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Arrumei-me. Vesti-me de flores,
De sinceros beijos e muitos lampejos
Para encontrar o amor.
Ao caminhar pelas ruas, da menina seminua
Tive compaixão, um suspiro em oração.
Aperto no coração.
Respirei a madressilva, enquanto ouvi a notícia
Do bebê abandonado. Perdão para aquela mãe,
Com meu coração sufocado.
E, no canto da calçada, a face desfigurada.
Ao menino alcoolizado, misericórdia à sua alma,
Meu coração ensangüentado.
Mais à frente, um abrigo. Crianças só em sorrisos.
Parecia um paraíso de flores para adoção.
Esperança ao meu coração.
O amor embrutecido, o amor desfigurado,
O amor prostituído, o amor abandonado.
Mas o Amor estava lá.
E, na praça ajardinada, parei. Sem beijos e sem abraços,
Quase que quis chorar. Vi, então, a definhar,
Meu coração em pedaços.
Em meio àquele jardim. começou a flutuar peninhas
De asas de anjos, caídas, quando, enfim, evoluídos,
Receberam novas asas.
Como um passe de mágica, quis buscar de novo o amor.
Um ânimo iluminou-me: esperança e compaixão,
Misericórdia e perdão são a Paz, são o Amor.
Marilene Anacleto