Apelo

Foto de Ivone Boechat

Pessoa boazinha

A pessoa boa é justa, muitas vezes, assusta porque é transparente e sincera.
A pessoa boazinha agrada à primeira vista. Prefere fazer comentários e críticas no camarim. Ela quer sair bem na foto com todo mundo.
A pessoa boa tem poucos amigos, mas gosta de ajudar o próximo. Não representa um papel, é ela mesmo.
A pessoa boazinha é popular, defendida por todos, “porque é boazinha, não pode ser aborrecida em nada”! Ela faz a política da boa vizinhança.
A pessoa boa vive refém da boazinha e faz um esforço enorme para agradar à boazinha, porque ela gosta de show, principalmente se tiver platéia, porque é aí que a boazinha deita e rola. Fica simpaticíssima, mas tristinha se tocam num milímetro do seu território.
A família tem sempre pessoas “boazinhas” apertando as rédeas de todo mundo.A pessoa boa se equilibra num fio esticado para agradar, porque senão a boazinha pode se vingar in off, fazer chantagens e desequilibrar o ambiente, mas aparenta não saber o que está acontecendo.
A pessoa boazinha parece ser uma pessoa de bom humor e é, se tudo estiver nos trinques, como ela quer. Todo mundo faz tudo para agradar, “afinal, ela merece, porque é boazinha”. No mínimo aborrecimento, a boazinha fica irreconhecível, não tem pressa de dar o troco, mas dá e como dá. Como ela é boazinha, se tiver testemunhas, na hora, consegue duzentas assinaturas de adesão. É oportunista. Deita e rola em cima do sucesso.
A pessoa boa é franca, direta, sempre se dispõe a ajudar em tudo, mas experimenta fazer um apelo para a boazinha dar um real a alguém. Ela dá, mas faz uma tragédia grega, debaixo dos panos.
A pessoa boa é consensual. A boazinha é teimosa, faz como quer, na hora que ela quer, do jeito que ela quer. E quando faz é elogiadíssima, porque faz tanto charme, tanta propaganda que os inúmeros fãs vêem e acham linda a sua “generosidade”.
A pessoa boazinha se faz de fraca, mas de fraca não tem nada. Vira um gigante, quanto tira satisfações com a pessoa boa.
Ser bom é o certo, é virtude! Vale a pena pagar o preço de querer ser bom.

Ivone Boechat

Foto de Arnault L. D.

Homem de gelo

Pelejo uma horrível luta,
aquela sem nenhuma glória.
Firo a alma, guerreira bruta
que impele a arroubos de fúria,
mas, não pode... é só a inércia,
sem ganhador, nem disputa.

A guerra de ficar parado,
sem ação, opção, reagir.
Quedo quieto, estagnado,
segurar firme os cães e sorrir,
na tortura de assim resistir.
Apanhar e ficar calado.

De não fazer nenhum apelo,
de aparentar que nunca dói,
que o sangue na veia é gelo,
que a alma a dor não corrói,
que a ferida que abri não dói.
O chorar, melhor não fazê-lo.

A não vitoria é meu missal.
É a viagem sem destino,
ir por ir... sem perguntar final
e cuidar para o desatino
não irromper se raciocino.
Pois o pensar, pode fazer mal.

Foto de Fernanda Queiroz

Esperança de outrora

Esperança de outrora.
Muitas vezes,
sou arremesso no tempo.
Em um mundo diferente,
paredes nuas e cruas,
ornamentam uma visão.
Pessoas de rostos inexpressivos,
desfilam plácidamente,
incógnitos á minha dor.
Apenas um frio corredor,
opaco na cor
sem vida ou odor
me faz perdida,
reabre ferida.
Como se fosse dono,
ou imperador,
de momentos vividos,
jamais esquecidos.
Mutila tuas pernas,
na lentidãodo momento,
impregna de inércia
tira dos braços os movimentos,
coíbe pensamentos,
espalha fragmentos,
anestesia sonhos,
faz da cama o abandono,
onde apenas o coração,
cravado em um punhal afiado,
desafia a melancolia,
saindo da letargia
gritando sem rendição,
faz do apelo uma vocação.
E como um ternor agudo,
mais forte que uma canção,
ecoa um forte grito,
por esperança, por união.
Grito que resseca a garganta,
umedece os olhos,
que copiosamente choram
diante da incapacidade
de ser mais que amor,
mais que carinho.
Que atravessa a porta
em uma hora morta,.
porque sem você,
nada mais importa.
Veja-me, estou aqui,
segure em minha mão,
deixe eu ser proteção
sem ser ilusão.
Olhe em meus olhos,
penas por um momento,
transforme este sofrimento,
na esperança de outrora.
Deixe-me dar-te minha vida,
Ou na morte me leve embora.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de José Herménio Valério Gomes

Dialogo no vazio

Foram tantas vezes
Que nos sentamos de costas para o Oceano
Negando-nos olhar o nascer do sol
Por um não sei que amargo motivo de vida
Dentro de um vai e vem de aves pesqueiras
Somos nós sentados,bem mais alto
Num rochedo em provavel queda
Indiferentes dentro de silhuetas
Que se refletem no azulejo do mar
Isto ė o cèu por um apelo
De que não decidimos,a posição.das estrelas
Tal como o destino das nossas vidas
Cada dia que passa
Ė como uma exclusividade
Que só acontece uma vez...

Zehervago 27 abril 2014

Foto de MISS DAISY

Indignação

O Brasil jamais será uma super potência, um país de primeiro mundo, com cidadãos culturalmente evoluídos em sua maioria a ponto de reconhecer o que é bom ou ruim para sua descendência!" Vejamos: Observemos a natureza para termos as respostas de que precisamos. Na natureza tudo que puro e original é lindo, é divino. Tudo o que percorre seu curso normal, assim como as águas de um rio, é sublime, é maravilhoso. No Brasil, tudo o que é sublime, é destruído, quase que imediatamente pela grande vilã, a MÍDIA. Os valores morais foram terrivelmente deturpados pela funesta casta midiática que imprime valor em tudo o que é inútil e fútil mas que está "na moda". Foi-se o tempo em que uma mulher receber adjetivos pejorativos, baixos e vis era tido como desrespeito. Hoje é ELOGIO para a maioria das mulheres. As mulheres e seus corpos, são expostos nas vitrines televisivas como carne no grande açougue da mídia, esperando serem classificadas de acordo com as formas, com as poucas roupas que vestem, com o apelo sexual que apresentam. Os homens, por sua vez, afastados cada dia mais dos conceitos e pré-conceitos de moralidade, sucumbem mais e mais, desvalorizando suas esposas e partindo para os prazeres fáceis e os convites explícitos da rua. Nossas meninas, crescem explorando tais vitrines com curiosidade inocente e mentes abertas ao desconhecido. Nossas adolescentes deslumbram-se com os chamamentos do admirável mundo novo, mas... com que base? Nossos jovens, deleitam-se num mundo de tantas possibilidades, sexo fácil e verdejante nas esquinas, nas ruas, nos bares. Os adultos - muitos já corrompidos pela exposição midiática - cada vez mais convencem-se de que o mundo como está hoje reflete a MODERNIDADE tão esperada, tão inofensiva ... Outros, diante da impotência, contentam-se em pertencer ao rol dos desistentes. Nossos idosos escandalizam-se com tamanha falta de moralidade. Em tempos remotos, jamais seria admitido ofender a mulher. A MULHER era o esteio da família, advinda dela, a vida. O início de tudo - a Mulher. Que tão vilmente é denegrida. Figura destroçada, a Mulher. A mídia quer dinheiro, e o busca muito visivelmente nos dias de hoje explorado a figura da Mulher. Porque se permite, porque se quer permitir. Nossos bebês cantarolam as canções mais pejorativas que nem nós adultos temos coragem de balbuciar... Mas as crianças cantam... e dançam.. imitando nossas rebolativas representantes da cultura nacional. Os bons... ah os bons... raramente desfrutam da mídia. Mas o inútil, o fútil, o podre, o perverso, o imoral... ah esses sim povoam e dominam a mídia mercenária. Quando poderíamos imaginar que chegaríamos a tal ponto de não censura. Nada mais é proibido, a cultura do tudo pode toma conta de nossos lares todos os dias - basta que liguemos nossos televisores. Poucas são as programações que acrescem valor e poucos também lhe são os expectadores. A degradação a céu aberto é o que vemos nas ruas, ao sairmos de casa, o medo de sermos violados em nossos direitos, a insegurança de sabermos o que vamos encontrar na esquina da João XXIII por exemplo. A céu aberto. Ao dia claro, pra todo mundo ver. Degradação. Nossas crianças vão à escola, e voltam ... vazias. Até mesmo nossos professores, foram destituídos de sua função. É proibido proibir! A formação global que é incutida nas crianças desde pequenas nos chamados "países de primeiro mundo", com aulas extras que valorizam suas habilidades, no Brasil... simplesmente não acontece. A cultura é dançar funk no intervalo das aulas, identificar se a merenda escolar será boa e voltar pra casa... complementando seu currículo com o que? mais degradação televisiva. É raro ouvir uma criança dizer que tem talento para moda, decoração... medicina, engenharia mas... se ligar o rádio... logo se dirá que ela tem talento para o funk. Enquanto não utilizarmos nossos cérebros para a função para a qual ele foi especialmente desenvolvido... bye bye Brasil! Lá fora sempre seremos conhecidos e tachados como sendo o país do futebol, do sexo fácil e da cultura chula. Jamais teremos orgulho de sermos BRASILEIROS. Os bons ... se manifestem... porque os maus fazem isso o tempo todo! E fazem com tamanha veemência que os bons são tidos como tolos. Quem discorda não precisa terminar de ler... Não é meu tipo de público. Mas quem concorda, bota a boca no trombone pois nosso país está sem freio descendo um despenhadeiro e só os hipócritas não enxergam isso.

Foto de Carmen Lúcia

Para, mundo!

Para, mundo!
Nem que seja por segundos.
Espaço ínfimo de tempo,
pra que eu recobre as forças
e ressuscite os momentos
em que morri em diversas partes
e amarguei a felicidade.

Para, mundo!
Uns segundos sem girar...
Preciso reaprender a amar,
dar o último beijo,
o primeiro abraço,
afagar quem não vejo,
pensar num recomeço,
falar de um amor, sem jeito,
ter tempo pra me retratar.

Mundo, ouve meu apelo.
Compadece-se desse meu apresso,
faz o meu andar sem pressa.
Quero olhar bem devagar,
descobrir sentimentos, pessoas,
profundidades,
reaver minha identidade,
os dias felizes,
voltar às minhas raízes.

Para, mundo!
Quero acertar meu passo
que na ânsia de chegar
deixou vazar a essência,
por imprudência...
Pisou trilhas erradas,
caminhou em descompasso,
girou mais rápido que você.
E ao topar com a chegada
se perguntou: Por quê?

Quem sabe se ao recomeçarem
as viravoltas que você dá
encontre-me no mesmo lugar
em que desci pra sonhar...

Caso lá não estiver
continue rodando,
enquanto puder.
É que encontrei o que perdi
e me perdi ao me encontrar.

_Carmen Lúcia_

Foto de Maria silvania dos santos

Saudade das nossas noites de amor!

Saudade das nossas noites de amor!

_ Sinto tanta saudade daquele homem que no momento comigo não estar, para o exterior ele teve que viajar e por alguns motivos eu não pude o acompanhar.
Hoje á conseqüência , não estou com ele e sinto muita saudade.
Saudade daquele homem que em momentos intimo mergulhava no desejo, a mim , ele fazia delirar-me, sentir –me o corpo de tesão parecer um vulcão em chama, com sede de amar em seus braços ia para cama.
Hoje nossa cama está vazia, em uma de solteiro estou sozinha, já são muitas noites de agonia.
Sinto saudade daquele homem que me enlouquecia com seus beijos e carícias, das nossas noites de amor que vimos a ter, das loucuras do desejo e prazer que não podíamos nos conter, das horas que tudo vinha a acontecer.
Dele hoje em meus sonhos, sinto-me as pegadas fortes, o perfume a afrodisíaco, seu desejo de transar comigo, e eu delirante-mente em teus braços mergulhando-me.
Quando o dia amanhece, vejo que estou só, e outra vez meus coração entristece.
Lembro-me daquele tempo que ele chegava em casa e carinhos-amante me olhava, em seguida já me abraçava, me abraçava com cede de amar.
Começávamos a amar na sala, prosseguíamos no banheiro e terminávamos na cama, isto era sena de quem ama.
As tardes quando ele chegava, eu já me sentindo provocada com seus olhares em piscadinhas, o desejo em mim começava a crescer, e eu começava o deseja-lo, já queria ama-lo.
Quando abraçava e beijava-me, eu de tesão explodia, eu quase me enlouqueceria, eu fazia tudo que eu podia para aquele homem eu ter, de prazer faze-lo gemer!!!
Excessivamente sem duvida eu queria transar, transar e transar, eu não conseguia me controlar.
E ele cheio de desejos começava a me cobrir com seus beijos, beijos quentes e ardentes, beijos bem salientes.
Com muito e forte desejos, percorria meu corpo com seus beijos me provocando cada vez mais desejos .
Com nossos corpos bem suado, de desejo bem tarados, com nossas partis intimas excessivamente lubrificadas, começávamos a amar, amar e amar.
Nós não queríamos parar, eram muitas trocas de saciarias, eram muitas delicias.
Cheio de amor enlouquecente, sentindo-nos o encontro de nossos corpos quentes, pareciamos dois adolescentes.
Fazíamos sexo a toda hora, em varias posições, oral parar, eu gostava de sentir a boca aquele membro ocupar, mas primeiro em minhas mãos aquele membro grosso quente, bem longo e cheio de veias rouxinhas , gostava de sentir seu pulsar querendo em minha boca estar.
E eu com o propósito de o provocar, começava carinhosamente seu membro apertar, fingindo imediatamente em minha boca levar, começava minha língua nele a percorre, de leve suas bolas morde, eu queria ouvir ele de prazer gemer, ele deliriantemente parecia adormecer.
Eu com minha língua em movimentos circulares, colocava em seu membro a percorre loucamente. Sem duvida eu podia junto sentir o seu prazer.
Ansiosa para o possuir, bem baixinho o seu gemido eu podia ouvir, em forma de gestos pressionando minha nuca e também o seus gemidos, eu sentia seu desejo de quero mais.
Nossa fome de amar começava a nos consumir, fazíamos cada vez mais nos delirar.
E eu nesta hora o seu membro abocanhava e cada vez mais forte e carinhosamente eu sugava, ele sem limites em minha boca gozava e aquele liquido saboroso eu saboreava, e só depois ele
me penetrava.
Lembro-me de todos os dias pelas manhãs, que para o seu serviço ele não ia sem antes me possuir, hoje na saudade estou aqui , e seus carinhos não passo sentir.
Meu amor, hoje você está no exterior , a distancia impedi-me de sentir o seu calor, contigo loucamente fazer amor.
A te eu faço meu apelo, volte por favor, sinto saudade das nossas noites de amor!

Autora Maria Silvania dos santos

Silvania1974@oi.com.br

Foto de Maria silvania dos santos

Pronta a me entregar!

Pronta a me entregar!

Lembra-se que quando nossos corpos se unem, parece um vulcão em chama.
No sentir de minhas mãos acariciando teu corpo, tenho o propósito de descobrir suas fantasias e te deixar louco.
Neste momento meu desejo me consome, quero te sentir meu homem.
Quero te beijar por inteiro, sem nenhum receio e de uma forma estranha, sem palavras quero confessar o meu desejo de ser possuída.
Quero suas mãos deslizando sobre meu corpo, me dominando com todas suas preliminares.
Em troca das carícias, quero lamber-te por inteiro, banquetear-te sem parar.
Quero te fazer ao gozo chegar.
Quero ser possuída e a te possuir, com todo o meu zelo, por isto faço este apelo.
Venha, venha, venha me amar, estou pronta a me entregar!

AUTORA:Maria silvania dos santos
silvania1974@oi.com.br

Foto de Maria silvania dos santos

- Matei minha mãe Ritinha!

- Matei minha mãe Ritinha!

Apresento-me como jovem dos sonhos perdido. Desde que me lembro ser gente, me lembro que nós não tínhamos muitas condições financeiras, e eu sempre fui uma menina muito carente, sem motivo para alegria, sempre fui triste desde o amanhecer do dia. Minha mãe Ritinha, que mesmo sem saúde, pois sofria de pressão alta, ficou sozinha para me criar, pois meu pai veio a falecer de um derrame celebral, quando minha mãe em seu ventre ainda me esperava. Sendo assim ela tinha que trabalhar duro para nos sustentar, não tinha tempo nem para carinho me dar. Mas pensava em uma pessoa digna me forma e para isto juntas teríamos que lutar. E eu sendo filha única, me sentia solitária, um vazio profundo no peito que simplesmente era preenchido por meus sonhos e planos para o futuro. Imaginava minha vida bem ao contrario do que ela é hoje. Pensava em estudar e ser doutora, cuidar das criançinhas e fazê-las sorri, alem de me ter uma vida boa e sorrir junto a elas, ser contagiada pela alegria das crianças. Sonhava em me casar, ter filhos e dar a eles aquilo que um dia eu quis ter e na minha infância a vida não pode me oferecer. Meus sonhos eram tão alto que eu já podia ate ver e sentir a alegria das outras crianças a sorri e meus filhos tudo ali. Eu também gostava muito de ler e escrever o pouco que pude aprender. Imaginava o que futuramente iria acontecer. Mas nem mesmo sabia o que para isto eu teria que fazer. Eu sonhava em estudar, mas não tínhamos como este sonho eu realizar, pois como nos éramos muito fracos financeiramente, nem um caderninho broxarão se procurasse não tínhamos, o pouco que aprendi, aprendi na areia dos terreiros com os coleguinha vizinhos de mais condições e que teve suas oportunidades de estudar. Isto eu ainda posso lembrar! Eu me sentia muito triste por não poder ser como eles, chegar à hora de ir à escola eu poder pegar os meus matérias escolares e de despedida ir dar um abraço em mãe, já que meu pai, eu nem o conheci. Mas isto não me impedia de sonhar e ate desenhar o que em minha mente estava. Em terreiros de terras livres, em porteiras de chapadão com uma pedra de tabatinga nas mãos, eu colocava em ação os desenhos das minhas imaginações. Eu sempre fui uma pessoa carente, desde criança me sentia sozinha acompanhada pela solidão e a esperança que floria em meu coração. Pensava em crescer e mudar minha historia, dar um novo rumo a minha trajetória. Mas não pude imaginar que meus pensamentos de vitória iriam mudar e que em uma cadeira de roda iria me colocar, e que ate minha mãe Ritinha de desgosto eu iria matar. A minha querida mãe Ritinha que saúde não tinha, ficou sozinha, lutou sol a sol, chuva a chuva para me sustentar e uma vida digna me dar. Eu cresci, eu cresci e percebi que meus sonhos eram outros, não era os mesmos de minha mãe ritinha, eu pensei em dinheiro e não em dignidade, esta foi minha realidade. Eu cresci e não quis mais a minha mãe ajudar, criei asas e quis voar. Já mocinha com meus treze anos já acostumados com a luta do campo, eu pensei que não seria difícil enfrentar a vida, e com meus sonhos me incentivando a ir buscá-los, eu quis apressar meus passos. Eu era ainda uma criança, mas também bem graúda e já com meu corpo bem formado, quase um corpo de mulher, imaginei que sabia o que a vida é. Fugi de casa, dizia ir trabalhar, mas não imaginava o que lá fora no mundo estava a me esperar, me sentindo a dona de mim, quis aproveitar a vida, quis seguir meu caminho, nele andar sozinha. Pensei que podia e que também já conseguia. Eu esqueci que o mundo não foi feito somente para sorri, que nele a amargas lagrima e que nelas eu estava preste a me banhar. Conheci pessoas, as quais com elas me envolvi e minha dignidade perdi, As quais com elas dei meus primeiros passos para a derrota, com elas comecei a beber. Eu não pude saber o que breve iria me acontecer. Fiz muitos amigos, sendo os quais disseram ser meus amigos, mas me colocaram em perigo, os quais me ajudaram na derrota de meus sonhos. Pois eu sem muita idade, com a simplicidade ainda de uma criança, sendo uma menina muito bonita, com meus sonhos longo e infinito, fui fraca, me deixei levar pela ambição e pelas coisas mundanas e em pesadelo meus sonhos eu mesmo acabei o transformando. Com meu corpinho de violão e sem nada de má intenção, também sem nenhuma noção do que era apenas uma ilusão, não lembrei-me que toda ação também tem uma reação. Senti-me a dona de mim, e por isto me perdi me senti uma mulher e fui parar no cabaré. Foi lá que comecei a descobrir o que na verdade a vida é. Comecei a beber, na intenção de meus problemas esquecerem me sentir alegre, uma sensação de prazer, de primeira vez, bebi somente para me alegrar, nada para exagerar, mas foi o suficiente para meu corpo eu entregar. Sentindo-me a poderosa o centro das atenções, o próximo convite eu não pude recusar e lá eu quis voltar. Sem perceber fui me envolvendo, passei a fumar, e dentro de pouco tempo comecei a me drogar. Só não podia imaginar ate onde eu iria chegar. Fiquei excessivamente viciada, passei a roubar, prostituir em trocar de apenas um cigarro. Comecei na maconha, hoje terminei no crak, por ele roubei, matei, meus sonhos eu mesma enterrei, Cheguei a ficar com apenas a roupa do corpo, pois troquei tudo pelas drogas, dormi nas ruas, dispensei pratos de comidas por uma pedra, desde que fugi de casa nunca mais vi minha mãe, só pensei em mim, ou pra dizer melhor nem em mim pensei, pois se eu realmente tivesse pensado pelo menos em mim, estes crimes eu não teria praticado minha dignidade eu teria preservado minha mãe eu teria valorizado. Mas como na vida tudo tem um fim, acho que chegou o meu, meu ultimo assalto me dei muito mal, tomei um tiro na coluna e hoje estou paraplégica. Sou uma jovem com apenas vinte anos, que já cometeu todos estes crimes, e que desde meus quatorze anos não vejo minha mãe, ou melhor, desde que fugi de casa nunca mais a vi, a vi aos treze anos antis de me fugir e agora jamais verei, pois depois que percebi que meu mundo desabou sobre mim, eu a quis procurar, mas tarde demais, pois para minha surpresa ela já tinha falecido, faleceu de tristeza ao descobrir que sua única filha que ela tanto amava, a desprezou e tornou-se uma ladra, assassina, prostituta e contaminada pelo vírus HIV, e que por tantos crimes cometidos acabou paraplégica. Seu coração não suportou e ela teve um ataque fulminante. Hoje estou aqui, presa, presa e sem amigos, pois todos que diziam ser meus amigos me abandonaram, estou presa em três condições, pois uma delas, é que estou por traz destas grades que me impede de ver o nascer do sol por traz das montanhas, a segunda, é nesta cadeira de roda que faz às vezes de meus passos , e depois presa em uma doença incurável, pois como se não me bastasse tudo que me aconteceu, há seis meses atraz acabei descobrindo, estou com o vírus HIV, e hoje já não sei quantos contaminei e nem quanto tempo viverei, pois não tenho como fazer meu tratamento como deve ser feito e nem tenho mais vontade para viver, estou condenada à morte. A se eu pudesse mudar minha historia! Se eu pudesse devolver as vidas que tirei, recuperar minha saúde, reencontrar minha mãe Ritinha que é tudo que eu tinha, eu não esperava nem por um instante, se eu me pudesse faria tudo diferente! Mas hoje não tenho como voltar atraz, hoje estou aqui, pagando por tudo que fiz, relembrando os meus sonhos que eu mesma o enterrei, eu sei que mereço, sei também que quem acredita e luta, vence, mas eu já não tenho mais como acreditar em nada, minhas esperanças foram apagadas, minhas chances já se foram e nem forças para lutar tenho mais, pois quando eu pude e tive forças para lutar eu fui roubar matar, drogar-me e prostituir, hoje eu só tenho a pagar e pedir que Deus possa me perdoar se é que eu mereço! Hoje só me resta estas chances, a chance de me arrepender de tudo que fiz, e pedir perdão a DEUS e a todos que eu os fiz sofre, a chance de deixa um apelo aos jovens sonhadores, que tomem cuidado com o que farás, eu os digo, sonhe, podem sonhar, mas não queiram voar, pois podem cair e não mais levantar!
Maria Silvania dos santos.

Foto de Maria silvania dos santos

Saudades de minha querida e falecida mãe

Mãe, minha querida mãezinha, quanta saudade de você! Você se foi me deixo ainda criança, não tenho muitas lembranças, mas a saudade por aonde vou me acompanha. Mãe há se você pudesse me ouvir, te diria neste momento, quanta dor a sentir. O meu lar cheio de amigos pode estar, mas ninguém ocupa seu lugar, queria com você estar, e comigo a brigar, não agüento mais chorar, no meu lar fico muito só, e em você fico a lembrar.
Queria você pra me consolar, no seu dia fico a chorar sem ninguém pra mim abraçar. De meus amigos vivo a afastar, pois de você não quero falar, pois fico a soluçar.
Você se foi sem ao menos poder avizar, e a mim deixou a chorar.
Há se você pudece voltar, e o seu lugar lhe ocupar.
Meu lar sem você é duro, é triste parece que não existe, não queria que você partisse.
Todas as noites eu me perco em suspiros, num delírio de soluço eu sofro, em você tudo me faz lembrar...
Todas as noites ao me deitar queriam lhe abraçar e um beijo você me dar.
Existem muitas pessoas ao nosso redor, mas nunca quando estamos sós, mas só você seria a melhor.
Aqui deixo meu apelo, a você que com sua mãe estar viva sempre a valorizar e nunca deixe de abraçar, pois um dia ela vai lhe deixar e suas lagrimas vão rolar.
Concerteza as lágrimas mais amargas são derramadas sobre os túmulos, e são por
palavras não ditas e atos não realizados.
E você ainda tem um caminho a descobrir,
uma oportunidade a seu alcance,
e uma luz... em seu lar.

Maria Silvania

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