Cabeça

Foto de ALEXANDRA LOPUMO SILVA

UMA PAUSA NA ROTINA

O dia começa
banho, café, ônibus lotado, chego já cansada
e atrasada
Ascendo as luzes, ligo os telefones, me logo na rede
tudo como todo dia, muita correria
E no meio dessa confusão de cobranças, pedidos, etc
Eu viajo pra bem longe
em algum lugar dentro de mim
uma ilha da fantasia
um oasis, um sonho, poesia

Eu sou uma , eu sou duas, eu sou mil
Infinitamente, na minha fantasia
Posso ser uma princesa, uma bailarina, uma escrava
Uma grande escritora, uma pobre flagelada ou retirante
Só na minha imaginação
aqui dentro da minha cabeça ninguem pode entrar
e dentro de mim, meu mundo parece mais lindo

Foto de KAUE DUARTE

A vida é curta pra ficar parado

Hoje acordei diferente, como se a noite me transformasse ou sei lá, acordei querendo respostas, querendo adiantar o tempo pensando como seria meu futuro, ao mesmo tempo queria retroceder e voltar as minhas brincadeiras de muleque, lembrei de tudo o que passei desde os sofrimentos, perdas ás alegrias as paixões os amores, tudo no mesmo coração, sabe!! olho a vida e me pergunto porque coisas tão boas acabam ? porque coisas que conquistamos com muito esforço se vão em instantes ? pensei, qual será o sentido de estar aqui parado e pensando ? não sei.. se não fosse Deus pra me guiar nessa estrada escura, onde não sei caminhar o que seria da minha vida?, onde estaria se não estivesse escrevendo?
tive uma conversa com meu pai que gostei muito, ele me disse:
Kaue ja percebeu o quanto somos injustos uns com os outros?
como nos condenamos, por nossas próprias leis, como matamos pessoas iguais a nós, veja só, imagine se Deus fizesse como nós fazemos, só nasceria o sol pro justo, só pro santo, só pra quem mereceria de fato; completou dizendo: Mas Deus é tão bom e nos ama tanto, que nos dá o brilho do sol mesmo quando não merecemos.
fiquei com isso na cabeça, será que é preciso eu me ofereçer de coração mesmo aqueles que acho não merecer ?
será que devo me comportar como o brilho do sol, e esquecer o que eu realmente quero, pra saber o que as pessoas querem,
esse meu pensamento me fez correr atraz desse prejuízo, nunca me senti tão bem em ajudar, em me oferecer, mesmo que seja pra um abraço, um ouvir, um falar coisas boas.
a vida é tão curta pra pensarmos somente em nós, se só existisse eu no mundo não seria feliz,
Do que vale ser dono do mundo, se não sou dono do que sinto?
prefiro contemplar a vida me importando com as pessoas, e ser irmão pra quem não tem, conselheiro a quem precisa, e ser alguem não por reconhecimento, mais por conhecimento, quanto mais me coloco a ouvir mais me conheço.

A vida é uma escada, cada sofrimento é um degrau, é preciso sofrer muito pra chegar ao céu.

Kaue Jessé Duarte 14-05-2011 //*

Foto de Ayslan

Meu amor em linhas

Hoje quero dividir meu amor deixa-lo em linhas em palavras curtas em uma folha manchada usar frases e faze-las eternas...
Esse meu amor tímido sem rima em linhas gastas é mais uma carta pra te reconquistar... Uma forma minha de te pedir todos os dias pra me namorar.
Se declara num olhar, me perder em seus beijos e em seus braços me encontrar deitar minha cabeça sobre seu colo descansa meu desejo te dizer em segredo...
– ah como eu amo essa menina.
Sim te amo e não posso conter essa vontade de te dizer que me faz querer escrever, cantar, pintar esse amor... Me faz mesmo é teimoso procurando um jeito de te dizer descrevendo aqueles momentos em silencio de olhos fechados e lábios juntinhos, descrever sim dessa vez usando palavras e não lagrimas que seguro-as para não te deixar me ver chorar, encaixar cada letra em seu devido lugar e eterizar essas palavras...
Como é bom poder te amar.
Priscila quero continuar a sonhar, viver essa alegria te encher de dengo, te fazer dormir e adormecer te olhando respirar, te acordar todos os dias com um beijo e te dizer em seguida - bom dia minha linda... E te pedir para viver esse sonho todos os dias...
- Eu te amo Priscila.

Para: Priscila

Foto de betimartins

O fantasma do hospital pediátrico.

O fantasma do hospital pediátrico.

Era noite o João piorou, o seu câncer alastrava e seu tempo de vida era diminuto o seu caso já era bastante mais avançado, as dores eram muitas e precisava ser de novo medicado. Seus pais, o senhor Alfredo e dona Isabel pegaram no João e arrancaram com ele para o hospital, o seu medico já estava esperando ele, recomendou que fosse melhor internar e vigiar de mais perto.
João fez cara feia, era um menino lindo de olhos verdes, cabeça sem cabelo, mas um sorriso iluminado e franco, era bastante positivo e conformado com a sua doença, às vezes era ele que tranqüilizava a sua mãe. Mala já no carro e foram para hospital oncologia de Lisboa, lá tinham tudo, uma sala, repleta com novidades, desde PC, jogos, livros e até palhaços e pessoas muito simpáticas.
Faziam um bom trabalho, de convívio e auxilio, todos eram simpáticos e o João achou que isso até ia ajudar sua mãe a superar o que vinha ai. Ele sabia que tinha pouco tempo, seu amigo invisível já tinha falado a ele que se preparasse, apenas esperava por ele para fazer a passagem.
Logo lá chegaram, o medico medicou o João e mandou fazer mais uns exames para diagnosticar melhor o estado do João, ele já estava tendo falência de órgãos, seu caso estava mesmo muito mau.
João não era parvo ele lia os olhares das pessoas e sabia o que eles pensavam, sorria e apenas se conformava. Seu quarto era grande, tinha uma cama para sua mãe ficar ou seu pai, olhava para tudo com admiração, mas era muito equipado com maquinas, nada faltava ali. As dores aumentavam à medida que a morfina já não fazia efeito, ele já ficava muito cansado, ele tinha um dom que via o que outros não viam, ele conseguia comunicar com os mortos.
A noite veio e sua mãe adormeceu cansada, ele pode conversar com seu amigo invisível, queria contar as novidades, estranhamente ele o chamou, mas ele não apareceu, nada, estava assustado ele o ajudava a superar o tempo e as dores. A noite já ia alta, eram cerca de três horas da manhã e escutou um riso assustador e um gemido de uma menina, aterrorizada, dizendo:
- Deixa-me, por favor, não faças isso.
Desatando aos gritos, como ela gritava, ele não sabia como fazer, não podia sequer sair da sua cama com os tubos que ligaram nele. Fechou os olhos e pensou no seu amigo com força e pediu a Deus que enviasse seu amigo. Nada, absolutamente nada, que iria ser dele se aquela coisa o atacasse, ele chorou, teve medo, nunca tinha medo, mas naquele exato momento um arrepio atravessou a espinha.
A noite avançava, o silêncio imperava pelo hospital, não se escutava nada e de repente, ele escuta um arrastar de passos, pesados, um cheiro nauseabundo, para exatamente a na sua porta do quarto, o frio percorre seu corpo, queria gritar, não conseguia, a voz sumiu e ficou quieto e dando a impressão que estava a dormir.
A porta abriu-se, entra um palhaço, de aspecto horrendo, mal cheiroso, seus dentes estavam podres e seus olhos esvaiam sangue. Era horrendo, ele caminha em direção de sua cama, rindo de forma assustadora, rindo ele dizia:
- Este aqui vai ser meu, eu o vou levar comigo.
Rindo e maquiavélico, ele saiu do quarto, dando o menino como alma ganha no seu assombroso mundo. Logo ele escutou a voz da menina, chorando e gritando, estava gelado e sem saber o que devia fazer também que ele poderia fazer? Nada estava preso na cama.
A porta se abre de novo e entra uma enfermeira simpática, outra dose para ele ficar sem dor e adormecer, totalmente cansado e sem forças ele adormece.
Entra a luz pela janela do seu quarto, escutando os carrinhos de comida pelo corredor, agitação, vozes, agitação e vida. Satisfeito ele fica agradecido por ser dia, certamente aquela coisa horrenda não o vai chatear, se seu amigo aparecesse logo ele saberia o que fazer.
Na sala estava uma menina linda ainda muito pequenina, teria ai cerca de quatro anos, escutou pela sua voz que era a menina que chorava e gritava. Ela sorriu para o João, nisto ela modificou o seu rosto, ficou pálida, João olhou para onde ela estava a olhar, viu o palhaço horrendo acenando com a sua mão, cheia de sangue. Ele olhou para o João e desatou a rir assustadoramente. Jessica era o nome da menina, desatou a chorar.
- Eu não quero estar aqui, deixa-me ir para casa mama, por favor.
Desolada a mãe ficava sem saber o que fazer ela também estava muito mal já não agüentava mais nenhuma sessão de quimioterapia, já não havia mais nada a fazer, apenas esperar que ela não sofra muito.
João sabia que era naquela noite que algo muito ruim ai acontecer, ele sentia dentro de si, a noite logo veio, sua mãe não parava de chorar, o coração do João estava fraco, os rins quase nem mais funcionavam, os pulmões estavam também falhando, se dessem mais morfina, ele certamente teria falência cardíaca. O câncer ósseo espalhou-se rapidamente pelo seu corpo, a noite estava ficando mais silenciosa, seu amigo nada, sem sombra dele, se ao menos ele aparecesse, poderia o ajudar á Jessica.
Todos dormiam, estava um silêncio pesado, mortal, o ar estava sufocante, o medo invadia seu corpo, de repente escutasse um grito, um grito desesperante, volta o silêncio, que mata. Choros e correria, uma movimentação descomunal, escuta um medico falando no corredor:
- A Jessica, foi forte, apenas não compreendo, ela estava a começar responder ao tratamento e foi-se de repente, estranho.
Desolado ele fica com medo, foi o palhaço e agora sou eu. Olha para sua mãe e afaga seus cabelos, que estava dormindo aninhada em sua cama, ela sorriu dormindo, ele pensa quantas saudades eu vou ter dela e do meu pai.
Um lagrima cai pelo seu rosto, soava a despedida, lembrou as coisas boas e lindas que viveram, com os seus pais, logo tudo ia terminar.
Tudo voltou acalmar, ele queria dormir, mas não conseguia, logo voltou a escutar os passos assustadores, a porta se abre e ele decide não ter medo e lutar contra o palhaço, olhos esvaindo de sangue, voz tenebrosa, o cheiro nauseabundo era tudo o que ele conseguia sentir.
Ele enfrenta o palhaço tenta sugar a sua alma, o menino se defende fazendo uma oração que seu amigo ensinou algo acontece, o palhaço se esfuma e desfaz. Sumiu por completo e estranhamente, ele vê uma luz incrível, dela sai um anjo lindo, era seu amigo invisível, felizes eles, se abraçam e o anjo amigo fala para ele:
- João, tu mereces uma oportunidade, pois superaste a tua doença, foste gentil com os teus pais, foste valente e acreditaste no nosso Pai.
Sorrindo e suas mãos rodeadas de uma luz, uma linda luz verde clara que ele coloca no seu corpo e todo ele começa a vibrar e bilhar como uma magia, uma coisa de anjos mesmo.
Cansado e agradecido ele adormece, logo sua mãe o acorda para ser visto pelo medico, espanto o João estava com os batimentos cardíacos normais. Espantados fizeram exames e verificaram que ele estava curado, completamente curado.
João curou-se e o fantasma tira almas tinha desaparecido de vez, já não voltava para assustar as criancinhas e as levar para a escuridão

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo - Capítulo 10

Sinto muito dizer estas palavras, mas vivemos em um mundo covarde e violento. Covarde, pois para cometer um ato violento basta ter disposição para tanto. Violento, pois para ser covarde basta colocar um pano na cara, ou um turbante na cabeça. Vivemos em um mundo de faca cega e fé amolada, não necessariamente nessa ordem. Ou melhor, sobrevivemos. Ou melhor, subsistimos.

Basta agrupar um punhado de insatisfeitos com a própria realidade para ser covarde e violento. Funciona assim no bullying, no fascismo, no arrastão, na chacina policial. De preferência, usa-se um argumento religioso, científico, nacionalista. Qualquer coisa pode ser desculpa para uma ditadura, um atentado terrorista. Basta insuflar os humanos em desgraça, e os direcionar ao caos.

O mundo é um lugar assim porque os seres viventes deste modo o fazem. Criam-se raças, separações, individualizações. Tudo de forma totalmente idealizada. Preferem complicar, ao invés de simplificar. O resultado é sempre um óbvio transtorno, que dificulta a conciliação da tão diversa humanidade, desunida, discordando do relativismo comprovado. Criam-se divisas, fronteiras, impedem a prosperidade da paz.

Respiramos o mesmo ar, e o compartilhamos. Não é uma plena novidade dizer isso, de todo jeito, mas há que se reconhecer. O mundo é um só, o universo, conforme sua descrição evidente, também. Por vezes conta mais a mudança de opinião à fidelidade equivocada. Não quantos orientes existem, mas em todos eles, e mesmo aqui ao baixo oeste, a verdade é a mesma, e o amor sua chancela.

Somos humanos, vivos em o ser.

Foto de Edigar Da Cruz

***UMA AQUARELA É A VIDA ***

***UMA AQUARELA É A VIDA ***

Em uma tela quero pincelar a ela,a vida
Da vida pintarei um pouco de tudo,..
Imaginarei um grande Pincel!;
Do pincel pintei as cores
Das cores do pincel a vida..
Vamos começar com a cor do amor
Da origem dos apaixonados,..
Da cor da flor do amor,
Do vermelho o amor!,..
Nessa linda cor que vira o amor,
Também não poderá faltar o preto;
Ira representar toda a dor;
Que já passei e superei a vida;
Vamos ao amarelo da esperança da vida
Pois ainda esta na cabeça um novo começo
O que sinto desde criança!,..
Vamos pintar logo, antes que esqueça em formato de um lindo sol!,..
Sem esquecer e claro! Do VERDE, BRANCO, AZUL;
Será presente e emoção ,amor e paixão
Vira como um vento de norte ao sul
Do azul do céu ao mar!..
Para afastar bem para longe, toda ilusão,..
Nas cores das aquarelas da vida!;
Em branco virgem nada pode ficar
Como nada pode se esquecido,..
Pois as cores da aquarela da vida ,...
Todos têm a sua..
e cada um pinta a sua !
Ao seu tom de cor.

Ed.Cruz

Foto de Samir Querino

Eu só preciso te amar

E de repente como num sonho, nada mais faz sentido. Meu mundo estava ao contrário, e você ainda o deixou de ponta cabeça. Está tudo mais louco do que era antes. Está tudo mais confuso do que já estava antes. Porém tudo é mais intenso como nunca antes. E o presente é maravilhoso, muito mais que antes. E simplesmente não sei dizer quando caí no seu feitiço. Talvez foi por causa do teu sorriso, que irradiou a luz mais brilhante, da estrela mais brilhante... iluminando as trevas da minha solidão. Esse sorriso brilhou tão forte que me ofuscou a visão a ponto de cegar. Hoje estou cego para as incertezas, não enxergo mais o medo, não vejo mais a tristeza, e eu não consigo me ver sem você. Ou talvez foi seu olhar, inocente como o de uma criança e tão agudo quanto uma flecha. Atravessou meu peito de uma só vez, sem hesitar. Esse olhar misterioso com poder angelical e capaz de derrubar gigantes. Tão enigmático quanto profundo, tão hipnótico e ao mesmo tempo assustador, tão meigo e paralisante, tão... sem explicação. Ou quem sabe a magia dos seus beijos, que tantas vezes me deixaram impotente, sem condições de reagir. Esse beijo que faz meu sangue queimar e espalhar o calor por todo o corpo, deixando os meus sentidos em chamas e fazendo o coração pegar fogo. E as únicas chances de apagar esse incêndio, é através de um simples toque das suas mãos e um abraço sincero, bem apertado, que me acalma e me transforma em uma doce criança, que se aquieta e se esquece de tudo ao redor, apenas para sentir você respirar... apenas para escutar as batidas do seu coração. Realmente, eu não sei o que aconteceu. Eu só sei que estou nas suas mãos, refém do seu coração, e se isso é bom ou ruim... só o tempo vai contar. Mas com você eu me sinto bem, e é só o que eu sei. Você é a menina que não cresceu, a mulher que amadureceu, minha garota, minha mocinha, minha amiga, minha amante, meu céu, meu chão, meu inferno... meu paraíso. É você quem eu preciso pra minhas respostas questionar. E se você for embora, de que vai adiantar? Eu não preciso de lembranças, eu preciso te amar. Eu não preciso de saudade, eu preciso te amar. Não preciso ter sonhos, o que eu preciso é te amar. Eu não preciso ter razão... eu só preciso te amar.

Foto de Marilene Anacleto

Para Minha Mãe, Um Balé

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Para a Minha Mãe, Um Balé

E, na música inaudível,
Ela rodopia, de braços abertos,
E só.

Com pensamentos e orações,
Ela se dobra e se ergue,
Braços aos céus.

Em sua vida surge o companheiro,
Braços dados, pés no alto, pés no chão.
Corações aos céus.

Vem a filha, dela se esquece,
Balé intenso, mamadeiras, choros,
Entre fraldas, professora.

Já nem sabe mais a idade,
Só um pé, só uma mão, equilíbrio,
Asas no viver corrido.

E mais uma filha, e um filho, e outro,
Quatro meninas e quatro meninos,
Ao todo são oito.

Pés ágeis no chão, cabeça num bem pensar
Braços a estender longos varais,
Para os filhos, movimentos do bem olhar.

Os filhos entram na dança,
Travessuras, enfileirados rodopios,
Braços e pés prontos para o desafio.

O companheiro adoece.
Dia, noite, e madrugada em prece.
Agora o balé e de oração e fé.

Ele se vai, segue o caminho.
Ela quer se prender, ficar sozinha,
Mas a vida é dança, é balé.

Na música inaudível,
Apoiada pela fé e pelos filhos,
Rodopia, braços aos céus, e Só.

Aos poucos, volta a Ser o Que É.

Marilene Anacleto

Foto de Samir Querino

Eu só preciso te amar

E de repente como num sonho, nada mais faz sentido. Meu mundo estava ao contrário, e você ainda o deixou de ponta cabeça. Está tudo mais louco do que era antes. Está tudo mais confuso do que já estava antes. Porém tudo é mais intenso como nunca antes. E o presente é maravilhoso, muito mais que antes. E simplesmente não sei dizer quando caí no seu feitiço. Talvez foi por causa do teu sorriso, que irradiou a luz mais brilhante, da estrela mais brilhante... iluminando as trevas da minha solidão. Esse sorriso brilhou tão forte que me ofuscou a visão a ponto de cegar. Hoje estou cego para as incertezas, não enxergo mais o medo, não vejo mais a tristeza, e eu não consigo me ver sem você. Ou talvez foi seu olhar, inocente como o de uma criança e tão agudo quanto uma flecha. Atravessou meu peito de uma só vez, sem hesitar. Esse olhar misterioso com poder angelical e capaz de derrubar gigantes. Tão enigmático quanto profundo, tão hipnótico e ao mesmo tempo assustador, tão meigo e paralisante, tão... sem explicação. Ou quem sabe a magia dos seus beijos, que tantas vezes me deixaram impotente, sem condições de reagir. Esse beijo que faz meu sangue queimar e espalhar o calor por todo o corpo, deixando os meus sentidos em chamas e fazendo o coração pegar fogo. E as únicas chances de apagar esse incêndio, é através de um simples toque das suas mãos e um abraço sincero, bem apertado, que me acalma e me transforma em uma doce criança, que se aquieta e se esquece de tudo ao redor, apenas para sentir você respirar... apenas para escutar as batidas do seu coração. Realmente, eu não sei o que aconteceu. Eu só sei que estou nas suas mãos, refém do seu coração, e se isso é bom ou ruim... só o tempo vai contar. Mas com você eu me sinto bem, e é só o que eu sei. Você é a menina que não cresceu, a mulher que amadureceu, minha garota, minha mocinha, minha amiga, minha amante, meu céu, meu chão, meu inferno... meu paraíso. É você quem eu preciso pra minhas respostas questionar. E se você for embora, de que vai adiantar? Eu não preciso de lembranças, eu preciso te amar. Eu não preciso de saudade, eu preciso te amar. Não preciso ter sonhos, o que eu preciso é te amar. Eu não preciso ter razão... eu só preciso te amar.

Foto de KAUE DUARTE

Conversando com o céu

Hoje o céu se abriu
Me olhando disse: Bom dia
Percebi com sentimentos
A fragilidade do vento frio
Refrigerando meus pulmões
O néctar da rosa
Aromatizando meu oufato
O dia em belo azul
Realizando meus desejos
Lembranças contidas em desabafo
Narradas em trovas e sonetos
E um belo sorriso não me sai da cabeça
Me pergunto, de quem seria?
Ouço a vóz me respondendo
É da formosa poesia.

Kaue Jessé 05-05-2011 //*

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