Blog de tchejoao

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Mergulhei nas Tuas Palavras

Mergulhei nas tuas palavras,
Tão líquidas e certas,
Como quem se joga às águas
Encantadas das descobertas.

No espelho que me davas,
Via brilhando, em mim,
Uma constelação de almas passadas,
Da vida que não tem fim.

Era o que tua boca falava,
Do além da vida, em si,
Que mais e mais me levava,
Para o além de mim, em ti.

Ah, só tu, para acalmar
As tempestades que me varrem!
Para aparar as vagas
Encrespadas que me invadem...

Só tu, para dizer-me
As palavras que me levem,
Para longe do teu passo:
Sem dor, sem frio, sem febre...

Mergulhei nas tuas palavras,
Tão líquidas e certas,
Como quem se dá às águas,
E se vai, na noite aberta...

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Segredo de Estrela

Sete luas iluminadas,
Sete luas encantadas,
Vinham descendo por uma escada,
Todinha, de estrelas, enfeitada.

A primeira, tão tristinha,
Tinha os olhos rasos d'água;

A segunda, bem falante,
Tropeçava nas palavras;

A terceira, muito alegre,
Tanto ria que engasgava;

A quarta era cantora,
E que melodias inventava!

A quinta, bailarina,
Parecia que voava;

A sexta era sisuda,
Muito séria e recatada;

E a sétima, pequenina, tão branquinha,
Tão miúda, quase nem iluminava.

Usava um sapatinho azul
E um vestidinho de laço, e fita.
Era, dentre suas irmãs,
Com certeza a mais bonita,
Mas guardava um segredinho,
Que a punha muito aflita:
(Psssiu, falem baixinho...)
Ela era uma estrelinha,
Que sonhava em ser artista.

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Alguém vai pela rua

O olhar, tão diferente,
Exclama!
Indiferente, diz que ama,
E assusta
A rua, quando passa...
Co'a boca fechada,
Colada entre os dentes,
A língua, a nota,
O acorde que faltava...
Na pauta, nas cordas,
Na vida que ela leva
Pra casa, que alegra
O mais triste fantasma...
Mas mata, enterra,
O pouco que restava
Daquilo, que o corpo,
Chamava de Tezão...
E o peito jurava
Que o nome era paixão...
E o dia entendia
Como sendo uma canção.

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Entre nós, a existência

Me viste chegando no baile,
Em majestoso traje de princesa,
E outra mão me levava...
- Não a tua.

Me viste dançando suave, suave,
Em reluzente traje de lua,
E outra mão me conduzia...
- Não a tua.

Me viste rindo risadas bem ridas,
Em resplandecente traje de alegria,
E outra voz me falava...
- Não a tua.

Te vi as lágrimas
- Tão claras... ai, tão belas... -
Que outras mãos enxugavam...
- Não as minhas.

Entre nós, uma existência:
De músicas, luas, risos, tristezas...
Não a nossa!
- A minha, apenas... E a tua.

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Dedicação

Durante muitas, muitas vidas,
Subi a montanha do teu Palácio,
Para ofertar-te perfumado incenso
E delicados lírios que andei colhendo.

Durante muitas, muitas vidas,
Pús-me, lua após lua, a adorar-te,
Forjando, na aridez do desencanto,
Preciosas melodias para encantar-te.

Teus olhos, com serenos ares de muralha,
Observavam-me em ensolarado silêncio.

Quando, ó, minha luz, abrirás as portas
Do teu Castelo luminoso?
Quando, meu Deus, virás me receber?

Durante muitas, muitas vidas,
Subi a montanha do teu Palácio...
Para ver-te o esplendor imenso...
Sem cansaço... Sem lamentos...

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Negação

Ah, como eu quisera, jamais,
Sentir o amor que sinto agora!
Ter a lascívia existência da noite
Que, soberba, ignora a luz da aurora.

Ah, como eu quisera, jamais,
Jamais, ter desejado a primavera!

Ó, doce frio de meu coração invernal...
Ó, minha pálida e desfolhada alma outonal...
Ó, minha pobre vida portoalegrinal...

Tudo é tão triste... Tão inútil...
Tão irreal...
Que até um sorriso, agora,
Eu chamaria sobrenatural!

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Pastor de Ventos

Errante, entre montanhas,
Pastor de Ventos me criei.
Sempre achado em terras estranhas,
Levado por ventos que não sei.

Andar, que a vida é ir-se,
Sem descanso nem apego,
Não seria pastor, se não partisse
No mesmo vento em que chego.

Meus caminhos não são tristes,
Nem alegres - Sequer existem!
Quem já soube de alguém
Que, nos ventos, algum caminho visse?...

Não sei porque insisto
Em tão desvairado ofício.
- Só se esses ventos, também,
Por alguma razão que desconheço,
Carregam, no seu vai-e-vem,
Os motivos por que existo.

Então, pastoreio ventos,
Por montanhas inalcançáveis.
Quando a vida julgar que é o momento
Certo para desabitar-me,
Que eu possa dizer dos ventos,
Que sopraram sem cansar-me:
Errantes – bem os sei -,
Porém, Notáveis! Notáveis!

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