Cheiro

Foto de Zedio Alvarez

Alimento da Saudade

Ficou só no lamento
Dentro da minha mente
Dê uma chance a paixão
Mesmo usando a razão

Guardo tanta saudade
Misturada com realidade
Saudade que me contamina
Do amor daquela menina

Do sabor da tua boca
Da tua voz sussurrante
Do cheiro dos teus cabelos
Da fartura dos teus seios

Do teu corpo magro e caliente
Da água salobra da fonte
Que me fez enlouquecer
Causando uma explosão de prazer

Foto de TrabisDeMentia

O abismo

Abismo para que te quero se já tenho de ti o outro?
Aquele que te reflete nas mais puras águas do alucinio
Para que quero das tuas entranhas o que já não como?
Se já trago entranhado no corpo o teu vómito
O mesmissimo amargo cheiro em que me afogo
O hálito em que me embriago nas ausências da mente
Quando percorro teus vales e ventres de despojo

Saldo todo esse nojo e me indívido com o negativismo
Com os compromissos de uma alma que não se quer
Além das braçadas que dá nem aquém dos ouvidos
De quem grita aflito pelo retorno do dono
De quem alimenta somente a mão que lhe estenda
O perdão em vez da crença ou da verdade

Pra que te quero se cumpres pena de miséria por falta de espaço?
Se por grande de mais não te serve a humildade?
Se usas como molde para teus trajes a desculpa?
Vejo-me agitar ao cimo de um monte preso pelo pescoço
Estranha forma de te acenar um adeus
Ninguém se conforma com esta sorte.

Foto de TrabisDeMentia

De repente

Assim,
Não mais que "de repente"
Passaste por mim
Me atropelaste com tua sofreguidão
Me deixaste ali, desfalecida no chão
Lábios sangrando, no corpo as marcas das tuas mãos
Que mal eu te fiz?
Para largares em mim o cheiro do teu suor
E este sabor que não me larga a boca?
Passaste por mim com uma ansia louca
E com uma brutalidade sem fim me tomaste á força.
Pra quê? Pra me deixares sofrida?
Sai de vez minha vida.
Sai de cima de mim.

Foto de jgdearaujo

Romance

Maria Rita de Cássia,
Cabloca d’olhos de mel,
Cabelos como os da Mãe D’água,
E boca feita a pincel;
Faz tempo, andava taciturna,
Nas mãos carregava um papel
Olhava que olhava, e não lia
A mensagem que viera com um anel.
Logo, duas lágrimas azuis,
Escorriam dos olhos de mel
E as feições bem feitas de Cássia,
Ganhavam contornos de céu,
Por mais doce fosse seu sorriso,
Tinham, agora, gosto de fel.

É que o José da Farmácia
Mulato bem posto e fiel,
Vira Cassinha na rua,
Na festa da Mãe do Céu
E seus olhos pretos como noite
Embriagaram-se daquele mel.
A boca imaginou o gosto
Dos lábios feitos a pincel.
E o olfato gravou o cheiro
Dos cabelos sob o véu.
O coração bateu forte
Firme feito nó de cordel
Agora e sempre seria Zezinho escravo
Daqueles olhos de mel.

Rápido, foi Zezinho ao boteco,
Pediu caneta e pincel.
Rabiscou meia dúzia de versos
Juntou a eles um anel.
Molhou com água de cheiro,
Chamou o moleque Chechéu.
Disse c’os olhos marejados,
Passando ao moleque o papel:
Entregue à cabocla Cassinha,
Aquela d’olhos de mel.
Diz que é o Zé da Farmácia,
Quem manda bilhete e anel.
Daqui ficarei reparando,
Os pensamentos ao léu

Correu ligeiro o moleque...
Cassinha recebeu o anel.
Sorriu feito noite de lua
Com medo, abriu o papel,
Mas os seus olhos não viam
A mensagem que trouxera Chechéu...
É que Cassinha, coitada
Nunca experimentara um pincel,
Nunca fora a uma escola,
Nunca lera nem cordel.
Por inteligente que fosse,
Jamais decifraria o papel...
Por isso, os olhos que olharam Zezinho,
Não transmitiam o seu mel.

Cassinha voltou pra roça
Nas mãos sempre o papel...
Então foi pedir ajuda
À Professora Isabel,
Que logo pegou o bilhete
E viu que não eram letras ao léu:
“Cassinha, cabocla bonita,
Encantei-me pelos teus olhos de mel.
Como prova do meu encanto,
Envio-te um beijo e um anel,
Que uses na mão esquerda
E juntos construiremos nosso céu”.

Cassinha olhou o bilhete,
Olhos vidrados no papel.
Como que enfeitiçada,
Segurou as mãos de Isabel.
Pediu que lhe ensinasse os segredos
De como decifrar o papel.
E daquele dia em diante
Tornou-se a aluna mais fiel...

Hoje, passados seis meses
Cassinha não larga Isabel.
Conhece já alguns segredos,
Da caneta e do papel,
E até escreveu um bilhete
Que mandou junto a outro anel.
Quem entregou pro Zé da Farmácia,
Foi o moleque Chechéu:
“José, você é bonito,
Brilha como as estrelas do céu...
Ah! Eu trago todos os dias,
Na mão esquerda aquele anel”

Foto de Stacarca

Eu ainda vivo por você

Quantos invernos já se passaram desde sua partida?
Quais lembranças me fazem chorar nos dias escuros da minha vida?
Como será que você vive longe de mim e do meu amor?
Quando você irá me dizer? E acabar com essa imensa dor...
Você está vendo? Você está ouvindo? Você está sentindo?
São Lamúrias de um coração triste, negro e morto.
Que apenas chora e chama pelo seu sagrado nome.

Quando eu olho na imensidão do horizonte;
Entre as nuvens e o azul infinito do céu.
Vejo tua linda e alva face, como sempre sorrindo.
Mostrando-me como viver, e ter uma linda vida assim como você;
Eu queria tanto a sua felicidade, o seu amor novamente...
As suas fotografias e as minhas lembranças são minhas únicas amigas

Como conseguirei viver até o fim dos meus dias?
Sem o seu amor e seu sorriso...
Quando poderei te ver novamente?
Para te abraçar e mostrar o quão grande é o meu amor por você;
Porquê você foi embora tão cedo?
Havia tantas coisas para eu te dizer.
Você sabe porque minha vida é triste e sombria?
Pois sem você a minha morte sempre será o meu anseio

É claro que um dia vou morrer... Logo, logo!
Você vê, o Sol está se apagando.
Assim como meu coração e minha alma
Por apenas não poder olhar para os seus olhos novamente
Lembro-me de nossos momentos juntos... Volte, volte!
Por favor, volte para mim, faça-me feliz mais uma vez.

Eu ainda sorrio por você (com nossas lembranças)
Eu ainda choro por você (de saudade )
Eu ainda respiro por você (com o seu cheiro)
Eu ainda vivo por você (porque te amo)

Foto de Amália Lopes

O CETIM DOS LENÇÓIS

O CETIM DOS LENÇÓIS

O beijo ficou entre a sombra
e o nada.
O teu vasio já não faz parte
dos meus sentimentos.
A sombra do teu andar dissipou-se
na madrugada, numa sinfonia de silêncio.

Soltando as estrelas,
desviando os ventos,
num caminho de mistério
esperei-te demasiado, e transformei
cada emoção,
num ideal ao pôr do sol.
Tinha as mãos cheias de sonhos, sonhos
ocultos em nenufares azuis, que enfeitaram
o pulsar do meu coração,
numa melodia perfeitamente infinita.

Guardei o direito de sonhar.
Guardei as pétalas azuis da noite, onde
o cetim dos lençóis, sorriu, porque
o cheiro da tua sombra,
desenhou no céu do meu quarto,
o meu nome em flôr
sobre os meus lábios...

Amália Lopes

Foto de Senhora Morrison

E quando você chegar...

E quando você chegar...

A noite trouxe seu cheiro
A saudade vaga em meu leito
Sinto-me queimar
É uma euforia, uma dependência.
Eu luto pra adormecer
Mas sua presença é forte
E aguça meus pensamentos
Então cansada de lutar, penso.
Penso em você
Meu homem
Meu filho
Meu rei
Meu escravo
Você chega me devorando com os olhos
Deseja-me e me tem
Entrego-me sem medo
Como se não houvesse amanhã
O amor sem pudores
Sem limites
Pertencemos-nos sem culpa
Sem cobranças
Palavras não são necessárias...
Liberte-me com seus toques
Faz-me mulher a cada beijo
Sentir-me desejada por você
É um presente
Amo teu cheiro
Tua respiração
Teu calor
Amo a vida que exala de ti
A necessidade de ti aumenta
Mas já é tarde pra voltar
Então continuo a sonhar
Suplicando que entre por esta porta
Tomando-me em seus braços
Conduzindo-me ao êxtase...

Senhora Morrison
17/07/2002

Foto de Karine K.

Faces

Um toque que não conheces
Uma face que acaricia apenas com borbulhas
Um cheiro que somente podes imaginar

Teu tórrido desprazer de um passado breve
ardido

Tuas mãos ficaram prezas
em um corpo murmurante
que assombra hoje suas lástimas

Meu anseio elucubra como uma sombra
os paralelos de teus feixes
Sensações delicadas
para uma velha bruxa
vestida de borboleta com asas coloridas.

Foto de MARTE

NO CÉU DA MINHA ALMA

O teu olhar em mim irradia,
Um sentimento que faz brilhar,
O silêncio do meu dia a dia,
Uma luz no meu caminhar!
Musa da minha poesia,
Beleza e encanto,
Um mar com maresia,
Melodia do meu canto!
Lindo o teu suave sorriso,
No seu encanto e paixão,
Que faz-me sentir no paraíso,
Num momento de sedução!
No céu da minha alma,
A madrugada nasce devagar,
Com a lua que me acalma,
Na beleza do seu brilhar!
És como a prateada lua,
Que irradia amor infinito,
Beleza na noite nua,
No seu encanto e doce rito!
És a profunda e doce emoção,
O cheiro da flor do meu jardim,
Que mexe com o meu coração,
O mundo que existe em mim!

Foto de sonhos1803

Querer

Queria ser como uma borboleta,
A testar seus olhos,
A voar,
Brindando, com cores,
A sua vida sem calor,
Perfumar tuas noites,
Com o cheiro do amor,
Preencher teus braços,
Com meu corpo,
Beijar a tua pele,
Na altura de teu peito,
Estreitar um jeito,
De beijar,
Abrir uma janela,
Para entrar o orvalho da madrugada,
Tirar tua pose,
Com um riso,
Voar para teus braços,
Como um refugio a tempestade de desejo,
Consumir-te a cada beijo,
Travando uma dança, com minha voz na tua garganta,
Teu gosto morno,
A enlouquecer meu corpo,
Voar, passear minhas mãos, conhecendo a maciez da tua pele,
Fugir como que a repelir,
Fingir adormecer,
Estender minhas asas,
Como fios de cabelo no teu travesseiro,
Dança de pernas, atadas no teu corpo,
A expelir o que me deixa louca,
Acalmando, essa mania de viver.

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