Aventura

Foto de Carmen Lúcia

Eu serei com você

Em qualquer tempo, qualquer momento,
sopro do vento, piores tormentos,
brisa leve, calor que se atreve,
eu serei com você...

E serei pra você...
O caminho que falta,
o torpor que ressalta,
o pranto que alivia,
o lirismo da poesia,
o sorriso do rosto,
a delícia de um gosto,
o braço que segura,
a mão que se aventura,
parte de sua jornada.

E juntos seremos...
O amor a se expandir
na imensidão, a luz a invadir...
Seremos lua, prata do luar,
nosso sol a despontar
aos olhos das manhãs,
escoltando travessias,
sugerindo recomeços,
divulgando o direito do avesso
e a incrível arte de amar...

(Carmen Lúcia)

Foto de Paulo Gondim

Ao meu amor

AO MEU AMOR
Paulo Gondim

Quando te sentires cansada, pensa em mim
Que tenho minha alma leve
E o coração aberto para te receber
Meu colo é teu refúgio, meu ombro teu amparo
Meu beijo, a certeza do sonho realizado

Entra. A casa é tua!
Regozija-te comigo, enquanto vivemos
Essa aventura que só depende de nós.

E quando o cansaço te tomares o corpo por inteiro
Aconchega-te no meu peito, como teu leito
Para que teu sono seja reparador
E que o despertar seja de esperanças
E tudo se renove, tudo floresça
Como o amanhecer que traz um novo dia.

Foto de Marilene Anacleto

Baleeira, Baleeira

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Cheiro de baleeira,
Tarde de chuva,
Vento, verão.

Lembrança das cabanas,
Dos cozinhados,
Em panelinhas de barro.
Arroz encruado
Feito na fogueira
Do quintal ao lado.

Da sobremesa,
De açúcar e farinha
Roubados da cozinha
Da mãe ocupada,
Coitadinha!

Tempos distantes,
Registrados na memória.
Um cheiro, uma cor,
Fazem-nos voltar no tempo,
Inserem-nos na antiga paisagem,
Num amontoado de imagens
Revivemos a história.
De medo ou de glória.

Baleeiras, já são poucas.
Como também as crianças
Que sentiram aquele cheiro,
Que conheceram o sabor
Que brincaram nas cabanas...

Vivem no computador
Lutando com coisas estranhas,
Brincadeiras enfadonhas
Sem aventura, sem cor,
Rindo sozinhas, sozinhas.
E tão carentes de amor!

Afastam-se de suas raízes,
Desconhecem tantos matizes,
De sua mãe e seu pai.
Crêem ser tudo importante:
O e-mail, o MSN, o Facebook e tal
Acreditam saber tudo
E vivem num mundo mudo
De tantas coisas virtuais.

Baleeiras, baleeiras,
Como é bom agradecer
Brincadeiras de criança,
E, enfim, reconhecer:
O bom jeito, o bem viver
Da juventude e da infância.

Quisera, meu Deus, quisera,
Que assim pudesse viver
A sentir e a aprender a vida,
Nosso jovem, nossa criança.

Marilene Anacleto

Foto de Edigar Da Cruz

*****Seus Sonho Aos Meus ****

*****Seus Sonho Aos Meus ****

. Seja você aquele sonho lindo dourado junto aos meus sonhos de amor,...
Seus sonhos aos meus sonhos de encontros
De carinho de vontade de amar,..
Do toque do sentir do envolver, algo que faz a alma levantar e ir viajante ao longe!.....
De perto ao longe sempre um sentir,..
Todo universo a favor dos sonhos juntos ao seu
A VIDA DESEJA QUE NÓS TENHAMOS SONHOS UNICOS,.;
De amor de vontade, de prazer e aventura.
Um sonho chamado de você
Um prazer de sonhar de amor e paixão
Que faz dois corações serem somente um só!
Em um ÚNICO SINAL perfeito,..
De razão e paixão

Foto de betimartins

O Chico e seu amigo Jesus

O Chico e seu amigo Jesus

Era uma vez um lindo casal da aldeia que resolveu ir mostrar a cidade e os seus atributos que ela oferece por tanta diversão. O seu menino tinha apenas cinco anos, um belo rapaz com seus cabelos loiros e cacheados, olho negro, quase preto e muito alegre Seus pais os chamavam de reboliço, porque ele não parava quieto e tudo queria saber e aprender.
Eles o levaram a cidade para mostrar o Parque Zoológico e também o parque aquático, que ele via nas revistas e tanto queria conhecer. Era estranho com os bichos, parecia que falava com eles, não podia ver nenhum abandonado ou doente que logo levava para casa e o curava. Depressa arranjava donos para eles com aquele jeito meigo e sábio de falar.
Era o José Francisco, José era nome do seu avô paterno e Francisco de seu avo materno, era o encanto da família embora da aldeia fossem bastante abastados e cultos.
Foram no seu automóvel novo, levaram três dias para chegar à cidade, pensaram em passar a Páscoa lá e ir ver alguns amigos e família.
O José Francisco estava impaciente, queria apenas ir logo que chegasse a cidade ver os seus amiguinhos, porque os animais eram os seus melhores amigos.
- Mama, olha ali, estamos pertos já vemos placas de publicidade.
Aos pulos e inquieto ele não demonstrava qualquer cansaço apenas queria ir ver o Zoológico, seu pai, olhava-o pelo espelho refletor, sorrindo olhando sua esposa, pensando como tinha sido abençoado por Deus ao dar tão bela família.
Levantaram cedo do hotel, para chegar ao Parque o cedo possível para seu menino aproveitar tudo como era seu desejo. Entre os dois eles já tinham pensado que iriam o levar mais que um dia para compensá-lo por se portar tão bem com todos.
O pai feliz exclama!
- Chico já chegou, olha ali, olha e já vês a reserva, já estamos mesmo a chegar.
Seu rosto iluminava com tanta felicidade, era o momento que tanto desejou e ansiou.
Estacionaram seu carro e agarrando as mãos do pequenino Chico, entram e foram mostrar o parque.
Não sem antes sua mãe e seu pai darem explicações que não devia tirar as suas mãos e estar sempre perto deles. Obediente ele concordou, mas ele só queria ir depressa à sua aventura.
Ele viu os tigres, rinocerontes, ursos, leões, elefantes, zebras, pandas, girafas, macacos, renas, lobos, porquinhos da índia, viu uma demonstração dos dinossauros ao vivo, que assustava. O que ele mais perdeu tempo foi com os passarinhos, ele adorava o que via ali, logo chegou ao parque aquático, encantado ele pode ver golfinhos, uma tratadora, deixou-o tocar neles e estranho eles tinham um comportamento estranho, tipo uma adoração o que o menino mandasse fazer eles faziam parecia entender sua linguagem.
Feliz ele queria nunca mais sair dali, seus pais quase que o arrastavam, para mostrar tudo o resto. Afinal ele queria ver os outros animais marinhos, tinha ainda as focas, as lontras, as tartarugas, as raias, os tubarões os peixinhos que andavam por ali e os corais que tanto queria ver de perto.
Já era muito tarde e ainda faltava ver os repteis o Chico não queria ir embora sem os ver, correndo lá conseguiram mostrar, mas teve sorte ele não gostou muito deles e então das cobras ele só queria ir embora dali.
Logo chegaram à casa dos primos, que alegria apenas os via no Natal e iam os ver agora na páscoa. Que correria, que barulho, também com seis crianças quase todas de idades com diferença de um ano entre eles, era uma alegria total.
Foram descansar para depois jantarem juntos, estavam exaustos precisavam de um banho e o pequenino Chico também.
Desfizeram as malas afinal eram mais uns dias que ali iam ficar e Chico foi a sua mala e tirou um livro, o livro de Jesus, sorrindo ele diz mamã eu vou conversar um bocadinho com ele afinal tenho que lhe contar o meu dia e agradecer também.
Sentadinho na sua cama ele conta seu dia, sorri e mantém uma conversa como se estivesse Jesus ali com ele, agradece e beija o seu livro, colocando-o na sua cabeceira da sua cama.
Jantaram, foram dormir, pois estavam muito cansados, de manha acordaram com o barulho das crianças a brincarem no jardim, tranqüilizaram os pais dizendo que ele já tinha almoçado e que estava com seus primos que estava uma empregada a cuidar deles.
Respiraram fundo agora tinham um pouco de tempo para eles mesmos e saíram para dar uma volta.
No meio da algazarra andavam a brincar ao esconde, esconde, ganhava o que mais escondesse bem, Chico fugiu para bem longe da casa, viu uma capela velha, abriu com dificuldade a porta, entrou. Ficou maravilhado, apesar de velho era lindo apenas estava mal cuidado. Por momentos ele esqueceu a brincadeira, sentou-se num banco em frente a um altar onde tinha Jesus sorrindo e de mãos entendidas para ele. Ele conversou com seu amigo Jesus saiu do altar e veio se sentar do seu lado, juntos eles riram, juntos cantaram e estando já muito cansado Jesus pega nele no colo e o abraça.
Ele dormiu, ele não sabia se estava a sonhar ou era imaginação, mas ele estava num lugar lindo, cheio de flores, animais que falavam e todos tinham asas e voavam.
Jesus olhava para ele sorrindo, colocando devagar no banco da capela e voltou para seu altar.
Todos estavam em alvoroço, assustados ninguém encontrava o Chico e seus pais estavam a chegar a casa para almoçar, que iriam fazer, mas ele não tinha como sair dali.
Voltou a ver toda a quinta e alguém se lembrou da velha capela e foram a correr. Abriram a porta, lá estava ele, dormindo no banco em frente ao altar, Acordou ele ao levantarem e ele triste resmunga:
- Porque me tiraste do colo de Jesus? Eu estava tão bem no seu colo.
Pasmados e surpresos por tudo isso eles falaram apenas.
- Calma! Tu estavas a sonhar, um lindo sonho, mas não passou de um sonho
Engraçado, o dia passou e todos respiram de alivio, por tudo ter dado certo. No dia seguinte eram vésperas de páscoa e todos foram à missa na igreja próxima. O Padre começou a ler o evangelho e fala que Jesus morreu pregado na cruz, fala de novo e Chico grita no silencio:
- Mentira, Jesus não morreu não, ontem ele esteve a conversar comigo e até adormeci no seu colo.
Todos olhavam para o Chico e abanavam a cabeça. Pobre criança que devia estar doente
Seus pais mandaram Chico se calar, ralhando pela sua falta de respeito.
Triste ele ainda tenta responder:
- Mas mamã foi verdade...
Ninguém acreditou nele, ninguém, triste ele foi para seu quarto e chorou.
Jesus voltou a pegar nele e sorriu dizendo não faz mal Chico, fica um segredo nosso eles não acreditam, pois não me sentem no seu coração.
Afagando seus cabelos, Jesus falou:
- Feliz páscoa para ti, meu lindo anjo.
Chico sorriu feliz e voltou adormecer...

Foto de Marilene Anacleto

Sono

*
*
*
*
O sono derruba a cabeça
Que quer escrever mais um pouco.
De dia não dá mais tempo
Nesse mundo torpe e louco.

Nada pára no tempo.
Os rios, as flores, o mar
Amanhecem diferentes.
Mas eu? Preciso descansar.

Dormir é morrer.
Não é certo que se vai amanhecer.
Por isso as plantas não dormem
E pela manhã, novos brotos e flores.

O Ser, numa infinita graça,
De dia põe-se a labutar.
À noite, numa esplêndida aventura,
Passeia idéias, sonha momentos de amar.

A mente cala e o corpo se entrega,
Muita luz agora o corpo habita.
Traz à tona mãos, e talentos e venturas
De um encontro são, rico e infinito.

Marilene Anacleto

Foto de Paulo Gondim

Uma trova de amor

Uma trova de amor
Paulo Gondim
12/04/2011

Ah, como é belo esse sonho novo!
Essa nova andança, que me faz criança
Te vejo sorrindo e diz que me quer
No seu jeito menina, com ar de mulher

E nessa aventura, a nova esperança
Que se descortina bem à minha frente
Trazendo um sorriso puro, incandescente
Como raio de luz ali, no poente
Que o sol, sem querer, deixou por lembrança

Ah, esse seu sorriso que se faz em festa!
Como a alvorada, com a passarada
Que se faz cantar
Que me trás a calma, que me enche a alma
Com sua beleza, seu jeito de olhar

Ah, como te amo... um amor sem fim!
Tão puro, tão calmo, um amor assim
Que me faz querido, que me dá sentido
O sentido da vida que volta pra mim

Que nunca termine, esse amor amigo
Que nasce contigo e vive comigo
Que chegue ao infinito, que vá muito além
Que transcenda as nuvens
E que chegue ao céu
Que se faça em trovas
Envoltas em véu
Que se cante em salmos
Como menestrel

Foto de Wilson Numa

Palavras Leais

Embora estejamos a falar
Por favor peço teu silêncio
O que te quero dizer é que
Quando contigo estou sinto
Um enorme desejo de te beijar,
De acariciar teu pele, teu rosto
E tocar teus seios e coxas
Por favor não digas nada
Enquanto não terminar,
Porque o fogo que sinto em mim
É como um Vulcão em Ebulição,
O tremor do meu corpo parece um Terramoto
Mas daqueles bem fortes de magnitude 10
Espero que entendas essas palavras pois
O meu maior desejo é ter-te comigo
Para o que der e vier, caso não queiras
Nada sério vamos embarcar numa aventura
Como se estivéssemos a girar o mundo em 80 dias
E desfrutar de tudo o quanto a aventura nos proporciona
Pois o Verdadeiro Amor só se encontra 1 vez.

Peço-te uma chance de me amares, embora não tenha preço, tem um grande significado pra mim.

Foto de Marilene Anacleto

Boas Viagens

Já fiz umas boas viagens
Fui acolhida por pessoas calorosas
Beijaram-me muitas nuvens cor-de-rosa

Pó de mil estrelas me banharam
Neves de sulcos distantes me aqueceram
Águas mornas conhecer-me favoreceram
Doces caminhos que a mim mesma levaram

Mas a maior aventura, a mais colorida
É aquela em que empenho a vida
Para cobrir e descobrir feridas
E recobri-las renovando a vida.

Com alegres e suaves arranjos
Cada célula recebe toque de anjos.

E que caminhos estranhos
Onde imagens se mesclam
O que pareciam orações
Logo tornam-se flechas
Em opostas direções.

De repente um abismo
Parece escuro e sem fim
Não. Não perco o otimismo
O Anjo espera por mim.

Imagens se iluminam
O poço desaparece
Cada cena se encandece

Torna-se tudo canção
Já não há o ir nem o vir
Para as setas doloridas
Cravadas no coração

Amargo-doce do crescer
Escuro-colorido, contínua melodia
Enlaçados na tênue alegria
Da descoberta quente-fria
Do ter vontade de Ser.

Ajudam-me nesta caminhada
A luz intensa da poesia
Encontrada em cada passo do dia,
Em cada anoitecer, e em cada amanhecer.

Marilene Anacleto
Publicado em: http://rotadaalma.spaces.live.com/
Publicado no site http://www.itajaionline.com.br, em 29/03/00
Publicado no livro Gira: dançando as raças, os costumes, as flores e os astros, vivências com danças circulares sagradas / Marilene Anacleto. – Itajaí (SC): 2004. 95 p. : il.

Foto de Allan Dayvidson

VOCÊ VAI DESCOBRIR

Sempre vasculhando por todos os cantos
e tudo o que encontra é sujeira embaixo do tapete.
O fim dessa busca insana é incerto.

É como se houvesse perdido algo que,
na verdade, nem sequer sabe se existe,
mas de alguma forma sente sempre estar tão perto.

E você espera ansiosamente,
espera como se houvesse marcado encontro.
E você espera desesperadamente...

Quantas vezes será preciso dizer
que não há ninguém esperando por você na calçada?
Quantos tropeços precisará dar
para ver que isso não leva a absolutamente nada?
Quando até sua alma estiver machucada...
você vai descobrir.

Você coloca suas ataduras
como se vestisse uma armadura,
mas nada impedirá seu coração de se partir.

Enfia os dois pés em outra aventura,
se joga de cabeça, não importa altura,
na esperança dessa fantasia existir.

E você espera ingenuamente,
espera como se já estivesse quase lá,
e você espera corajosamente...

Por que continua a fazer assim?
Não vê o que isso tudo fez comigo?
O que eu faço com essa parte de mim?
Será que só quando não houver mais nada para se partir,
você vai descobrir?

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