Blog de mariana benchimol

Foto de mariana benchimol

Naufrágio

Apesar do corpo estar frio,
apesar do coração aparentar não bater,
o sangue ainda lateja nas minhas veias,
implorando por socorro.

Em meio ao breu,
Ainda há a sensação tropical.
Com dificuldade abro os olhos
e deparo-me com teu olhar.

A carne arde
ansiando o contato físico,
sedenta pela clemência de tua pele.

Ainda estou machucada,
E quando te vejo afastando-se
Não posso ir atrás de ti.

Não sinto-me só neste deserto purgatório.
Sei que não estou só, inclemente e exausta.

Não sou a única a sofrer
[a dor de uma amor não concretizado.

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Martírio

Desejo
que não morras
sem sentir, por um instante sequer,
amor igual a este que sinto.

Desejo
que saibas
deste sentimento nostálgico
que me fascina e
me magoa,
mas que eu, sob hipótese alguma, abriria mão.

Desejo
que sejas parte
desse sentimento mal recompensado
estagnado na minha retina,
semblante de um bem inatingido.

Mas se, por acaso,
desencarnares sem senti-lo
lembra-te que serás sempre
o estopim deste meu amor insano.
Lembra-te que apesar de seguirmos
para lados opostos
nossos caminhos serão sempre adjacentes.

E lembra-te que quando minhas cinzas
estiverem voando nos ares
nos encontraremos de novo.

Foto de mariana benchimol

Cemitério

Jardim de flores mortas
soterrado de corpos de cera
jogados pelo meio do caminho,
como embalagem de bala jogada no chão.

Jardim de almas perdidas
pecados imperdoáveis,
mentiras sem fim.

Labirinto sem saída
cheio de truques, armadilhas,
e paredes que se movem.

Vejo coisas que não existem,
ouço vozes do além
me chamando,
me convidando para ser mais uma
[flor morta.

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Inanizada

Eu ouço vozes
e não entendo
o que elas querem
[dizer.

Vejo você tentando expressar algo,
mas não ouço nada
e não entendo o que você quer
[dizer.

Eu tento decifrar
a expressão nos seus olhos,
mas eles estão cerrados.

Eu ouço vozes e mesmo sem entendê-las
eu grito bem alto:

“Sou eu o Eu Lírico
dos meus poemas !”
E eles riem.
Riem por quê?

Você se aproxima,
Fato inédito que me desperta curiosidade.
O que seria tão engraçado?

E quando você finalmente
chega perto, diz:

“Autenticou-os?”
E numa prece muda eu nego.
“Então sou eu o Eu Lírico
dos seus poemas”

E eu me calo,
Concordando com a minha submissão a você.

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O segredo

Miro-te,
remoendo o passado,
memorando as palavras não ditas,
amedrontada com o pudor das confissões tardias.

Encaro-te,
calculando se vale a pena
manter esse segredo
visando que pior não pode ser.

Velo-te,
lamentando o tempo perdido,
culpando-me pelo tempo perdido,
vivendo uma ilusão do que poderia ter sido.

Invejo-te,
pois por todo tempo
mantiveste o segredo
que eu não consegui conter dentro de mim.

E por todo o tempo
fingiste que não tinhas ciência do meu segredo,
ao passo que eu
[ (e todos à nossa volta)
contatávamos que você sabia de todo o enredo.

Iludo-me
vivendo a fantasia
de que continua segredo
o amor que eu nunca quis revelar.

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Idoneidade

No intervalo
desse lusco-fusco
eu me questiono
a respeito dessa realidade
[masoquista.

Ponho-me em ignição
na tentativa de deturpar tua imagem,
mas acabo eu entrando em combustão.

E na esperança
de dar fim a este sentimento mal-recompensado,
eu me calo
e deixo-me queimar.

Sofro em silêncio.
Sofro no silêncio.
Sofro por causa do silêncio.

E no paroxismo da minha dor,
eu percebo que nada ali é real.

Tu não és real.
És apenas um fantoche alucinógeno
da minha perturbada mente apaixonada.

És a antítese
de tudo aquilo que eu queria
[que fosses.

Mas a realidade é imutável.
Morreste na minha
e eu jamais existi na tua.

És o fantasma que me persegue
quando tento fugir,
quando não aceito
[essa realidade.

Por isso migro de realidade
[em realidade
procurando uma cujo enredo
não me desperte vontade
[de mudar o que é imutável,
de colorir o que é preto e branco.

Mas eu não encontro lugar para ancorar
pois estás a toda minha volta,
lembrando-me do rastro desse amor fantasiado.

Sempre vejo a sombra
do teu invólucro inane.
E eu sempre memorarei
a dor de ver meu invólucro inanizado por você.

Foto de mariana benchimol

Sonhos de uma noite de verão

As luzes se apagaram.

No intervalo desta dança das cadeiras,
te procuro,
[em vão.
É como se você quisesse
[se esconder,
e eu me cansei
[de procurar.
Falando assim,
até soa como se eu tivesse enfim me libertado.
Só que quando você se aproxima,
te ouço sussurrando,
e mesmo sabendo que você está mentindo,
me deslumbro.
Por que te amo.
Por que te amo?

Não posso continuar assim.
Pois em meio a tantos sussurros,
basta que ela apareça,
[para que você suma de novo.
E eu fico no meio do salão,
[sozinha.

A musica pára.
O salão todo me olha.
Olham para aquela que foi deixada
[no meio da dança.

Ao jurar-lhe amor eterno,
não tinha eu senso.
E ao deixar de-lo, menos.
É o que penso.

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Eu te amo

Nunca que eu quis
dizer palavras tão insanas.
Mas um vento bateu
levou-as aos teus ouvidos
e cerrou-te os olhos,
impedindo-o que me visse
[estrepitando minha neurose por ti.

E o vento nunca para de ventar.
As palavras ficaram voando
sem sentido,
porque o sentindo está solitário
no rosto que te mira,
mas que tu não podes mais ver,
pois os olhos estão cerrados.

O sentido esta perdido
num suspiro
que busca-te incansável,
mas, ao finalmente encontrar-te,
desespera-se ao constatar que tu não tens
a intenção de ouvi-lo.
E, assim, ele se dissipa em meio ao vento.

Nunca se ouviu de ninguém que sofresse
tanto por simples palavras.
Palavras que eu nunca quis dizer,
mas, uma vez ditas,
estarão sempre voando ao vento,
até encontrar quem se candidate a ouvi-las.

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atos de moebus

A vida é como uma tragedia grega
choros e risos se misturam
Nem sei mais o que sinto

So sei que preciso continuar
[ representando esse papel
E parce que todos os esforços que eu faço
para convencer os espectadores
nõ são suficientes
Lá está voce o critico
sempre prnto para esfregar meus erros
[ na minha cara

A peça continua
Afinal, o show não pode parar
E eu não tenho mais nenhuma perspectiva
[ de isso tudo acabar
Pois eu sei que após um ato, sempre vem outro
E "o que esta feito, esta feito",
não tem como refazer a cena.

Então eu rezo para que voce não perceba meus erros,
minhas lágrimas secas,
minhas falas decoradas.

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