Sete luas iluminadas,
Sete luas encantadas,
Vinham descendo por uma escada,
Todinha, de estrelas, enfeitada.
A primeira, tão tristinha,
Tinha os olhos rasos d'água;
A segunda, bem falante,
Tropeçava nas palavras;
A terceira, muito alegre,
Tanto ria que engasgava;
A quarta era cantora,
E que melodias inventava!
A quinta, bailarina,
Parecia que voava;
A sexta era sisuda,
Muito séria e recatada;
E a sétima, pequenina, tão branquinha,
Tão miúda, quase nem iluminava.
Usava um sapatinho azul
E um vestidinho de laço, e fita.
Era, dentre suas irmãs,
Com certeza a mais bonita,
Mas guardava um segredinho,
Que a punha muito aflita:
(Psssiu, falem baixinho...)
Ela era uma estrelinha,
Que sonhava em ser artista.