Chaves

Foto de Fatima Cristina

Nao chorei!

Nao chorei porque nao quis...
Nao chorei porque as minhas lagrimas para ti nao teem significado...
Nao chorei porque mesmo chorando, nao irias ficar...
Nao chorei porque te perdi, mas porque venci a dor de nao te ter....
E calei, num silencio mudo,nossos olhos ficaram calados...
Nao falei nada mais, porque caso contrario poderia chorar...
Mas eu chorei no passado, cada vez que me magoavas com tuas palavras...
Agora nao choro por aquilo que nao dizes ou por aquilo que deixaste de fazer...
Nao chorei quando abriste a porta e de malas nas maos foste saindo...de mim, da minha vida, da nossa casa mas mantive te preso no meu peito...
Pedi te que pensasses uma vez mais, porque nao existe volta pra ti ao saires de vez.
E nao, nao chorei porque as lagrimas se secaram...
E porque o meu coracao derrama sangue neste momento ao ver te assim tao frio e distante como se nunca nada existiu...
Por isso nao te dei o prazer de me veres chorar.
Podes sair agora e fechar a porta, mas antes deixa as chaves para que outro alguem um dia possa abrir o meu coracao e entrar ,e, talvez com essa pessoa eu possa ate chorar... de felicidade.

Foto de Cecília Santos

O AMOR QUE NÃO MORRE

O AMOR QUE NÃO MORRE
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Nem mesmo o tempo, que passa rapidamente.
Faz o verdadeiro amor ser esquecido.
Quando achamos que ele acabou.
Guardamos tudo em uma caixinha.
Colocamos bem escondido da nossa vista.
E achamos que ele já foi esquecido.
Mera ilusão a nossa...!
Ele não acabou, ele não foi esquecido.
Dentro do nosso coração ele está vivo.
Apenas colocamos um véu, pra fazer
De conta que ele deixou de existir.
A prova maior, está naquele caixinha.
Guardada a sete chaves.
Todas as recordações de um amor vivido.
Fotos, bilhetes perfumados, cartas de amor.
Pedacinhos de sonhos, que agora são
Fragmentos de pura saudade.
O verdadeiro amor cria raízes,
Tão profundas em nosso peito
Que nada pode arrancá-lo.
Quando de fato não tem como vivê-lo.
Vira saudade, vira recordação eterna,
Passamos a viver sonhando, com os olhos abertos.
Querendo que a vida tivesse sido diferente.
O verdadeiro amor não morre nunca.
Envelhece conosco, com o passar do tempo.
E aquele amor que um dia foi real.
Passa a ser só uma saudades.

Direitos reservados*
Cecília-SP/09/2007*

Foto de Soninha Porto

SEM CENSURA

Eu sem censura
engulo teus ais
levo-te à loucura
sob à luz dos castiçais

condenados ao lírico
à ausência infinita
ondulamos oníricos,
no arder da chama que agita

hálitos frescos
sabores de menta
em beijos novelescos
sob a luz da lua birrenta

na alvura do quarto
em lençóis suaves
entregues ao desejo farto,
escondidos na alma sem chaves

gestos atrevidos
encaixes perfeitos
completamente esquecidos
a espantar a madrugada sem jeito

Foto de Fernanda Queiroz

Entrevista exclusiva "Aline Poeta"

Catálogo de recordação
1ª Entrevista de Poemas de Amor.

Sexta, 19/01/2007 - 00:15 — Fernanda Queiroz

Entrevistar Aline foi uma experiência marcante, era estréia minha e dela.
Apesar de Mineiro ter fama de não perder o trem conectei no MSN cinco minutos atrasada, o que serviu para descontrair o clima em risos, onde a primeira declaração de nossa poetisa era que estava nervosa.

Poemas - Como não poderia deixar de ser, iniciamos assim: Quem é Aline Poeta?

Aline - Aline Alcântara Vaz - Filiação: Abelina Alcântara Vaz e Wilson Ferreira Vaz, cinco irmãos, Simone, Hávila, Sinara, Wilson Jr e Kênia
Estudante no terceiro período do Curso de Turismo da Faculdade Estácio de Sá., trabalhando como Representante de Farmácia na Farmácia Medic Lar, reside no ES, ela se importa para a tela de nosso monitor e mais uma vez colore nossas páginas.
Bem, sou uma pessoa simples... que não gosta de falar da vida alheia... e que ama tudo, 20 anos preste a fazer 21.
Comecei a escrever quando tinha uns 12 anos, em diários com direitos a chaves e senhas, pra mim essa idade representou decisões importantes e já me via como uma cidadã, com amores, sonhos e planos... daí para começar a escrever foi um pulo

Poemas-O que acha que a influenciou, herança artística, tendências do signo, ou um amor?

Aline - Meu pai escreve muito bem... e minha mãe guardava todas as cartas de amor dos dois... acredito que seja herança de papai

Poemas - Em Poemas como foi que você chegou? Escreve somente em poemas?

Aline - Por alguns anos, eu abandonei a poesia, mas quando queria matar a saudade ou dizer algo para alguém, eu procurava em sites, assim, jogava no Google e sempre encontrava Poemas de Amor, virei visitante, e posteriormente mas muito tímida, fiz meu cadastro e voltei a escrever
Só escrevo em Poemas, já recebi um convite de outro site, pois o administrador leu meus textos em Poemas e me convidou para postar no site dele, porém não era nada parecido com a família que encontrei em Poemas.

Poemas - Me diga você tem 16 poemas, esta na 1ª coletânea de poetas com cinco poemas, como é isto para Você? Acha que temos pouco empenho das entidades de associação à literatura para um resgate de gavetas?

Aline - Encontro em Poemas o reconhecimento que a sociedade não dá para jovens poetas, todos esperam que as pessoas fiquem anos escrevendo para só quando morrer, disserem que foi um dos melhores poetas do século, Poemas me fez acreditar de novo e realmente me emociono com as postagens e declarações dos poetas... me sinto lisonjeada
Quanto ao apoio a literatura, acho que sempre podemos melhorar, se as pessoas colocassem mais poema em suas vidas veriam que este é um caminho sensato e bonito para humanizar mais as pessoas. As autoridades não se preocupam com isso

Poemas - É romântica? Chora ao Escrever?Você já escreveu erótico, pensa em aprimorar?

Aline - Muito romântica, na vida amorosa dou uma de “durona”, mas adoro gentileza e carinho., Choro na maioria das vezes, pois meus poemas são sobre pessoas que vejo que conheço e que de alguma forma pedem para ser lembradas, escolher um poema marcante é como escolher entre os filhos o mais marcante, mas eu acho que o que mais mexe comigo é o .. esqueci o nome... rsrrsrsrs....o erótico
Não fui eu que escolhi o título, foi para quem eu fiz,”meu muso”.
Na verdade gostaria de ter só ele neste estilo, as pessoas vulgarizam e foi uma coisa tão minha.
Mesmo considerando que é gênero literário, particularmente, Poemas têm autores que descrevem o erotismo muita paixão e bom gosto.

Poemas - -Você lê muito? Qual teu Autor preferido? Em poemas você tem um autor preferido?

Aline - Leio bem, gosto de ler, me faz sentir viva e viajar, tento imaginar como o que os autores pensavam naquele momento. Devo saber uns cinco poemas dele de cor.
Autores? Um estrangeiro Russo chamado Fiodor Dostoievski é muito bom, fala sobre amor, arrependimento, meu autor Brasileiro preferido é Castro Alves.
Em poemas?Ah! Gosto de todos,o primeiro que li, foi um seu, mas também me encanta demais os do Zédio

Poemas - Como foi a experiência com contos, emplacou?Já participou de algum outro concurso literário?

Aline - Hum, acho que prefiro os poemas, mas nada impede que escreva outros gêneros, já ganhei um concurso nacional com uma crônica.
Foi para o concurso Amador Aguiar no ensino médio, falava sobre uma criança que vendia balas em ônibus, o nome era João das balas, deste jeitinho mesmo, todos choravam ao ler e isso me deixou feliz, até hoje os alunos dizem para mim que leram meu poema nas salas, ele faz parte da escola da Fundação Bradesco.
Isto foi no ano de 2003, concorri com todas as instituições do país e ganhei livros, inclusive do meu autor preferido.

Poemas - Fala pra gente como é ser capixaba “aprendi esta palavra com ela”, sobre as praias, famosas para os Mineiros e do namorado é claro?

Aline - Não tenho namorado. Risos e mais risos. Quanto á praia eu adoro, costumo dizer que sou “bacaneira”, Baiana, Capixaba e Mineira.

Poema - Quais teus projetos para o futuro, já tem algo em mente?

Aline - Dona de um “SPA” no meu Estado ou em São Paulo e quero ser escritora.
Neste momento eu brinquei com ela que senti a força da frase como se a tivesse escutado, e mais que depressa ela disse.
“Minha voz é forte mesmo, e realmente se tivesse pronunciado, essas palavras sairiam determinadas e fortes.”

Poemas - Em um “bate rebate” com a nossa jovem talentosa poeta, esta deixou claro teus princípios de uma pessoa especial.
Veja tuas características principais da vida.

Aline - Deus é tudo na minha vida, só consigo pensar nele como algo onipresente e que faz parte de tudo da minha vida, minha família, companheirismo, amor, poesia e como religião, Deus a base de tudo.

Poemas - Como você vê a integração em comentários em poemas de amor? O que falta em Poemas, e o que você diria para quem esta chegando a Poemas de Amor?

Aline - Não falta nada o site é perfeito, adoro. Os comentários são fundamentais para nosso crescimento como escritores. Aos novos poetas que todos sejam acolhidos com o amor que fui ... e como diria minha amiga Fernanda , vamos que vamos que o show não pode parar.

Poemas - Bem, quer dizer algo que não perguntei?

Aline- -Só agradecer pela iniciativa e oportunidade Obrigada “Fé”, você foi um presente em 2006.

Obrigada a você Aline Poeta, por fazer parte de nossas vidas.
Fernanda Queiroz

Parabéns Aline Poeta

Quero dar os parabéns à Aline pela forma encantadora como respondeu à entrevista.
Foi bom conhecer-te um pouco mais!
Beijinhos e muitas felicidades

Vera Silva

Quarta, 24/01/2007 - 15:59 — M.Veríssimo

Parabéns Aline

Aline só espero que continues sempre com essa forma apaixonada de ser e estar . Um bem aja...
Beijos...

Terça, 23/01/2007 - 11:59 — Aline poeta

A todos

Gente, fiquei emocionada ao ver os comentários, tantos incentivos, elogios... tantos amigos... obrigada, amo vocês!

Aline Vaz

Sábado, 20/01/2007 - 13:48 — Gabriel Luís
Oi, Aline

Primeiro, parabéns hehehehe.
É engraçada a maneira por meio da qual começamos a tatear entre versos. Confesso que comecei em idade próxima à que você mencionou como seu início. Tive uma musa na infância e me descobri declamando versos a ela.
Escrevemos o que queremos dizer, gravar com tinta sobre a superfície do papel. Como disse à Insanna, outra poetisa brilhante, é interessante também atentarmos para as entrelinhas em nossos próprios textos, particulares reticências. Tentamos com a letra transmitir o idioma do sentimento: concordo com você quando diz que o mundo precisa de poesia. Este mundo a parecer - às vezes - vazio em significados carece da beleza da arte. Justamente quando a palavra é tão bela e as metáforas tão poderosas...
Li um escrito de um poeta e jurista, Alfredo Augusto Becker, que dizia assim:

Quem passou pela infância
E não foi poeta,
Só passou pela infância.
Foi um pateta.
[Segundo ele, parodiando Fernando Pessoa. Carnaval Tributário. Lejus. 2° ed. 2004.p.27]

Sim, o processo de criação é realmente empolgante! Vejo a mim mesmo como senhor e servo dos meus versos hehehehhe. Entendo essa sua posição de mãe entre seus filhos.
Poemas é bacana e tem me ajudado bastante também. Poetas e poetisas de primeira linha e ambiente acolhedor.

Abraço,
Gabriel.

Sábado, 20/01/2007 - 13:13 — Dileno
Oi Aline...

Oi, gostaria de parabeniza-la pela entrevista.
Foi o primeiro degrau que te conduzirá ao reconhecimento. Aqui, todos estamos aplaudindo de pé, pois com certeza sabemos que você têm grande potencial.
A, la ia me esquecendo. Fiquei muito orgulhoso e deveras surpreso em saber que mora no Es. Também sou daqui, e tenho certeza que em nossa terrinha, ainda se ouvirá falar muito de "Aline Poeta".

Beijos

Dileno

Sexta, 19/01/2007 - 17:04 — Claudio Godi
Entrevista - "Aline Poeta" - comentário de godi.

Antes de emitir alguma opinião sobre a poetisa 'laureada' Aline Poeta, fiz questão, em ler pelo menos um texto da autora, no caso, "Páginas da vida", que digo, sem média, ser muito do meu agrado. Assim, apesar de ser insuficiente meu conhecimento sobre a poetisa que acaba de completar 21 anos de idade, digo que é muito interessante a entrevista, está de parabéns Fernanda Queiroz e sobretudo a propria 'homenageada' em questão, Aline Poeta, no qual deixo minhas sinceras saudações e estima. Parabéns pelo seu aniversário e entrevista, e em certeza procurarei conhecer mais a fundo sua obra exposta aqui.
Beijos, godi.

Sábado, 20/01/2007 - 13:56 — Zedio Alvarez
Aline & Fernanda

Vocês proporcionaram um show a parte nessa entrevista, a qual foi sintonizada do começo ao fim pelas perguntas inteligentes, mas também com as respostas, que nos prenderam na leitura.
Admiramos as poesias de Aline desde a sua chegada ao nosso Planeta Azul, quando tivemos a honra de recepcioná-la com os nossos comentários.
Fico grato pela alusão e inclusão do meu nome no seu hall da fama. No meio de tantas monstruosidades poéticas minha humilde escrita foi lembrada, e através dessa lembrança, incitou ainda mais a minha inspiração que no momento está em alta.
"Segures na minha mão" minha jovem amiga poeta, de pouca idade mais de muitas letras.
Beijos e Abraços. Brindemos esse momento.
Parabéns Aline & Fernanda.

Sexta, 19/01/2007 - 16:41 — Daynor

:-) Aline

Aline,
Quero parabenizá-la pela maravilhosa entrevista. Tenho te acompanhado desde o início. Teu barco parece ser um veleiro de emoções. Tua escrita tem um jeito sinuoso e gostoso de ler. És profunda, enigmática, corajosa... Fala de magia sem que haja feitiço. Com o tempo terás o infinito em teus dizeres de amor. É bom tê-la conosco!
OBS: Também quero parabenizá-la pelo teu aniversário. Desejo-te toda a felicidade que este mundo possa te dar.
Daynor Lindner

*

Sexta, 19/01/2007 - 14:52 — Anjinhainlove

Entrevista a Aline

Parabéns! É sempre bom conhecer o lado pessoal dos poetas que tanto nos encantam...
Por trás de um grande poema está sempre um grande poeta rsrs ou neste caso, poetisa!

Porque mais lindo que o amor, é só mesmo escrever sobre o amor:

^Ö^ Cheila Pacheco ^Ö^

Sexta, 19/01/2007 - 14:11 — angela lugo
Retrato de angela lugo
Aline...

Olá querida poetisa, adorei sua entrevista e como foi dito em um comentário a família é a base de tudo e assim você a tem, depois de ler tua entrevista não poderia deixar de dar-lhe parabéns por ser esta pessoa carismática, sensível e com muito sentimento em teu coração!!!! Continue a nos presentear com sua escrita!!!! Beijinhos na alma

Sexta, 19/01/2007 - 09:46 — ivaneti
Aline...

Que linda declaração de amor a uma vida, onde a única
atriz é uma estrelinha real...parábens prá voceeeeeeeee!!!
Tudo de bom!!!! toda felicidade do mundo!!!!!! é o que mais
desejamos... e juízo porque agora sai da fase de menina e passa a ter suas responsabilidades rsrsrsrs... 21 innnnnnnnnn faça então um 21!!!!! conselhos de orelha de uma
jovem vovo...
Beijinhosssssssss
Ivaneti

Sexta, 19/01/2007 - 04:04 — Cesare
Entrevista

Parabéns, Aline! Ao falar de seus pais, você mostra a importância da união da família na formação das pessoas. Seja ela formada pelo casal, só pai ou só a mãe. Mas isso não basta, se você não tiver sensibilidade e talento. E você tem tudo isso. Parabéns, menina! Você vai longe.
E gostaria de ressaltar também a dedicação total da nossa Poetinha, Fernanda. Sou testemunha disso, quando quero papear no msn e ela diz que está ocupada, às vezes dizendo que sou chato de tanto insistir. Mas gosto muito dela, que é a poesia em pessoa.
Beijos nas duas, entrevistadora e entrevistada, e parabéns aos responsáveis por esse Poemas de Amor!
CESARE

Sexta, 19/01/2007 - 01:24 — Izaura N. Soares

De Izaura P/ Aline

Olá poetisa Aline, meus parabéns!
Adorei a sua entrevista, as perguntas foram bem elaboradas e as respostas bastante firmes... Gostei muito.
Mais um sucesso do poemas que vai abrilhantar os poetas e poetisas.
Parabéns!

Um beijo no seu coração.

Sexta, 19/01/2007 - 01:10 — pstella
Para Aline

Parabens querida.... por tudo o que vc ja fez por nós aqui em Poemas-de-Amor... Seus textos... seus poemas... seus comentarios... são uma energia muito boa para todos nós que lemos-te...
Fique com Deus... Desejo-te toda a sorte do Mundo.

Beijinhos

Paloma Duarte Stella

Sexta, 19/01/2007 - 00:34 — Stacarca

Stacarca - Aline

Oi Aline, que entrevista gostosa de se ler, fico feliz que com ela pude saber mais a respeito de você, é assim que tem que ser, super carismática sua entrevista. meus parabéns, você realmente merece.

Sexta, 19/01/2007 - 00:19 — Fernanda Queiroz
Com vocês..."Aline Poeta"

Você também foi um presente para mim, para poemas e certamente para todos que a lê, por onde deixa transbordar esta magia e alegria de saber doar e amar.
Obrigada

Fernanda Queiroz

Sexta, 19/01/2007 - 04:05 — Cesare
Parabéns!

Valeu, Poetinha! Você é nota 10!
Beijos,
Cesare

Momentos de ouro registrados em Poemas de Amor.

Foto de Ezequiel-Mano

HERANÇA DE UM PAI

HERANÇA DE UM PAI

É filha! O conhecimento que quero lhe dar, está além da sua compreensão.
Hoje meu não é severo e duro…mas também meu amor, sincero e puro.
Como posso apoiar o errado e injusto?
Por isto, para abrir seus olhos, meu safanão é brusco.
Diante da minha oposição e da aprovação da sua mãe, fica a questão:
Porque ouvir meu pai?
Coisa clara minha filha. Eu a amo demais!
Tendo em vista que sempre voce tem visto;
De um lado sua mãe, do outro seu pai e, no meio o abismo
Ouvindo que resolvemos oficializar a separação
Seu choro foi intenso mas não houve decepção.
Ouço voce rindo...
Ninguém percebe o que sinto!!
Agora a simples possibilidade de voltar à Bahia, sua “ terra natal”,
Deixa-a com tamanha alegria, e sem enxergar o fatal “__ Seu dia - a - dia jamais será igual! ”
Voce foi acostumada com seu pai ausente.
Quando pude estar perto, deram-lhe de presente viagens distantes e por longo tempo…
Porém seu pai guarda na lembrança lindos momentos:
*Seu nascimento; sua gargalhada gostosa; sua corrida impetuosa; os passeios na praça; seu vestir cheio de graça; seu jeitinho vaidoso; seu dengo manhoso; a forma de entrar em cena…
__Pai…sabe…queria ver um filme…no cinema!
Fui bem duro vez por outra
Preparando seu futuro
Deixei-a nervosa e aflita
Reclamei da sua escrita
Sua leitura forcei
Nos trabalhos ajudei
Fui membro no conselho da sua escola
Tudo para que houvesse melhora
Vi que surtiu efeito
Voce foi mudando seu jeito
Tornou-se mais aplicada
Menos namoradeira
Bem mais educada
Minha companheira
Ia a igreja comigo
Tornamo-nos amigos
E há esperança que um dia voce me chame:
“__Pai socorro! Preciso quem me ame!”
Então direi a voce:
“__Filha escrevi no passado o que havia reservado.
Hoje deixe a ingenua criança e se aposse da verdadeira herança.
Para que a porta se destrave, seu beijo e abraço são chaves…
Abra e se apodere do que é seu por direito
O amor que um dia tranquei na fortaleza do meu peito!”
“Não se prenda mais…eis aqui: a herança de seu pai!”
Ezequiel "Mano"- 12/02/2002

Foto de Bia Marquez

Retalhos

juntei seus panos,
reclames e enganos
refiz meus planos, meus laços
me despi de você no meu quarto
no espaço de meu corpo
tomado por inteiro
reencontrei as chaves
abri as janelas emperradas
de uma sala esquecida em poeira
lágrimas e olheiras
teias de aranhas
refletidas no assoalho
prendem restos carcomidos
apodrecidos, abandonados
de seus rastros
hoje não respiro mais teu hálito
o perfume impregnado
de um amor efervescente
sedento, incandescente
que outrora ardia em chamas
nos lençois desalinhados
de nossa cama.
agora nada é tudo
simples retalhos suados
esfarrapados
de um passado inacabado
que acabei de enterrar

Bia Marquez

Foto de jairokour

Beijo Para Flor

Ela não me saía da cabeça. Se entranhara tanto em mim que por mais que eu tentasse, não conseguia tirá-la de meus pensamentos.
Sonhava com ela, imaginava milhares de situações, sentia uma vontade louca de ouvir sua voz, ver seu sorriso, estar junto dela, tocá-la, sentir sua pele.
Eu me controlava, mas era evidente que eu a queria demais, que morria de tesão por ela. Apesar de tudo que vivêramos, tinha dúvidas se ainda era correspondido, mantinha-me então discreto e evitava avançar o sinal.
Certo dia por um motivo qualquer, estive em sua casa. Na hora de ir embora, ficamos conversando no portão. Estávamos sozinhos. Ao despedir-me, beijei-lhe o rosto como de costume. Segurava sua mão e senti que ela apertou a minha retendo-a na sua, como se não quisesse que eu fosse. Isso me deu coragem. Puxei-a para dentro e fechando o portão, venci a timidez inicial e toquei seus lábios com os meus. Um lampejo de resistência e espanto apareceu em seu olhar, que logo foi substituído por um brilho intenso e senti sua boca macia pressionando a minha, correspondendo e provocando em mim imediata reação, excitando-me, deixando meus sentidos à flor da pele.
Perdi o medo e com minha boca colada à dela, envolvemo-nos num beijo intenso, quente, úmido, cheio de lascívia e paixão. Adorava a pressão de seus lábios contra os meus, enquanto nossas línguas se encontravam e se enroscavam, lutando frenéticas, procurando cada uma absorver da outra toda carga de luxúria reprimida em nós até aquele momento, buscando desvendar nossos segredos, revelando os mistérios de nossos corações, fazendo aflorar todo desejo contido, enclausurado.
Ah, o beijo. Mais que o sexo, o beijo é a demonstração e a procura dos anseios mais recônditos. É a entrega perfeita, sincera. O sexo é instinto animal, o beijo é o desnudar da alma. O sexo é o prato que nos sacia a fome, o beijo é o alimento que nos revigora a alma. Mostramos no beijo todos os nossos sentimentos. O sexo é gozo efêmero, rápido, o beijo, gozo eterno. O beijo faz o sexo e é o sexo. Sexo é físico, beijo é alma. Revelamos nele toda a nossa fragilidade frente aos sentimentos que nos assolam e toda nossa força criada pela paixão. O beijo agasalha nosso frio, livra-nos de nossas amarras, liberta-nos de nossas vergonhas, estimula nossas emoções e provoca o toque. E o toque, num círculo vicioso, excita o beijo. Mais uma vez eu tomava consciência do porque as cortesãs oferecem o sexo e recusam o beijo. Sexo pode existir entre corpos desconhecidos, beijo verdadeiro e sincero, só entre corações que se querem.
Ao beijá-la sentia meu sangue fervilhar, minha pulsação disparar e todas as minhas sensações concentrarem-se em nossas bocas. Meu coração almejava querer e ser querido. O contato de seus lábios com os meus variavam de intensidade conforme o fluir das emoções, ora suave feito brisa de outono, provocando leves arrepios, ora intempestivo como furacão, provocando tremor, nos deixando ofegantes. Nossas línguas viajavam de encontro ao céu de nossas bocas, acariciavam-se, descobriam-se e completavam-se. Ao comando do beijo nossas mãos nos procuravam, respondendo com afagos de amor. Nossos corpos se entregavam ao contato da paixão e à chama do desejo que se avolumava e se intensificava.
Afastei-me, tomei fôlego e segurando suas mãos a conduzi para dentro de casa, procurando um lugar mais confortável.
Sentados no sofá, Flor, procurando a minha, ofereceu-me novamente sua boca sôfrega. Aceitei-a, ávido de mais carinhos e beijei-a arrebatadamente como sempre desejei, como sempre sonhei. Guiado pelo desejo fiz com que minha boca percorresse seu pescoço, seu colo, sua orelha. Pousasse em sua nuca beijando-a suavemente, provocando suspiros e arrepios de excitação. Minhas mãos descobriam seu corpo em suaves, mas decididos toques. Ela retribuía beijando meus olhos, mordiscando meu queixo, meu pescoço, acariciando meu rosto. Voltava, procurando o agasalho de minha boca, o abraço da minha língua. Prendia meu lábio inferior entre os seus, mordia levemente e deixava sua língua tatear pelos cantos de minha boca provocando-me e levando-me ao paraíso. Por cima do tecido de sua blusa, meus dedos atrevidos encontraram seu mamilo rígido e minha mão apertou suavemente seu seio, arrancando dela um gemido de prazer. Procurei os botões e a soltei. Deixando minha boca deslizar ao encontro daqueles mamilos maravilhosos, rodeei-os com minha língua, sugando-os delicadamente, depositando neles beijos úmidos e calorosos. Flor contorcia-se de excitação. Encorajado por suas reações tirei completamente sua roupa. Contemplei extasiado aquele corpo celeste. Ah, como descrever aquela visão de beleza exuberante? Ela nua, recostada no sofá, olhos semicerrados esperando ansiosa pelo meu próximo toque, adivinhando meu próximo beijo, se oferecendo, se entregando inteiramente a mim.
Decidi naquele instante que meu prazer, meu gozo, seria o dela. Resoluto distribui delicada e demoradamente centenas de beijos em seu colo, em seu ventre maravilhoso e, ousado, explorador, percorri seu corpo com minha boca, beijando, lambendo, sentindo a suavidade e o sabor de sua pele. Voltei aos seios, refiz o caminho de sua boca, mordisquei a pele de seu ombro, beijei seus pés. Partindo da parte de trás dos joelhos deslizei a ponta da língua alternadamente pelo interior de suas pernas, e subindo, guiado pelos seus murmúrios de aprovação, aproximei-me atrevido e pousei meus lábios nas pétalas macias daquela flor maravilhosa, sentindo sua suavidade, seu sabor divino, néctar propagado dos deuses. Deliciado, entre seus tremores e gemidos ouvia os murmurantes sinais inequívocos de seu delírio, que me orientavam e conduziam: “assim..., mais..., continue...”.
Beijava-a agora com a delicadeza do amor mesclada com a fúria da paixão. Flor respondia com movimentos ondulantes de seus quadris, suas pernas pressionando minha cabeça, fundindo-nos no mais íntimo contato. Minha boca e minha língua, como se estivessem em um parque de diversões, beijavam e brincavam loucamente, saltitando de um ponto a outro, alimentando seu prazer, amplificando seus sons, tonificando suas sensações. Estendi os braços e toquei novamente seus seios, brincando com seus mamilos, navegando por suas curvas, escalando suas colinas. Busquei sua boca e senti meus dedos, qual sorvete sabor prazer, sendo lambidos e sugados, umedecidos e envolvidos por sua língua. Continuei, distribuindo por onde minhas mãos alcançassem, as carícias que fluíam das pontas de meus dedos, descobrindo seus pontos de loucura, ligando chaves do seu prazer, desvendando as trilhas da sua paixão.
Sentindo o aumentar do ritmo dos seus movimentos, a frequência de seus ais, o balanço do seu ventre coordenado com a intensidade de meus beijos e o pulsar de minha língua, pressionei suas nádegas de encontro a mim, mantendo aquele cálice preso à minha boca, evitando sua fuga. Com as mãos crispadas no tecido do sofá, Flor aumentou a pressão de seu corpo sobre meu rosto, permitindo que eu sorvesse a intensidade de suas sensações, o mel dos amantes, querendo que seu prazer também fosse meu, e desmanchou-se com um tremor vigoroso na melodia fluida do gozo profundo, num êxtase sem fim, trêmulo, intenso, sonoro.
Segurando minha cabeça, manteve-me ali, preso por instantes em seu pulsar, compartilhando e transmitindo-me seus impulsos, suas delícias, agraciando-me com uma parcela de seu céu, me fazendo morrer de paixão e de felicidade. Acalmada, levou meu rosto junto ao seu e beijou minha boca suave e demoradamente. Acomodou minha face em seu colo, para que eu ouvisse, nas batidas de seu coração, os acordes de seu amor.
Sorridente, saciada, satisfeita, sem proferir uma palavra sequer, me fez feliz por tê-la feito feliz.

Foto de Carmen Lúcia

Amor Patológico

Acorrentada estou a esse amor,
Tento fugir, me esmorecem as pernas,
As chaves das correntes, eu as perdi,
No mesmo instante em que me dei a ti.

Amor doentio, que me veda os direitos,
Escraviza-me por ciúmes descabidos,
Sem sequer deixar fluir meus sentimentos
Torná-los livres pra que não me queimem o peito.

Amor possessivo, que me mantém alienada
A uma mente torpe que me possui subjugada
Como se minha alma também fosse sua escrava
Mas a ela, o livre arbítrio lhe foi dado.

Amor egoísta, que só pensa em si,
Liberta-me e quem sabe, um dia me terás,
Cura-te para que possas ter paz...me dar a paz...
Se é que ainda sinto algum amor por ti.

Foto de Lou Poulit

Vida Longa aos Escritores!

Todo o meu trabalho artístico, artes plásticas e literatura, é o resultado de longos anos de um tipo de solidão pouco conhecida, docemente imposta pelo espírito da arte. Parece absurdo? Asseguro que não é. Se observarem bem, outras profissões também são muito solitárias.

O pescador que passa o dia e a noite no mar, por exemplo, só pode conversar com o próprio silêncio. Ninguém ouvirá a sua gargalhada, caso esteja alegre. Mas ninguém lhe dará um conselho ou amenizará os seus temores em momentos em que, pela própria solidão, o medo se apresenta concreto, tangível dentro dele. Todo pescador é solitário de alguma forma. Então compramos o fruto do seu esforço, sabendo que é saboroso e nutritivo. E por uma involuntária ironia, raramente o saboreamos sozinhos.

Quantas vezes entramos em um elevador, saímos e não nos lembramos de cumprimentar o ascensorista. Esse é um profissional solitário muito especial. Passa horas infindáveis em um espaço exíguo, por vezes lotado de pessoas que talvez não lhe escutassem, mesmo que mostrasse a elas o que existe no seu silêncio.

Creiam, não há tanta diferença assim no trabalho artístico. E por isso não se julgue o artista, mais que o seu trabalho. Há, entre a transitoriedade de tudo e a edificação de uma identidade artística (desde os seus alicerces conceituais e técnicos até o seu acervo propriamente) uma infindável e caudalosa sucessão de alegrias e tristezas profundas, de certezas frágeis e receios ferrenhos, que ele precisa amalgamar. Isso mesmo, é um amálgama. Todo artista é meio anjo e meio bruxo. Só que paga com a própria juventude a aquisição do seu arcabouço empírico, porque nenhum livro o daria.

Não vejo sentido útil em nenhuma arte egoísta. Nenhuma obra de arte, produto concreto da escuridão do seu autor, tem luz própria! Mas quando a escuridão do artista consegue tocar a do observador, usando a sua obra como veículo físico, aí a luz se faz... Não pela materialidade, ao contrário, pela sua expressão imaterial e subjetiva. O artista plástico trabalha recriando a luz física, muito especialmente os que trabalham sobre planos bi-dimensionais, como os pintores, mas é aquela luz, e não essa, que lhe alimenta a alma voraz.

Me perguntaram se são artistas os anjos-bruxos da arte escrita. Pode parecer um questionamento estúpido, mas tenho o hábito antigo de duvidar do que aparenta ser óbvio demais (antigo postulado dos ascetas da magia). A literatura é uma arte relativamente recente, porque prescindiu do estabelecimento (e, muito depois, da transmissão) de uma codificação gráfica, simbólica, que expressasse claramente as idéias para a posteridade.

Todas as artes expressam idéias, porém, muito antes do surgimento das instituições da justiça, os chefes sacerdotais desenvolveram, declararam sagrada e mantiveram em tumbas e labirintos as chaves da codificação. Vejam bem, embora tão no início, numa época de completo analfabetismo e desinformação, já percebiam aqueles senhores o imenso poder dos rabisquinhos nada caligráfricos que desenvolveram. Poder... Essa palavra tem tudo a ver com a história de sucessivas civilizações. Expressa uma idéia que tem amplitude máxima nas mãos do próprio Deus. Confunde-se com Ele.

Vejam que belo, a arte sempre surgiu como manifestação e meio de acesso ao divino. Ou seja, a escrita nasceu divina! Embora, inafortunadamente, tenha seduzido, por isso mesmo, a natureza egoísta e dominadora do homem. E mantida em cárcere, molestada por alguns privilegiados e seus favorecidos, durante muito tempo.

Vida longa aos poetas e escritores! Acabarão por entender que atribuir imortalidade ao seu amor, está muito além de constituir um mero lirismo. Hoje, a massificação da tecnologia multiplica esse poder, mas entenderão que há, mesmo no amor do menor dos poetas, um ideal divino de resgate. O poeta, esse tipo quixotesco não tem nada de louco, nem seu Rocinante é um pangaré inútil, nem sua Dulcinéia pode ser tão casta!

Sim, os escritores são artistas. Mas não o são como os outros artistas. Eles somatizam muito mais. Seus “eus” são de verdade, são muitos, e todos partilham o mesmo teto! Os escritos se vão, mas personagens ficam com todas as suas vicissitudes. São sacerdotes que sacrificam e são sacrificados, prostitutas que vendem sortilégios mas não compram a própria sorte, chegam a ser o céu de todas as suas estrelas e o mar que se esbate nos rochedos infindamente. Na sua escuridão dores e afagos, gritos e silêncios, sorrisos e lágrimas, não são vistos mas sentidos. Seus orgasmos são íngremes e sua paz pode ser um abismo insondável. Ora em sã penitência, ora uma orgia ambulante. Sempre sem testemunhas humanas.

Apenas os seus textos poderão ser vistos. Escolherão algumas palavras, para usar como uma larga estrada em direção ao seu âmago. Mas logo ela será uma picada pedregosa e um pouco além, não mais que rastros. No entanto, quando suas próprias escuridões forem tocadas, a luz se fará. E não será mais necessário seguir as palavras. Porque sendo elas plenamente compreendidas ou não, o messiânico destino do artista estará cumprido. Mais que isso: a luz da arte estará gravada na memória celular da posteridade e produzirá outras gerações. Ninguém mais julgará a sanidade do poeta... E dirão com muito mais lucidez: “Os poetas não morrem”.

Foto de andrepiui

Bem e o Mal

as pessoas tentam se esconder
atrás de uma maskará
que não conseguem descrever
mentem umas prás outras
mas entre o bem e o mal
não sabem escolher
o caminho das trevas e o da luz
nos aparece e jorra
como um puiz
de uma ferida aberta
e mal cuidada
entre um coração partido
e cortado por uma espada
o sol que ilumina esquenta
minha cabeça atormentada
tento fugir
mais minha alma está ancorada
trancafiada a sete chaves
na beira de uma estrada
ela está enterrada...

quem é você
que me aparece
no meio dessa fusão
transformando o dia em noite
acelerando as batidas do meu coração
sugando de uma vez por todas
a falta de sossêgo
que atormenta minha mente
cheia de pensamentos
quem é você
que me aparece
nesse imenso azul
trazendo a paz
transformando o red em blue...

olho para os lados
mas não consiguo ver
estão todos amargurados
enganam a si próprios
mas não conseguem perceber
todos olham para o céu
mas não conseguem perceber
dentro de nós há um Deus
que todo esse vazio quer preencher
a natureza é uma grande prova de amor
mais trocam essas belezas
por uma maquina chamada computador
o céu o mar as flores
tudo isso foi Deus quem criou
morte mentiras roubos
muitas juras de amor
palavras perdidas no espaço
um tempo que já se passou
crianças mortas puberdades roubadas
o mundo que o homem inventou...
(André dos Santos Pestana)

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