RETRATO RASGADO
Caído em meus pensamentos.
Estava só, reclinado nas memórias.
Quando o vento depositou aos meus pés...
Metade de uma fotografia rasgada!
Parecia parte de um recado,
Ali deixado, sem pedir permissão!
O pequeno papel rasgado...
Estava como o meu coração!
Todo retalhado, em saudade e dor.
Lembranças de um passado,
Que hoje vive na esperança...
De reconquistar teu amor!
Convida o dia para um passeio,
Abana as folhas das palmeiras...
Enquanto vou chorando pela vida,
A brisa leve, livre e sorrateira!
Ciúmes cego e traiçoeiro!
Ignorância banal fechou-me as portas...
De conquistar tua amizade, teu sorriso!
E hoje me condeno por esta amargura!
Deixa eu te olhar por entre as sombras,
Oculto atrás do tronco das palmeiras!
Pois sou como uma folha desgarrada...
Perdida no léu, ao sabor do vento!
Olhando o retorno das aves ao ninho.
No crepúsculo que se precipita no céu...
Vou me iludindo como um insano!
Agarrado ao pequeno pedaço de papel!
THOMAZ BARONE NETO