Brevidade

Foto de leandro landim

Parei para te esperar

Corri contra o vento
Mas parei para te esperar
Guardei meu sentimento
E não te vi passar;

Construir o futuro
Para te presentear
Mas o presente ainda é um muro
Pelo qual tenho que passar;

Conheci a saudade
Em dias cinzentos
Falei de amor e amizade
A procura de alentos;

Cheguei nesse mundo
Sem pressa para voltar
E na brevidade de um segundo
Em seus braços estar.

Foto de Antonio Alberto

ESTAMPAS DE LUA - POESIA DE ALBERTO ARAÚJO

Estampas de lua

É noite, a lua sorri...
e anuncia com seus clarins que:
suas estampas são abissais,
que o seu cântico alivia as dores,
e seu silente amor engana o vazio
e atravessa as paredes, os ouvidos...

Sabe-se que certas cidades
têm as estradas longas demais,
mas na transbordante aurora
a fonte da flor do amor está bordado
e o passaredo traz alumbramentos.

Quanto ao suor da noite
numa brevidade explosiva
traduzirá o sorriso em nossas mãos.

:::

Conchas acústicas
Assim veemente, rasgam os pensamentos.

E tudo por conta do vício do amor,
Abunda-se em certezas.

As luzes da pele macia se acendem
e afirmam que tudo na vida é absoluto demais.

Dos meus bravios sois;
do meu poético abajur;
vejo que existe CÉU:
E a cabeceira do rio mora em mim.

Nasci da esplendida arte poética,
E tenho a certeza que:
o mundo e suas folhas
durante breves dias,
em total alumiação unirão os corações.

©by Alberto Araújo.
18-09-12

Foto de MarcosHenrique

Desabafos!

.
.
.
.
.
Montes de olhos que me olham e não me enxergam.
Outrora não era apenas os olhos que a mim se inclinavam,
Seus corpos inteiros passavam-me calor.
Agora imerso no frio dessa indiferença.
Sustentando-me apenas com uma ínfima irradiação
Dos poucos que me pertencem.
Agora devo perguntar o porquê.
Por que se arrefeceram nessa distância?
Necessitamos uns dos outros.
Meu calor tem que ser de todos, e de tais ser o meu!
Energias já me faltam para reverter esse quadro.
Meu consolo é apenas a brevidade de uma nova esperança.

Foto de Nailde Barreto

"Náufrago"

Brevidade injusta que se fez necessária,
Relevante para me fazer acordar do sonho,
Pequeno, diante do exagero da minha fantasia
E, então, enxergar a mentira explicita no seu olhar,
Impiedoso, frio e silencioso,
Náufrago de sentimentos, soltos no ar;
Omissão de ação ao próprio coração,
Dano irreversível à paixão,
Cujo reparo, está além do perdão.
E, entre os lamentos da vida,
Eu rejeito a solidão,
Mesmo que para isso,
Tenha que arrancar meu coração,
Para aprender a viver sem você,
Meliante sem noção.

_escrito em 06/07/11_

Foto de Nailde Barreto

Ato de Amor.

Por vezes, fui “meretriz”;
E, para viver apenas a brevidade de momentos,
Abandonava-te!

E, quando o breve já era fim,
Sozinha eu ficava,
A mercê do silêncio do nada.

Disposta no meio dos fins,
Sempre vivi loucuras...
E você, incansavelmente, à minha procura.

No fim do tempo,
Convenço-me!
Você é o meu maior amor.

Mesmo depois de te deixar,
Insistiu em me acompanhar,
Sempre pronto para me abraçar.

Então, perdoe minha insanidade,
Vem me amar...
Pois, agora compreendo
Que é com você que quero ficar;
E, te amar e, te amar, até o fim.

_ escrito em 20/06/2011_

Foto de João Victor Tavares Sampaio

O Orfanato

- O Orfanato

No orfanato
Toda linhagem de enjeitado
Toma a forma de legião

Todo o povo da região
Passa-nos com o ego apontado
Acusando nossa rejeição

E a sombra que aqui relato
Desnuda a treva em ebulição
Sonho irrealizado

Presente desembrulhado
Futuro em suspensão
A humilhação em seu recato
Frio, destrato

________________________________________________________

O Sol é falso, losango angular.

Umas poucas crianças cantam.

Outras tantas crianças gritam.

A volta da escola é lenta e singular,
Pois não há ninguém há esperar.

O vento espalhar seu vento, e a folhagem.

Uma nuvem nos faz pajem.

Nosso ritmo é policial e folhetinesco.

Reside o medo do grotesco.

________________________________________________________

Os moleques do orfanato são feios e não têm receio em admiti-lo, já que no verso de sua condição morava o adverso, o ridículo dos corações partidos, a brevidade de sua relevância.

Um deles riu-se automaticamente:
- Somos completos desgraçados!

Esta frase correu sem gírias ou incorreções.

________________________________________________________

Os moleques
Sabendo serem desgarrados
Destravavam seus breques
Em serem desencontrados

Faltava-lhes o saber da identidade
Descobri-se em um passado plausível
Ver-se na evolução da mocidade
Em um lar compreensível

Mas não lhes foi dada explicação
Nem sentido da clemência
Nem pedido, nem razão
Para sua permanência

Viviam por viver
Por invencionice
Viviam por nascer
Sem que alguém os permitisse

Abandonados
No porão de um orfanato
Sendo assim desfigurados
No humano e seu retrato

________________________________________________________

Os moleques eram órfãos
E eu estava no meio deles sem me envergonhar!
Minha vida é curta
Dura, diante dos comerciais contrários!
Meu cárcere é espesso, grosseiro, não derrete nem sob mil graus!
Subo mil degraus e não encontro o final da escada
E a realidade é tão séria como o circo ao incêndio dos palhaços,
Pois nem meu hip-hop consola mais a sombra da minha insignificância
E nem toda a ostentação suporta o peso da veracidade

________________________________________________________

O mundo me usa
Ao agrado parnasiano
E me recusa
O verso camoniano
Não tenho honra nem musa
Não tenho templo nem plano
A vida é pouca e Severina
Louca e madrasta carnificina

Solidão
No meu retiro na multidão

________________________________________________________

Somos uma falange
Outrora negada pelo sistema
Zunido como abelhas de um enxame
Invadindo os isolamentos propositais;
Nação sem cara
Homericamente mostrando seu rosto
Olhando a palidez da polidez
Sendo enfim mortos de fome.

Sendo enfim cheios de vida!
O braço que nos impede a pedir banha-nos com seu sangue;
Nós somos encharcados
Havendo assim a benção que ignoraram em prestar
A afirmativa de um futuro inevitável;
Matamos e nutrimos
O pavor que nos atira para a vida;
Somos assim não só uma falange como uma visão intransponível.

________________________________________________________

Em esperar ter condições
Só restaria estacionar
Ao choro das lamentações

E logo quando o meu lugar
For definido às lotações
Na margem sem quem se importar

Ou mantenho insurreições
Ou vou me colocar
Abaixo das aspirações

Se calar minhas intenções
Alguém vai me sacanear
E se buscar santas missões
Cair no desenganar

________________________________________________________

Estamos descontrolados!

- Foi ele, tia, eu vi!
- Não, eu não fiz nada!

- Cala a boca molecada!
Ou vai entrar na porrada
Cambada de desajustados!

Nem suas mães os quiseram
Desde o dia que vieram
E ainda bem que não nasci
No mesmo mal em que estiveram

Enquanto existir distração
Restrito será seu contato:
Problemas não chamam a atenção
Ao veio da escuridão
Silêncio do assassinato

Eu me calo e penso então
Em como o mundo é ingrato
Por sobras ajoelhadas
Firmo-me em concubinato
Em estruturas niveladas
Para minha exploração

________________________________________________________

A noite chega aos esquecidos
E com ela sonhos contidos
De um sono forçado

Sinto-me encarcerado
No meu instinto debelado
Pelo pânico dos inibidos

E os olhares entristecidos
Cerram-se em luto fechado
Da morte sem celibato

Estamos envelhecidos
Tão jovens e tão cansados
Estamos aprisionados
Na cela de um orfanato

Foto de Nailde Barreto

"Folhas Secas".

Folhas secas. ( Nailde Barreto - 05/06/2011 )

Inexplicável razão do sentimento, tormento!
Terapia relutante que faz intrigar o tempo,
Soluço incontestável, com lacrimejar marcante,
Observando a dança das folhas, pairando no vento.

Incabível sensação de loucura,
Cambaleia e contorce o coração,
Ação silenciosa, enigma da atroz prisão,
Como o som das folhas que tocam o chão.

Então, os galhos secos, sofridos,
Envolvidos com laços de emoção,
Acumulam rugas e marcas de uma vida,
Gritam e anseiam por renovação...

Perfeita harmonia, incógnita, paixão!
Previsível desfecho, liberdade!
E, a esperança dos galhos, imprudentemente, despidos,
Os fazem renovar e voltar a viver...

Cuja beleza, estará com a mesma brevidade,
Disposta no chão, contramão!
Enfeitando caminhos, marcando a vaidade,
E você, se foi com as folhas, agora, secas.
********************************************************

Foto de Marilene Anacleto

Harmonia

*
*
*
*
O sol reflete sua beleza no mar
E a espalha a muitos olhos...
Observo, contemplo.
Não estou triste,
Nem alegre,
Só natural

Entusiasmada,
Nem acomodada,
Normal.

Nestes tempos de carnaval,
Já passei do tempo
De correrias, aglomeros,
Exageros.

Quero conversas humanas,
Às vezes úteis, noutras fúteis,
Umas filosóficas, outras de piadas,
Algumas meditativas,
Outras bem humoradas.

Na rede, na sacada,
Ou na sombra da calçada
Na maciez da almofada.

Amor e humor
Para mim, e para o outro
Viver esse breve lampejo.

E, nesta brevidade, libertar-me
De medos, e deliberados desejos,
Desnecessários fantasmas
Que me sugam todo o ser.

Amor e humor
São o Laço que me liga
À sublime Essência Divina,
Que somos aqui e somos Lá.

Essa é a oração e a graça
Que ampliam o meu tempo
De ser humana e divina,
Em firmeza, suavidade, harmonia.

Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Presença Serena - Para meu Pai

Em meio aos agapantos,
Surge um ser sagrado.
Meu olho aprofunda,
Desvenda mil enigmas

Transformo-me em cataventos
Quando tudo se cala.
Como estrondo, irrompe,
Aquilo em que adormecemos.

De repente, pássaros sobrenadam
No estranho vazio escuro
Da vida, tão brevidade!

E dos castelos assombrados,
O ser belo e inusitado
Nos jardins, paira sereno.

Marilene Anacleto
Publicado em: http://rotadaalma.spaces.live.com/
Publicado no site http://www.itajaionline.com.br/colunas/marilene/marilene.htm, em 10/04/01

Foto de Fabricio silva

Perdas

Falar em perda é falar em solidão,tristeza,desesperança,medo.
Quando digo perdas,não estou referindo apenas os que morrem,
mas a todos que,alguma forma,nos deixam prematuramente,antes
que estejamos preparados.
Um amigo que se muda para longe,um namoro interrompido abruptamente e até mesmo um ente querido que se vai,sempre provoca em nós uma sensação de vazio.E por que isso? por que sofremos tanto mesmo sabendo que essas perdas ou partidas inesperadas são inerentes a vida e que,portanto,não podemos controlá-las?
Não saberia responder a precisão a pergunta acima,mas,o que aparece mais coerente é que nunca estaremos pronto para nos acostumarmos com a falta dos que amamos.
Por mais que saibamos que a qualquer instante ele nos faltarão,temos sempre a predisposição em acreditarmos que quem nos ama nunca nos trairia,nos privando de seu afeto,carinho e amor.
Ledo engano.São justamente aqueles que amamos que mais nos machucam com suas partidas inesperadas.
Vão-se sem aviso prévio e nos levam a felicidade,a fé na vida, o equilíbrio.
O que fazer então? Não amarmos? Não nos permitimos gosta de alguém pelo simples fato de que seremos,mais cedo ou mais tarde deixados para trás na vida,entregue as as nossas angústia e remorsos por não temos dito tudo ou feito o suficiente por eles? Creio que não.
Se há algo na vida que mais nos trás felicidade é sabermos que somos queridos e não seria honesto nos privarmos de tal sentimento por covardia.
Um amor de pai e mãe,o carinho de um amigo ou afeto de uma relação de dois deve sempre se sobrepujar ao medo da perda.
Porque ela é inevitável;o sentimento,não.
Deve ser exercitado todos os dia de nossas breves vidas.
Ele é o que nos move,nos dá o chão para que possamos caminhar pela vida com a certeza de que,haja o que houver,teremos sempre alguém com quem contar, que nos apoiará mesmo nos momentos em que não tenhamos razão.
Esta,meus amigos,deve ser a maior lição pelos que partem sem nos avisar:Lembrar-nos que devemos sempre curtir aqueles que amamos com a intensidade proporcional a brevidade de uma vida.
Porque,quando nos faltarem,saberemos que amamos e fomos amados,que demos e recebemos todo o carinho esperado,que construímos um sentimento que nenhuma perda poderá apagar.
Este sentimento transcende o espaço e o tempo,não se limita ao contado físico.
Torna-se parte de nós,impregnado em nossa alma,nos confortando nos dias difíceis,sendo cúmplices de nossas vitórias pessoais,norteando nossa conduta,nos fazendo sentir eternamente amados.
Que me perdoem os físicos,mas,neste caso,acredito sim que dois corpos podem ocupar o mesmo lugar no espaço.Basta que permitamos sentir a presença dos que amamos dentro de nós,como se fossem parte de nossa alma.Só assim seremos inteiros.
''Aqueles que amamos nunca morrem,apenas antes de nós".

Páginas

Subscrever Brevidade

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma