Abandono

Foto de Fernanda Queiroz

Outono de mim

Em agudo ou grave
Uma flauta suave
Contempla o outono
Ferindo minh’alma
Tirando minha calma
Gerando abandono
Rompendo distância
Comprime minha ânsia
Vertendo paisagem
Do tempo passado
Soluço dobrado
Rebusca saudade
Imploro ao vento
Que leve o tormento
Mudando uma vida
Sem rumo ou sem rota
Como uma folha morta
Caída.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Cecília Santos

ENVELHECER

ENVELHECER
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Encontre um tempo, por menor que ele seja.
Sente ao lado de um ancião.
Pega as suas mão, ouça sua história de vida.
Em suas mãos encontra-se, a força do seu ganha pão.
Em seu rosto, as marcas que o tempo, se encarregou de fazer.
Sua voz oscila muitas vezes, mas segue adiante.
Fala das tristezas, das alegrias, das lembranças e das saudades.
Revive cada instante, como se fosse um fato real.
Não o interrompa, deixe-se simplesmente ouvir.
Deixe por um momento, ele ser feliz.
Faça da sua história, seu aprendizado de vida.
Compartilhe com ele , as emoções já vividas.
Repare que seus passos, são lentos.
Precisa de mãos fortes, pra ampará-lo.
De tua mão, ajude- o caminhar.
Faça-lhe um carinho, fale com ele com doçura.
Faça-o se sentir importante e respeitado.
Não importa se você o conheça, ou não, trate-o como a um irmão.
Lembre-se que ele chora de saudades, que chora ao lembrar alguém.
Chora de solidão, chora o abandono e a ingratidão.
O tempo passará, amanha será um novo dia.
A névoa do tempo continuará caindo, embranquecendo seus cabelos.
Peça à Deus, que alguém tenha encontrado um tempo pra estar ali,
segurando as suas mãos!!!

Cecília-SP/10/2010*

Foto de Fernanda Nayara Kochhann

TRISTEZA

É na tristeza que eu vivo,
que sonho num infinito sono,
que vôo ao infinito esquecimento,
É nela que sinto o meu próprio abandono.

Uma amiga inseparável
Ela é um doce Fél
que nos faz acordar
é apenas a consequência do "amar".

A tristeza é a dor
Uma dor sem ardor
Um Beijo sem sabor
É um amar sem receber amor.

É na tristeza que eu vejo
A dor da humanidade
A vida sem piedade
é nela que vivo e morro a cada desejo.

Foto de Miguel Vieira

Poemas diários

Miguel Vieira

“Traz no peito a tristeza mórbida dos poetas malditos e lança a última maldição: O suicídio irreal que é a vida na sua mais absoluta crueldade”.

VÍCIUS*

Sonhei desertos dos sorrisos fáceis
Majestosamente pus minha solidão
No espelho do quarto escuro
Reluzia um espírito triste

Avesso a afetos e alegrias
Subitamente e, de estranho fato
Aproximei-me da luz de cores claras
Igual a mim, antes do contágio pela cor!

Fiz-me inerme, soluços e desejos
De quem procura mesmo que na memória
Fragmentos de uma alegria para sempre

Dispersa em sombras, desfiz os sonhos
Para não acordar ao pasmoso destino próprio
Dos que sofrem misteriosa dor.

*em homenagem a Vinícius de Moraes

Miguel Vieira

SOL NEGRO

Um dia eu tenho que pagar por tudo que devo
O dinheiro, o amor, a dor, o tédio e a solidão
A loucura, a depressão...
Os dias de sol negro e a angustia dos que vivem
A verdade e o medo da mediocridade
Os sonhos e a total falta de esperança
A lascívia de quem já passou em minha cama
A morte e a escuridão da vida
A fé e toda a idéia maldita
O poder e a necessidade de nos tornarmos livres
Ser mesmo que invisivelmente forte, colher cada
Pedaço de carne de nossos próprios corpos que
Talvez sobre, voar mesmo que tarde , gritar
Seu nome quem sabe um dia se pode
Criar versos na miséria que nos cobre
Ejacular nas suas vísceras apodrecidas
Toda maldição que você suporte
Dizer que sou livre e estou farto de pedir
O pão, compaixão e seu perdão.

Miguel Vieira

TRUST ME II

Estou tão triste, baby.
Que chego a pensar,
Em tudo que já passou,
E na memória um grito de amor,
Simbolicamente delírio em paixão,
Loucuras e saudades
De um eterno abandono
Isso é o meu amor
Você nem imagina, baby.
Toda essa dor no peito,
Ontem, chorei...
Pedindo socorro,
Beija-me, baby,
Salva-me...
Não suporto mais os dias,
Por favor, resgate-me!
Mostre o lado claro da vida,
Com seu amor é possível, baby.
Só seu amor é capaz,
De curar minhas chagas
Nesse longo dia há um paraíso distante,
Feito para nós, baby.
As flores têm seu cheiro,
E cada amanhecer é de puro amor.
Sou louco por seus olhos
Agora eu tenho paz
Ajude-me
Ame-me, baby.

Miguel Vieira

FULGAZ

O que sou afinal?
Sou apenas
Vestígios!
De toda
Afirmação humana
Choro
E morro
Ao entardecer...
Se toda minha poesia
Coubesse em meu
Sofrimento
Talvez de fato
Seria poeta
E, não essa carne
Podre
Que insiste
em estar
de pé.
Gostaria de sorrir
Mas a dor é maior
Maior angústia
Maior que o amor!!!
Pois sendo assim
Não cabe a mim
A alegria,
Mas a demasia
De ser infeliz.

Miguel Vieira

ATRIZ DE FILME PORNÔ

Minha alma é negra
Como é negro o meu olhar
Como são negros
Os meus sentimentos.
Já que não tenho coragem
De botar uma bala
Na minha cabeça...
Deixe o colesterol
Tomar toda artéria!!!
Sou suicida indeciso
Poeta maldito...
Homem frustrado!
Praguejei à vida
Sorri para à morte
Abracei o tédio
E, cuspi na sorte!!!

Miguel Vieira

DEMÔNIO DA TANZÂNIA

Lágrimas de cicatrização
Em conteúdo utópico, ilusório
Quase... solidão
Procuro o êxtase
Dos dias mais brilhantes
Talvez, seja algo de incorreto
Do cérebro
O meu coração
É apenas uma bomba
De sangue sem valor
Vivo toda essa dor!!!
Sinto frio
Saudades dos dias de sol
O que devo encontrar
Arco-íris?
Ou sombras
De presente cruel?
Gosto de estar só.
Sozinho, solitário, solidão!
Que minha doença mental
Não progrida
Já basta pensar
Ser... poeta!

Miguel Vieira

SUAVE MOMENTO

Imagino eu,
Em nova orleans
Pairando em cada casa,
O seu canto!
Até parece que já estive lá,
Será que eu pertenço a esse tempo,
Talvez seja apenas um sobrevivente
Que não sente mais o tempo passar
Estou aqui repetindo todas essas retóricas
Lembrando do passado e fico triste
Com esse som que inunda a alma e a vida.
Frases soltas de um louco suicida
Que quer apenas mais um dia
Ame-me com furor
Capaz de derreter o sol
Com força e suavidade
Dos que vêem na sua própria retina
Toda maravilha que senti
E não importa as lágrimas
Também sou parte e criador
De todos esses mistérios.

Miguel Vieira

NOSSA LINGUA

Não acredito mais no amor
Ou é não creio?
Não sei
Só sei que ignorei
Regras simples do saber amar
Não só dizer do amor
Mas do sentir
Sentir cor, dor e calor
Sentir seus beijos
E ainda assim não sentir
Disfarçando o sentimento
Que seu ser representa
Uma fortaleza...
Na imensidão do mar vazio que sou.
Ouço os pássaros á cantar
Igual aos versos portugueses
Que sua boca pronuncia
De amores e solidão.
Canto os versos de nossa mãe: A língua!
Único elo do amor desconhecido
Não só por mim
Sangro, sangue liso
por que é de mim a essência
e de ti esse amor.

Miguel Vieira

ABRIU-SE

Primeiras horas do outono
Planto milho ao cair chuva,
Na ilusão da colheita,
Nesse desafio constante pela vida,
Pensamentos e sonhos,
Chocam-se em minha mente,
Já não sei se é calor ou frio? !
Se é censura ou punição?!
Sei que é estação do mês de abril!
Uma voz canta dentro de mim,
Melodias já ouvidas,
Sentidas em todas partes,
Mesmo em caminhos distantes,
Camuflam cores e vícios
Sons e saudades em pleno mês de abril!
Sinto o verde do mato
Enxergo o cheiro da terra
Bebo o doce do mar
Choro as lagrimas do vento
Sim, faz calor no mês de abril!
Canto estradas errantes,
De destino próprio das causas perdidas.
O mar evapora gotas de azul anil
O rio recebe gotas de amarelos cintilantes.
E, eu? Contemplo tudo isso
Nos meus poucos meses de abril!!!

Miguel Vieira

TIME OF DAY

A incerteza...
Mãe de todos os medos!
Senhora das dúvidas,
Irmã do sofrimento;
Capaz de chorar
O mais forte dos homens
E lamentar o covarde em soluços...
Diante de ti,
O limite transforma-se em sonhos,
Em ecos...
Sombras do passado,
Reprise do presente,
Incapaz este de viver plenamente,
O mais simples dos dias.
Grita bem baixinho,
Seu lamento,
Não desperte as ninfas do impossível,
Não seria bom,
Acorda nas frustrações do desejo,
Melhor caminhar,
Tranqüilamente pelo vento,
Abrindo as asas lindamente,
Bebendo silenciosamente os seus beijos,
Disfarçando misteriosamente com o tempo...

Miguel Vieira

RUA ÁGUAS BELAS, 12

Andei pelas ruas
De minha infância
O sentimento de solidão
E abandono voltou
Em saber que antes pisei
O chão de terra da época
De inocência
E hoje, velho
Relembro o passado e o
Presente
Procurei nos rostos o
Reconhecimento, só havia
Estranhos, separados de
Mim pelo tempo.

Miguel Vieira

A BELEZA

Ao poetas sonham
E em seus sonhos
Buscam enigmas
Que antes acreditavam
Ser pesadelos.
Alimento pequenas ilusões
Pois é necessário tê-las,
Antes do homem
Sonhar com o universo...
Pensou primeiro em
Sua mediocridade
E para compensar
Suas frustrações
Imaginou ser grande!
Ser belo.

Miguel Vieira

Poeta : Miguel Vieira
E-mail: mvsprofessor@hotmail.com

Foto de betimartins

Meu grito!

Meu grito!

Grito! Neste momento
Com a dor, que eu sinto.
A, dor da desunião.
Desorientação
Da loucura
Da indiferença...

Grito! Pela mãe aflita
Que acolhe seu filho
Morto por uma arma
Mal arrumada
Parando nas
Mãos erradas
De outra criança...

Grito! Pela criança
Que foge para a rua
Por falta de amor
Por medo e abandono
Por abusos e esquecimentos...

Grito! Pelos meus antepassados
Que, antes eram amados, respeitados.
Hoje, são encostados num lar.
Nauseabundo, sem amor.
Num canto da casa
Atrás de uma porta fechada
Para não incomodar...

Grito! Pela falta de governantes
Capazes, corretos e inteligentes.
Humanos, sem medo de errar.
Mas que trabalham para a união
Trazendo a concordância dos povos
Num mundo com mais esperança
Sem tanta podridão e egoísmo...

Grito!Respeito a nossa natureza
Pelos oceanos limpos, água transparente.
Onde nossas baleias podem ser livres
Pela nossa mata verde, bem tratada.
Onde os nossos passarinhos fazem ninhos
Livres, dos pesticidas, dos cortes de árvores.
Pelo rio, que corre apressado, água doce.
Limpa, onde nossos animais saciam a sede...

Grito! Pelo respeito ao criador, que o esqueceram.
Neste mundo que nos foi dado para cuidar e amar
Onde devíamos ser unos, cheios de luz.
Cheios de esperança, amor e prosperidade.
E onde nem sabemos a nós mesmos, nós cuidarmos...

Mas meu grito maior é pela Paz
Paz aos homens
No dia que o homem
Souber ter paz
Em si mesmo
Eu não vou mais
Gritar...

Foto de Carmen Lúcia

Ainda há sabiás...

Ainda creio no homem
e nos sonhos que inda sonho
apesar dos desenganos
não obstante os transtornos...
Ver minha pátria querida
livre de tanto abandono
e enquanto faísca luzir
de uma luz tênue e pálida
minha esperança não vai se esvair
mesmo que um tanto esquálida
diante dos que em nome da lei
roubam a crença de um povo
fazendo-se amigos do rei...
Favoritismos escancarados,
nepotismo desenfreado.

Ainda creio no homem...
Como viver sem crer?
Não há Pasárgada que resista
melhor seria morrer
ao desistir da bandeira
que escolhi carregar
e contra tal bandalheira
lutar, lutar e lutar...
Fazer da terra querida
o berço realmente esplêndido
onde quero me deitar...
Sonhar com um novo tempo
que com certeza
um dia há de chegar.

Ainda creio no homem...
Como deixar de sonhar
ou imaginar Pasárgada
o meu novo e eterno lar?
Prefiro nunca ir lá
pra um dia ter que voltar
como na canção de Chico
e de Jobim...” Sabiá”...
"Vou voltar...sei que ainda vou voltar..."
E ouvir de uma sabiá, o canto
doce momento de encanto
à sombra de uma palmeira
vendo o dia anunciar
uma manhã altaneira
o amor a triunfar
e toda gente a sorrir
quando a tempestade passar.

Ainda creio no homem
A ilusão jamais me consome...

_Carmen Lúcia_

Foto de jessebarbosadeoliveira27

COMBALIDA, MAS IMORTAL

Ainda que enferma,
A esperança dardeja:

Os déspotas e vampiros de Crônos
Confinam nossa mente e ânimo
Nas trincheiras cavilosas
Do consumo, do velado abandono
Ou das malhas maliciosas
Do circo contemporâneo.

Mas, apesar das velhacarias
E da miríade de intempéries,
A faculdade de sonhar
--- mesmo que veementemente imbele
Ou de maneira inconscientemente serelepe ---
Faz pulsar teimosamente
O coração da verve.

Ah, a esperança!
Embora seja
Incessantemente mutilada
Por homens-bomba
Da ganância-cornucópia parasitária

E sempre esteja
Deitada sobre o ventre
Dos umbrais da cova;

No último segundo,
Ela se agarra ---
Com rijeza ---
Á mão estendida
Do lençol freático da vida,

Alimentando a vela
Qual torna funesta
A devastadora eloquência
Da canção que regozija os suicidas.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

Foto de Cecília Santos

NOSSA HISTÓRIA (P/minha filha Fernanda)

NOSSA HISTÓRIA...
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#
#
Um ponto de luz rutila no céu, em meu coração a saudade
insiste em ficar.
O vento que sopra, murmura seu nome, beijando-me a face
num doce abandono.
Todos os dias a vida se inicia com as cores do arco-íris,
nuances suaves que indicam os caminhos.
Caminhos ladeados de flores, que chegam junto com
a primavera, enfeitando os sonhos e as ilusões.
É a soma do tempo que se evolui, é a certeza que nada
mais será igual .
É o passar dos dias com sabor de vazio, é o coração não
aceitando a partida.
A lembrança é um esboço de saudade profunda, que em
mim se enraizou, e se fortalece mais e mais.
Que continua emaranhando meu pensamentos, que ainda
hoje me tira o chão, me deixa sem razão.
Mas, que me faz ver que a vida continua passando, que
todos os dias o sol adormece no horizonte, e que todas as
manhãs se levanta bem cedinho.
E sei que você se esconde em cada raio solar, que todos os
dias vem me dar bom dia!
Sei que você sorri com meu sorriso, que chora com minhas
lágrimas, que canta com meu canto triste, sei também que
você é todo esse universo ao meu redor.
Sei que você está presente nas águas dos rios, nas flores
que nascem, na chuva que cai, no ar que respiro, na vida
que levo.
Você é mais que um sonho em minha vida, é a certeza de
que um dia te acalentei em meus braços, te ajudei a dissipar
seus medos, que muitas vezes sequei seu pranto, mas sei
também que tudo que um dia vivemos, será a nossa história
mais bonita.
Será uma história sem término, será eterna, pois nem mesmo
a sua ausência fará com que ela termine.

(P/minha filha pelos 4 anos de ausência)
Cecília-SP/10/09/2010*

Foto de Paulo Gondim

Velhas fantasias

VELHAS FANTASIAS
Paulo Gondim
09/09/2010

Antigas fantasias são tortura
Dentro da noite de minhas lembranças
Como fantasmas vindos do além
De velhos jazigos desprezados
Desbotados, mofados, deteriorados
Pela morbidez do abandono

Elas trazem em si impregnadas
Poções de tétricos odores
Na fetidez imunda de cadáveres
Feitiço que amarra desamores

São como ecos perdidos no vazio
De gritos que se perderam no vaco
Da ausência de afeto e compaixão
Desejos esquecidos, não vividos
Sonhos perdidos em cada mão

Assim são velhas e tristes fantasias
Fardo pesado para quem as carrega
Madeiro na tortura ao crucificado
A vergonha dos dois a cada lado

Melhor esquecer essas fantasias
Nem recordá-las, alijá-las, talvez
Se não se viveu e hoje é tarde
É bom sepultá-las de uma vez

Foto de Fernanda Queiroz

Sonhos de menina

Estou de volta...
ao meu reino encantado,
na relva molhada,
da chuva fina,
que trás na umidade do dia,
rotina, dor e tristeza.
Vem de encontro a minha solidão,
contraste profundo,
coração moribundo,
destino traçado,
de vidas que se cruzaram
na alma,
na mente,
sem ser presente.
Vivi no passado,
um mundo acordado,
que embalado no sono,
foi só abandono.
Meus olhos se perdem,
na imensidão do verde,
que como moldura,
reproduz tua face,
traduz teu riso,
tua forma quase mágica,
de existir.
Não é sombra opaca,
nem é vulto do destino,
é teu corpo traçado,
o peito tatuado,
que habita o sonho meu,
que é muito mais forte...
que eu.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

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