"Mestres de mim"
Escondo-me nos teus olhos,
Em teu lindo olhar terno,
Refugio-me na tua boca,
Em tuas doces palavras.
Declarações e apelos a mim,
Como num sonho estivera,
Numa madrugada sorridente.
Na pele morena e macia,
Com toque suave de bebé.
Aprecio tuas mãos que me aquecem,
Me deixam longe e fora de mim,
Como se de um homem falara,
Um mestre e,
Um senhor para mim!
Madrugada que me acolhes,
Me ouves delirar para a lua,
Com versos e prosas,
Mas de alma nua!
“Com amor te apelo,
Oh mar de grandeza,
Volta, corre para mim,
É meu espírito que reza.”
“Oh senhor, meu mestre de sabedoria!
Meu corpo e paixão,
Já não são propriedade minha.
Me sorri como Rei de outrora,
És tu que minha alma devora…”
Quatro badaladas de um sino,
Onde meu corpo não aguenta,
Mas meu coração faz a prece:
“Oh senhor,
Deus de nós!
Acalmai minha dor,
Deste meu coração feroz,
Fazei-me feliz,
A pequenina sorridente,
Como menina contente.
Olhai para mim Senhor!
Tão apaixonada e magoada,
Pela dor provocada.”
Meu pai que já partira,
Ouço tua voz,
Quando ensonada,
Tuas historias me embalavam,
E meu cabelo tocavas,
Era eu uma criança,
Feliz e muito amada.
Hoje sinto-me só,
Mas muito apaixonada.
Como nos teus contos de fada,
Rainha, princesa,
Era eu abençoada…
jnh
Comentários
Parabéns!
lua sem mar,
"mestres de mim", quem não os tem?
Bem, acredito que os hão. Todavia, tu não estás entre os infelizes. Pelo que leio e relei-o nesta tua poesia de "gratidão" reconhecimento a duas pessoas muito queridas da tua vida.
Se a segunda, os primeiros passos e sons te ensinou, para além de todo o amor e sabedoria, que poderias esperar muito mais da vida se te centrasses no essencial de um mero quotidiano?
O primeiro, parece que desempenhou aquele papel que não cabe propriamente aos nossos progenitores, pelo menos na sua capaz essência...
A descrição que fazes de um e de outro são sublimes, tal a clarividência com te mostras em poesia sentida...
Começas o teu lindo poema de maneira tão particular...que bom sentirmos que nos preenchem os segundos da nossa existência com tamanha grandiosidade...quem não gostaria de viver um poema como o sentes na vida. Felizes os teus "Mestres de ti", encontraram e encontram motivos para todo o seu rigor...saberão por certo e decerto que, o "instrumento" humano em que dedicam toda a sua sabedoria vale trinta vezes mais do que aquilo que te passam...faz sempre por os recordar e manter na tua alma...
Divaguei pelo poema, mas, minha enorme vontade é deixar-me embalar por ele e adormecer na tua oração ao segundo "Mestre de ti", pois também tenho o Meu que já partiu também mas esqueceu-se propositadamente de levar tudo consigo e deixou-as para que continuasse eu a vive-las e partilha-las com que entender por bem...já o faço sem a mestria demonstrada pelo meu grande e senhor "Mestre"...o meu Pai.
lua sem mar, continua a regar este canto de letras com os teus poemas únicos, saídos de um recanto da tua vida...pois será ela um jardim de recantos de bons e canteiros de ensinamentos...
Muitos parabéns poetisa!
Cumprimentos,
montanha
para montanha
Olá montanha,
Sim, é verdade, meu pai foi um grande mestre para mim, foi o pai e foi a mãe que tanto nós precisamos quando crianças ainda somos, é a saudade que tenho dele que me faz escrever e apelar a ele, que me guie no meu caminho e me mostre onde posso encontrar a felicidade que tanto procuro.
Mas também falo num outro Mestre, um Mestre que tanto me tem ajudado e, me tem feito aprender muito na forma de vida, de como encarar os bons e os maus momentos.
A minha admiração por esses dois Mestres é grande por isso lhes prestei homenagem aqui no poemas, porque este local tem me acompanhado, e se já me “viu” sorrir também já aqui eu chorei.
Espero que a pessoa que tanto quis dedicar esta homenagem tenho gostado e apreciado.
Obrigado por teu comentário.
jnh
moontonight
moontonight