Eu ouço vozes
e não entendo
o que elas querem
[dizer.
Vejo você tentando expressar algo,
mas não ouço nada
e não entendo o que você quer
[dizer.
Eu tento decifrar
a expressão nos seus olhos,
mas eles estão cerrados.
Eu ouço vozes e mesmo sem entendê-las
eu grito bem alto:
“Sou eu o Eu Lírico
dos meus poemas !”
E eles riem.
Riem por quê?
Você se aproxima,
Fato inédito que me desperta curiosidade.
O que seria tão engraçado?
E quando você finalmente
chega perto, diz:
“Autenticou-os?”
E numa prece muda eu nego.
“Então sou eu o Eu Lírico
dos seus poemas”
E eu me calo,
Concordando com a minha submissão a você.