante a viagem muitos guerreiros morreram, sendo seus corpos lançados ao mar. Dias depois, já em terra firme, o jovem angolano é tratado e vendido como a um animal. Com o coração cheio de “banzo” Ele e outros negros foram levados para um engenho bem longe dali. Foram recebidos pelo proprietário (senhor do engenho) e pelo feitor que, com o estalar do seu chicote não precisou expressar uma só palavra. Um dia, em meio ao trabalho, o jovem angolano fugiu. Mas não foi muito longe, pois fora capturado por um capitão do mato. Como castigo foi levado ao tronco onde recebeu não duas, mas cinqüenta chibatadas. Seu sangue se uniu ao solo bastardo que não o viu nascer.
Os anos se passaram, mas a sua sede por liberdade era insaciável. Várias vezes foi testemunha dos maus tratos que o senhor aplicava sobre as negras, obrigando-as a se entregarem. Quando uma recusava era imediatamente açoitada pelo seu atrevimento. A Sinhá, desonrada, vingava-se sobre uma delas, mandando que cortassem-lhe os mamilos para que não pudesse aleitar... O jovem angolano não suportando mais aquilo fugiu novamente. No meio do caminho encontrou outros negros fugidos que o conduziram ao topo de uma colina onde uma aldeia fortificada – um quilombo –, estava sendo mantida e protegida por escravos.
Ali ele aprendeu a manejar armas e, principalmente a ensinar as crianças o valor da cultura africana. Também foi ali que conheceu a sua esposa, a mãe de seu filho. Com o menino nos braços, ele o ergue diante as estrelas mostrando-o a Olorum, o deus supremo... Surgem novos rostos estranhos e pálidos, mas de coração puro, os abolicionistas. Eram pessoas que há anos vinham lutando pelo fim do cativeiro. Suas pressões surtiram efeito. Leis começaram a vigorar, embora lentamente, para o fim da escravatura: A Lei Eusébio Queiroz; A do Ventre-Livre, A do Sexagenário e, finalmente a Lei Áurea. A juventude se foi. O velho angolano agora observa seus netos correndo livremente pelos campos. Aprenderam com o pai a zelarem pelas velhas tradições e andarem de cabeça erguida. Um dia o velho ouviu o clamor do seu coração: com dificuldade, caminhou solitário até a praia. Olhou compenetrado para o horizonte. Agora podia ouvir as vozes de seus pais e avós sendo trazidas pelas ondas do mar. A noite caiu cobrindo o velho angolano com o seu manto... Os tambores se calaram... No coração do silêncio, suas palavras lentamente ecoaram: “Estou voltando... Estou voltando”.

Carlostvcdr@gmail.com

Foto de Nana ´De Má

Sonho de um beijo.

Seus olhos, um clamor um pedido,
O silêncio de uma mensagem entendida,
O encontro, as primeiras sensações,
Seus braços, um escudo de proteção,
Seu calor, minha fuga das dores mundanas,
Seus olhos, um pedido,
Concedo,
Carinhos de mãos em rosto,
O roçar de dedos, sensações, uma aprovação a mais,
A carícia e o roçar da pele macia contra a barba cerrada em simples roçar de rostos.
O encontro dos lábios sedentos, o delicado contado dos seus com os meus, a candura do encontro, o morno de sua saliva em meus lábios, frações eternas de alguns segundos,
Explosões de sentimentos, em ato tão frugal, seu gosto, seu jeito, sua graça, seu aperto, a união que tanto clamamos, um sonho, um beijo, muito mais que um simples desejo, a confirmação do sim, e o banho de paixão de seus olhos em mim, saudade adiantada de algo irreal, momento postergado, mas já apreciado, na espera de ser confirmado,
Um beijo, um encontro, o atrito, meu sonho.
Beijo-te, me beija, te sorvo, me sorva, te queimo, me queimas dois em união, com excedente paixão, transborde em mim toda essa paixão, meus lábios queimam em vontade intensa do primeiro ato.

Foto de Soninha Porto

Q U E R E R

encontros nos recantos da lua
eu, nua a encantar você
em salpicos no ar
o balançar dos desejos
lampejos de cometas a brilhar
a buscar o céu da boca
desbocada e desvairada
embolada de rasgões do universo
suspenso num mar de estrelas
e elas a pipocar por todos os cantos

Eu a querê-las
você a me tocar
num amar saboroso
buliçoso a escorrer
no querer dos corpos
corpóreos no ar
a se entrelaçar
a se buscar

entregas
longos beijos
beijam corpos e almas
a estrela Dalva vibra
calibra auras luminosas
apetitosas e famintas

eu a tropeçar na estrela-guia
ousada e ofegante
ante o guerreiro abatido
derretido no clamor
no andor de ondulantes sonhos
você num sonho permeado de amor
ao redor da amante a beber seu regalos

Soninha Ferraresi Porto® - 24.01.2007
SoninhaPorto
Publicado no Recanto das Letras em 11/04/2007
Código do texto: T446176

Foto de Mauro Veras

O poema que nasceu em silêncio

... é aquele que se fez no início das manhãs
quando o mundo estava em suspenso.
E denso, imprimiu sua trajetória na alma insana,
na febre tamanha que ocupa os desejos.

Febre de ti, que aos ritos de amor louco me compelia,
Febre de mim, que aos poucos e sem saída me perdia,
Febre de amor, que era a loucura daquele encanto,
Febre da dor, que era a ternura, ao avesso e tanta.

O poema que nasceu em silêncio
e tem a robustez de uma estória em apenso
tem a altura do grito desesperado,
que o mundo consolida nas memórias e nos lenços,
perde-se num sopro cansado
como a voz que vira acorde sussurrado e lento.

E eu gritava por ti, para dentro de todos os silêncios;
e eu gritava por mim, habitado por teus mistérios;
gritava o amor, num sonho acordado e intenso;
gritava a dor, entre soluços e esperas.

E meu grito é tropeço do coração
no tênue ponto entre a sagração e a insensatez,
entre a paixão e a lucidez de a ela não ceder,
entre a busca das palavras e do encontro
entre uma lua inquieta e a voz do poeta.

O poema que nasceu em silêncio
tem a magia das manhãs e é fonte de luz,
reflexo da alma em agonia. É língua em sintonia
com o fogo da existência
ecoando por mil vozes arrancadas de suspiros
que gritam, em todos os meus medos, por ti.

Nada faço, porém, que não faças antes por mim,
e o silêncio que pensas ouvir
é em verdade o clamor dos instantes em rodopio,
é a claridade de uma salva de assobios
que o peito amante verte, qual clarim.

O silêncio que pensamos ouvir
são parecenças do vazio repleto de nossas presenças,
são vontades que escapam das palavras, arredias...
são olhares arrancados da fotografia
do porvir, e instalados pelo oráculo da cumplicidade
na beleza límpida dos lírios brotados em nosso jardim.

Prelúdio da revelação mais pura,
o silêncio que trocamos tem a simetria do universo,
suas estrelas e luas, que amamos!
Tem a vibração primordial dos sinos
e soltam as amarras e viram este grito mudo
que só nossa amante alma reconhece, enfim.

Obs.: este poema foi feito em parceria com a poetisa Carol Marisco.

Foto de MARTE

AGORA E ETERNAMENTE

Tudo que o meu olhar procura,
Não dá para resistir,
A um beijo de emoção!
No extáse da loucura,
Sem poder sentir,
O teu profundo coração!
O teu corpo sedento de amor,
Todos os teus carinhos,
Ver no teu olhar o clamor,
A ecoar nos meus caminhos!
Sentir todos os teus anseios,
E entrar nos teus sonhos...
Beijar a tua boca molhada,
Fazer-te desfalecer de prazer,
Do teu corpo a minha morada,
Deixar tudo acontecer...
Na minha imaginação,
Eu te beijo,
Tu me beijas docemente...
Na na mais pura tentação,
Da vontade do desejo,
Sentindo-te minha inteiramente!
Agora e eternamente
Viver o amor plenamente
Caminhar pela madrugada
Tatear cada pedaço do teu corpo
Sentir-te extasiada
No espaço e no tempo!
MARTEJCarvalho

Foto de Helô Abreu

Quanta arrogância

Quanta arrogância a minha
querer da noite e do amor saber
dos perfumes e da paz que arde,
quando vibrávamos de prazer
Querer saber que de ti tudo sei
e que conhecia a fundo o teu ser
quando deitado na penumbra sobre mim
no cair caliente do entardecer
dizias palavras de amor sem fim.
Quanta arrogância a minha
querer saber das estrelas
que vigiavam as nossas noites de amor,
enciumar-me do suave sopro do vento
que nos refrescavas nestes momentos de calor
Quanta arrogância hoje ainda a minha,
por tentar deter a lágrima que sulca minha face
a dor que dilacera a minh'alma
porque distante de ti estou
Quanta arrogância a minha
querer prender em mim a última palavra
que deixastes suspensa numa estela quando partistes
Quanta arrogância a minha
querer amar a lágrima que cruelmente me maltrada
por não sentir mais o sal da tua pele.
nem o sabor de mel dos lábios teus
que loucamente me embriagavam
e saía do teu corpo como água quente,
e claras de um rio transparente
de águas doces e radiosas
que me iluminavam a mente
e me agitava a pele
no clamor divino
do meu imensurável amor por ti
Quanto arrogância a minha
não querer entender que te perdi!!!!!!!!
Helô Abreu

Foto de Stacarca

Leproso

Leproso

Clausura em ávida lembrança agrura
Vasta em inerte moléstia infinda,
Vida leprosa qu'eu imolo a candura
De tantas achacadiças aqui contida.

Ó chagas, adentra coração com foice
Em turva que qu'a dor estraçalha...
C'uma chaga, essa chaga desgraçada
Que rebenta cândido em toda orce.

A nata sorumbática envolve o clamor
Do câncer que se chama humanidade,
Pútrido, aleivoso, doença do amor
Que despoja p'ru vil, ó calamidade.

Leproso, Ah vida... Ó como leprosa
Que ditoso finda em que acabaria;
De néscias regurgitadas p'la anosa
Crença. 'Inda de doenças curaria?

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