Asas

Minha menininha sapeca
Rostinho de boneca
Por quê não continuou assim como era?
Olhinhos negros, sorriso bonito, um capricho!
Alegria de viver, motivo pra sonhar
Era tudo o que eu quis e não quis
Tudo que sonhei
Tudo que deixei
E abandonei

O tempo passou, não é menininha?
Mais rápido que a penumbra que nos resfria
Levando nosso sorriso e nossa alegria
deixando mágoa, tristeza, dor, agonia...
Tudo o que eu queira e não queria
Quem será que errou?
Quem será que falhou?
Se precipitou...

Pode uma cachoeira cessar de lançar suas águas?
Ou pode o beija-flor deixar de bater suas asas?
Oh, menininha, linda, pequena, morena
Pode o amor se comparar a força do mar?
Ou mesmo a um pássaro que insiste em voar?
Não! Nunca pode acabar
Minha menininha...
Para sempre irei te amar!

QUASE IRREAL
#
#
#
Vejo-te tão frágil e delicada, tal qual
uma borboleta de asas transparentes.
Que resiste bravamente, diante de um
vendaval.
Se fecha, se encolhe sob as asas, pra
não se despedaçar ao vento.
Fragilidade e beleza, que em seu voo
deslumbra, os olhos de quem as vê.
Vejo-te envolta em brancos véus.
Transparência quase irreal.
Prenuncio de uma saudade, que ainda
trago comigo.

Cecília-SP/11/2010*

Menina dos olhos cor de mel,me dizes tu,quem és?
Beleza constante,dona de uma voz estonteante,canta para eu dormir.
Caridosa,meiga e bondosa que às vezes,torna-se tão áspera e fugaz.
Simpatia,tu és alta e esbranquiçada,com a pele rosada e sardas a enfeitar.
Ó amiga minha,fostes tão especial mesmo sem saber.
Rondastes comigo por pensamentos e em sonhos sem perceber.
És minha doçura e até meu anjo de candura.
Então abra as asas,pois eu queria saber voar como você.

Meus olhos insones perdidos no horizonte
tentando desvendar a ausência das estrelas
ancoram logo na primeira fonte
na ilusão de no espelho d’água vê-las.

Mas parece que a luz dorme cansada
coberta pelo negro manto da escuridão...
Meu olhar à deriva na água ondulada,
afoga na solidão, a breve inspiração.

Mas um anjo me viu nesse abandono
e nas suas asas de plumas trazendo aconchego
veio embalar mais uma vez meu sono
envolvendo-me em seus braços num doce chamego

Carmen Vervloet