Durante muitas, muitas vidas,
Subi a montanha do teu Palácio,
Para ofertar-te perfumado incenso
E delicados lírios que andei colhendo.
Durante muitas, muitas vidas,
Pús-me, lua após lua, a adorar-te,
Forjando, na aridez do desencanto,
Preciosas melodias para encantar-te.
Teus olhos, com serenos ares de muralha,
Observavam-me em ensolarado silêncio.
Quando, ó, minha luz, abrirás as portas
Do teu Castelo luminoso?
Quando, meu Deus, virás me receber?
Durante muitas, muitas vidas,
Subi a montanha do teu Palácio...
Para ver-te o esplendor imenso...
Sem cansaço... Sem lamentos...