Não me leves para o lado negro
Eu não quero ir...
Deixa-me ficar na luz... minha guia, minha consolação.
Não quero pertencer ao mundo das trevas
Onde o sofrimento e a dor domina.
Deixa-me ficar neste mundo....
Quero viver... sentir o sol sobre minha pele...
Sentir o cheiro das flores...
A alegria do que é a vida...
Quero sentir todas as sensações
Que me arrepiam a pele...
Deixa-me ficar deste lado...
Onde tudo renasce, e nada morre...
Onde tudo é difícil de conseguir
Onde é preciso lutar, para seguir em frente....
Prefiro ficar aqui....
Não quero nada fácil... não quero o caminho mais curto...
Quero os meus obstáculos... quero a minha dor...
Porque é ela que me faz sentir viva...
Por isso, meu amor...
Não me leves contigo para o lado negro...
Não mates minha alma
Não tires o brilho dos meus olhos...
Não quero ir para esse lado...
Porque deste lado... é onde tudo acontece.
Por que sinto essa saudade
Por que tanta vontade
De abraçar
De encontrar
De falar
De beijar
Por que essa dúvida
Em te amar
Em meu coração entregar
Em ir
Em ficar
Por que esse medo
De te perder
De não ter tempo
De não recomeçar
De apenas esperar
Por que não posso
Seguir meu caminho
Não olhar para traz
Mesmo sabendo o que tua falta faz
Recomeçar meu dia
Viver com alegria
E esquecer o que não volta mais
É saudade
Deve ser saudade
Esse sentimento que invade
Não pede licença
Entra e marca presença
De traz aqui
Volte meu amor
Você não pode ir
Me deixar aqui
Não é isso que se faz
Meu coração te ama
Mesmo com tantas dúvidas
Ele não se engana
É a você que ele ama
Não deixe essa saudade aqui sozinha
Escuta
Meu coração te ama
Ele não me engana
Esquece o passado
Reconstrói nosso amor
Nada de dor
Vem viver comigo
Nosso amor não é castigo
É presente
Fica contente
Vem me amar de novo...
Clareia, dia, clareia!
Já me cansam os sons da noite
Amanheça, dia, depressa
Para que ele chegue logo
Encha a casa de alegria
Tristeza já não suporto.
Dos luares solitários
Às auroras deslumbrantes
De tantos voares de pássaros,
E beijos de beija-flores
Meu pensamento é só dele,
Meu pensar é só de amores.
O que comer? O que vestir?
Está bom o cheirinho da casa?
As toalhas preferidas?
As flores mais perfumadas
Do nosso sagrado jardim?
Nem chego a pensar tantas coisas,
Penso somente nos dias
E noites de amores sem fim.
Quando me vi assim
Eu descobri que nem tudo
Foi tão ruim
Sempre houve uma saída
Bem perto de mim
Um mendigo na rua
Revelava ser grande amigo
Suas lições, canções e alucinações
Combinavam com livro antigo
No qual se faz despertar
Mentes e corações
Pelas tardes, sentindo a brisa do vento
Enchia a alma da certeza
De que virá um sentimento
Por entre muros e riscos
E num novo momento, velhas revelações
No desejo dum beijo
Aqui ou numa daquelas estações
As noites, as festas, a praia...
Consumindo o mais puro
Que se pode supor
Eram as maiores garantias
De haver no amanhecer
Outro dia a ser ganho em alegria
É, nada foi tão ruim...
Vivi a minha verdade
Sendo ela, então, peça chave
Na engrenagem construída
A me movimentar e
Fazer encontrar
Sempre uma boa saída.
Falei da angustia, da tristeza, da solidão...
Porém, esqueci de falar do meu amor
Esse sim foi o fim, o pior pra mim.
Questiono o amor como sendo o melhor
O melhor dos sentimentos, o ápice
Não, não o é, é sim o pior de todos
Foi nele que conheci a profundidade
O mergulho sem fim, escuro jardim
Onde passeio até hoje como sombra
Deslizando entre rosas murchas minha dor
São tantos os espinhos, estes não murcharam
Tornaram-se vivos, pontiagudos, cortantes
Dilaceraram minha alma entrelaçando-se na eternidade
Todos dizem que isso não é amor
É idolatria, pois o amor é alegria
Quanta ignorância Deus!
Sabemos que por amor pagamos caro
Só assim, apenas assim ele se manifesta
O sofrimento é a causa o que causa
É a escada para buscar a felicidade para os outros.
Enviado por Rute Mesquita em Dom, 07/08/2011 - 17:15
Meu doce papel,
como muitas formas de dou.
Hoje perfumado de mel,
o vento te levou.
Agora palavras se soltam ao vento,
sentimentos divagam dispersos.
Parou-se o tempo,
dos seus reversos.
Hoje, se espalha amor,
se espalha alegria.
Ai, como espero que naquela flor,
caia esta melodia.
Espalha-se paz,
sobre as guerras, sobre os seres apodrecidos
pelas suas próprias etnias.
Hoje dizem-se assim, sem garras,
àquelas terras,
onde também pairam boas companhias.
As minhas palavras,
soam àquele rapaz,
dizendo, ‘pede-lhes que baixem as armas,
aos olhos de Deus somos todos bem aparecidos,
Perdoará sem olhar para trás,
e fazer-vos-á dele merecidos’.
O vento continua a bailar,
com estes versos.
Que sentimento irá sortear,
para aqueles terrenos imersos?
Sorteia, bom olhado e boas colheitas,
que o inverno seja molhado,
mas, que não estrague aquelas receitas.
E assim bailam os dois,
e a cada passo de dança,
propagam desejos. Dizem, ‘deixe a amargura para depois,
e preencha-se da esperança,
deste doce beijo’.
Sentada no jardim,
onde vi aqueles versos voar,
digo para mim,
‘não quero que o vento os faça voltar’.