Em mim existe uma veia velha,
gastada e gorda.
Uma conhecida que lateja, me incomoda…
se usa do meu sangue e cospe minha natureza!
Em mim existe uma veia
que tantas e tantas vezes cansei de percorrer.
Ela late, late,
me aborrece!
Algumas vezes se corta, resentida
Inchada de meu sangue!
E meu coraçao agoniza
Uma ânsia… e lhe busca com furor.
Brutalmente
a lambo, a mordo, a uso,
lhe chingo, me envergonho…
lhe amo,
como o animal que sou.
E a cada dia mais lhe nego
e sou cada vez mais ela…
Preciso de arte!
A cada dia
Nessa tentativa suicida de requintar minha viceralidade.
Em mim existe uma veia
que é outra, mas sendo eu.
Que nao pode compreender…
Por que eu sou mais!
Que me puxa, me hidrata, me afoga,
me ata à minha primitividade…
e eu quero mais! Quero mais…
e eu lhe quero tanto!