Calçada

Foto de Rosamares da Maia

AS QUATRO ESTAÇÕES

As quatro estações

É outono e o tempo passa macio, faceiro,
A primavera hiberna no cio, até desabrochar,
Num turbilhão de cores e exóticos perfumes.
A água flui, vai ao encontro do rio matreiro,

Que manso e brejeiro alimenta as margens.
Um ritual de fertilidade dá a vida passagem,
Mesmo se a estação se despe para o outono,
Ou para o inverno, na luz que morre cedo.

Sempre a florescer, me ofereço sem medo.
Banhos no orvalho nua, na luz prata da lua.
Olhos abertos, danço, na calçada, na rua.
A brisa fria sopra a oração - mística liturgia.

Sou a flor de semente somente Maria.
Sem vergonha, impura, ao lado da estrada.
Nem do bem nem do mal, a margem, nada.
Finalmente, no ponto certo, sou primavera.

Não há novidades, só fervor, intensidade,
Constatando o prazer a estação me invade.
Mas, é fogo, o corpo aquece e de febre arde.
E o desejo forte tudo consome em emoção.

A razão é controversa e explode em paixão.
A luz dourada invade outra estação - é verão.
Nova semente plantada - ciclo que se refaz.
Maria é semente regada - vida em profusão.

Rosamares da Maia
12/06.2019

Foto de Fernanda Queiroz

Uma história de amor

A noite cai suavemente, o sono não vem, Porque uns dias são mais difíceis que outros?

Tentei ocupar minha mente em vão, teu rosto sobrepôs e depôs as tentativas, pensei que a noite calaria meu pranto, que a maciez dos lençóis embalasse meu corpo cansado mutilando meus pensamentos, mas não houve trégua.

Não preciso ir até a cômoda onde guardo minhas relíquias para rever tua foto, teu rosto esta cravado em minha mente, de uma forma tão presente que sinto poder tocá-lo, minhas mãos tateiam sozinhas como se procurassem as tuas, mas não as encontro, parecem tatear nas pedras negras de meu desespero.
Letra da canção do Filme Love Story sopra em meus ouvidos “Quando eu te encontrei, eu não pensei que um grande amor eu fosse ter, eu que só tinha amargura em meu viver e que já estava tão cansada de sofrer, vivendo só.”

Nada nunca me soou tão verdadeiro, você despontou em minha vida como um raio de sol, trazendo todas as cores da natureza, sons e belezas. Era um acordar exaltado, um sorriso velado um trabalho apressado e encontros marcados onde o relógio pulsava tão rápido como nossos corações e o tempo se ia, o dia amanhecia trazendo alegria e se as lágrimas brotassem você as secava, se o sofrimento jorrasse você o estancaria com tua suave melodia impondo curas as amarguras.

“Quando eu te encontrei, lendo em teus olhos eu fiquei a imaginar, que o meu mundo tu virias alegrar, que eras tudo que eu queria encontrar”
E foi assim... Mágico... Verdadeiro... A risada brotava sem que eu pudesse impedir, os olhos negros como a noite tinha o brilho das estrelas o andar parecia um embalo ritmado pela nossa coletânea, cabelos soltos ao vento que em declínio das grandes colinas, calçada de patins, parecia uma bandeira em haste, blusa gotejada de sorvete e boca lambuzada, sabor de chocolate, sabor de teus beijos ansiados.

“Meu coração... eu te entreguei. Me deste a vida enfim... me deste amor... me deste a razão para viver... me desde paz...”

Preencheste tudo, intensa e completamente... Pensamentos. Atos. Ações... Despertaram todos os sonhos postados, toda alegria não vivida de uma alma sofrida, entrou como um furacão não usando tua força em estragos, mas para cravar profundos alicerces que desafia a força de Sanção, brotou sementes que produziriam nas mais engrene rochas, calçou de sonhos minha alma peregrina, vestiu de branco meu corpo moreno, relutante em se entregas as emoções entorpecentes dos pensamentos, fez-me correr para o eco do penhasco onde gritar teu nome e ouvi-lo de volta era a certeza que você existia.

“E onde quer que eu vá irás comigo... nos sonhos meus... na minha mente... eu não irei só... comigo irás também...”

Não há como medir um grande amor... Um sentimento de paixão... Todas as raízes que escravizam nosso coração... é assim que eu sei te amar... Nem meios ou mais... Intensamente e completamente.

A música do filme Love Story , é como acordes agudos que tocam em meu coração, sem piedade ou ilusão.

Diga-me... Como esquecer alguém que gosta de flauta... de me olhar como se tivesse me inventado...e de mim...

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de layellen

Você Alegrou o Meu Coração

Lembro…
Quando te encontrei na madrugada
Pude sentir os teus passos na calçada
Vi quando surgiu no meio da escuridão
Foi maravilhoso ver você chegar
Trazendo aquele teu brilho no olhar
Alegrando o meu triste coração

Antes de você chegar
Eu já estava a imaginar
O teu rosto lindo sorrindo
Depois eu parecia uma criança
Te olhando cheio de esperança
Te vendo ali, com teus braços se abrindo

Agora, minha querida…
Eu tenho muita alegria na vida
Pois você está sempre ao meu lado
Não preciso mais viver sonhando
Em vir você de madrugada chegando,
O meu coração não vive mais angustiado!

Foto de Moisés Oliveira

Menina

Brincava de dizer a verdade enquanto você crescia,
mas você falava sério e eu nunca percebia.

Ouvíamos a nossa música, decoramos o refrão,
hoje escutamos de novo, não é mais recordação.

O tempo passou depressa, mas você nunca cresceu,
de corpo parece mulher mas a criança não morreu.

A calçada que tu pisas conta toda nossa história,
a recordação de antes não está só na memória.

A boca que beijo agora tem sabor de nostalgia,
o beijo de ontem machuca, o de hoje anestesia.

Se outra ler estas palavras, não as tente entender,
historia não se conta em verso, você tem que viver.

Não pense que um simples poema muda minha opinião,
você continua chatinha e eu sempre tenho razão.

Foto de P.H.Rodrigues

Homem da calçada

O homem jogado, largado,
na rotina de ver o tempo que passa,
na calçada, a noite, deitado,
seguindo o rumo que a cidade traça.

Na mão, no pagar, no sacar o cartão.
Esperando a justiça que tarda mais não falha.
O peso que sente o bolso para pagar o que vem do solo,
nosso, da gente, do povo.

Do afastado às calçadas da cidade.
Na certeza do ontem, do hoje, o agora.
Onde se começa um novo dia,
e se repete a rotina de ver o tempo passar.

Foto de carlosmustang

OBSTACULOS

Vem sonhar, nasci pra viver
Sem maldade a acolher
Com poderes(mais fraco)surpreender
E nasce, diferente

Vasculhando com medo,
O mundo mudo, flutua a vontade
A realidade a mesma, que saudade
Nunca deixe esse fdp

Rola lata na calçada, fazendo sentir
A saudade do planto, sorrir
E nas calçadas, entender

Ver a estridência poder
Guapo arrasto de ser
Alvelua! Sair, compreendes

Foto de Carol Carolina

ANDANDO NA CHUVA...

ANDANDO NA CHUVA...

Andando na chuva
Numa tarde calma
Afoguei as mágoas
Eu e minha alma

Eu e minha alma
Aqui lembrando
De coisas minhas
Continuei andando...

Continuei andando
Sem ligar para nada
Vendo meu reflexo
Na calçada molhada

Na calçada molhada
Nada para descrever
Só o coração sentindo
Não vou te esquecer

Carol Carolina

Foto de carlosmustang

ACORDAMENTO QUARESMÁTICO

A sede que tenho é abismal
De ver igualdade, honestidade
Gente com direitos,fora, ao céu
Pessoas que choram por amor!

Cidadãos que vagam pela cidade
Que pagam(sem saber)o rumo na calçada
E andam livre, por ser honesto´
Acontecem transgressões, faltas

Perdem famílias, tesouros irrestituíveis
Sendo as obrigações infereciveis
Atitudes inverossilvemente concluídas

Deste que diz que a gente já era
Planta a revolta, nova era
E só não choram os sem dor!

Foto de vânia frança flores

SAUDADES

saudades saudades saudades..
É O que hoje sinto.saudades de coisas que nunca tive de coisas .
Que quem sabe não terei..então fico eu só na saudade de ter de ver de tocar.
Não ter saudades de nada
É não ter nada na vida!
é uma vida parada.é uma saudade enganada enganando que sente.
Bom... saudades normalmente está associado a coisas boas. Fico meio estranha eu ter saudades de alguma coisa que nunca vi, nunca tive e nunca existiu. Como vou saber se era bom?mas imagino que seria bom.
A saudade transforma qualquer música em motivo para pensar naquilo que partiu dentro de um avião, que nunca deveria decolar, nem por decreto do Papa. Saudade é emoção indivisível, razão incontestável para relembrar o gosto inesquecível daquela pessoa que mudou nossos passos, gestos e hoje, infelizmente nos considera gasto, empoeirado. A saudade é a sombra maldita que não precisa da luz solar para nos seguir por cada calçada da vida. Ela repousa num banco de passageiros vazio, dorme em nossa insônia, esconde-se nos presentes que prendemos em caixas lacradas, blindadas pelo medo de encarar as memórias boas.saudade as vezes ela machuca
a mente a gente nos deixa triste as vezes contentes..
saudades de coisas presente de pessoas ausentes.
Ah, quantas saudades, quantas loucuras, quantos delírios, quantas contrariedades, quantas coisas por resolver...Será que um dia eu vou sobre tudo isso a verdade saber ?

Foto de Maria silvania dos santos

Abandonei por medo ou covardia, não sei!

Hoje estou tão triste, por está sempre lembrando do passado, uma grande dor dentro de mim ainda existe, sem piedade me atormenta, a cada segundo vem em minha mente à lembrança daquela pequena criança inocente, que se movimentava em meu pequeno e frágil ventre.
Deus me concedeu o dom de ser mãe, mas não zelei por ele, tive medo, sem força me senti, de lutar eu dexisti, sem ao menos tentar a luta ganhar. Aquela pequenina criança, frágil e indefesa, eu a abandonei, por medo ou covardia não sei, só sei que errei!
Por medo das conseqüências às quais não pensei e acabei eu mesma a provocando.
Por isto hoje o mundo sobre mim está desabando, pelos meus erros estou pagando.
Minha consciência dói, minha cruz pesa sobre mim, antes eu não imaginei que dói tanto assim, hoje já não posso mais sentir o calor daquela frágil e inocente criança aquecendo o meu peito, a cada instante ouço aquela inocente criança chorando, por mim de mãe me chamando.
Eu não sei se ser mãe outra vez eu mereço, ou se mesmo devo ser chamda de mãe, pois terei que pagar o meu preço, o qual já estou pagando. O mundo de mim, um preço com juro está cobrando.
Em verdade eu sei que eu não tinha idade pra ser mãe, mas não era motivo para eu ter feito àquela maldade.
Hoje não sei o que fazer, a paz não sei se um dia vou ter, pois o meu pequeno e inocente ser, aqui perto de mim não posso mais o ter.
Ali naquela calçada, no frio eu o deixei abandonado.
Hoje olho a cada lado, vejo o rosto dele em cada rosto, fico imaginando, ao mesmo tempo perguntando, como deve ser? Onde estás?
Por onde anda? Quem é ele?
Quero tanto lhe encontrar, abraçar e quem sabe ate pedir perdão, sei que não tenho razão para ser perdoada. Mas será que um dia vou lhe encontrar?
Saber o que
ele faz, será que é feliz?
Isto só o tempo irá dizer, enquanto isto terei que sofrer!

AUTORIA: Silvania1974@oi.com.br

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