Submissão

Foto de Ivone Boechat

Oração da mulher

Oração da Mulher

Autora: Ivone Boechat

Senhor, venho agradecer,
porque sou um projeto perfeito!
Agradeço, porque a mulher
foi convocada para processar a vida
no seu interior.
Senhor,
obrigada
pelos filhos que tive
ou por aqueles
que se
tornaram os filhos
que a vida me deu.
Obrigada,
pela sensibilidade
de compreender,
ver, compor, entender,
não me acomodar...
Obrigada
pela capacidade de me indignar
contra o abandono,
a injustiça,
a discriminação.
Dá-me, Senhor, sabedoria
para educar o mundo,
de pé,
e transformar
contextos sociais,
sem perder a graça
e a leveza feminina ,
no autêntico controle
da emoção.
Senhor,
preciso de humildade e fé
para aceitar os momentos
de crescimento
no comando ou na submissão.

Ivone Boechat

Publicado no meu livro AMANHECER 3ª.Ed Reproarte- RJ 2004

Foto de Ivone Boechat

Liberdade

A liberdade não é um pássaro voando no azul do infinito, sem destino, sem consciência: ser livre é ser infinito em cada destino, é saber porque e para que voar naquela direção.

A liberdade propõe autonomia e habilita a sair das cavernas para abrir os olhos e ver as próprias oportunidades. A pessoa livre não depende, compartilha, não estende a mão para receber, sem trabalhar, porque é um ser inteligente capaz de superar, avançar, aprender, produzir. A liberdade é a mãe da igualdade: ela não sustenta a pobreza, ela socorre na fome emergencial, mas ensina seus filhos a pescar.

A liberdade mobiliza, não paralisa. Ela inclui. Jamais exclui alguém pela raça, pela camada social, pela etnia, pela fé que professa, pelo pensamento político/ideológico. A liberdade põe de pé, dá energia para concorrer e vencer, chegar junto, sem deixar pessoas clamando na beira do caminho eternamente.

A liberdade não censura, não se desculpa, não discrimina, ela ensina o discurso e a postura dos iguais perante a lei e canta junto o hino cívico, sem interferência de apartheid. A liberdade é o espelho onde se mira a responsabilidade.

A liberdade é atributo do ser humano. Ela não aceita máscara, mentira, submissão, nem tem medo da verdade, porque só a verdade liberta.

Ser livre é não estar comprometido com nenhum tipo de constrangimento e nem estar carimbado por siglas que reduzem a velocidade no caminho da paz. Para ser livre há sacrifícios e não guerra!

Ser livre não é impor conceitos, filosofia, ideologia, religião, política. Ser livre é ter sabedoria para viver a verdade sem atropelar o tempo e o espaço, no limite do outro. Quem impõe não sabe o que é liberdade. Quem apoia a servidão, a escravidão, o sequestro de ideias ou se regozija com a prática de manter pessoas reféns de qualquer projeto político, tem discurso provisório e frágil de liberdade. Finge-se libertador.

"...Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda..." Cecília Meirelles.

Ivone Boechat

Publicado no livro Por uma Escola Humana, pág.141-Ed. Freitas Bastos, RJ 1987

Foto de Carmen Vervloet

Cristo... Nosso Exemplo

Diante da cruz que nos ameaça
Não vamos sucumbir à submissão
Cristo no seu calvário nos ofereceu a graça,
Da resistência, da esperança, da salvação.

Nosso tempo ainda é de lágrimas e de dor,
Os ouvidos do mal são surdos ao nosso lamento,
Mas temos como espelho nosso Jesus Salvador
Uma luz... Um bálsamo sobre os tormentos!

Vivemos um tempo de partidos e homens partidos...
As leis são para poucos, a injustiça se faz viva...
Honestidade e ideal jazem nos destroços de tempos idos
Passamos por um momento de poucas alternativas.

No corpo dos poderosos o ouro reluz!
Na sua mão, arma letal, a caneta...
Mas Cristo conduz o povo com sua intensa luz
E o brinda com suas múltiplas e divinas facetas.

Cristo morreu na cruz por todo um povo
Chorou, sofreu, foi ferido, gemeu de dor...
Mas muitos choram, nos subterrâneos da fome, por um ovo,
E nas ruas geladas tantos imploram por um cobertor.

Este é um tempo de mendigos, de violência,
É um tempo da dor, de amargura,
Mas Cristo nos ensinou o amor, a fraternidade, a paciência...
Verdades que não precisam de juras.

Foto de Paulo Gondim

O mensageiro

O MENSAGEIRO
Paulo Gondim
09/12/2012

Nuvens negras num mundo de trevas
Ganância de uns e, de outros, a submissão
Os homens não se entendiam
Dúvida, guerras, intriga, desolação...

Era o tempo de uma longa vigília
Noites longas, frias e dias indecisos
Legiões de pobres há tempo esquecidos
Andavam sem rumo, por caminhos imprecisos

Uma promessa de longa espera
Que já se fazia desconfiança
Mas toda a crença haveria de ser real
No nascimento de uma criança

E Ele veio, na simplicidade do pobre
Como vento que surge para mudar tudo
Quebrar amarras, antigas crenças, velhos preconceitos
Num novo pacto, dar luz ao cego, e voz ao mudo

Sua proposta é simples, clara e possível
Amor ao próximo e um mundo de paz
Sem domínio, sem fome, sem miséria
É a mensagem que o Deus Menino traz

Foto de Carmen Lúcia

Amor de mãe(dor sem nome)

No peito, o coração chora...
Em silêncio emite uma oração
levada a todos os cantos
pelo poder da emoção
que transcende o limite das horas,
do tempo, do espaço, do cansaço...
O limite de si mesmo.
Prostra-se ao chão
em sublime submissão,
em forma de cruz, simbolizando Maria,
Jesus!
Há muito o ritual é executado,
desde o dia em que ele fora levado.

Chora sem lágrimas...
O pranto secou
sem estancar a dor que ficou
e sangra a saudade infinita que arde,
queima, persiste, invade.
De joelhos, implora...
Senhor, traz meu filho agora!
O vazio instalado na alma a escora,
o colo que o acalantava ainda balança,
no regaço ainda envolve num abraço, a criança,
que mesmo crescida, sempre o será,
que não estando aqui, sempre estará.
E a voz entoa a velha cantiga de ninar...

Olha para o céu...
A última estrela ainda não se apagou.
Seria um sinal de que ele voltou?
Seria o filho, a estrela que ali se postou?
Transmuta-se para lá
seguindo aquele brilho a lhe guiar.
Amanhece o dia, desfaz-se a magia...
E a dor( sem nome) ocupa seu lugar.

(Carmen Lúcia)

Foto de Edson Cumbane

DEUS É PAI E SENHOR DE TUDO

Deus é o princípio de todas as coisas. Ele criou os céus e a terra e tudo que neles existe, pois, no princípio o Espírito de Deus pairava sobre as águas e o Universo era que como um abismo, então disse Deus através da sua Palavra de Autoridade, a saber; Jesus Cristo: Haja luz e assim aconteceu e viu o Senhor que a luz era boa então fez Deus separação entre luz e trevas. Portanto está claro aqui que Deus criou a luz e optou por ela, pois a luz é e representa a glória de Deus. Criou Deus nos Céus os Anjos para sua glória e na Terra criou o homem a sua imagem e semelhança perfeito o fez, portanto o homem é o reflexo da glória de Deus. Posteriormente criou a mulher a partir da costela do homem, portanto, a mulher é a glória do homem e para ser companheira do homem Deus a fez. Porém, livro arbítrio deu Deus aos anjos, ao homem e a mulher para serem ou amantes da justiça, submissão, luz e obediência ou serem amantes da injustiça, rebeldia,trevas e desobediência. E daí os amantes das trevas se revelaram logo no princípio, a saber: Satanás e os demónios, dentre os quais alguns apreciaram as filhas dos homens e vieram a terra se deitar com elas e assim quebrar o propósito para o qual Deus os fez que é assistir na presença de Deus, por isso, Jesus disse que Satanás peca desde o princípio e nunca se firmou na verdade, portanto, perderam a glória de Deus que neles estava presente. Assim também aconteceu com o homem e a mulher perderam a glória de Deus pela desobediência e foi assim que a Terra foi amaldiçoada. Porque assim disse Deus: De toda árvore comerás menos a que detém o conhecimento do bem e do mal e o homem não obedeceu e se deixou enganar pelo diabo. E por fim veio o Filho para salvar o perdido e quem nele crer será salvo e herdará a vida eterna, porém, quem não crer já está condenado, pois, o príncipe deste mundo já foi julgado na Cruz, portanto, quem a ele seguir juntar-se-á a ele na eterna condenação.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro – Capítulo 4

Engolidores, mais escravos que os escravos. Esse nome foi dado para seres de sangue quente, na sua maioria, que não se opuseram a dominação total de sua espécie e aceitaram seu destino de submissão. Os seviciados levam esse infeliz adjetivo, como uma marca indelével de sua covardia e pavor. Se forem coitados, pouco importa. Os engolidores são ao mesmo tempo vitais e descartáveis.
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- Sou sua amiga. Confie. Vamos sair daqui. Venha comigo.

A voz me era familiar, como se já a conhecesse. Os gestos eram familiares, os jeitos e trejeitos, a aura que emanava do corpo, seus olhos alaranjados e incomuns tão convencionais ao meu admirar. Ela era fria, brisa gélida que suspirava os meus lábios ao seu beijo. Sabia quem era, por milésimos, sem certeza. Mas sabia ainda que sem saber.

- Sim. Obedeço.

Eu estava sendo heróico e lamentável naquele ato.
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A senhora que me resgatara do cativeiro tinha as chaves para a saída da prisão com a qual eu me acostumara a suportar. Ela carregava apenas a si mesma, enquanto eu transportava anos de humilhação e resignação. Num silêncio que não escondia o sorriso do despertar para um sonho, eu subia para nuvens depois de um infernal período de insatisfação. Eu exultava, exorcizava o demônio do temor, até sermos cercados.

- Então vai fugir...?

O Luís Maurício nos olhava com um misto de nojo e tara.

- Não vou fugir. Você nos expulsou.

- Como assim, os expulsei? Eu te expulsei, mas não ao escravo.

- Pode ficar com esse lixo, só o trouxe para sacrificar em meu lugar.

Eu estremecia de rancor.

- Cínica. Você é tão covarde como esse traste.

- Não, eu aprendi a ser sórdida contigo.

- Não estou nem aí. Pode ir embora, agora você vale a mesma ninharia que os engolidores. Lá fora, sua corja é repudiada. Você vai ser relegada ao gueto, e isso se preferir não morrer. Seu destino está maculado. Sua sina é passar fome, é ter a necessidade e não saciá-la, é ser linchada e escarrada por não ser mais do nosso convívio. Será lembrada como louca e perdida, e isso se mencionarem seu nome. Diga adeus a sua vida, chegou sua hora.

Dona Clarisse calou-se. Pela primeira vez algo que ela não queria lhe descia pela garganta.

- Dimas, não deixe que ele me toque.

Ela saiu correndo à minha frente e largou-me aos chutes do meu cruel superior.
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A porta não fora fechada. Em fúria, meu chefe me espancava e extravasava os nervos que lhe explodiam. Mas desta vez eu não me encolhi. Tentei um primeiro revide, do chão com um pontapé. Ele nada sentiu e de cima pisou meu rosto. Tentei mordê-lo. Ele golpeou meus dentes com os cadarços que o sobravam. Uma alavanca rasteira o derrubou. Acertei seu olho esquerdo. Descobri que meu patrão também sentia dor. Arrastei-me até uma foice, estávamos no jardim da residência, agora florida de uma irônica primavera. Ele pisou minhas mãos. Com um puxão escorregou, estatelado junto à lâmina. Ele dedilhou o cabo da agora arma. Sorriu e hesitou na sua vitória iminente. Subi sob suas costas, o acotovelei e esfreguei sua face no solo. Enfim a foice era minha. Enfim eu tinha a possibilidade de matá-lo. Mas era mais prático arrancar seu braço. Foi o que fiz.
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O Luís Maurício uivava e alguns perceberam indo ao seu socorro. Dona Clarisse era linchada. Eu corria para não ser encontrado em direção ao meu desconhecido gueto. Eu me esgueirei enquanto os brados procuravam seu culpado. O pânico tomava as então plácidas alamedas dos dominantes. Vinha a tona todo o furor selvagem sufocado pela supremacia instalada na nossa realidade. Um embevecido decidiu tacar fogo na cidade incontrolada, para solucionar pela facilidade. Acabou piorando o caos. Os seres, tomados e extasiados, puseram-se a brigar entre si. Tudo estava por ser quebrado. Um instinto me indicava o caminho do tal gueto, o intocado e tranquilizado gueto. Não havia paralisia que diminuísse meu ímpeto. Tudo estava por ser destruído. Uma toca me escorregou sem que eu quisesse. Mas eu sabia que estava seguro. As mãos que me sugaram da superfície eram trêmulas e vibrantes. Eram mãos quentes, que até ardiam as minhas canelas. Nessa escuridão me vi logo inconsciente.
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Uma humilde vela acendia. Vi cenhos me pedirem senhas. Nenhum código me ocorreu. O que parecia o chefe deles pediu a palavra por possuí-la de verdade. De fato era o líder em seu nome celebrado.

- Não nos conhece, irmão, mas o acolheremos. Prove que merece nossa confiança e não será incomodado. Agora você está conosco. Discipline-se, e encontrará sua glória

Eu um milésimo me converti ao seu comando.

Foto de Jessik Vlinder

A Crueldade de Um Toque

É simples assim? Tão fácil e controlável como demonstro ser? Tão insignificante? Irrelevante? Não... não pode ser.
Nós confidenciamos nossos corpos como muitos casais que estão juntos há anos nunca fizeram. Entregamo-nos da maneira mais doce e suave que dois seres podem fazer. Foi como se cada toque enunciasse uma declaração de amor. Como se cada beijo compartilhasse níveis cada vez mais altos de intimidade. Como se cada olhar... nossa... como se cada olhar fosse um pedido de submissão eterna! Uma corrente mais resistente nos envolvendo no mesmo elo...
Foi tão intenso e desmedido e sublime que prefiro pensar que não existiu. Sim, prefiro pensar que apenas sonhei acordada dentro das minhas ilusões. Porque é inaceitável! É inaceitável que simplesmente se resuma a NADA. Que não termine porque nem começou! Que não se repita porque simplesmente não era a intensão... Não, não! Como assim? Não era mesmo a intensão, mas é de se esperar que acontecendo como aconteceu todos os planos fossem alterados e todas as ideias repensadas... E é impossível que tenha sido assim só pra mim. Eu vi nos seus olhos! Não vi? Sim... eu vi, eu senti. Eu não sou idiota e não tenho costume de ver o que não existe, nem de me iludir com que não se deve... Eu vi.
Desabafei? Devo voltar à triste realidade agora? Sim...
Uma transa apenas e nada mais. Uma noite de carícias e orgasmos e olhares falsamente apaixonados. Uma troca de prazeres intensos e enlouquecedores. Uma partilha rápida de ideias complexas e de coisas supérfluas. Alguns sorrisos... alguns gemidos... silêncio...
Uma despedida fria e rápida. Um olhar, eu não sei, provavelmente um olhar superficial como todo o resto. Um meio sorriso...
Um reencontro, insosso (esperado). Um ‘oi’ frívolo e duas vidas que seguem totalmente distintas e alheias, independentes e indiferentes...
E assim eu prossigo, engolindo as insolências da vida e me conformando com um mundo superficial e leviano, com pessoas secas e temerosas, com casos resumidos a acasos e com a triste consequência de acabar me tornando assim.

Foto de Nero

ENFIM…LIVRE!

ENFIM…LIVRE!

Sou um escravo, cuja vida atribulada, começou
quando meus lideres tribais, me venderam por
estarem vendados, vendados com o véu da ambição,
alimentado pela ignorância.

Sou um escravo, que nem um cravo recebeu,
pela labuta, labuta que me levou as terras
dos que se diziam meus donos. (donos?)

Meu corpo negro, nú, ensanguentado, dolorido
e acorrentado, foi vitima de humilhante
tortura e privações, por parte daqueles que
se dizem “civilizados”. (civilizados?)

Os que se dizem “homens de Deus”, usaram
hipocritamente a imaculada escritura sagrada,
para consagrarem como actos de Deus, os
golpes infligidos à mim e a minha
parentela… justificavam uma justiça
injusta. (justiça?)

A humilhação da minha condição, passou a
atormentar o consciente inocente, de uma
geração mais humana.

Então… nesse caso, o acaso da vida se
encarregou de arrebentar as correntes que
até hoje me deixaram marcas, que
resistem ao tempo.

Foram séculos de servidão, escravidão,
submissão, que agora se transformaram num
brado:

Enfim… estou livre!!!

Foto de MARCELO NAZARIO

À PRIMEIRA VISÃO

À primeira visão
A consciência me faltou;
De súbito, o estupor.
Travei.

Em ode
Pedi bênção ao vento
Que me chegou aromatizado depois de banhar o teu corpo
Envolto numa alva seda
Pousada faceira, em contraste, sobre a tua pele morena.

Do alto de plataformas que emolduravam pés desenhados
Da verdadeira bondade divina tive certeza.
Fiz dos meus olhos fiéis companheiros
No efêmero privilégio daquele momento.

Tuas curvas indefesas
Torturadas pelo meu olhar
Desdenhavam da seda que se esfregava sem dó.

Tal qual dama de arrabalde num balé suburbano
A rua era tua passarela
O tempo, teu cenário
E eu, teu cálido expectador.

Não queria a alforria ante o jugo prenunciado
Pois, já totalmente dominado
Prostrei-me ao tempo para que o mundo quedasse inerte.

Os passos ritmados na minha direção
Um sorriso paralisante explodindo em mim
À luz dos teus olhos
Derreti.

Me esqueci de mim.
Meu mundo era teu.
Minhas veias se intumesceram
E um desespero taquicárdico
Aflorou do meu peito.
Sublime submissão!
Sublime submissão!

Como menino indefeso
Me entreguei
Me perdi
Me achei.

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