Ah, como eu quisera, jamais,
Sentir o amor que sinto agora!
Ter a lascívia existência da noite
Que, soberba, ignora a luz da aurora.
Ah, como eu quisera, jamais,
Jamais, ter desejado a primavera!
Ó, doce frio de meu coração invernal...
Ó, minha pálida e desfolhada alma outonal...
Ó, minha pobre vida portoalegrinal...
Tudo é tão triste... Tão inútil...
Tão irreal...
Que até um sorriso, agora,
Eu chamaria sobrenatural!