Aves

Foto de Lupe

Tardiamente

olho a linha do horizonte,
desenho-te com tons de amanhecer,
enfeito-te com aves soltas no firmamento,
visto-te com nuvens azuis,
pois é assim
que te trago no pensamento
e acabo por perceber
que em vez de teu criador,
eis-me sim teu perdedor,
nem me apercebi...
ou tardiamente realizei
que tu
simplesmente vives em meu interior
sem seres mais do que o momento
em que te evoco,
te imagino,
te descrevo,
tu, mulher firmamento
que ocupas o meu amanhecer
que é tardio...

Foto de CARMEMMARQUES

Simplicidade

A simplicidade parece ser uma parte das pessoas e coisas, ela pode estar no néctar das flores, no olhar de uma criança, em fim, em tudo que há de bondoso no mundo. As cores parecem todas muito nítidas, cobertas de vidas e esperanças.
Cada inseto miúdo que pousa numa flor deixa o ar mais purificado e encantador, mas às vezes rouba sua fragrância deixando-a sem vida. Mas nem por isso, elas tiraram o verde do campo e do gramado, que ali existe. O lugar parece parado mesmo avistando um pássaro cantor que vem de um lugar distante a procura de algo para comer, parecendo estar exausto, vindo do norte para o sul, com expectativas de ver tudo o que lá deixou.
Mesmo com a poluição o lugar recebe um pouco de luz que o olhar das pessoas deixam quando passam por lá. De repente, aparece uma gota de água caindo numa única rosa, o barulho calmo da chuva passando entre as aves que o verde das folhagens daquele jardim.
Às vezes é doloroso a gente falar que não é fácil ver as verdades claras no meio de um cidadão. Com o dinheiro na mão, o homem pode comprar tudo o que vê nas vitrines, aparelhos sofisticados. Quem o dinheiro faz ficar rico, mas nunca traz a felicidade das pessoas seja ela qual for.
A simplicidade nasce no coração limpo daqueles que sabem o seu significado por isso ela deve ser conservada e dita livremente sem nenhum temor. Ela deve ser observada nas flores que vão expondo o seu perfume e plantando a paz no mundo e no coração de quem não conhece o seu significado.

Foto de Sonia Delsin

NINHO ESPATIFADO, QUE PENA!

NINHO ESPATIFADO, QUE PENA!

Estou de férias e aproveitando meu tempo para usufruir uma companhia adorável.
Estou com minha mãe passando uns dias na casa de minha irmã na Capital.
Ela adora estar comigo e eu com ela.
Dormimos no mesmo quarto; conversamos muito; caminhamos todas as manhãs e nadamos todos os dias. Geralmente à tardinha descemos para a piscina.
Hoje quando fomos caminhar íamos conversando quando vimos um ninho caído na calçada.
Foi conseqüência da chuva e da ventania de ontem.
No ninho espatifado jaziam dois seres inertes. Dois lindos filhotes já emplumados que estavam prestes a voar.
Que pena!
Senti uma repentina tristeza, porque pensei que aquelas pobres aves não chegaram a voar, a enfeitar o céu com seus vôos e nem alegrar as pessoas com seus cantos.
Nesta região vemos muitos sabiás, bem-te-vis, joão-de-barro.
Os filhotes eram grandes e bonitos, suas penas eram pretas e brancas. Eu costumo chamar estes pássaros de carijós, pois desconheço o nome. Eles cantam belamente e na região onde minha mãe vive no interior costumam aparecer muitos.
Ela comentou no caminho que está muito saudosa de sua casa e eu comentei que também estou com saudade da minha casa, do meu cantinho, do meu jardim, da minha rede, do meu pc, da minha sala envidraçada, do vento sul que chega todas as tardes...
Eu sei que fugi totalmente do assunto aqui nesta crônica.
Mas é que os dois passarinhos me entristeceram um pouco naquela hora e me fizeram pensar muito em meu lar.
Nos meus dois filhotes...Meus tesouros.
Um já se casou e deixou o ninho, mas está sempre me visitando. O outro está se preparando para o vôo, mas ainda me encanta a vida com sua adorável companhia.
Tomara que nosso ano seja ótimo, que ele se forme com louvor, que é o que pretendemos.
Os dois filhotes de pássaros não puderam experimentar o voar...
Talvez tenham deixado uma mãe a chorar...
Pássaros devem chorar também, em seus coraçõezinhos de pássaros.
Bem, a vida segue, novos ninhos surgirão. É a lei da vida, da seleção natural...
Não sabemos ao certo, mas tudo tem uma razão de ser.

Foto de Sonia Delsin

COMO É BELA A NATUREZA!

COMO É BELA A NATUREZA!

Eu fazia minha caminhada matutina quando passei por um terreno baldio onde um casal de João-de-barro andava pelo chão em busca de alimento para seus filhotes.
Os dois estavam tão compenetrados que nem se importaram quando passei bem junto deles.
Fiquei olhando.
Pensando que é bela a natureza.
O homem a agride de tantas formas e ela reage bravamente.
Ela continua exibindo toda sua beleza.
Eu que sempre caminho beirando belos sítios fico admirando tudo que vejo.
O sol nascendo, o gramado verde depois da chuva, as frondosas árvores, os arbustos que vicejam.
Noto tudo e tantas vezes fico encantada com os vôos das aves, seus cantos.
Observo borboletas, colibris, olho o céu azul, as nuvens.
Tudo é tão lindo.
Nestes meus passeios matutinos eu cuido de meu corpo físico e do meu espírito, porque capto muita energia positiva quando caminho.

Foto de NiKKo

É natural te amar.

Hoje a saudade me acordou de mansinho
Fazendo lágrimas pelo meu rosto rolar.
Ela sussurrou seu nome em meu ouvido
e me disse baixinho: ela não vai mais voltar.

O sol que nascia colorindo azul do infinito
Com pena de mim, seu brilho escondeu.
Grossas nuvens escuras se formaram no céu
e junto com meu pranto, a chuva verteu.

O vento que estava calmo e suave
vendo como era grande a minha amargura,
forçou as arvores arrancando suas folhas,
varrendo a terra, tornou a paisagem escura.

As aves que saudavam o dia que nascia alegre,
Refugiaram-se, apressadas em seus ninhos.
Guardaram sob suas asas seus filhotes e pelo medo
a aflição dava para ver em seus olhinhos.

A flor que banhada de orvalho desabrochou,
com o peso das gotas da chuva que sobre ela caiu,
deixou que suas pétalas maltratadas e feridas
fossem levadas pelo vento forte que a terra cobriu.

O dia então retratou a minha amargura
e fez que meu coração, no pranto se acalmasse.
E eu fiquei olhando a chuva que batia na janela
até que de meus olhos nenhuma lágrima restasse.

No entanto meu coração no fim se acalmou
Por reconhecer que teu amor minha vida preencheu
Ele devolveu-me a esperança que eu já não possuía
Por isso eu reconheço, viver esse amor, muito valeu.

E assim como a tempestade que se foi
Minha alma encontra a paz após tanto chorar.
Eu te amo e não me envergonho desse sentimento
e mesmo que você não volte, eu continuarei a te amar.

Foto de Dennel

Manoel de Barros

No livro das ignorãças
Poesia. Quase toda
De poemas rupestres

Escrevo um livro sobre nada
Um livro de pré-coisas
De impressões, poesias

Porém em matéria de poesia
Encontro-me com a face imóvel
Como o retrato do artista quando coisa

Assim, fiz uns poeminhas pescados numa fala de João
João! O fazedor de amanhecer
O guardador das águas

De poemas concebidos sem pecado
No exercício de ser criança
Simples ensaios fotográficos

De memórias inventadas na infância
Cantigas para um passarinho à toa
E arranjos para assobios

Um concerto a céu aberto para solo de aves
Um compêndio para uso dos pássaros
Nesta gramática expositiva do chão

Juraci Rocha da Silva - Copyright (c) 2006 All Rights Reserved

Foto de Carmen Lúcia

"Mania de poetar"

Se a poesia, um dia, virasse mania
E contagiasse o universo de versos, euforia,
Feito bando de aves, poetas migrariam
Encobrindo céus de perfeita harmonia.

Cantada em versos, o que fosse dor, seria
Tragada pelo amor, lançada para amar...
Banido entre os homens, envolto em poesias,
Sucumbiria o ódio, por lhe faltar o ar.

E todos os poetas, em grandes romarias,
Desarmariam o mundo, de versos guarnecidos,
Fragilizariam seres empedernidos,
Libertariam almas de um inferno dantesco!

Oh! Sonhos, quimeras, quiçás...
Pensamentos perdidos aqui e acolá...
Alastram-se inúteis manias...Megalomanias!
Só não se contagia mania de poetar.

Foto de jlp

Deixa-me Sonhar

Sonhei…
Sonhei que o céu tocava o mar
Mas sem limites.
Que o vento se entrelaçava na brisa
E ambos num único movimento
Deixavam doces pegadas na madrugada.

Sonhei
Sonhei que as estrelas que brilhavam no céu
Eram somente reflexos de teu olhar.
Que as aves que se cruzavam em véu
Confundiam teu rosto suave com o luar.

Sonhei...
Sonhei que nossos corpos nus e unidos
Derretiam os mais puros farfalhos de branca neve.

Sonhei Sonhei...
Sonhei, só, porque uma gota gelada
Quebrou meu sono
Ao substituir AMO-TE por AMEI.

Foto de HELDER-DUARTE

Rosa de Saron

Cravos e rosas, uni-vos!
E vós tulipas e antúrios.
E vós, do campo lírios...
E nesse lugar, vós goivos!
Abraçai a Rosa de Saron,
Que mãe vossa é.
Ela vos dá todo o dom.
E a mim, também até.
Oh flores de distintas cores!
Com ela avançai, avancemos,
Sobre este jardim nosso e d´ela, trabalhemos.
Para que tenha, cores suaves
E nele, eternamente...
Gloriosos, cânticos, entoem as aves.
Então nele se sentirá...
Para todo o sempre...
Vosso perfume, que em nós permanecerá!

HELDER DUARTE

Foto de HELDER-DUARTE

Os cisnes

O que sou?!...
Já que só estou.
Sou eu...
Só, neste ser meu.

E este eu...
É ainda amigo, teu.
Estando nesta solidão,
Se deixares, te darei a mão...

Para animo, darmos,
Aos brancos cisnes...
Para com eles, juntos nadarmos...

Em lago este. E às aves, cantarmos.
Novos cânticos rítmicos...
Para que nadem firmes, os cisnes!

HELDER DUARTE

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