Ausência

Foto de Sonia Delsin

ENTRE NÓS

ENTRE NÓS

entre nós um segredo
um medo
entre nós tudo e nada
entre nós lembranças
de uma
linda
madrugada

ausência marca a nossa
história
ainda assim este amor foi toda
minha glória

Foto de Paulo Gondim

Sobras

SOBRAS
Paulo Gondim
21/04/2009

O cansaço me ronda a mente
O verso não me apraz
O pensamento voa sem rumo
Nessa estranha ausência de paz

A solidão toma meus espaços
Um a um, sem que tenha opção
Meu grito se perde, sem eco
Palavras surdas na imensidão

O sonho começa a fraquejar
Ilusões, quimeras já se vão
Como luz fraca que se apaga
Desejo que foge em cada mão

Quase nada resta a ser vivido
Dessa feia e inóspita figura
Restos de mágoas, de queixas
Eis as sobras dessa criatura

Foto de sofiaclarisse

Anjos

Subiremos a pique
a imensidão do além.
Seremos grandes,
na ausência do sofrimento.
Apenas o nosso riso
de criança
ecoará num espaço
que só as aves conhecem.
Apenas o nosso toque
que enche os campos de flores.
Apenas o nosso Amor Branco
que só os Anjos vêem,
e amam,
e protegem.

Vestidos de áureas pétalas,
nossos Anjos,
cobertos de Primaveras de flores,
levar-nos-ão pela mão,
por entre o azul e as nuvens,
até alcançarmos
o eterno prometido.

O teu e o meu Anjo,
lado a lado,
espalharão em gotas límpidas
a ternura acumulada,
e o Amor recolhido
em cada passo
que dávamos
cada vez que nos amávamos,
num mundo de
imperfeição.

Clarisse

Foto de Sonia Delsin

AJEITO NO PEITO

AJEITO NO PEITO

eu ajeito
no peito
este sujeito
eu ajeito
é o homem que me conquista
não o perco de vista
e ele some nas brumas do tempo
retorna
minh’alma não se conforma
com a ausência
mas recupero a paciência
ajeito no peito
meu amor por ele é mais que perfeito

Foto de Rozeli Mesquita - Sensualle

Ecos da Solidão

*
*
*
*
Lâmina cortante que dói e sangra
Luz desvanecendo, companheira melancólica
Interrogações vagando pensamentos tolos. Ou não.
Desfiles de sensações negras, noites sem brilho

Na ausência, a tua presença
Meu porto, minha perdição
Barco navegando mares furiosos
A deriva...ondas gélidas de solidão

Vitral em preto e branco
Estilhaçados, serão colados com o tempo
Um silencio agressor e feroz

Sonhos guardados em gaiolas
Letras pálidas de solidão
Compulsoriamente estou só!

Foto de Rosinéri

AMOR MEU

Amor meu, se você visse meu desconsolo
e que perdi a ilusão ao acordar um dia
E perceber abatida a sua ausência
Recapitulando os momentos que vivi contigo
Amor meu, se já não escuta nem minha voz
nem minha canção,
Atrás de você se foi a voz da alegria,
São Memórias entrelaçando abatidas recordações
Deixando minha alma quebrada em pranto
Amor meu... se já não me quer mais
É que eu parti sem poder retornar ao ver-te,
Desejando sedenta passar logo esse tempo sem você
Controlando a dor, com a esperança já morta

Foto de NiKKo

Despedida

Lancei fora a poeira de meus pés cansados.
Chega de caminhar a esmo buscando o esquecimento.
Não quero mais sentir a vida passando como grãos de areia
escorrendo entre as frestas de meus dedos.
Joguei fora os sonhos que ousei ter ao seu lado,
mas não vou chorar olhado sua foto na cabeceira de minha cama.
Empacotei os CDs junto com as lembranças do que vivemos
e quero deixar que o tempo sobre eles lançe suas garras.
Não vou olhar meu passado com lamentações,
nem ficar falado do vazio que sua ausência criou em mim.
Quero seguir minha vida mesmo que seja através de uma trilha escura,
te esquecendo e te arrancando te mim.
E cada pessoa que eu ver em meu caminho que se cuide
pois a minha amargura e indiferença são patentes e reais.
Poderão ter meu corpo em horas de desejo
que como zumbi satisfaz o ego, mas mantém o coração ausente.
Assim pedaços de vidas levarei comigo como retalhos
para me embalar nesta minha estrada sem teto e lar.
Caminharei sem sentindo por essa trilha que escolhi
sabendo que você que amei...
ficou lá atrás.

Foto de NiKKo

Acidez

Hoje eu não quero escrever poesia de amor
pois se eu o fizer, seu aspecto será áspero e tenebroso.
Falarei de agonia e morte, ruminando a acidez
de um adeus sem motivos.
Poupo a folha branca e intocável de ser manchada
com tanta amargura que carrego dentro de mim.
Afinal seria tolice vomitar a minha dor
escancarando a angustia que sua ausência deixou.
Fiz parte de sua vida por tão pouco tempo eu sei
e não entendo como pude me entrelaçar na sua vida assim.
Me perdi dentro de suas entranhas que hoje eu me pergunto
onde é o meu começo e como chegou nosso fim.
Por tua causa despi meus mais antigos segredos
e entoei canções que julguei que seriam eternas.
Porque entrelacei seu corpo com minha alma,
sua vida passou a ser as minhas pernas.
Hoje vejo que foi loucura e insensatez de minha parte
porque sua vida não faz mais parte do meu cotidiano.
Percebi que eu nunca toquei o céu ou caminhei entre estrelas,
porém descobri que ainda te amo.

Foto de Jeff.YM

quando consegui lembrar de todos os momentos que passei junto a ti, então pude compreender porque tanto fiz para esquecê-los...

Se este tem de ser o fim, então que seja em suma o mais concreto. Não desejo de forma alguma que isso se prolongue aos demais segundos que não me pertencem. Ressucitei infindáveis vezes de meu próprio calabouço e sei, portanto, que os passos que me guiam neste momento são de índole duvidosa até mesmo a quem me vigia distante...

O que vejo na minha frente... não há descrição. É tão confuso, aturdido. Não sei onde estou. Talvez saiba, mas meus pensamentos me enganam, me fazem acreditar naquilo que está apenas na minha imaginação; acho que tento me prevenir do que vem pela frente.

Quando eu ainda caminhava pelos caminhos da vida e usufruía do cheiro das flores, quando eu ainda sentia o vento bater no meu rosto e ainda sentia o calor do sol nas manhãs de todos os dias, eu podia saber que, outrora, infelizmente, tudo acabaria. Sabemos todos que não estaremos aqui para sempre, nada nem ninguém é infinito. Tudo é tão mutante e ao mesmo tempo tão redundante. Quando procuro por respostas chego quase que inevitavelmente ao mesmo ponto: não há resposta.

Não pense que tudo acaba nisso. Tudo, desde o menor resquício de sonho não realizado até a maior ilusão fanática gerida por uma mente depravada, é e sempre será parte integrante do universo.

Ando, ando, ando... parece que não chego a parte alguma! Será que o caminho está incorreto ou eu é que não consigo me largar do que é supérfluo? Aqui, nesta estrada sem fim, nestas árvores frias e gélidas que me rodeiam, não vejo um único ato que me remeta à vida. Por que? Alguém pode me responder? Não, ninguém pode.

Continuo a caminhar. Tenho a nítida impressão de que não estou sozinho. Percebo também que tão longe não se encontra e que de sua presença não hei de compartilhar. Vontade? Nenhuma. Medo? Talvez.

Cada passo é um a mais que dou na direção do nada. Sim, do nada, não faço a mínima idéia de onde estou. Está começando a chover e, num primeiro momento de longas horas, sinto-me como se estivesse no meu mundo, no nosso mundo. As gotas da chuva escorrem no meu rosto e em uma leve onda se juntam as minhas lágrimas; minhas lágrimas estas que vieram para atormentar a paz que achei ter alcançado como de súbito.

Muitos dos amigos que de minha vida fizeram parte costumavam dizer que, quando se ama demais e não é amado, o melhor a se fazer é esquecer, e quando é amado e não se consegue retornar o sentimento, o melhor é compreender. Acho que, mesmo não concordando com totalidade, sempre segui essa diretriz à risca. Não que eu ouvisse meus amigos com total credulidade, mas talvez porque eu sempre tenha precisado de um apoio nas minhas decisões mais involuntárias.

Hoje, quando lembro do meu amor, sinto com dores no coração que, embora de tudo o que eu fiz não me arrependa em nada, eu poderia ter feito muito mais. Poderia ter amado mais e, desta forma, ter alcançado aquela sutileza vital que tanto sonhei na adolescência e nos anos posteriores que daí então me restaram. Não estou agora tentando me redimir fronte ao meu destino ou de qualquer outra maneira recuperar o tempo perdido; estou apenas fazendo um desabafo e percebendo de relance que minhas lágrimas tornam-se mais pesadas a todo instante. Quisera eu, no meu mais perfeito estado, ter corrido na chuva e gritado o quanto eu amava alguém e do que seria capaz por aquele amor; acredito que isso teria fortalecido a minha própria idéia do que é amar.

Esclarecida então a causa das minhas lágrimas, peço efemeramente que me perdoe por não poder contar um final feliz. Afinal, não só de finais felizes vivemos.

Noto que minha caminhada se encurta no tempo, visto que é perceptível o estreitamento da estrada.

Como o fim é logo ali, gostaria de deixar algumas palavras no ar para que um dia possam ser recuperadas e entendidas. Sei que não tenho tempo para deixar registros, por isso libero aos ventos meus suspiros para que meus dizeres prendam-se às folhas dos orvalhos e perpetuem-se nestas até que uma alma nobre se presencie.

À minha família eu deixo toda a felicidade e o conforto de que precisam nesta minha partida. Sei que será difícil para eles tanto quanto estás sendo para mim deixá-los, mas também sei que eles são fortes o suficiente para manterem-se unidos e superarem esta necessária conformação.

Aos meus amigos, oh, nobres amigos, eu deixo todo o meu carinho e toda a força que posso. Desejo que em alguns momentos lembrem-se de mim e que, por respeito, não chorem jamais a minha ausência. Tenham por lembrança todos os momentos alegres que tivemos, todos os risos que compartilhamos e todos os abraços que pudemos dar. Não estarei com vocês para lhes abraçar, mas estarei em espírito e coração para no calor de seus pensamentos me aconchegar. Ah! Não esqueçam de aproveitar suas vidas ao máximo, e percebam o quão maravilhosa é uma amizade verdadeira. Entrego a vocês também a responsabilidade por manter minha alma viva e o amor que tinha por vocês guardado.

Aos meus amores tão lembrados. A estes eu deixo minha gratidão, uma vez que tais foram responsáveis pela minha compreensão da vida. Uns foram rápidos, outros mais longos e apaixonantes, mas todos foram marcantes. Todos, sem exceção, conheceram quem eu realmente sou. Isso não quer dizer que eu tenho duas personalidades ou que me escondo atrás de uma máscara, comprova somente que sempre amei verdadeiramente e que fiz de tudo para conquistar quem eu queria.

Sendo assim, por aqui declarados meus sonhos por minhas lágrimas, termino o meu longo trajeto escuro. Agora me encontro muito melhor. Não tenho certeza de onde estou, mas tenho uma sensação de que daqui em diante tudo será melhor. É tudo tão lindo, tão calmo.

Aqui fico solto ao acaso. Quem sabe um dia eu volte. Isso ninguém pode responder. Vamos esperar e, quem sabe em alguma curva de nossas vidas nos encontremos. Adeus.

A morte é só mais um passo do longo caminho que ainda tenho de percorrer...

Foto de Rozeli Mesquita - Sensualle

Coração Amante

*
*
*
*
Ao mar, minhas lágrimas
Coração à deriva
Não ouço tua voz
Silencio em ponto negro
Por onde andará teus abraços?
Onde estará teus beijos ?
A dor da tua ausência confunde
Minhas memórias e meus desejos
Sonhos perdidos no redemoinho
Vontades lançadas ao vento
Desejos em leito sem destino
Esperança dormindo ao relento
Meu olhar manso te busca
Meu lado de dentro reclama
Na doce recordação
Meu coração amante te chama

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