Abismo para que te quero se já tenho de ti o outro?
Aquele que te reflete nas mais puras águas do alucinio
Para que quero das tuas entranhas o que já não como?
Se já trago entranhado no corpo o teu vómito
O mesmissimo amargo cheiro em que me afogo
O hálito em que me embriago nas ausências da mente
Quando percorro teus vales e ventres de despojo
Saldo todo esse nojo e me indívido com o negativismo
Com os compromissos de uma alma que não se quer
Além das braçadas que dá nem aquém dos ouvidos
De quem grita aflito pelo retorno do dono
De quem alimenta somente a mão que lhe estenda
O perdão em vez da crença ou da verdade
Pra que te quero se cumpres pena de miséria por falta de espaço?
Se por grande de mais não te serve a humildade?
Se usas como molde para teus trajes a desculpa?
Vejo-me agitar ao cimo de um monte preso pelo pescoço
Estranha forma de te acenar um adeus
Ninguém se conforma com esta sorte.