Ânsia

Foto de Karine K.

Indolência

Eu morro assim, lenta
o trágico choro não me derrete prontamente
é uma despaixão insípida de águas rasas
e os tremidos soluços não lhe prendem
você passa imune

O horizonte lá no céu vermelho, foge
a libertinagem clama aos meus deuses
irresolutos pesares dos anjos que se foram
...são tristes as partidas....
quase pedaços

raiva, ódio, desejos, corpo, sangue
sono e ânsia
é o que restou dos dias inquietos

Naquele trem embarquei minha alma
deixando meu corpo pesado pra você cuidar
....seu tapete vermelho de desfilar....

ardida, vermelha, ácida
como cobra que rasteja, morde, envenena
eu assim, agora, vou corroendo
e gastando as matérias.

Foto de M.Veríssimo

Quero o teu Corpo

Quero o teu corpo
Beijá-lo
Do principio ao fim
Na ânsia do momento
Pleno…imaterial
Derrubar muros
Sacros

Quero o teu corpo
Afagá-lo
Tenho saudades do cetim
De me escorrer lento
Perfumado de sal
Ébrio de odores puros
Sacros

Quero o teu corpo
Amá-lo
Sobre a mortalha de carmim
Mordê-lo, sedento
De voracidade animal
Em prazeres seguros
Sacros

Quero o teu corpo
Animá-lo
Enchê-lo de vida por fim
Oferecer-lhe um rebento
Fragilidade de cristal
De corpos imaturos
Sacros

Foto de Foxylady

Masmorra

Final de tarde.
O vermelho no céu anunciava o calor que passara e se iria sentir no dia seguinte.
A luz fugidia desvanece e mal se vislumbram as sombras naquelas paredes semi- rebocadas.
Entram sons quase imperceptíveis pelas grades da pequena entrada, vejo pés que passam e outros que se cruzam indeléveis no caminho a percorrer.

Tento sacudir a cabeça na tentativa falhada de não entrar sangue nos olhos, em vão me debato, o mesmo escorre em gotas finas lânguidas e demoradas e já o saboreio...Posso reparar que pousa nos meus peitos desnudados e hirtos pela frescura do tenebroso lugar.

Virou costas e saiu.
Permaneço imóvel, imutável, imobilizada, mortal...
Desesperadamente indefesa.

A sós com os meus pensamentos encurralada entre 4 paredes decadentes, a ferrugem das grilhetas corrói-me a pele, estremeço no receio e na incerteza do futuro...

Rodas guincham num derradeiro esforço, entra uma mesa putrefacta com uma toalha preta disfarçando o rude artefacto.
Mais relevante o que nela jaz pousado: chibata, correntes...palmatória... venda...Gag...os punhais...velas vermelhas e pretas qual aparato satânico que faz ranger os dentes e elevar cada pêlo do corpo...

Não me atrevo a chiar um "ai". Observo apenas.

Levanta a mão, dirige-se num gesto para mim, calculo que vá aliviar minha dor, da coroa de espinhos que me martiriza mas em vez disso puxa por meus cabelos misturados de vermelho e atira minha cabeça com força para trás na cruz que me segura...

Quer me ouvir a implorar, caso ceda sofrerei torturas.

Meu mestre permanece calado, inamovível, inabalável de sua missão, limpar meus pensamentos de luxúria pecaminosa que me invadem os sonhos e me soltam a voz enquanto durmo, cheiro de mulher para mim estava off limits porque ele assim o ordenava.

De palmatória em riste, olhar maquiavélico que me cega, defere golpes em meu sexo.
Nada posso fazer senão respirar fundo a cada investida, dolorosa, que me arreganha as entranhas e me faz entregar assim de maneira inteira.
Afasta meus lábios, e agora acende a vela, a chama eleva-se majestosa e começa a soltar gotas que me marcam e ferem a fenda humedecida por um turbilhão de emoções, uma amálgama de sentimentos que me faz perder os sentidos.

A cera misturada com meus sucos cai no chão enquanto mais continua a cair em mim, estremeço ainda com cada gota, cada gota me arrepia e ferve o sangue cá dentro na ânsia e receio de o sentir.

Palmatória outra vez, castiga-me friamente, sua respiração denuncia o prazer animal e grotesco que suga de todo o cenário.

Os lábios inchados cobertos de cera começam a ser revelados à medida que a cera vai caindo a cada investida, ora nos mamilos hirtos do frio da noite que nos abraçou.

Engulo os queixumes, debato-me em vão, ele aumenta a intensidade...
Não aguentando mais perco os sentidos, o sentir mata-me aos poucos e colapso no escuro.

Acordo (quanto tempo terá passado?), o seu corpo aperta-me e um punhal no pescoço trava-me um hipotético gesto. Com a lâmina faz pequenos golpes no meu pescoço que chupa sofregamente, eu mal me atrevo a respirar horrorizada pelo seu olhar encerrado naquele capuz hediondo. Respiro tremulamente, dificilmente me lembro do frio, somente sinto o fio que corta minha pele enquanto me aperta cada vez mais.

Sinto seu membro encostado ao interior de minhas coxas, sofro por senti-lo...

O mestre respira ofegante, sinto seu perfume que me entesa mais ainda.
Sem contemplações nem avisos, de uma só golpada sinto-o todo vibrante dentro de mim...A cada investida enterram-se mais os espinhos que me ornamentam a fronte.
Largou do punhal e arranca-me a gag por onde fios de saliva escorrem para me dar a mão inteira na boca antes de poder gritar.
Ferrei com a força toda que advinha do prazer, sei que ele gosta que eu sofra e que me perca nos meandros das sensações do meu corpo...

Banhada na loucura o calor imenso que me sufoca e sobe corpo acima até me deixar desfalecida em seus braços enquanto ele me presenteia com o seu auge...

Beijou-me.
Soltou minhas mãos, beijou cada uma com devoção.
Soltou meus pés, beijou cada um com igual devoção.
Levou-me ao colo, deitou-me num banho quente com sais...

– Agora és minha Rainha, sirvo-te eu!

Foto de InSaNnA

Suave

Com a tua cabeça no meu colo,
um convite ao (meu )prazer,
o caminho curto,sem desvios,
A ânsia para enlouquecer..
o meu calor queima
a tua língua...
A tua gula se perde
entre paredes úmidas,
dos meus lábios tímidos,
Clamo a eternidade !
O sangue vermelho ,pulsa
em nas minhas veias,
ritmando com os meus gemidos..
Liberando a minha alma encarcerada,
flutuo em seus braços..
a vida pàra por alguns minutos,
toco as estrelas, que brilham de dia,
para comemorar a minha chegada...

***************************************************************************Beijos Beijos,meus adoráveis poetas....

Foto de a_subliminar

Amor Qüotidiano

Em mim existe uma veia velha,
gastada e gorda.
Uma conhecida que lateja, me incomoda…
se usa do meu sangue e cospe minha natureza!

Em mim existe uma veia
que tantas e tantas vezes cansei de percorrer.
Ela late, late,
me aborrece!
Algumas vezes se corta, resentida
Inchada de meu sangue!
E meu coraçao agoniza
Uma ânsia… e lhe busca com furor.

Brutalmente
a lambo, a mordo, a uso,
lhe chingo, me envergonho…
lhe amo,
como o animal que sou.
E a cada dia mais lhe nego
e sou cada vez mais ela…
Preciso de arte!
A cada dia
Nessa tentativa suicida de requintar minha viceralidade.

Em mim existe uma veia
que é outra, mas sendo eu.
Que nao pode compreender…
Por que eu sou mais!
Que me puxa, me hidrata, me afoga,
me ata à minha primitividade…
e eu quero mais! Quero mais…
e eu lhe quero tanto!

Foto de InSaNnA

Amor legem non habet (O amor não tem lei )

Mais uma vez
perdida em meus pensamentos
com o teu nome pulsando
em minha mente,
Fazendo parte da vida
loucamente..
comandando os meus dias,
velando as minhas noites,
causando efeitos em meu corpo,
representando tudo que escrevo .,
a tua presença é tão forte em mim,que
eu vivo a te buscar,
Com a junventude presa no olhar ,
aquela sensação de tanto querer
louca tentação de aproximar-me
Da audácia de perder o juízo
na ânsia dO teu abrigo
o teu corpo fora do alcance
das minhas mãos
e a tua alma tão perto...
E em um presságio louco,
falo teu nome,preso na garganta,
me desespero...
Em um ato falho ,
junto as duas mãos no peito
e ensaio uma oração..
"Meu sensível coração,
se eu me entregar
a esse amor tão louco
e cair nas garras da ilusão..
Agora,
Desde sempre ,
peço o teu perdão"

Foto de InSaNnA

-=| -=|Sensual|=-

O teu corpo é a realização,
dos meus sonhos profanos,
onde eu sei,que no teu corpo,
me esperas com toda a tua emoção

_______****________________

Quero por tí ser amada,
mergulhando em tuas fantasias,
serei a sua escrava carnal,
presa e amordaçada,
ou sua Messalina despudorada,
uivando sobre o teu corpo,
amando-te como animal

Quero beijar-te a boca,
roçando de leve a minha língua ,
e em leves toques, com os dedos,
pelo teu corpo víril,
lambendo os teus suores,
aguçando-te todos os teus desejos
Guardaria todo o teu doce sabor,
trancado na ânsia dos meus beijos

Te levaria até as minhas coxas
para mostrar-te onde guardo
o meu lampejo,
para sentir a textura da tua boca
em rítmos delicados,sem ensaios
líricos como um beijo

Nesta hora,provaria o meu néctar ,
Súmula ardente do meu êxtase,
inebriando-te com minha lascívia
E no meu ofegar dos meus gemidos
amar-te sem perda de tempo,
irrigando o teu ser,
por todos os meus sentidos

E assim,tu me amaria de todos os jeitos
até que a noite desse lugar ao dia,
e seu corpo rígido ,quase morto,
descansasse no calor de minhas pernas,
ou no frescor dos meus seios

________________________________________________________

Obrigada por vir até aqui,moços e moças poetas

Beijos !

Foto de Isa Castro

Dádiva

O sol brilha acima das densas nuvens,
Rompendo a cinzenta brisa inebriante.
Nos galhos, os alegres pássaros cantam
Em sintonia com as flores a desabrochar
Num dia de incomparável júbilo.
Como lufada de ar fresco, o teu degelo
Enriquece a minha ânsia de viver,
Que se transforma numa dádiva ofertada
Pela mão dum destino que nos une.
O nosso entusiasmo contagiante,
Faz-nos pulsar os sentimentos
Como um vulcão em erupção
Nos nossos corações mal amados.

Foto de pedacinhos de mim poemas

Desatinos

Queria escrever algo que preenchesse os corações, que tocasse bem no fundo de cada ser... que acordemos! que deixe este momento se fundir na nossa existência.
Que saibamos valorizar os nossos sentimentos, e principalmente os sentimentos de quem nos ama... que na nossa ânsia de encontrar o trevo da sorte, pisamos no que está tão próximo. Sem perceber que é na felicidade que estamos pisando...
Quantos caminhos percorremos na certeza de um encontro, desse encontro que todos buscam... e nada encontramos! e quando retornamos com o coração em desatino, percebemos que existe e sempre existiu um ombro para chorar nossos prantos...uma mão para nos afagar, um beijo para suavizar, e um olhar que nos falar o quanto nos ama... e neste momento juntamos nossos pedacinhos, e entre soluços enxergamos.
Que nem tudo está perdido, foi um grande engano. Se entregar ao desconhecido, em busca de sonhos. E deixamos quem mais nos queria em pleno abandono... e agora neste momento é ele quem cura nossas feridas... nos dá aconchego... e com a força do seu carinho ressuscitamos.

Celia Torres

Foto de Varley

Pernilongos ousados

Saboreando uma sombra
Numa rede á varanda
Deitado na minha preguiça
Sonhando e tendo esperança
Lendo Mia Couto e toda a cor da palavra
Tão cheia de encanto
Que nos “Moçambiques” tantos da África distante
Planta letras nas Savanas e sonhos pelo mundo
Fazendo germinar vidas sob a forma de ilusão
Vou completando meu dia
Na noite que se anuncia
Sob a luz da poesia de Drummond
Que no afã de amar, ensina-nos com paixão
A ânsia humana de se dar
Sem ter medo da desilusão.
E no cair da madrugada fria
Deito a poesia sobre os lençóis alvos
Que me protegem dos pernilongos ousados
Que vasculham uma brecha para sugar meu sangue
Sem perceberem o risco que correm
De também se apaixonar

De: Varley Farias Rodrigues

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