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Feito vultos, movimentam-se
Árvores e plantas, ao sopro do vento.
Flores da noite trazem-me aromas
Que me permeiam e se esvaem.
Nem um latido, nenhuma voz.
Feito uma morte a noite se vai.
Na rua, às claras, tudo se expõe,
Mas faltam olhos para observar.
Quantos gemidos e quantas vozes:
Em quatro paredes a vida se faz,
À noite, às escuras, intimidades.
Ninguém, ninguém quer olhos para observar.
Marilene Anacleto